Como dizer adeus em robô escrita por nmsm


Capítulo 9
O que acontece quando você conta a verdade




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I go round and round

(Eu dou voltas e voltas)

Satellite

(Satélite)

 

— Não, não, nem pensar – Hermione protestou ao ser puxada pelo braço para fora da sala de aula que tinha acabado de entrar – De jeito nenhum, eu tenho Poções agora e não quero que Slughorn tenha um ataque quando não me ver no meu devido lugar...

 

— Blá-blá-blá – Gina resmungou puxando Hermione – Uma aula não vai manchar seu precioso histórico, Hermione. E mais!, você precisame contar o que aconteceu depois.

 

— Não, Ginevra, eu preciso passar nessa matéria – a morena respondeu tentando fugir da amiga.

 

— Hermione, você passou em Hogwarts desde o primeiro ano – Gina continuou falando ignorando Hermione – E não me chame de Ginevra.

 

— Certo, Gina — a Granger revirou os olhos – Eu vou te contar. Tudo.

 

Gina Weasley sorriu, não acreditando que por um momento tinha feito Hermione desistir de uma aula, orgulhosa de si, ela entrelaçou o braço da amiga e foi andando pelo corredor, até que Hermione a puxou de volta.

 

— Mas assim que terminar essa aula – ela respondeu entrando na sala de Poções.

Gina xingou baixinho.

 

— Não me faça perguntar para o Malfoy! – ela ameaçou fazendo Hermione dar um risada seca.

 

— HA! Pergunta então – respondeu encostada no batente da porta.

 

— É isso mesmo que eu vou fazer – a ruiva deu as costas para Hermione. Mas logo se virou irritada, porque Hermione não tinha feito nada pra impedir. A Granger ainda estava encostada, de braços cruzados e sobrancelha esquerda arqueada. Gina bufou. – Isso é um absurdo, Hermione! Sou sua amiga!

 

— Ei, não venha choramingar pra mim, não sou a Molly – Hermione respondeu. – Eu vou te contar, mas não agora.

 

— Ah, como você é chata – Weasley reclamou.

 

Hermione revirou os olhos e foi pra aula.

 

[…]

 

Era um daqueles dias que você não quer sair da cama: domingo.

Mas eu só não saí da cama, como saí do (1) quarto e da (2) Sala Comunal, porque Lilá não me deixava em paz com tantas perguntas sobre o meu encontro – desastroso, vale ressaltar – com Robert.

 

— Não é possível – ela insistira quando eu disse que não aconteceu nada entre nós.

 

— Não, Lilá, não tem – eu resmunguei bebendo um pouco de suco de abóbora. A curiosidade da garota era tanta que ela até arriscou levar café-da-manhã na cama pra mim.

 

— Ele beija bem? – ela voltou a perguntar e levou a mão a boca, maliciosa – Até onde vocês foram?

 

— Francamente, Lilá – massageei as têmporas.

E ela insistiu.

Muitas, muitas, muitas vezes.

 

A minha cabeça latejava e a única coisa que eu lembrava era das várias cervejas que tomei. Por fim, criei coragem para levantar da cama e saí da Sala Comunal o mais rápido possível para fugir das garras da Lilá.

 

Apesar de não lembrar muito bem da tarde que tive e a dor de cabeça estava infernal, pensei em procurar Robert para pedir desculpas. Sei que nosso encontro poderia ter sido muito melhor se não fosse exclusivamente por mim, mas, bom, se Malfoy conseguia fingir que eu não existia e sair com outras garotas, eu descobri que não conseguia fazer o mesmo.

 

Afinal, o que eu falo? "Desculpe se bebi demais"? "Desculpe se falei muito do Malfoy"? "Sinto muito pelo seu namoro"?

 

Fui caminhando pelos corredores de Hogwarts até que me vi mais uma vez na sala do teatro.

 

Espiei pela porta para ver se tinha alguém e quando não encontrei uma alma, não hesitei ao entrar e seguir para o lindo, magnífico, perfeito... Piano! Objeto que me trouxe muitos problemas, mas que não deixei de amar.

 

— Granger – mas que porra...

 

Assim que eu vi ele, me afastei do piano rapidamente, não que isso mudasse alguma coisa, para ser sincera. Já havia dias que Draco sequer me olhava nos corredores.

 

— Malfoy – resmunguei me sentando em uma poltrona.

