" Am I losing hold of your love, baby?"

Itália? Estávamos na Itália?

Não sabia como havia ido parar aqui, mas logo iria descobrir e certa pessoa terá que se explicar.

Eu adoro Nicoletta, mas ela poderia muito bem ter avisado que nos traria pra cá. Eu vou matá-la! Como se já não bastasse tudo pelo que estava passando no momento, ainda teria que encarar suas loucuras em outro país.

Retiro-me de meus devaneios quando Celeste me puxa para ir de encontro ao motorista.

– Permitam apresentar-me, senhoritas. Me chamo Nico Rusolen, serie vosso acompanhante até o castelo, que no momento é o destino das senhoritas –explicou pacientemente, sua voz era calma.

– Desculpe, mas nós não estamos entendendo nada. Se me permite expressar, iriamos para Clemont, e aqui definitivamente não é Clemont –exclamou Celeste, e seu tom me fez cair na gargalhada.

Era muito bom poder rir novamente, esquecer um pouco de tudo que acabara que acontecer. Talvez esse tempo aqui me faça bem, então não custa nada tentar.

– Ei, está tudo bem, Les. Se estamos aqui é porque Nicoletta nos trouxe, então ficaremos bem –tentei acalma-la. – Afinal, não era aventura que você queria? –ela concordou com a cabeça, e logo continuei: – E qual lugar seria melhor para começa-las do que aqui na Itália?

– Você tem razão, Ames –ela segura no braço de Nico e o leva junto a ela – Então vamos lá, bonitão, nos leve ao palácio!

Celeste era louca, mas eu tinha que assumir, Nico era realmente muito bonito. Alto, com porte forte porém não musculoso, tinha olhos cor de mel e cabelos negros. Não podia negar o quanto ele era bonito, mas isso não era desculpa para Celeste.

Essa viajem me faria esquecer um pouco de tudo, se não ela, Celeste o faria.

A cidade era linda, me lembrava muito Illéa, tirando o fato de que aqui o povo era livre, a aparência das pessoas demonstrava que as diferenças de classes eram mínimas, e todos eram iguais, eram um ser único que compunha Itália.

Se a cidade era linda, não podia deixar-se de falar do castelo. Suas paredes eram ornamentadas de flores, por fora continha a beleza de um castelo antigo, contudo, ainda possuía características atuais, como porta e janelas complexas e diferentes.

– Bem-vindas ao palácio, senhoritas –se pronunciou Nico, ao abrir a porta da limusine. – A princesa Nicoletta as espera em seu quarto. Milena irá leva-las para seus devidos aposentos, e depois, para o quarto da princesa – explicou, nos indicando a garota que se chamava Milena.

Ela era loira, dos olhos claros, acreditava que essa era uma característica comum aqui.

Após nos apresentar a Milena e entregar nossas malas aos guardas, Nico despediu-se e se retirou.

Celeste tentou pedir para que ele ficasse um pouco mais, e acho que ela gostou mesmo dele. Entretanto, Nico nos informou que teria que levar o Rei para outro local.

Adentramos o palácio, aos poucos ficava mais encantada com o local, com a beleza de tudo aquilo. Devo agradecer a Nicoletta depois, isso me faria bem, daria um pouco de paz e descanso ao meu coração. Meu quarto e o de Celeste eram um ao lado do outro, continham uma porta que conectava aos dois. Era grande, cheio de flores e de seus devidos cheiros, a cama era enorme com várias pétalas em cima, sem falar do banheiro - daria três do meu antigo quarto ali.

Me despedi de Celeste e me troquei, após guardar meus pertences em seus devidos lugares. Fui chamada por Milena, que nos levou para uma parte mais elevada do castelo, ali devia ser os aposentos reais. Ela nos indicou a porta que deveríamos entrar, e logo bati na porta com certa foça - assim Nicoletta conseguiria me escutar.

– Entre! –exclamou ao abrir a porta e lançando-me um sorriso ao me ver.

– Creio que devo a essa artimanha a você, não é? –brinquei, logo após abraça-la.

