O Shinobi do Novo Mundo escrita por AlucardDeCredito


Capítulo 22
Proteção


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal, já começo me desculpando pois foi o capítulo que mais demorou pra sair :S. Vou evitar enrolar aqui, até porque já prefiro fazer isso no final do capítulo hehe. Então por enquanto é isso.

Bem, no geral, mais um capítulo pronto. Boa leitura pro cês.



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Naruto abria os olhos lentamente, desnorteado. Pouco a pouco, analisando o ambiente, percebeu que se encontrava em uma humilde casa tradicional japonesa; uma bem aconchegante, por sinal. Lentamente foi tentando retomar a memória de como havia chegado naquele lugar, ainda que o mundo estivesse de ponta cabeça para ele.

— Tsc... que dor de cabeça! — resmungou Naruto, se esticando após levantar parcialmente.

Não demorou muito para que passos calmos fossem ouvidos do lado de fora do quarto, lentamente se aproximando do grande herói do mundo ninja. A porta foi aberta revelando uma senhora com boas décadas de história para contar. Naruto a encarou por algum tempo, mas ela não reagiu.

— Eh... — coçou a cabeça tentando procurar palavras — Olá?

— Achei que você tivesse morrido. Por acaso vai querer um chá? — ofereceu a idosa, ansiosa e sem deixar transparecer muitas emoções.

— Que lugar é este? — perguntou Naruto.

— Certo, sem chá para o preguiçoso. — fechou a porta e se retirou.

— Ahn?! Qual é a dessa vovó?

Naruto começara a se levantar, foi quando ouviu a velhinha, a qual havia falado com ele há pouco, conversando com alguém. Passos rápidos seguiram em direção ao quarto e novamente a porta se abriu.

— Ei! Finalmente acordou. Se lembra de mim? Sou o seu “tio” hehe. — disse o velho, sorridente.

— Não... — negou confuso. — Que tio?

— Qual é?! Eu sou o idoso aqui, apenas eu tenho o direito de esquecer das coisas. — reclamou, insistindo para que Naruto se lembrasse.

— Foi mal, não tenho ideia. — levantou as mãos se fazendo de inocente enquanto se desculpava.

— Bem, deixa pra lá. Mas bem que você poderia lembrar ao menos da minha armadilha, uma maravilha daquelas não é algo que se pode presenciar todos os dias.

O Sétimo parou por alguns segundos, ele realmente não lembrava de quem era aquele homem. Subitamente, tudo voltou. Ele se recordou de quando uma chuva de fogo e metal derrotou seus inimigos. De quando ele foi cercado pelos capangas. Enfim, Naruto se recordou de sua viagem, e qual era seu objetivo ali.

— Ei! ei! ei! Pera aí, eu estou me lembrando. Você é aquele vovô esquisitão do bar?

— Olha, Sr. Viajante Misterioso, eu tenho amor próprio para não responder uma pergunta dessas. Você não pode achar que todos os velhos não estão nem aí pra nada. — empinou a cabeça. — Sabe, eu e a minha esposa ainda estamos na fita, como dizem as crianças de hoje em dia. Hehe — sorriu animado — Além disso, o mais importante... — foi interrompido.

— Até parece que as crianças falam dessa forma. Haha — disse Naruto, entusiasmado por se lembrar de Himawari e Boruto durante o monologo do seu anfitrião.

— Você não sabe do que está falando, meu camarada. Esse seu rosto te denuncia completamente. Aposto que você já é um quarentão! HAHA — disse o velho, gargalhando.

Naruto, um pouco chateado, retrucou — Chegou perto, vovô. De qualquer forma não falei isso baseado na idade, mas sim no que eu observo dos meus filhos.

Assim que finalizou sua frase, Naruto sentiu um certo desanimo no rosto daquele homem. Aquilo o atingiu de alguma forma que ele não conseguia explicar, o deixando com um sentimento de culpa aterrador. A única coisa que ele sabia naquele momento era que precisava dar continuidade a conversa.

