O Shinobi do Novo Mundo escrita por AlucardDeCredito


Capítulo 27
Shinobi


Notas iniciais do capítulo

Não vou falar muito desta vez, vou deixar pras notas finais :P
Mais um capítulo com trilha sonora pro cês. Recomendo abrirem em uma nova guia.
Boa leitura, meus lindos e minha lindas.



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[Trilha Sonora]

O dia estava ensolarado, Naruto estava em sua sala carimbando alguns documentos empilhados. Seus clones o ajudavam lendo a papelada e organizando todo o trabalho. Era uma manhã quente.

Shikamaru adentrara a sala com mais uma pilha de papéis, deixando o Hokage com uma cara de desprezo.

— Aqui está, Naruto. Mais trabalho. — riu calorosamente do pobre amigo. — Esses daqui são da vila da chuva. — entregou ao Hokage;

— Vila da Oculta Chuva? — repetiu curioso — Algum problema? — questionou preocupado.

— Na verdade, não. Eles acabaram de atingir todos os pré-requisitos para poder sediar o Exame Chunnin. Portanto, isto aqui — levantou o papel — é uma solicitação que você precisa assinar para reconhecer eles como um possível local do próximo Exame Chunnin.

— Sério? Isso é muito bom! — se alegrou. — Parece que as coisas estão indo bem lá, foi bom saber disso. — pegou o documento, dando uma olhada rápida nele. — Pode deixar que eu assino.  Alguma novidade por aí? — perguntou num tom alegre enquanto carimbava o papel.

— Bem… — coçou a cabeça — Orochimaru está sendo mantido aprisionado por hora, o Exame Chunnin desse ano deve dar continuidade em breve, aparentemente não documentamos nenhuma morte desde o ataque, apenas alguns feridos. Sakura pediu pra te lembrar que Hinata deve voltar ao hospital a cada dois dias para fazer um check-up e ver se o ferimento está se regenerando de acordo. — tentou lembrar de algo por alguns segundos — Ah sim! Quase me esqueci, o Sasuke pediu para que você o encontrasse no cemitério antes do almoço.

— O Sasuke? No cemitério? — estranhou — Que cara esquisito — fez uma cara de desconfiado.

— Ele comentou sobre ter um assunto pendente com você. — acrescentou.

— Ah! Verdade. — relembrou, terminando de assinar o documento. — Pronto, assinado! — entregou o papel para Shikamaru, se espreguiçando e pegando outro lote de documentos em seguida.

— Obrigado! — Shikamaru revisou o papel para checar se tudo estava correto. — Fiquei sabendo que o Tenma saiu hoje cedo em uma missão. — informou enquanto lia o documento.

— Sim! O garoto apareceu bem cedo, conversamos um pouco e eu acabei liberando ele junto com o time para uma missão. — respondeu sorrindo.

— Parece que o documento está certo, vou enviá-lo de volta daqui a pouco. — colocou o papel dentro de uma pasta que carregava consigo — Mas e Tenma, ele estava bem? — perguntou, agora focado em Naruto.

— Sim, cem por cento. Me disse que ele e todos os outros garotos já estavam bem no dia seguinte ao ataque de Orochimaru. — respondeu carimbando um documento atrás do outro.

— Pois é, Sakura me disse que só liberaria as crianças da observação depois de uma semana. E hoje de manhã deu exatamente uma semana. Parece que ele não perdeu tempo — sorriu.

— Você diz isso porque é um preguiçoso — riu — se não fosse sua mulher, aposto que nem viria trabalhar. — brincou o Hokage, enquanto organizava a papelada que acabara de carimbar.

— Tsc… você não sobreviveria sendo o Hokage sem mim, então não repita isso ou eu vou me demitir. — contra atacou num tom irônico, sorrindo amistosamente.

— Eu não tiro sua razão — riu — você me ajuda bastante aqui. Obrigado! — disse se levantando, e alongando os membros. — Pronto! Vou me encontrar com o Sasuke. Tem certeza de que é no cemitério? — levantou-se, indo em direção a porta.

— Exato! — disse o amigo, abrindo passagem para o Hokage.

— Que cara estranho... — Naruto repetiu.

— Pois é... — assim que Naruto acabara de transpassar a porta, Shikamaru perguntou — Ei, Naruto! Já tem planos para o almoço hoje?