– Claro que sim, America –respondeu ela ao abraçar Celeste, que, com devida surpresa, a correspondeu. – Quando eu soube que Maxon havia escolhido Kriss, imaginei exatamente como você estava. Imaginei também que um tempo aqui te faria bem, faria você se animar e a ajudaria a escolher o que fará daqui para a frente –Nicoletta sentou-se e nos convidou para fazer o mesmo. – Agora me conte o que aconteceu, o que realmente aconteceu.

Hesitei.

– É uma longa história, mas, contarei a vocês desde o início – respondi, ainda um pouco receosa, mas me abrir e deixar que alguém (além de Maxon) soubesse de toda a verdade, talvez me ajudasse. – Tudo começou com a Seleção. Eu não queria ir, porque estava apaixonada por um garoto que conhecia. Aspen. Quando a carta chegou, ele e minha mãe me convenceram a entrar na Seleção.

– Espera, ele te convenceu? Então não te amava –interrompeu-me Nicoletta, parecendo um pouco confusa.

– Ele era um seis e mal conseguia sustentar a família, dizia que não queria isso pra mim, e que essa seria uma ótima oportunidade. Muitas coisas aconteceram depois que fui escolhida, nós brigamos e ele partiu meu coração.
"Quando cheguei ao castelo, fui ao jardim a noite, e foi onde conheci Maxon. No outro dia, fiz um trato com ele que eu o ajudaria a escolher sua esposa, e ele aceitou. Com o tempo comecei a nutrir algo por ele e permiti-me ama-lo, mas Aspen acabou entrando para a guarda real e tudo virou de ponta cabeça. Eu estava confusa e dividida, me encontrava com ele muitas vezes, mas, quando percebi que estava apaixonada por Maxon, eu tentei evita-lo, e o evitei. Quando eu o vi com você, Celeste, algo dentro de mim se quebrou e foi quando quase sai de lá, quase deixei tudo para trás. O rei permitiu que eu ficasse, então eu decide lutar por Maxon e pouco tempo depois eu me permiti sentir o que ele sentia, eu estava apaixonada por ele e não podia mais negar isso."

Lágrimas corriam por meu rosto. Alívio e dor se misturavam com tudo que rodava em minha mente e com todas palavras não pronunciadas antes, que me torturavam, que agora me libertavam.

– Então meu pai morreu, e eu tinha que ir ver minha família. Quando voltei, estava decidida de contar toda a verdade a Maxon, mas, quando ele me contou que havia me escolhido eu explodi em felicidade e acabei não contado a ele. E eu me arrependo cada dia da minha vida por isso.
"No outro dia, Aspen nos viu dormindo juntos, Maxon se retirou e eu fui explicar tudo a ele, eu estava com a mão em seu peito quando Maxon chegou com Kriss. Ele explodiu. Mandou os dois embora, me acusou, e exigiu a verdade. Eu lhe contei tudo, mas ele ficou com raiva e magoado. E ele tinha razão, entretendo, eu implorava por seu perdão, mas ele não veio. Ele disse que eu iria embora e que de todas as mentiras que eu havia contado, a que mais doeu foi a que lhe disse que o amava. Aquilo não era mentira. Tive tanto medo de assumir e quando o fiz, Maxon disse que era mentira, e aquilo... acabou comigo."

Ali, Nicoletta e Celeste já estavam chorando junto a mim.

– Ele... ele havia me feito cartas, no período que havia passado fora, e ele me dera, mas depois as levou consigo novamente e foi quando disse que Kriss seria uma esposa melhor que eu poderia ser. Foi quando ele destruiu os únicos pedaços inteiros que continham em meu coração.
"Eu achava que sabia o que era amor, mas nunca estive tão enganada, só soube o que era amor quando conheci Maxon, e agora, eu o perdi para sempre. Eu não vivo sem ele, eu o amo com todas suas perfeitas imperfeições, com todas suas palavras de amor e raiva, com toda sua proteção e preocupação. Ele é a vida e o amor que existe em mim, sem ele não sou nada, só passo de uma casca vazia e solitária. Eu não quero isso, não quero viver sem ele.''