— Ei! É... — passou a mão na barba, notando que ela estava bem bagunçada — eu dormi por quanto tempo? — disse com certa ansiedade.

— Três meses.

— TRÊS MESES?! — confirmou assustado.

— Nah... só estou brincando. Acho que três ou quatro dias. Depende se você é o tipo do idiota que arredonda pra baixo ou pra cima.

— Ainda é mais tempo do que eu gostaria... — afirmou um tanto decepcionado — Mas a propósito, qual seu nome?

— Meu nome é Godo. Imagino que agora eu tenha o direito de perguntar o seu?

Naruto entrou em pane, ele precisava inventar um nome e rápido. Eram muitas variáveis envolvidas. Um nome que não levantasse suspeita, mas, ao mesmo tempo, algo que instantaneamente fizesse o velho respeitar sua privacidade, era disso que ele precisava. Naruto vislumbrou o nome de seu amigo passando lentamente diante de seus olhos “Uchiha Sasuke”, e dali surgiu sua mais brilhante ideia: ele só precisava ser alguém do clã Uchiha.

Instantaneamente um ar de superioridade subiu em sua entonação, e com toda sua habilidade de atuação ele disse — Lamento, Sr.Godo, mas não posso falar muito sobre mim. Eu sou um dos últimos Uchihas e preciso preservar os meus segredos de Uchiha. Imagino que você compreenda minha situação, certo? — dizia aquelas palavras praticamente se vangloriando com sua imaginação.

— Na verdade, eu não entendo não. Você nem sequer parece um Uchiha, ainda mais loiro desse jeito e com olhos azuis. Você não me engana. Seu nome é Uchiha o quê? — perguntou desconfiado.

O desespero tomou conta de Naruto — Meu nome?! É... meu nome é Uchiha Chi chuhui chu ro... — quando Naruto percebeu que o nome inventado não fazia o menor sentido, já era tarde demais.

— Uchiha Chuchurros? Esse sem dúvida é o nome mais esquisito que eu já ouvi. O que ele significa?

— Não, você não entendeu! Eu me engasguei enquanto estava falando... — as palavras de Naruto não conseguiam penetrar na mente do velho que raciocinava ferozmente tentando entender o significado.

— Ah sim, entendi seu nome. 'Chu' significa amor e 'churros' significa toalete. 'Chuchurros'; amor aos toaletes. — passou a mão na barba, abrindo um grande sorriso. — Compreendo porque seus pais escolheram esse nome; sem dúvidas o toalete foi uma das maiores invenções da humanidade. Hehe consigo até imaginar em qual momento eles bolaram seu nome HAHAHAHA — finalizou gargalhando.

— Você é maluco, isso não faz o menor sentido... — Naruto tentou voltar a si após aquela conversa afinal ele ainda tinha uma jornada pela frente, e a cada dia que não prosseguisse com ela era mais um dia que ele passaria longe de Hinata e dos filhos. — De qualquer jeito, foi bom te conhecer, mas agora eu tenho que ir. — finalizou Naruto.

— Ora, ora, que teimoso. Fique pelo menos até o jantar. Você acabou de acordar após dormir vários dias, precisa comer, lavar essa roupa e aproveitar para cuidar de si próprio. Você apanhou bastante naquela batalha, Uchiha-san. Esses 3 dias que você apagou não foram por qualquer coisa, isso eu te garanto. Precisa, pelo menos, abastecer o estômago, que tal?

— Bem... acho que uma hora eu seria obrigado a parar de qualquer forma. — concluiu Naruto, dando atenção à sua barriga, que urrava por comida.

— Certo, permita-me lhe mostrar algo enquanto esperamos para jantar. — ofereceu fingindo classe.

[...]

Os dois saíram da casa e deram a volta nela, chegando em um dos lados que continha uma porta antiquada. Uma placa pendurada sinalizava que ela estava trancada. “Uma loja?”, deduziu Naruto. De fato Godo havia lhe dito que era dono de algo similar ao entregar o cartão. Mas ele ainda se questionava como aquilo poderia ser uma loja, considerando aquele estado de abandono.