— Sim, foi mal. — sorriu envergonhado — Combinei com a Hinata que almoçaria com ela.

— Sem problemas! Pelo visto vou acabar almoçando em casa — murmurou — Que problemático. — concluiu num tom depressivo.

O Hokage estranhou — Qual o problema? Você brigou com a Temari?

— Não! Não — riu desconcertado — Acontece que ela começou a me pressionar para ter “aquela” conversa com o Shikadai. — explicou pensativo enquanto coçava o rosto envergonhadamente.

Naruto gargalhou — Entendi! Eu sinto muito haha

— É o que parece… — Se manteve em silêncio enquanto Naruto continuava a rir. Saiu da sala, fechou a porta com os dois já do lado de fora e tomou seu rumo, indo à frente do Hokage. Após alguns passos, olhou para trás e relembrou, caçoando de Naruto — Só não se esqueça que você também vai passar por isso… duas vezes.

O riso de Naruto e sua cara de bobo sumiram na mesma hora, enquanto concebia a ideia daquele aterrorizante dever familiar.

 

[...]

[Trilha Sonora]

Sasuke aguardava o amigo próximo a um memorial feito em homenagem a Itachi. Naruto se aproximou dele, ficando lado a lado; portava uma expressão séria. O Uchiha permaneceu com a visão direcionada ao memorial do irmão.

— Sabe porque eu te chamei aqui? — perguntou Sasuke, sem estabelecer qualquer tipo de contato visual, mantendo os olhos no memorial. Naruto sabia o porquê, mas no momento não sentiu que deveria responder. — Porque nesse lugar você evita agir como um idiota. — Sasuke respondeu, tornando o olhar para Naruto com um sorriso sutil, mas amigável.

O clima de tensão foi quebrado, o Hokage relaxara um pouco depois daquilo, abrindo um sorriso bobo enquanto coçava envergonhadamente a parte traseira da cabeça.

— Enfim — prosseguiu o Uchiha num tom mais sério — aqueles jovens mortos como reféns foram as últimas pessoas a experimentarem o Rinne Tensei (nota do autor: Jutsu de reanimação do Rinnegan). — ergueu a mão aberta por um instante e fechou o punho enquanto falava, segurando uma folha que recém-caíra em sua palma

Naruto permaneceu em silêncio, permitindo que Sasuke desse continuidade.

— Esse jutsu está muito acima do que eu consigo compreender. Não esperava ter que usá-lo um dia, embora tenha estudado profundamente seus princípios durante o desenvolvimento da técnica apresentei pra você algum tempo atrás.

— Me diga uma coisa antes — disse Naruto, num tom sério e preocupado — você vai sobreviver?

— Eu estou bem. Aparentemnte o jutsu não necessariamente mata o próprio usuário, ele apenas “cobra o preço” para que alguém seja ressuscitado. — pausou por um momento, olhando para a mão fechada estendida em sua frente. — Quanto vale uma vida? — perguntou — Quem merece ser ressuscitado? Quem não merece? É justo trocar uma vida por outra? Essas são questões que eu nem estou próximo de responder no momento. O fato é que os clones do Madara foram criados através de cobaias humanas por Orochimaru e a vida daqueles últimos clones foi o preço para reviver os jovens capturados. — os olhos do Uchiha focaram no memorial de Itachi — Nesta decisão não existiu certo ou errado, apenas o meu egoísmo por determinar o destino da vida alheia, quase como um deus. — Sasuke abriu a mão, deixando novamente a folha voar com o vento. — Pedi ajuda para Kakashi… ele concordou em selar esta técnica. Eu provavelmente não poderei usá-la nunca mais, exceto se os anos acabarem enfraquecendo o selo. — terminou calmamente, sem demonstrar qualquer emoção na voz; ele era bom nisso.

— Eu… — a princípio Naruto cogitou opinar, mas considerou melhor as palavras do amigo. Ressuscitar pessoas por si só seria algo discutível. Sacrificar a vida de outras pessoas nisso torna a questão ainda mais complexa. Ele concluiu que deveria confiar na decisão de Sasuke, afinal, seria ele que carregaria o fardo de ter aquele poder. — eu entendo. — concluiu num tom triste, como se lembrasse de um momento ruim. Ele pensou que se Sasuke não fizesse o que fez, talvez hoje eles completassem uma semana de luto pelos ninjas que sacrificaram suas vidas por Konoha e pelo Hokage quando estiveram nas mãos de Orochimaru.