 

— Como foi seu encontro ontem? – perguntou rindo.

 

— Acho que tinha torta de abóbora, sei que tinha cerveja amanteigada – respondi massageando as têmporas, o que o faz rir. – E como você sabe do meu encontro?

 

— Você me disse – ele deu de ombros.

 

— Quando? – perguntei.

 

— Desde que marcou esse bendito encontro, você só fala dele – Malfoy resmungou. Senti uma ironia, mas não falei nada, porque, não que eu me orgulhe disso, é verdade, desde que marquei o encontro com Robert, só falei de como o garoto era bonito, cavalheiro, inteligente e etc. Sim, só para irritar essa cobra.

 

Olhei para o Malfoy que entrava e saía das coxias, sem nenhum motivo certo.

 

— Desculpa, mas você vai ficar fazendo isso até quando? – perguntei.

 

— Está te incomodando? – Malfoy perguntou irônico. Fechei a cara – Esqueci minha mochila… em algum lugar que eu não lembro. Merda – ele resmungou. Na verdade, ficou resmungando até que parou e ficou me fitando com curiosidade – Por que está me olhando assim?

 

Eu estava? Ah, eu estava. Droga.

 

— Desculpe, é que… acho que sonhei com você noite passada, mas eu não lembro. Eu te vi nos Três Vassouras ontem? – eu perguntei cruzando os braços.

 

— O que você anda cheirando, Granger? – Malfoy perguntou sarcástico. Eu fiz careta, ele riu – Não nos vimos ontem, mas recebi seu berrador.

 

Travei.

 

Isso! É isso, droga! Ontem o Robert estava falando do maldito ponto final e eu mandei a porcaria do berrador para o Malfoy… contando toda a verdade sobre a música. Oh, céus, senti uma pontada no estômago e um nó na garganta.

 

— Oh meu Merlin, você ouviu? – perguntei indo até onde ele estava. Tinha encontrado a maldita mochila e o envelope.

 

— Ainda não. O que é? – ele disse mostrando o envelope vermelho.

 

— Não, Malfoy, não escuta isso, não, não, não. Me dê o envelope, me dê o envelope… o envelope!.

 

Foi tudo muito rápido.

 

Foi realmente uma cena um tanto quanto bizarra: eu pulei em cima do Malfoy, agarrei ele pelo pescoço e, enquanto ele segurava o envelope, nós dois escutávamos o berrador passar seu recado.

 

Assim, o sorriso dele ia se desfazendo e eu fechei os olhos lentamente e esperei. Com a certeza de que se eu soubesse aparatar, eu teria feito só para sair daquela sala.

 

Draco. Oi, é a Hermione. Só quero dizer que está tudo bem… eu estou feliz por você e seu novo animal de estimação… e o gato que vocês querem comprar [risadas]. Aliás, eu acho que você devia chamá-lo de Robert! Não é lindo? Sabe, está tudo tão bem que eu até estou escolhendo nomes [risadas]. É só que, eu esqueci você. Eu já não sinto mais nada por você, sua cobra. E aproveitando o momento [risadas], eu gostaria de acabar com todas suas dúvidas e dizer que eu sou ela. É, a música é minha. Mas você já sabia, não é? E, adivinha! Está terminada! O final eu escrevi para você. Só para você, Draco… quando eu ainda tinha sentimentos por você. E você não vai ouvir! Porque você me esqueceu primeiro, não é? Eu precisava falar isso. É o que chamamos de ponto final, meu amigo.

 

Ouvindo tudo, eu queria deitar em posição fetal e chorar. Gostaria de poder ligar para minha mãe. Gostaria de sumir, sair correndo.

 

Por que eu achei que seria uma boa ideia?

 

Mas ainda tinha Draco Malfoy e acho que ele nunca esteve tão indeciso e surpreso na vida. E eu encolhida em suas costas, completamente convarde e incapaz de contar tudo o que aconteceu.

 

Malfoy foi o primeiro a falar.

 

— Você o quê?

 

É claro que quando eu pensei no dia em que diria a verdade para Draco Malfoy, viriam gritos, risadas, xingamentos... Eu esperava tudo, menos um "você o quê?".

 

Como assim "você o quê?" é tudo o que ele tem para me dizer? É como se eu precisasse me humilhar mais um pouco. E a pior parte é que eu não sabia exatamente de qual parte o Malfoy estava falando.