— Você realmente ganha a vida com isso? — questionou Naruto.

— Hehe, como pode dizer algo do tipo se ainda nem sabe o que eu faço aqui. — respondeu enquanto abria a porta.

— Já vi lojinhas de comida fecharem mesmo com algum movimento. Seja lá do que for sua loja, duvido que se sustente desse jeito... parecendo um cemitério abandonado. — completou seguindo Godo, que, por sua vez, adentrava o local.

— Haha, você é bom — abriu um sorriso enquanto andava através do estabelecimento ainda escuro. — Acho que cemitério abandonado combina bem com a minha loja. — iluminou o local, ligando um interruptor.

Naruto se espantou, a loja continha inúmeros acessórios ninjas, símbolos, estatuetas, pergaminhos e várias outras velharias. — O que é isso? — perguntou investigando algumas peças.

— É a minha loja de antiguidades do mundo ninja. Poucas pessoas se interessam pelo que eu vendo, mas sempre conheço uma ou outra que são apaixonadas.

— Isso é bem legal! — admitiu olhando um antigo pergaminho.

— Gostou, é? — perguntou Godo, num tom de brincadeira.

— Tsc... tudo isso é pra tentar me vender algo?

— Não, não. Estava apenas tirando uma com a sua cara hehe... Eu reconheço um ninja de longe, e sei que você é forte. Imagino que talvez aprecie dar uma olhada em coisas do passado. Podemos aprender muito com elas.

Naruto manteve o silêncio, examinando alguns modelos de kunais utilizadas em guerras passadas.

— O que você busca andando por aí? — continuou o velho Godo.

— Ahn? — ficou um pouco desconfortável.

— Você não está em uma missão, disso eu tenho certeza, mas qual é o seu real objetivo andando por aí? Por que você saiu de sua vila?

— Quem disse que eu sai da minha vila pra procurar algo? Você não sabe nada sobre mim, vovô, e isso nem sequer deveria ser do seu interesse. — disse Naruto, recolocando as kunais na prateleira.

— Ora, ora... se tem uma coisa que eu odeio nos mais jovens, ainda que você seja um quarentão, é que vocês não sabem valorizar os mais velhos. Não digo que vocês precisam escutar tudo que falamos, mas pelo menos entendam que não se chega na minha idade sem adquirir uma certa experiência de mundo. — foi se aproximando dele — Eu também já fui um ninja, e sai de minha vila há muito tempo, procurando por algo que nunca encontrei em lugar algum, e, se pudesse, gostaria de ajudar um companheiro de viagem, para que ele pudesse voltar pra casa tendo encontrado o que procura. — esticou a coluna — Vamos lá, me responda o seguinte: o que você busca?

O desconforto de Naruto ficava cada vez maior, por um lado aquele velho realmente poderia ter algo que o fizesse recuperar seu poder, porém seria arriscado revelar ainda mais sobre sua pessoa. Enfim, naquele momento, uma aposta deveria ser feita. — Tá, tá, vou te falar. Poder. É isso que eu busco, retirar uma maldição que arrancou meus poderes de mim. — fez uma cara emburrada — Mas não pense que vou te falar mais do que isso!

O velho encarou Naruto por algum tempo e então respondeu — Bem, obrigado por confiar em mim. Não posso te ajudar. Até mais.

— O quê? — Naruto estava confuso, em um instante, aquele velho, que tanto tentou lhe convencer a passar um tempo ali, agora dava adeus sem mais delongas. — Qual é? Você me forçou a contar meus objetivos pra isso? Não vai nem se esforçar, dar uma dica, ou alguma pista de como eu posso encontrar isso?

— Sinto muito, mas não. Não vou ajudar um homem que deixa a família para ir atrás de algo tão imbecil. — o velho entrava através das prateleiras, sumindo da visão de Naruto, o que deixava o Hokage ainda mais bravo. Aquele era o adeus de Godo.