Após alguns segundos de silêncio — quando ambos já sabiam que aquela conversa havia acabado, restando apenas alguém ir embora, Naruto se pronunciou. — Ei, Sasuke… — disse com um sorriso nostálgico. — Lembra de quando você falou que não havia mais lugar pra você no mundo ninja? — o amigo assentiu em silêncio, apenas atento as palavras — Bem, hoje acho que você tem um lugar. Hoje eu diria que você encontrou um lugar muito mais importante que o meu nessa história.

Sasuke abriu um sorriso vitorioso, aceitando o elogio de seu melhor amigo. Em seguida, se levantou e começou ir embora. Por um segundo as palavras de Naruto o relembraram dos tempos em que competiam para ver quem era o mais forte. Pausou seus passos e concluiu num tom nostálgico. — Conquistamos muitas coisas com o nosso esforço, não? — indagou o Uchiha, olhando para o velho amigo com um sorriso amistoso.

— O quê? — perguntou Naruto, surpreso por Sasuke não ter sumido sem falar nada, como de costume.

— Somos grandes ninjas. Temos uma mulher para amar, filhos para cuidar e uma geração de jovens para ensinar. Temos uma família em todos os sentidos, não estamos mais sozinhos. Somos igualmente realizados. — concluiu Sasuke num tom alegremente orgulhoso.

Naruto abriu um grande sorriso — Vamos trabalhar junto para que as coisas continuem melhorando! — disse animado.

Sasuke assentiu — Apenas me prometa uma coisa.

Naruto olhou para ele duvidoso do que viria a seguir. Mas sua atenção em Sasuke demonstrava estar disposto a fazer o que ele pediria.

— Mantenha esse seu cabeção frio e não se deixe se levar pelo ódio nunca mais. — olhou para frente, tirando o rosto da visão de Naruto, o qual agora apenas observava o Uchiha de costas, caminhando em direção a saída. — Ninguém gosta de ver alguém que admira perdido em sentimentos ruins… incluindo eu. — Sasuke sumiu no mesmo instante em que terminou a frase, deixando o Hokage no vácuo.

Naruto entendera a mensagem. Aquela não seria uma promessa dele com Sasuke, mas sim uma promessa dele consigo próprio. — Eu prometo!

 

[...]

[Trilha Sonora]

Naruto e Hinata almoçavam juntos na montanha dos Hokages, mais especificamente em cima do rosto esculpido em homenagem ao Sétimo Hokage da Vila Oculta da Folha. Aquele sempre era um lugar ótimo para dar uma pausa no ritmo do dia-a-dia. O vento refrescante; a privacidade; uma visão magnífica, a qual permitia observar todo o vilarejo; o obento delicioso que Hinata havia preparado; isso sem contar a presença da mesma. Almoçar ali era quase um hábito dos dois sempre que as crianças comiam fora de casa, além disso resultava em ótimos momentos.

— A comida está muito boa, Hina! — elogiou — Acho que o dia mais feliz pro meu estômago foi quando eu me casei com você. — riu desconcertado. Percebeu que talvez não devesse ter falado a segunda parte.

Hinata riu um pouco envergonhada, não havia sido um bom elogio, mas definitivamente era o tipo de elogio que o homem que ela escolheu como seu marido usaria. Sentiu-se feliz. — Obrigada! — agradeceu, mantendo o silêncio por alguns momentos. Ela observou o ritmo pacífico e ao mesmo tempo agitado nas ruas de Konoha; a vida fluía intensamente ali, com uma espécie de alegria que emanava de cada cidadão. Olhou em seguida para Naruto, que parecia aproveitar o momento ao máximo com a sua barriga agora estufada. Tomou a iniciativa de puxar assunto — Sabe, eu estava falando com a Temari…

Assim que ouviu o nome da esposa de Shikamaru, o Hokage congelou. Seus músculos contraíram imediatamente. Teria ela “envenenado” a mente de Hinata com as mesmas ideias que Shikamaru reclamara mais cedo?

— A Temari?! — confirmou assustado, não conseguindo esconder a emoção.

— Sim, nós estávamos conversando sobre as crianças e ela me disse que — Hinata tentou concluir, mas Naruto a interrompeu imediatamente.

