Papercuts escrita por Gaia


Capítulo 19
XVIII - Uchiha




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“Mulheres e sua mania de dramatizar. Eu só disse aquilo para nos livrarmos do esquisito, não era como se eu realmente achasse que você era minha namorada ou que eu queria que fosse.

Talvez eu até quisesse, bem no fundo, naquele que eu guardei bem longe da minha consciência, mas naquele momento não.

Eu não vejo como nada disso é relevante para o caso, mas se vocês querem detalhes do nosso relacionamento, não sou eu que vou privá-los. Depois dessa festa, Haru começou a agir diferente comigo, de forma muito cautelosa. Como se o que eu dissesse significasse tudo e eu estivesse ignorando o nosso combinado.

É óbvio que eu não deixava claro que eu sabia do verdadeiro motivo dela estar agindo de forma tão estranha, mas um dia não consegui mais aguentar e falei:

– Dá pra você parar de agir assim?

– Assim como? – ela perguntou, com um sorriso falso que me fez revirar os olhos. Haru era tão irritante, eu não entendia como eu conseguia aguentá-la por muito tempo.

– Como se eu tivesse te pedido em casamento. – falei e ela me encarou em choque. – Eu falei que você era minha namorada pro esquisito nos deixar em paz, não fique cheia das ideias.

Haru ficou me encarando com uma expressão neutra por alguns segundos e depois começou a gargalhar, coisa que durou por um bom tempo.

– Meus deuses nórdicos, e eu achando que você não podia ser mais narcisista. – comentou, ainda divertindo-se. – Se eu estiver agindo diferente, pode ter certeza que não tem nada a ver com você.

Bom, talvez fosse eu quem estava pensando demais no fato de tê-la chamado de namorada.

– Então é por que? Achei que você e Ino já estivessem se falando novamente.

Sinceramente, eu não acreditava que Haru fosse uma pessoa de muitos problemas. Ainda mais naquele momento, que ela tinha a mim para facilitar muito a sua vida na faculdade, com benefícios que ela negava querer, mas quando recebia não reclamava.

Além disso, ela tinha a minha companhia. Como poderia reclamar de qualquer coisa?

– Nada, Uchiha. – ela murmurou, desviando o olhar. Eu sabia que quando ela me chamava de Uchiha, era porque estava querendo se afastar, então não insisti.

Em todo esse tempo, os homens da empresa Yamanaka não tinha se aproximado de novo, então não precisei usar a dica de meu irmão, a de falar o nome de Madara. Eu não sei como eles ficaram sabendo e não teve nada a ver comigo ou Haru, então podem riscar essa acusação do nosso nome.

Depois que Haru saiu da Taka naquela tarde, Shikamaru me puxou de lado para conversar sobre finanças, assunto que eu não estava ansioso em participar.

– Precisamos arrecadar dinheiro para o novo projeto do teatro.

– A gente não tem nada a ver com o teatro, deixem que os esquisitos de artes façam isso. – retruquei.

Shikamaru bufou, como fazia muitas vezes quando estava impaciente. Ele estava certo na maioria das vezes, mas muitas vezes sua alta capacidade lógica o impedia de enxergar as coisas com emoção, o que fazia dele um perfeito complemento para as ideias de Naruto, que eram todas criativas demais e sem lógica nenhuma.

– Não podemos, a reitora está no nosso pé porque a última vez que usamos nosso dinheiro com a faculdade foi para construir a piscina.

– Que foi um ótimo investimento. – insisti.

– Não pra ela. – Shikamaru respondeu e eu bufei, impaciente. O que ele estava sugerindo, então? - Eu tenho a ideia perfeita, e os caras já concordaram. Podemos fazer um concurso de gostosas e a vencedora pode ficar com você por uma semana. Claro que vamos cobrar para entrar como competidora.

O encarei, sem acreditar. Que eu era desejável era óbvio, mas aquilo beirava ao absurdo. Nem eu acreditava que as mulheres daquela faculdade eram tão idiotas a ponto de pagar para sair comigo.

Se bem que até que pagariam. Pensando bem, era uma ideia bem genial, mas eu não podia aceita-la. Não com a minha aposta e com Haru em jogo.

– Não posso. Tenho aquela aposta idiota. – bufei, fingindo aborrecimento.

– A gente falsifica os resultados e faz com que uma mina de medicina ganhe, quem você tá precisando? – ele sugeriu.

Se aquilo desse certo, arrecadaríamos muito dinheiro, muito mais que as festas, que custavam para serem feitas. Pensei que aquilo acabaria com nossos problemas por alguns meses e concordei, afinal, Haru e eu estávamos só brincando. E apesar de não me agradar ter que aguentar uma mina fútil, era só por um dia.

Então, falei para Shikamaru os nomes das que faltavam para que eu ganhasse aposta, deixando Haru de fora de propósito e ele sorriu, satisfeito. A verdade era que eu já poderia ter ganhado aquele dinheiro faz muito tempo atrás e não precisava de ajuda para traçar o resto das mulheres, mas eu concordei mesmo assim.

– Você é muito porco. – ouvi Naruto me insultando por trás.

– Tudo pela fraternidade.

– Ah, não venha com essa, você gosta de se sentir o máximo, admita. – ele deu um de seus sorrisos exagerados que o fazem parecer ainda mais retardado e eu revirei os olhos, dando-lhe um tapa na cabeça.

– Se toca.

Então, ele pareceu sério de repente, o que não era muito característico de sua personalidade. Logo, perguntou:

– Isso não vai magoar a Haru, né?