— Tsc... que merda. Eu vou voltar a seguir meu caminho, tenho uma família que preciso proteger, não vou mais perder tempo com você. — Naruto tomou seu rumo em direção a porta, até que foi questionado.

— “Proteger”, esta palavra me atormenta. Você realmente sabe o que proteger significa? Não me importo se você vai ficar aqui ou não, mas deixe-me contar uma história sobre o significado de proteger. — disse a voz do velho, que ainda permanecia invisível em meio as prateleiras. — Este é um mundo muito machucado, todos aqueles que viveram uma guerra acham que suas vidas se resumem a proteger a quem amam das mesmas dores que eles experimentaram. Que isso é o que os faz mais fortes e o que dá sentido às suas batalhas... — um barulho de objetos sendo realocados podia ser ouvido de onde Godo falava. — De certa forma, os homens com esse pensamento tem um pouco de razão; proteger quem você ama é algo importante. É com esse desejo que os Kages, os pais e os senseis são movidos. Para proteger seus amados e cuidar deles, sejam seus filhos, alunos ou uma vila por inteiro. Mas me enoja quando as pessoas acham que a ideia de proteger se resume a sofrer por outras pessoas, a travar as batalhas por elas e se tornar um mártir. — Jogou um chapéu antigo de Hokage para Naruto — Já vi e também ouvi sobre muitos Kages que se sacrificaram pelas suas vilas e pais que doaram a mesma por seus filhos. Mas agora eu te pergunto, o que acontece depois do sacrifício que eles fazem?

Naruto não respondeu, e a única pista que o velho tinha de que ele ainda estava lá era que não havia escutado o barulho do chapéu encontrando com o chão. Ainda assim, ele prosseguiu com seu monólogo.

— A resposta é nada, eles não fazem nada pois ficam perdidos e desprotegidos. Quando eu era mais jovem, lutei em diversas guerras para proteger meu filho e família. Por eu estar participando ativamente da guerra, meu filho sempre teve o privilégio de não precisar se envolver na guerra, mesmo que fosse em missões mais básicas. Eu realmente não queria arriscar a vida dele de forma alguma, tanto que nem sequer me dei ao trabalho de ensiná-lo técnicas perigosas... “Não será necessário, eu vou protegê-lo sempre”, era o que eu pensava — O velho tossiu um pouco — Um dia, entretanto, a quantidade de ninjas disponíveis estava muito escassa. Muitos estavam machucados ou mortos. Meu filho foi chamado para uma missão muito além do nível dele, era o que tinha para aquele dia. Durante esta missão, eu fui escalado para comandar o grupo dele. Eu achei que ficaria aliviado com essa oportunidade, mas tudo virou um inferno. Em um momento fomos interceptados por um grupo muito maior. Eu fiquei para defender e pedi para que eles fugissem, e foi o que fizeram. Fiquei ferido, mas aniquilei os ninjas que nos seguiam. Estava feliz, pois mesmo que morresse ali, tinha me sacrificado para salvar os outros. Mas meu filho e os 2 membros restantes do grupo já estavam mortos, isto aconteceu durante a fuga, quando dois dos ninjas que deixaram de lutar comigo para persegui-los. — Godo permaneceu em silêncio por algum tempo e decidiu continuar falando enquanto mexia em mais objetos. — O engraçado é que depois desse dia eu percebi o que realmente significa proteger alguém. Proteger vai muito além de entrar na frente e apanhar por alguém. Proteger se trata de motivar pessoas, de ser um exemplo para elas. De fazer com que elas te admirem e queiram se espelhar em você. É isso que muitos Kages fazem sem sequer perceber. Eles acham que protegem as crianças quando lutam contra um inimigo, ou sacrificam algo em troca da paz. Isso de fato as protege por um momento, mas a verdadeira proteção... a verdadeira proteção somente ocorre quando as crianças fecham os olhos em suas camas e sonham em ser tão grandes quanto os Kages. É nesse momento que elas estão protegidas, pois no dia seguinte, quando acordarem, vão ficar mais fortes e mais inteligentes, e no futuro, essas crianças que sonharam por anos e anos, serão o sonho de seus alunos, filhos e etc...

