Quando terminei de ler a carta meu coração já estava na boca. Comecei a chorar. Não acredito que a minha vida até agora foi uma completa mentira. E eu não acredito que eu tenho toda essa responsabilidade. Não pode ser. Essa carta não era pra mim. Sasuke não tem como me provar que essa Mebuki era mesmo a minha mãe. Fui até o corredor e lá estava ele.

— Agora você sabe a verdade ?

— Eu não acredito que essa tal de Mebuki seja a minha mãe — Eu disse ainda com lágrimas nos olhos.

— Dê-me a caixa.

Eu entreguei a caixinha a ele e ele arrancou dela um fundo falso. E desse fundo falso ele tirou uma foto antiga. Nela havia duas pessoas. Um homem de cabelos negros e olhos cor de esmeralda e uma mulher de cabelos rosa com o meu e olhos castanhos. Assim que vi de quem se tratava levei as mãos à boca.

— Não pode ser — Eu sussurrei.

— Agora acredita no que eu digo ?

Eu acenei positivamente com a cabeça.

— Quando é o seu aniversário de 16 anos ?

— Daqui 2 semanas.

—Então, daqui duas semanas você virá morar comigo. Não conseguirei te proteger a distância. E assim que você completar 16 anos, suas habilidades ficarão evidentes para qualquer criatura perceber, então seus inimigos irão triplicar.

— Eu não posso simplesmente vir morar com você do nada. Eu tenho família, tenho amigos.

— Dê um jeito. Isso não é um pedido.

— Você não manda em mim.

— Não mando, mas se você quiser que seus pais e amigos fiquem seguros vai ter que me obedecer. Vamos. Eu te levo pra casa.

Fomos de carro em silêncio todo o trajeto até minha casa.

— O que você é ? — Eu perguntei quando ele estacionou.

— Eu ? Sou um híbrido. Metade vampiro e metade demônio. Possuo a habilidade das duas raças. E a minha metade demônio me permite andar ao sol.

— Como você conhecia a minha mãe ?

— A sua mãe foi uma mulher que me fez muitos favores e a única coisa que ela me pediu em troca foi a sua proteção.

— E por que ela confiaria a minha vida a você ?

— Porque eu sou um homem de palavra e sua mãe sabia disso.

Eu fui para casa e no jantar não consegui encarar meus pais do mesmo modo. Agora que sabia a verdade, eu não me imaginava mais aqui. Eu estava me sentindo uma intrusa nessa casa. Alguém que só veio para desestabilizar a harmonia que havia aqui.

Acho que meus “pais” perceberam a minha mudança por que eles estavam me olhando estranho.

— Algum problema filha ? — Perguntou minha mãe.

— Não. Nada.

Minha irmã que estava na janela veio correndo até a mesa do jantar.

— Mãe, está nevando. Então talvez amanhã não tenha aula.

— Sério ? Então que tal aproveitarmos essa folga e esse clima para irmos viajar ? Podemos ir para as montanhas de neve.

— É uma ótima ideia — Respondeu minha irmã animada — Vou já preparar minha mochila — E nisso ela correu escada acima até o seu quarto.

Ótimo. Sair desse lugar seria ótimo para esquecer um pouco dessa história de submundo.