Neguei com a cabeça. Era impossível eu magoá-la, certo? Não estávamos em um relacionamento sério e ela deixou isso bem claro com sua reação quando eu fingi que sim. Só estávamos nos vendo para saciar nossas necessidades, então não tinha como ela realmente se incomodar.

– Sasuke, o que aconteceu com aqueles caras que te bateram?

Apesar de Naruto ser burro, ele não acreditou em mim quando inventei uma história sobre meus machucados, então ficou insistindo - como só ele conseguia - para que eu contasse.

Mas, como os senhores já sabem, mas faço questão de retificar, eu não contei nada sobre a empresa ou sobre os Yamanaka, apenas mencionei que um grupo de seguranças tinham me batido porque eu sabia coisas que eu não devia.

Naruto não sabe de nada e se vocês o interrogaram, vão deixa-lo curioso e ele vai fazê-los contar tudo, acreditem.

– Não sei. – respondi a verdade e ele ficou emburrado. Naruto tinha uma paixão gay secreta por mim que o fazia querer me proteger toda hora.

– Isso não pode ficar assim! – exclamou e eu mandei ele calar a boca, porque não queria que ninguém mais soubesse. – É verdade! Eu acho que eu podia acabar com eles, você sempre foi mais fracote que eu.

Seu comentário foi tão absurdo que eu achei genuína graça e fiquei rindo por alguns segundos, enquanto ele protestava.

– Da próxima vez eu te chamo para apanhar comigo, bestão.

– Até parece! – ele protestou. Ficamos nos provocando por um tempo, até Shikamaru vir com a lista de garotas disponíveis para entrar no concurso. O cara trabalha rápido.

Peguei a lista e dei uma rápida analisada, eu não conhecia nenhuma daquelas mulheres e suas fotos não eram nada mal também.

– As que estão marcadas são as de medicina, quem você quer que ganhe? - ele perguntou, enquanto Naruto bufava e se afastava. Rapidamente apontei para a mais bonita e ele acenou com a cabeça.

Quase que imediatamente, como se ela estivesse ouvindo tudo e escolhesse o momento certo para entrar, Haru entrou pela porta.

– Esqueci meu livro. – ela disse, assim que me viu.

– Esqueceu mesmo, ou não consegue ficar sem me ver? – provoquei e ela revirou os olhos.
– Só esqueci mesmo. – respondeu e subiu as escadas sem delongas. O conforto de Haru na Taka era assustador, ela se sentia em casa o mesmo tanto quanto eu sentia que ela fazia parte daquele lugar.

Todos gostavam genuinamente dela, não fingiam por minha causa e realmente queriam que ela ficasse mais tempo quando tinha que embora, o que era novidade, já que todas as mulheres que eu normalmente levavam eram quase expulsas.

Quando Haru foi embora pela segunda vez, eu decidi finalmente falar com Ino. Já tinha dado o espaço suficiente para ela superar o que tinha acontecido e eu precisava saber se fora por ela que souberam da minha investigação ou se tinha sido outra coisa.

Para a minha surpresa, ela concordou em me encontrar na tarde do próximo dia e não me bateu assim que me viu.

– Boa tarde, Sasuke. – me cumprimentou fria e eu acenei com a cabeça.

– Ino, queria me desculpar pelo curso que as coisas andaram. Eu não queria que terminassem daquele jeito. – falei imediatamente. Era verdade, talvez eu não estivesse arrependido em tê-la usado, mas não queria que as coisas terminassem daquele jeito, principalmente porque eu apanhei.

– Você não vai se desculpar por ter me traído? – ela perguntou, amarga, me pegando de surpresa. Então, percebi que estava sendo ingênuo ao achar que Ino ficaria mais brava por eu ter investigado sua vida do que por tê-la traído. Coisa que eu fiz constantemente durante nosso relacionamento.

Tentei medir minhas palavras, mas na minha mente nada podia soar tão convincente. Resolvi, então, contar a verdade.

– Ino, quem estava com você não era eu. Eu estava fingindo ser alguém, entende? Você não gostava de mim de verdade, gostava da versão que eu estava fazendo de mim mesmo. Eu nunca te trai, porque eu nunca te tive. Não de verdade.

No fim das minhas palavras, eu vi a face de Ino se amenizar, talvez tudo o que ela quisesse ouvir era que a culpa não era culpa dela.

– Não teve porque não quis. – murmurou.

Depois de um silêncio constrangedor, no qual ela parecia brava por eu não ter falado algo como “então vamos tentar de novo”, eu perguntei finalmente:

– Você falou pra alguém sobre o que eu estava fazendo?

Ino parecia chocada com a minha pergunta.

– É isso que realmente importa pra você?

Bom, sim.

– Claro que não, Sasuke. Eu soube que os meus seguranças bateram em você, mas não foi por minhas ordens. – completou, ficando realmente nervosa.

– Você tem certeza que não comentou com ninguém, nem...

– Claro que não! Você é inacreditável! – Ino parecia realmente furiosa ao levantar-se da mesa, me encarando com faíscas nos olhos. – E eu achando que você ia pedir desculpas, implorar pelo meu perdão e por uma segunda chance... Realmente, você não é nada do que eu achava que fosse.

Com isso dito, ela virou-se e foi embora, batendo o pé. Suspirei, tentando pensar em como raios eles tinham descoberto da minha investigação.

Logo, isso seria a última das minhas preocupações, mas vou deixar Haru contar essa parte, aposto que ela estava esperando todo esse tempo só por isso.“


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Notas finais do capítulo

Oiiie gente gata,
Cap novo pra você! Feliz páscoa! Ganharam muito chocolate? Eu já to me empanturrando ahahahah

Beijocas :*



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