— Hina-chan! Por favor, não me faça fazer isso! Eu imploro! Não agora, talvez daqui alguns anos, mas agora não. Eu não estou pronto. — dramatizou.

— Aconteceu algo, Naruto? — perguntou Hinata, sem entender nada.

— … você não estava falando sobre “a conversa”? — perguntou ainda mais confuso.

— Que conversa?

— A conversa — deu ênfase, um pouco envergonhado.

Hinata corou imediatamente — Não! Não é nada disso que você está pensando. Estávamos apenas conversando sobre como as coisas estão voltando aos eixos. — explicou, ainda com a face ruborizada.

— Ah! — Naruto estava extremamente constrangido e não conseguiu continuar a conversa a partir dali. Foi quando viu de relance um brilho no ar: algo vindo em sua direção. Ele nem sequer pensou: seus reflexos cuidaram de tudo. Quando se deu conta, estava com o braço erguido e a mão fechada, segurando alguma coisa. Era sua aliança, junto de um bilhetinho amarrado:

“Naruto-sama,

Você não engana nem uma mosca. Ninguém no mundo se chamaria Chuchurros, muito menos um Uchiha. Foi a pior mentira que já ouvi. Também não acredito que um você acreditou naquela etimologia do banheiro. Sério, você é um Hokage, garoto, não pode dar bandeira assim. Espero que sua mulher tenha um bom coração, senão ela vai te enganar até a alma. HAHA!

Mas, no final, acho que é por isso que depositei o resto das minhas esperanças em você. Um Hokage diferente de todos que já vi. Gostaria de dizer que voltei a ser declaradamente um ninja da Vila Oculta da Folha. Conheci várias pessoas, inclusive um garoto chamado Tenma. Devo dizer que ele é muito capaz em termos de habilidade, mas, como ninja, falha miseravelmente em ser discreto: é um dos maiores fofoqueiros que já vi. Mande um abraço para as suas crianças arteiras, Boruto e Himawari, certo? Ah, e para Hinata-sama também!

Outra coisa: recuperei a sua aliança. Como? Bem, se quiser mesmo saber, vamos marcar algo qualquer hora e eu te conto. E quando isso acontecer, traga aquele chapéu de Hokage que você roubou da minha loja! Aquilo é uma antiguidade!

Um forte abraço do vovô que salvou o Sétimo Hokage,

Godo.”

Naruto sorriu ao ler a carta, em seguida mostrou a aliança para Hinata com um rosto vitorioso. — A aliança! — comemorou alegremente. A Hyuuga correspondeu o sorriso. — Depois vou te levar pra conhecer esse vovô, aposto que você vai gostar. — acrescentou ele.

— Imagino que sim. — disse animada — Pelo que você me contou, parece ter sido um grande amigo em sua viagem. Podemos chamá-lo pra jantar lá em casa, que tal? — ofereceu a Hyuuga.

Neste instante, um festival de música começara no centro de Konoha. De longe era possível ouvir toda a animação das pessoas envolvidas pela música. Naruto arrancou o bilhete e guardou no bolso, colocando a aliança novamente no dedo. — Ei Hinata, olha lá. Música! — disse como uma criança que desejava muito algo, porém sabia que não teria tempo de participar.

Hinata sentou-se ao lado dele, se entrelaçando no braço do marido e repousando a cabeça sobre o ombro de Naruto. Sentaram-se sobre a rocha e apreciaram o momento por um certo tempo. Naruto foi lentamente se perdendo em seus pensamentos e tomando aos poucos uma expressão séria. A Hyuuga notou a mudança; desapoiou a cabeça do ombro dele e olhou para a expressão do Uzumaki. — O que você está pensando? — perguntou num tom carinhoso e amigável, escondendo a preocupação o máximo que pôde.

— Nada demais — riu com leveza — é só que muita coisa aconteceu nos últimos dias, né? — Hinata concordou. Ele continuou — Não sei se você lembra… — pausou o dialogo, tentando ele próprio se recordar do momento. — Teve um dia que eu e Tsunade deixamos você bêbada, acidentalmente é claro. — acrescentou com uma expressão boba de quem aprontou. — Você se recorda desse dia?

— O dia que vocês me sequestraram? — brincou, com uma voz doce, abrindo um enorme sorriso que fez o coração de Naruto delirar.