 

Eu gostaria de poder responder sinceramente, mas nem eu sabia ao certo o que dizer para ele. Só ficava balbuciava coisas como "não, não, Merlin, não" enquanto eu me afastava.

 

— Granger? Vai me explicar isso?

 

Merlin, tenha piedade.

 

Olhei para o Malfoy ali na minha frente, reuni toda coragem e eu juro que aquelas foram as palavras mais difíceis que já saíram da minha boca:

 

— É que… ultimamente tenho tido sentimentos  por você. E foi isso mesmo que você ouviu, eu sou ela... a música é minha. E eu sei que você sabia.

 

— Como você sabia? – Ele estava puto. Não sei dizer se era comigo ou com tudo que estava acontecendo, mas puto. – Como você...

 

Fechei os olhos lentamente:

 

—  Alec, Mark, Zabini... Eles me disseram – eu respondi.

— Ah, eles te disseram? – Malfoy resmungou. Garotos tão bons... Jovens demais para morrer. – E o que mais eles disseram?

 

— Malfoy, isso tem diferença? – perguntei.

 

— Claro que tem! – ele explodiu. Mas logo recuou, pegou sua mochila e a jogou nas costas. — Hermione, eu preciso ir. Não dá… não dá pra ficar aqui com você. Sinto muito.

 

— Então é isso? Você não tem nada para me falar?

 

Ele parou no mesmo instante.

 

E antes que pudesse dizer qualquer coisa, eu o puxei pelo pulso e ele veio em minha direção, de encontro com minha boca. Fazia tanto tempo desde o último beijo no sétimo andar e fazia tanto tempo que eu estava louca para beijá-lo novamente que eu esqueci tudo que tinha acontecido nos últimos dias.

 

Com uma mão no seu peito, eu podia sentir seu coração disparado enquanto ele distribuía beijos no meu colo. E eu juro que eu estava na Lua, orbitando que nem um satélite.

 

Quando paramos, nós nos encaramos e Draco foi o primeiro a quebrar o silêncio:

 

— E agora? Vai dizer que me esqueceu? – ele acusa de forma perigosa, o que me fez corar, mas eu levantara ainda mais o nariz. – Que me superou?

 

— Você me esqueceu? – eu perguntei de volta, sincera, o coração quase saindo pela boca.

 

Por um instante, Draco Malfoy vacilou.

 

O que doeu, o que realmente doeu... Foi que ele se virou e saiu pela porta da sala do teatro, sem dizer mais nada.

 

[…]

 

— Você tem algum tipo de distúrbio mental?

 

Hermione Granger suspirou.

 

— Você está do lado de quem, Gina? – ela perguntou irritada.

 

— Da verdade — Gina semicerrou os olhos. — Você não foi atrás dele?

 

— Não.

 

— E é por isso que Hogwarts parou, vocês não estão mais se falando e está um clima totalmente tenso nas refeições? — Gina perguntou.

 

— Hogwarts não parou por causa disso.

 

Gina ficou séria: – Parou.

 

— E não está um clima tenso nas refeições – a morena argumentou.

 

Gina balançou a cabeça: – Está.

 

Hermione Granger suspirou.

 

— Posso continuar?

 

— Tem mais? — Gina arregalou os olhos. — O que aconteceu? Ele voltou?

 

— Voltou — a morena sorriu de lado, lembrando-se daquele dia.

 

[…]

 

— Não esqueci, Granger.

 

Olhei para trás e Malfoy vinha em minha direção, em passos lentos.

 

— E o gato? — perguntei, curiosa.

 

— Não consegui.

 

Prendi a respiração e respondi:

 

— Ah, isso é interessante…

 

— Não, não é interessante. Não é nada interessante – ele me cortou, já estava na minha frente – É tudo, menos interessante... Não podia jamais ter dito que sentia algo por mim.

 

— O quê?

 

— Eu estava muito bem com Astoria.

 

— Mentira! Nas últimas semanas você saltou de um relacionamento para outro e para quê, Malfoy? – interrompi.

 

— Para ficar longe de você, sua estúpida!

 

— Parabéns, você conseguiu! — Eu explodi.

 

— E por que isso agora? — ele perguntou de braços cruzados.

 

— Por que você está aqui? — falei, ríspida.

