O Shinobi do Novo Mundo escrita por AlucardDeCredito


Capítulo 18
Despedida


Notas iniciais do capítulo

Olha aí! Demorei uma semana a menos pra postar, hein? Temos uma evolução!
Boa Leitura.



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Alguns dias haviam se passado. O Hokage, agora enfraquecido, treinava arduamente para se fortalecer. A família treinava em pares, enquanto Boruto ajudava Himawari com movimentos básicos, Naruto batalhava contra Hinata. Entre os vários golpes desferidos entre os dois, era visível que Hinata estava em um nível superior ao dele. Sem poder usar o chakra, a velocidade e força do Hokage já não eram suficientes para batalhar de igual para igual, ainda assim, ao menos lhe restava um pouco da determinação.

— Vamos lá, Hinata. Mais Rápido! — exigiu Naruto, limpando a boca que sangrava um pouco.

— Naruto... eu acho que é melhor ir com calma, você está ficando muito machucado. — ela desfez a posição de combate.

— Eu não tenho tempo a perder, Hinata, eu preciso ficar mais forte o mais rápido possível.

Hinata abaixou a cabeça, ela não achava que aquilo era o certo, mas, ao menos, servia como distração para afastar outros tipos de pensamentos.

Ela avançou, atendendo ao pedido dele, com mais força e velocidade. Naruto nem sequer foi capaz de defender. O golpe acertou em cheio, jogando ele contra o chão e fazendo ele cuspir uma grande quantidade de sangue. Até mesmo as crianças cessaram o treinamento para ver o que estava acontecendo. Hinata se moveu até o marido, aterrorizada e temendo o pior.

— Naruto! Desculpa, eu não... — se ajoelhou perto dele enquanto falava, mas foi interrompida.

— Tsc... ainda não acabou, Hinata. Só termina quando eu desistir... — falou friamente enquanto tentava se levantar, todo sujo de sangue. Os braços e pernas trepidavam e mal conseguiam sustentar o corpo em pé.

— NÃO! — gritou — Eu não vou continuar com isso. — observava, com um enorme aperto no coração, os ferimentos que ela havia causado nele durante os dias que passaram treinando. — Isso que você está fazendo não faz o menor sentido. Fica me forçando a lutar como se você ainda estivesse como antes, mas você só está se machucando. Eu não quero mais fazer isso... desse jeito, não.

Naruto jogou um olhar triste sobre ela. O Hokage não sabia se tinha mais pena de si próprio ou da família, por ter que aturá-lo naquele momento. E ao contrário do que ele sentia, alguém, em uma árvore não muito longe dali, estava fascinado apreciando aquela cena.

— Vamos ficar observando o Naruto brincando de casinha com a família por mais quanto tempo, Orochimaru?

— Isso é tão divertido. — abriu um enorme sorriso — Você deveria apreciar mais momentos como este.

— Ver um Hokage se comportando como uma criança que perdeu o doce? Me poupe. Isso era bem mais divertido quando ele podia te matar.

— Sabe, eu já passei por isso. Perder todos os seus poderes é algo muito estranho, embora daquela vez eu ainda tivesse uma ideia de como eu poderia recuperá-los. Bem, foi uma experiência horrivelmente curiosa. É como se você envelhecesse o resto da sua vida inteira em segundos. Eu imagino o que deve passar pela cabeça do Naruto exatamente agora.

— Então você me trouxe até Konoha pra assistir esse filminho da vida do Naruto junto de você? — O desprezo no rosto e na voz de Madara era evidente.

— Basicamente... e qual é o problema com isso? — Orochimaru provocou o Uchiha enquanto assistia Hinata consolar Naruto mais uma vez.

— Se existe um inferno, o que eu estou vivendo é a definição dele. Eu realmente devo ter feito algo muito errado no mundo ninja para receber a punição de ser o seu escravinho.

— Agora vem a melhor parte. — disse sem tirar os olhos do Hokage.

— Um dia eu ainda vou ter o gosto de te matar.

— Silêncio! — Ele observou atentamente Naruto, agora inconsciente, sendo levado por Hinata e pelos filhos de volta para casa. — Estou emocionado... — disse friamente, olhava fixo para Naruto, sem sequer piscar. — Por que não fazemos uma visitinha ao nosso campeão de treinamento hoje a noite? Que tal, hein?

[...]

A noite já havia dominado Konoha. Hinata ajudava Naruto com seus ferimentos enquanto as crianças terminavam de comer.

— Caramba, isso tá doendo muito! — reclamava o Hokage ao sentir o toque da esposa em um dos cortes no seu braço.

— Eu sabia que você ia ser machucar, ainda assim... — Hinata proferia aquelas palavras mergulhada em seus pensamentos, cuidando de Naruto quase que automaticamente: um instinto desenvolvido desde cedo.