— Sim! Hehe. — ele riu. Ficara um pouco envergonhado naquele momento, pois, quase sem querer, notara como Hinata estava bonita. Prosseguiu quando percebeu que estava em silêncio fazia alguns segundos, deixando ela na espera. — Na manhã daquele dia, quando você me acordou para comer, nós conversamos. Lembro que, de alguma forma, acabamos conversando sobre como seria o futuro. — sentiu o ar bater em seu rosto, fechando os olhos por um instante. — Naquela época mal sabíamos que nos casaríamos e nos tornaríamos pais. Ainda assim conversamos sobre o futuro, inocentes de tudo. — um sentimento puro de alegria preencheu seu coração com aquela lembrança. — Naquele dia, você me disse uma coisa que eu nunca tinha percebido até então. — olhou para ela, como se esperasse que a Hyuuga recordasse das suas palavras.

— Desculpe… lembro do dia, mas não do que eu falei exatamente. — disse num tom triste, desviando o olhar.

— Não tem problema... — tentou animá-la sorrindo. — Deixa eu te ajudar a refrescar a memória — brincou — Eu tinha acabado de acordar e você estava cozinhando algo… disse que estava fazendo aquilo como agradecimento, por eu te deixar dormir no meu quarto e também porque eu precisava me alimentar bem, comer mais nutrientes. — deu um sorriso que flutuava entre o bobo e o perverso. — Mas hoje eu sei que, na verdade, você queria mesmo é me conquistar pela barriga! — gargalhou.

— Querido!!! — Hinata chamou a atenção dele, deixando uma risada leve escapar enquanto as maçãs do rosto coravam.

— Brincadeira! Eu sei que a minha Hina só estava preocupada com os nutrientes, afinal, ela não se aproveitaria de um momento como esse para  me mostrar como cozinhava maravilhosamente bem. — brincou novamente.

— Naruto!! — A esposa chamara sua atenção novamente, agora tampando o próprio riso com a ponta dos dedos, o que despertou uma expressão amável em seu esposo.

[Trilha Sonora]

— Tudo bem, vou parar. — disse cessando a risada, restando apenas um sorriso bobo. — Enfim, naquele dia você me falou sobre como as coisas haviam mudado. Mesmo que todas as novas crianças aprendessem técnicas de combate nas academias, não existia mais a mentalidade da guerra, a mentalidade de odiar algum inimigo profundamente, a mentalidade de tratar a vida humana como uma mera ferramenta. — fez um rosto sério; pensava em como o passado havia sido cruel.

— Agora me lembro, mas não sabia que isso tinha sido tão importante pra você. — disse Hinata, curiosa com a motivação de trazer aquilo à tona.

— Exato! Essa foi uma lembrança extremamente importante, mas que permaneceu adormecida por muito tempo dentro de mim. Depois de ver o que o Sasuke foi capaz de realizar com o chakra quando ele nos levou até nossos familiares que já não estão mais neste mundo, e também tudo aquilo que o Orochimaru disse… foi como se esses fatos se interligassem e criassem algo novo, porém algo ao mesmo tempo que já existia há muito tempo dentro de mim. Talvez uma ideia, não sei exatamente… é como se eu pudesse ver mais longe no horizonte. De um momento para outro o mundo começou a fazer mais sentido, eu comecei a ver tudo por um lado que nunca percebido antes. De repente, encontrei facilmente respostas para perguntas que por anos tentei responder.

Naruto olhou de relance para ela. A Hyuuga olhava fixamente para ele com um ar de curiosidade inacreditável. O Hokage corou por um instante, percebeu que sua esposa realmente se interessava pelo que dizia, e fazia aquilo com uma atenção que transmitia toda a consideração que tinha por ele. Seu coração bateu um pouco mais forte, aquilo o encorajou a continuar, desta vez mais empolgado.

— Até agora eu não tinha notado, mas eu acho que realmente estamos mudando o mundo ninja, transformando ele em algo mais humano para todos nós. É uma mudança sútil, quase imperceptível, mas muito efetiva.

Ela sorriu para ele; algumas lágrimas escorreram pelos olhos dela. Naruto ficou preocupado — Aconteceu algo, Hina? Eu falei alguma bobagem?