Naruto estava estático, apenas ouvindo. Imaginando que Godo havia terminado, ele finalmente começou a ir embora, pensando no que o velho tinha dito. Foi quando o mesmo surgiu de trás de uma prateleira, um pouco antes da saída da loja, com um objeto embrulhado na mão.

— Quando disse que não ia te ajudar, é porque eu realmente não acho que recuperar seu poder vai fazer com que você proteja sua família ou as pessoas que ama. Não sei recuperar seus poderes é uma possibilidade válida no final das contas. — entregou o objeto para Naruto. — Eu só quero dizer que seu lugar, neste exato momento, não é na estrada. — Godo então segurou no manto de Naruto. — Daqui pra frente, em sua viagem, você tem uma escolha pra fazer. Vai proteger as pessoas que ama de qual forma?

O Sétimo olhou para o velho por alguns segundos, pensando no que faria a seguir. — Eu vou proteger quem eu amo de todas as formas que eu conseguir.

[...Algumas semanas depois...]

Hinata estava em casa. Ela havia se disponibilizado a resolver uma parcela da papelada que chegava até a mesa do Hokage, em consideração a Sakura que havia assumido o posto desde a saída de Naruto da vila. Ainda que estivesse bem ocupada, ela se pegava olhando para o céu noturno, pensando em Naruto. Ele havia saído há quase 8 semanas e sua falta não deixou de ser sentida nem por um instante sequer, tanto pela família quanto pela vila.

— Hinata-sama, estou atrapalhando? — disse o garoto Tenma, entrando pela porta.

— Ah, não... pode entrar. O que deseja, Tenma?

— É o Boruto. Ele está um pouco descontrolado, não consigo persuadi-lo para se acalmar. E ele está fazendo uma coisa... acho que você gostaria de interferir. — informou Tenma, frustado.

— O quê? — perguntou Hinata.

— Eu prefiro que você mesma veja. — respondeu um pouco desconfortável.

Hinata foi até a sala de estar, onde o garoto estava. Ao chegar, logo deu de cara com Boruto montando algumas placas com tábuas de madeira, pregos e um martelo.

— Boruto! O que está fazendo? — perguntou Hinata, apreensiva.

— Vou deixar alguns recados para o velhote, já que ele não quer ficar com a gente, nós também não vamos querer quando ele voltar. A partir de agora só vai existir um homem nessa casa. — afirmou com braveza.

Hinata olhou para as placas. Desenhos estavam colados em algumas delas, a autoria de tal façanha logo foi descoberta pela Hyuuga. Himawari fazia alguns desenhos da família, os quais Boruto corrompia riscando o pai e colocando alguma mensagem dizendo que ele não era mais bem-vindo, em seguida, estes eram colados nas placas.

— Boruto! — chamou a mãe pelo garoto, sem levantar a voz, mas com autoridade o suficiente para que o garoto parasse o que estava fazendo.

A criança ficou sem palavras, aquela era uma das poucas vezes que falava seu nome naquele tom. Ele sentia que ela estava brava e isso não era bom, ainda que não tivesse gritado uma palavra sequer.

Hinata então se ajoelhou abraçando o filho carinhosamente. O garoto ficou ainda mais espantado.

— Boruto... por que você está fazendo isso? — perguntou a mãe, entristecidamente.

— E-eu-eu vi você chorando... todo mundo ficou triste por causa dele. Ele nunca passava bastante tempo com a gente, e agora ele foi embora do nada. — os olhos do garoto se encheram de lágrimas. — Eu só não quero ver mais ninguém triste por causa dele! — completou.