— Ei, calma, tá? Você não fez nada demais... sou eu que estou sendo bobo, te forçando a lutar comigo usando todo seu poder. — colocou a mão sobre a dela — Desculpa... eu só queria sentir que eu estou me esforçando ao máximo. — deixou, sem querer, uma expressão triste tomar conta do seu rosto.

— Tudo bem, só não quero te ver se machucando desse jeito novamente, certo? — recomendou, carinhosa.

— Sim... — respondeu enquanto olhava para o chão. Segundos após, viu uma mão tocar em seu joelho. Era Himawari que se aproximava.

— Seu machucado dói, papai? — perguntou a filha, olhando para o rosto dele.

— Só um pouquinho, mas não é nada demais.

A menina levantou os braços, esticando até alcançar o rosto do pai, e então o segurou, fazendo ele direcionar o rosto para o dela. — O que tem que fazer quando o machucado tá doendo? — perguntou seriamente olhando para os olhos dele.

— Hum...? Como assim? Eu espero parar de doer, eu acho.

— Não, papai! Você tem que pedir um beijo pra mamãe, se não a dor não vai passar. — informou preocupada. Naruto ficou surpresa com a resposta da filha, afinal, ela tinha razão.

— Não, Himawari. O beijo da mamãe só funciona nas crianças. — disse Boruto, indo na direção da irmã, fazendo pose de intelectual. — Se o beijo da mamãe funcionasse em adultos, você já imaginou o que aconteceria numa guerra? Ela iria ser obrigada a beijar todas as pessoas da vila, pra que elas curassem mais rápido! E você sabe que isso não acontece. — cruzou os braços fazendo um bico com a boca enquanto balançava positivamente a cabeça, concluindo que sua teoria deveria estar correta.

— Como você sabe disso? Já faz um tempão que teve guerra e você nem estava vivo. Como você sabe que a mamãe não beijou a vila inteira pra curar as pessoas?

— Faz sentido HAHA! — Era a primeira vez em muito tempo que Naruto não ria daquele jeito, verdadeiramente.

— Ei vocês dois, parem de brigar. — solicitou Hinata, com o rosto já avermelhado.

— Eu vou pedir pra ela me beijar e daí nós vamos ver quem tem razão.

— CERTO! — as crianças responderam em conjunto, ansiosas pelo resultado.

— Hinata, você pode...? — olhou pra ela num olhar malicioso.

— S-sim... — Hinata não tinha mais a habilidade de lidar com aquele olhar, pois desde que Naruto perdera seus poderes que ela não teve o prazer de recebê-lo.

A Hyuuga se aproximou lentamente dele, um pouco desajeitada e se preparou para tentar curá-lo com os lábios. As crianças mal piscavam sabendo que aquele momento decidira quem ganharia a competição. Porém, elas teriam que descobrir em outro momento, pois um barulho interrompera Hinata. Era a campainha.

— Deixa que eu abro, por favor. — se aprontou Naruto, levantando com um pouco de dificuldade.

— Tem certeza? Você ainda está machucado... — Hinata ajudou ele a se levantar.

— Tenho, acho que isso eu ainda consigo fazer. — sorriu de forma melancólica — Vamos ver quem é.

Quando Naruto se aproximou da porta, ela foi destruída, como se fosse uma explosão, jogando ele para longe.

— Ei Madara, eu falei pra você tomar cuidado com a porta... — provocou Orochimaru.

— Foi você que me falou para chutá-la! — exclamou Madara.

— Perdoe meu companheiro, Naruto. Eu vim te fazer uma visita pra ver como você está. — olhou para as crianças — Oh... tudo bem com vocês?

Hinata foi imediatamente até as crianças, evitando mais olhares. — O que você quer, Orochimaru? Já não foi o bastante o que você fez com o Naruto?

O lendário Sannin olhou para Naruto novamente, que estava caído contra a parede. — Ei Naruto, sua esposa parece brava... talvez você não esteja dando conta do recado. Se quiser deixar as crianças comigo por alguns dias, talvez você consiga dar mais atenção pra ela.

— Tsc... — Naruto começou a se levantar. — Cale a boca! — gritou.

— Ei Madara, pegamos eles num dia ruim, não acha?

— Orochimaru, isso só é engraçado pra você. Chega a ser insuportável ouvir você falando tanto blá blá blá. Vamos logo ao que interessa, me mande matar quem quer se seja e vamos terminar isso logo.

Orochimaru olhou decepcionado para Madara — Só eu estou de bom humor aqui? Credo! hehe...

Naruto começou a caminhar cambaleando de um lado pro outro se colocando entre Orochimaru e o resto da família.

— Eu não vou deixar você faça mal a mais ninguém! Eu juro, Orochimaru! — apontou o punho na direção dele.