As bochechas da Hyuuga ficaram rosadas subitamente. — Não sei porque, mas quando você falou essas palavras, pareceu crescer de um momento para outro. Isso me trouxe um sentimento confuso. — Ele olhou surpreso para Hinata após ouvir aquelas palavras. — O que você acabou de falar pra mim me lembrou de você criança falando que seria Hokage. Eu senti essa mesma força de vontade nas suas palavras de agora ... — Ela chorava e ria ao mesmo tempo. — isso me deixou feliz.

Naruto abraçou Hinata com todas as suas forças, ele também soltou algumas lágrimas naquele momento, mas não deixou que a esposa visse. Ela havia entendido o que aquilo significava mais do que ele próprio. Era seu próximo objetivo de vida, algo que ele faria não importava os obstáculos. Estava disposto a transformar o que significava ser um ninja. — Dessa vez, vou precisar de você ao meu lado o tempo inteiro.

— Eu estarei! — disse animada saindo do abraço de Naruto e sorrindo carinhosamente para ele.

Naruto se levantou, olhou para o horizonte naquele dia ensolarado e ofereceu a mão para Hinata. Ela segurou e estendeu o corpo ao lado dele. — Nós vamos transformar o mundo juntos, Hinata. Não importa quantas vezes falhemos, não importa quantos inimigos se coloquem em nossa frente, não importa quanto tempo demore. Nós vamos transformar o mundo. — sorriu olhando para ela, com as mão dadas. A Hyuuga respondeu com um sorriso empolgado e amoroso, voltando o olhar para o horizonte logo em seguida, acompanhada por Naruto.

— Um mundo onde as pessoas não usam o chakra para ficarem fortes. — disse Hinata.

— Um mundo onde as pessoas ficam fortes para entenderem o chakra. — ele respondeu, focado — Nesse mundo, os ninjas vão crescer alimentados pelo amor e não terão mais porque matar, sendo assim eles vão desenvolver suas habilidades, não para matar uns aos outros, mas para conhecerem a si próprios e a tudo que os rodeia. E então atravessarão o mundo com esse conhecimento, ajudando vilarejos, ensinando as pessoas, cultivando a paz e trazendo harmonia ao mundo... — ele pausou, imaginando se isso seria algo possível — Sei que ainda é um sonho distante, mas eu acredito que um dia, este será... — abriu um sorriso esperançoso para a sua amada Hyuuga.

Ela terminou, com o mesmo sorriso que recebera de Naruto. — Este será o Shinobi do Novo Mundo.

[Trilha Sonora Final]


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Notas finais do capítulo

Bem, vamos começar por sim! Este foi o último capítulo da história. Depois de dois anos está acabada. Muitas e muitas coisas pra dizer, foi por isso que separei um capítulo extra exclusivo para fazer comentários sobre a fanfic, sobre o meu aprendizado escrevendo ela, observações, dicas, agradecimentos e tudo mais. Lançarei em breve este capítulo, certo?

Mas, focando neste momento final da história. Acho que posso dizer que fiquei muito satisfeito com ele. Odeio finais tristes que deixam aquele gosto amargo da boca, e embora minha história tenha muito drama e sofrimento, sinto que um final triste não combina com ela. Naruto é uma obra super bonita e esperançosa nas coisas que diz, queria manter esse mesmo espírito com o que o mangá terminou.

Por isso eu tentei construir um capítulo mais leve, com momentos mais engraçados, amigáveis e carinhosos. Voltar àquele clima mais inicial da fanfic, menos pesado. Até pra contrastar um pouco com os últimos capítulos que vinham sendo bem intensos e dramáticos. Acho que esse final acaba contrastando e ao mesmo tempo completando de uma forma legal o final desse longo arco e também da história.

No fim, espero que as perguntas que sobraram tenham sido respondidas e que eu tenha conseguido passar alguma coisa positiva pra vocês com essa história que eu gostei tanto de escrever.

Muito obrigado por acompanharem até aqui. Críticas, sugestões, elogios, comentários aleatórios e outras coisas é só fazer seu comentário. vou focar em responder comentários agora.

Se alguém quiser entrar em contato comigo pra conversar sobre algo, pode fazer isso me mandando uma mensagem privada. Ou então me adicionando no SocialSpirit que oferece uma plataforma um pouco mais eficiente pra conversas. Meu perfil lá: https://spiritfanfics.com/perfil/alucardslave Estarei por aqui. Até o capítulo extra, então. Beijo pro cês!