Me permiti chorar, me derramar em lágrimas e dores. Permiti que toda dor e sofrimento se esvaísse de mim. As duas me abraçavam e procuravam palavras para me dar consolo, mas, todas nós sabíamos que não existia tais palavras.

– Maxon mudou muito depois que soube da verdade, e eu não sabia quem ele iria ser da próxima vez que o viria, não sabia se seria compreensível ou cruel.

– Ames, estamos aqui para você, farei você esquecer de tudo isso por um tempo –Celeste repetia enquanto tentava -inutilmente- me confortar. – Vamos viver aventuras, loucuras, vamos dar em cima de gatos, que por acaso aqui tem muitos – apesar de não haver um pingo de felicidade dentre de mim, ela havia conseguida arrancar um sorriso meu. – E você vai poder ter paz e poderá ser feliz novamente.

– Ela tem razão. Foi pra isso que lhes trouxe aqui, para esquecer te tudo por um tempo. Então, chega de choros e mágoas, que as festas e as diversões comecem – disse Nicoletta, animada como sempre.

– Tudo bem, vocês venceram! Mas antes, queria cantar algo. Por você pode ser? –perguntei.

– Será uma honra, Ames, e as duas, me chamem de Nic, entendido? –concordamos em conjunto.

– Irei cantar sem instrumento mesmo, espero que não se importem –elas negaram com a cabeça.

Naquele momento, eu precisava daquilo. A música sempre me trouxe paz e felicidade, e esperava que dessa vez também o trouxesse.

“Segunda-feira, você me mandou flores
Terça-feira, me fez sentir uma estúpida
Quarta-feira, o mundo era nosso
Quinta-feira, não demos um passo
Sexta-feira, eu me apaixonei de novo
Sábado, não nos falamos
Domingo, você disse que precisava de espaço

Você sente a minha falta?
Sou uma louca?
Eu estou perdendo o controle do seu amor?
Se você me quer ou não
Eu preciso saber
Eu preciso saber

Quem é você hoje?
Você será o sol ou a chuva?
Quem é você amanhã?
Você me fará sorrir ou me trará tristeza?
Quem você será quando eu estiver perdida e com medo?
Quem você será quando não tiver ninguém lá?
Quem é você hoje?
Porque ainda sou a mesma

Segunda, você tinha o meu coração
Terça, você me fez gritar
Quarta, não nos separamos
Quinta, você não quis dizer isso
Na sexta, você se libertou
Sábado, você entendeu errado
Domingo, eu disse que precisava de espaço

Você sente a minha falta?
Sou uma louca?
Eu estou perdendo o controle do seu amor?
Se você me quer ou não
Eu preciso saber
Eu preciso saber

Quem é você hoje?
Você será o sol ou a chuva?
Quem é você amanhã?
Você me fará sorrir ou me trará tristeza?
Quem você será quando eu estiver perdida e com medo?
Quem você será quando não tiver ninguém lá?
Quem é você hoje?
Porque ainda sou a mesma

É tão estranho como o mesmo rosto
Pode te fazer feliz e te trazer tanta dor
É tão estranho como o mesmo rosto
Pode fazer você amar até doer
Para onde nós vamos?
Eu preciso saber

Quem é você hoje?
Você será o sol ou a chuva?
Quem é você amanhã?
Você me fará sorrir ou me trará tristeza?
Quem você será quando eu estiver perdida e com medo?
Quem você será quando não tiver ninguém lá?
Quem é você hoje?
Porque ainda sou a mesma”

Foi assim, simplesmente. Nossa tarde foi regada a músicas, desabafos e fofocas. Celeste não parava de falar de Nico e isso até que foi bom. Foi bom esquecer de Maxon e de toda dor, mesmo que fosse por pouco tempo.

( Link : http://www.vagalume.com.br/fifth-harmony/who-are-you-traducao.html )