Herdeira das Sombras escrita por Misaki


Capítulo 2
Capítulo I : Misterioso perseguidor




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6 meses atrás...

Eu estava indo com Hinata a um café na esquina da casa dela. Ela mais uma vez estava sozinha em casa e pediu para eu passar à tarde com ela. Na maioria das vezes ela fica sozinha. Com o pai e o primo sempre ocupados com a empresa e a mãe e a irmã sempre fora de casa. Eu faço de tudo para ela não se sentir solitária.

Chegamos ao café e pegamos a mesa do canto mais afastada. Não gostamos muito de multidões. Eu pedi somente um simples café e fiquei ouvindo Hinata falar do lindo loiro que havia entrado na sua classe de inglês enquanto eu olhava distraidamente a rua pela enorme janela do café. O clima estava frio. As ruas estavam movimentadas. Pessoas passando com seus casacos e guarda-chuvas. Quando olhei o outro lado da rua, lá estava um cara me encarando. Ele estava parado no meio da chuva com um sobretudo preto olhando diretamente para mim sem expressão alguma. Ele tinha cabelos negros como a noite e olhos ônix. Eu pisquei espantada e quando olhei novamente ele não estava mais lá. Eu viajei nos meus pensamentos e quando olhei para frente Hinata não estava lá. Fui ao banheiro procurá-la e quando não a encontrei lá me desesperei. Hinata nunca me deixaria sozinha aqui. Para onde ela foi ? Será que aquele cara estranho a pegou ? Voltei quase correndo a casa dela e me desesperei ainda mias quando não a encontrei lá. Liguei uma, duas, três, vinte vezes para o celular dela e nada. Ela não atendia.

Fui à polícia e o delegado não fez nada. Ele só me disse que ela só pode ser dada como desaparecida após 24 horas.

Já estava escuro e eu me vi obrigada a voltar para casa. Mas antes passei na casa da Hinata para avisar do ocorrido para seus pais. Não havia ninguém na casa dela então eu segui para a minha. Assim que entrei minha mãe veio me questionar.

­— Onde estava até tão tarde ?

— Eu estava com a Hinata. Mas mãe, ela sumiu. Eu estava com ela no café, mas eu me distraí e quando olhei, ela não estava lá. — Eu falei já chorando.

— Calma meu bebê. Talvez ela só tenha saído.

— Mas ela nunca me deixaria sozinha lá.

— Calma. Amanhã nós vemos o que fazer. Agora já está tarde. Já pro seu quarto.

Eu fui dormir apreensiva. Não imagino onde Hinata esteja. Ela não é de sumir assim.

Acordei e fui direto a casa dela. Perguntei aos empregados e eles disseram que ela não voltou para casa ontem. Fui ao colégio na esperança de encontrá-la lá. Mas criei esperanças em vão. Ela não estava lá. Ela não estava em lugar nenhum. Não consegui prestar atenção nas aulas. Enquanto o sensei falava eu emergia em meus pensamentos olhando a janela do terceiro andar. E mais uma vez ele estava lá na chuva. O cara estranho. Ele estava no pátio do colégio. Mais uma vez me encarando. Levantei a mão.

— Sensei, posso ir ao banheiro ?

— Claro. Vá Sakura.

Saí correndo da sala de aula e desci as escadas quase caindo. Quando cheguei ao pátio ele não estava mais lá. Droga. Atravessei todo o pátio, mas não o encontrei. Fui embora do colégio, não estava com cabeça para assistir aula hoje. Eu fui andando até o parque e me sentei em baixo de uma árvore. Pensei em Hinata, eu estava muito preocupada com ela. Pensei naquele cara esquisito. Naquele parque havia um lago. Eu e Hinata sempre brincávamos aqui quando crianças. Eu só tinha boas memórias desse lugar. Quando olhei o lago do outro lado estava àquele cara de novo. Ele só pode estar me seguindo. Só pode ter sido ele quem pegou Hinata. Não pensei duas vezes e me joguei no lago. Eu nadaria até o outro lado e enfrentaria aquele cara. Quem ele pensa que é para sequestrar minha melhor amiga ?

Assim que pulei, me arrependi. A água estava congelando e a chuva só piorava a situação. Mas isso era pela Hinata. Eu me esforcei mesmo com meus músculos travando por causa do frio, eu nadei. Quando eu estava na metade do lago alguns músculos meus já estavam dormentes. De repente senti algo puxando meu tornozelo. Deve ser alguma planta aquática. O lago é cheio delas. Mas mesmo comigo batendo a perna ela não largava e quanto mais eu batia, mais forte apertava. Quando dei por mim algo me puxou para o fundo do lago. Por conta das muitas plantas não consegui ver o que era, mas pensei ter visto uma enorme cauda. Essa coisa continuava me puxando e cada vez mais fundo. Eu tentei lutar, mas não consegui me soltar. Tentei, mas já não estava mais conseguindo mexer meus músculos por conta da água gelada. Já não conseguia respirar por conta do tempo que passei em baixo da água e eu já estava muito fundo para subir. Eu já estava perdendo a consciência. A última coisa que vi antes de me entregar a escuridão foi ele. O meu misterioso perseguidor.


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