— Hehe... Naruto, eu vejo que você está lidando até que bem com o presente que eu te dei. Embora eu tema que você não tenha total consciência do que o presente faz, eu... — dizia zombando dele, mas foi interrompido pelo mesmo.

— CALE A BOCA! — gritou. — Eu não me importo com o que esse presente faz, a única coisa que me importa é que eu vou acabar com você, se der apenas mais um passo.

— Hum... então me dê a honra. — Orochimaru avançou contra Naruto, acertando um golpe no estômago, jogando contra a parede e, em seguida, o segurando apenas pelo pescoço. Hinata tentou ir até Orochimaru para impedi-lo, mas a posição ofensiva de Madara ameaçava a segurança das crianças, o que a fez desistir. — Sabe, Naruto, você já deve ter percebido que o veneno que eu coloquei em você não é algo simples. Ele não pode ser removido e o efeito durará para sempre.

— Tsc... como se eu... já não soubesse disso... — Falava com dificuldade devido a pressão que Orochimaru fazia sobre sua garganta.

— O que não te contaram... é que o veneno não vai conviver com você em perfeita harmonia, embora eu acredite que você nunca tenha imagino que isso aconteceria. Pouco a pouco ele vai te consumir e te debilitar cada vez mais, até o ponto em que você não consiga fazer mais um movimento sequer. Haha não é demais?

O Hokage já não conseguia mais falar, tudo que ele pôde fazer foi chutar Orochimaru com o pouco de força que lhe restava. Um ato digno de pena. As crianças ficavam cada vez mais assustadas e Hinata estava num empasse. Madara só esperava a primeira abertura para atacar as crianças e Hinata foi obrigada a assistir o show de Orochimaru com um gosto amargo na boca.

— Eu imagino que você deve ser perguntar porque eu estou fazendo tudo isso, e bem... digamos que eu quero te observar de perto. Quero ver você se destruir pouco a pouco. Então, por favor, não estranhe quando eu fizer minhas próximas visitas para ver como você está.

A fúria tomou conta de Naruto naquele momento, ele carregou palavras ásperas dentro do pulmão, mas quando foi soltá-las contra Orochimaru... — Não faça isso, Naruto. Não vale a pena falar coisas tão horríveis para alguém que veio visitá-lo. O Madara com certeza não quer ter que “acalmar” sua família caso isso se descontrole, então colabore conosco e fique em silêncio.

Após isto as memórias de Naruto foram resumidas em três momentos, intercalados em duas piscadas.

No primeiro momento, antes dos olhos se fecharem pela primeira vez, seus filhos gritavam em desespero enquanto Hinata os segurava para que eles não fossem até o pai, correndo o risco de serem atacados. Ele estava caído no chão, quebrado, vendo Orochimaru e Madara saírem de sua casa. Finalmente Hinata e as crianças correram até ele, tentando ajudá-lo da maneira que fosse possível. Os três olhavam para ele chorando e, ao mesmo tempo, assustados com tudo que tinha acontecido. Eles gritavam seu nome num pedido de socorro. Os olhos de Naruto foram fechando lentamente. A primeira piscada havia sido concluída.

Olhos se abriram vagarosamente. Teto do hospital. Hinata e as crianças comemoravam, com uma certa tristeza no fundo, a volta da consciência do pai. Ele estava um pouco machucado e só conseguiu pronunciar algumas palavras, as quais nem ele próprio foi capaz de entender. A fraqueza voltou novamente ao seu corpo e sua visão voltou a ficar escura. Era a segunda piscada.

Por mais uma vez seu olhos abriram, recebendo a luz fraca de um dia chuvoso. Ele estava na porta de Konoha, acompanhado de vários conhecidos. Sakura usava o chapéu de Hokage ao lado de Sasuke, o qual acenava discretamente para ele, desejando boa sorte. Hinata lhe entregava um manto para protegê-lo do frio. Seus filhos estavam com a expressão de tristeza mais profunda que ele pôde presenciar em sua vida. Turbilhões de pensamento atravessavam sua cabeça naquele instante. Naruto foi até as crianças, as abraçou e beijou com todo o amor que restava em seu peito. Se dirigiu até Hinata e deu-lhe um beijo de despedida, conectando as mãos que portavam as alianças. Seu corpo começou a andar sozinho para fora de Konoha. Ele olhou para trás uma última vez e só pode pensar uma única coisa: “Sair numa viagem, na qual seu corpo e alma hesitam em dar o primeiro passo, é um péssimo sinal”.


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Notas finais do capítulo

Beijão procês. Próximo capítulo não deve demorar muito pra sair.
Críticas, sugestões, correções, anúncios de sequestro e assuntos aleatórios é só comentar.