A Hyuuga olhou diretamente nos olhos marejados do da criança e questionou — Você acha que seu pai não gostaria de estar conosco? — acariciou a bochecha dele — Quando seu pai tinha a sua idade, ele não tinha mais ninguém. Ele passava todos os dias solitário, sem ninguém pra conversar, comer junto ou abraçar. Seu pai não tinha uma pessoa que pudesse amá-lo. Eu te garanto que o desejo mais profundo dele agora seria ficar comigo e com vocês.

— Então porque ele não fica? — perguntou com voz de choro, limpando as lágrimas.

— Porque ele se tornou importante pra todo mundo. Seu pai quer ajudar todos que precisam dele. Se ele ficasse o tempo inteiro com a gente, alguém sentiria a falta dele e passaria apertos por isso. Nós não podemos depender sempre do seu pai. Temos que mostrar que conseguimos lidar com isso por nossa conta.

O garoto, neste momento, continuava enxugando as lágrimas. — Mas isso não faz sentido. Por que ele foi embora assim, mamãe? — começou a chorar com mais intensidade. — Eu quero o papai aqui perto! — exclamou Boruto.

— Ele precisava fazer algo, mas seu pai vai voltar em breve, eu garanto. Então seja forte até lá, certo? — sorriu para ele. Neste momento Himawari, triste por ver o irmão chorar, o abraçou numa tentativa de confortá-lo. — Agora porque nós não vamos dormir e trocamos esses desenhos que vocês fizeram por alguns onde desejamos boas vindas para quando seu pai chegar? — ofertou Hinata.

— Eba! — concordou Himawari.

— Pode ser... — cedeu Boruto.

Hinata deu um beijo nos filhos e começou e preparar tudo para que eles pudessem dormir ali mesmo, todos juntos. Neste momento Tenma apareceu, com os olhos um pouco inchados.

— Hinata-sama, fico feliz que tenha resolvido o problema. Desculpe por não ter sido capaz de auxiliá-la. — fez uma reverência.

Ao perceber que Tenma tinha se emocionado com aquele momento, Hinata sorriu carinhosamente. — Não tem problema algum. Você tem ajudado bastante por aqui. Se quiser ir embora mais cedo hoje, está liberado.

— Nã-não, eu não posso concor... — foi interrompido.

— Amanhã não será um dia fácil, Tenma. Eu não me perdoaria por fazer você passar o resto do seu dia longe das pessoas que ama. Por favor, pode ir. — sorriu.

— Obrigado, Hinata-sama. — agradeceu humildemente.

[…]

Naruto caminhava numa noite chuvosa por uma longa estrada terra; a qual era puro barro naquele momento. Com seu manto ainda mais rasgado e a barba ainda mais comprida, ele dava continuidade a sua jornada. A conversa com Godo havia confundido muito suas prioridades, mas de uma coisa ele ainda tinha certeza: proteger sua família era a maior delas. E era exatamente por isso que ele estava seguindo aquele caminho.

Dando poucos passos a frente, ele pode avistar seu objetivo, o mais novo deles: a Vila da Folha.


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Notas finais do capítulo

Então, pessoal, mil desculpas novamente pelo atraso do capítulo. Foi o maior delay entre um capítulo e outro, mesmo que o capítulo tenha vindo um pouco mais gorducho, não é algo que me deixa feliz (visto que houve uma época que capítulos de 2500 ou 3000 palavras apareciam a cada 2 ou 3 dias). Enfim, esse ano tá meio corrido pra mim, principalmente nesse final de semestre. Não vou ter férias no meio do ano, mas pretendo continuar escrevendo e lutando pelo dia em que será 1 CAPÍTULO POR SEMANA!!!! Haha Pena que talvez esse dia nunca exista de fato, visto que, felizmente ou infelizmente, a fanfic está pouco a pouco chegando ao seu fim. São só mais alguns capítulos.

A propósito, após lerem este capítulo, recomendo deem uma relida no cap. 11 e 12, pra refrescar a memória e ficar pronto para os próximos capítulos que virão.

Críticas, sugestões ou ameaças de morte, baxta comentar.