 

— De que importa? Eu não quero voltar nessa história. Eu sabia que era você, só custava aceitar! E eu estou muito bem longe de você!

 

— EU estou muito bem longe de você – rebati – Acha que foi fácil vê-lo com ela?

 

— Por que nunca me disse antes? Qual seu problema? – Draco discutiu. Tive a sensação de que estava se controlando para não gritar um pouco mais comigo.

 

— Eu não conseguia! Nada da música era sobre você e eu nunca quis que fosse, mas... — eu de repente parei de falar, não sabia ao certo onde queria chegar com aquela discussão.

 

— Mas o quê?

 

— Mas foi! Foi sobre você, inferno.

 

— Você só está agindo dessa maneira porque eles te contaram que eu sabia.

 

— Por que você não me disse antes?

 

— Eu não tive chance, Hermione – ele gritou.

 

— Você teve! Você teve inúmeras chances – eu respondi sarcástica.

 

— Não é como se eu nunca tivesse tentado, mas... — ele para de falar e só de pensar no que ele poderia dizer, meu coração aperta.

 

— Mas eu sou nascida-trouxa, não é? Sangue-ruim... O que você mais queria era que não fosse eu.

 

— Podia ser qualquer pessoa, menos você — ele falou, sincero.

 

— Uau, Draco, você realmente me surpreendeu nessa — respondi, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. Por dentro, me xinguei. Não queria chorar na frente do Malfoy.

 

— O ponto é que não preciso disso agora. É tarde demais, okay?

 

— Vai esquecer o que sentia por mim? – acusei.

 

— Faço isso há muito tempo, fiquei muito bom – ele respondeu me dando as costas.

 

— Você não pode mentir para mim dessa forma, Malfoy – eu ainda discuti.

 

— Da forma como você vem mentindo pra mim nas últimas semanas? – ele me acusou de forma desafiadora, mas sem se virar.

 

— Quer saber? Era eu mesmo. Era eu esse tempo todo – eu respondi gritando e quase chorando. – E você sequer merecia minhas palavras.

 

Draco parou. Se virou pra mim, extremamente nervoso.

 

— Você me viu durante semanas procurando por… você mesma e não disse um único “a”.

 

— É, maybe I'm a bad, bad, bad, bad person — Eu respondi falando da música. O queixo de Draco caiu. Eu sinceramente estava muito ousada.

 

— Mas então é isso, não é? – ele bateu os braços, completamente nervoso – Você nunca quis que eu soubesse e acho que foi uma das únicas a não se apresentar como tal.

 

— Você nunca quis que eu soubesse dos seus sentimentos. Estamos quites — dei de ombros.

 

— E se eu dissesse? E se eu dissesse naquele dia em frente a Grifinória que queria você, o que você faria? — Draco pergunta, irritado.

 

Eu estava cansada. Cansada de brigar, cansada dos joguinhos, cansada de Draco, cansada daquela história.

 

— Saia daqui, Malfoy! Saia daqui e finge que me esqueceu. Faça isso. Faça isso bem longe de mim também… – eu dissera balançando as mãos para que ele fosse embora.

 

Ele se virou para mim, decidido, e perguntou:

 

— O que você faria, Hermione?

 

— Eu iria embora — falo, com o nariz empinado.

 

Malfoy dá risada, sarcástico. Ele se aproxima de mim, me puxando pela mão.

 

Lento e perigoso, como uma serpente pronta para dar o bote.

 

— E se eu dissesse que quero você, só você, Granger... Que passo o dia pensando em você e a cada hora que eu estou longe de você é um desperdício? Se eu dissesse que eu só quero te beijar e tudo mudou desde que você chegou, o que você faria, Granger?

 

Aquilo me pega de surpresa. O meu coração, que parecia uma escola de samba, de repente para e cada vez que ele falava, ele se aproximava mais.

 

— Eu iria embora — volto dizer — Não foi o que você disse? É tarde demais, não é? Nós terminamos aqui, Malfoy — eu falo, me afastando.

 

— Você sabe que não acabou. Quero a música inteira – ele falou atrás de mim. Eu parei e o olhei por trás.

 

— Não! Falei que você não iria ouvir – respondi irritada – Você não a merece.

 

— Não terminamos até você me entregar a música.

 

— Draco, se você quer fingir que não tem sentimentos por mim, eu posso fazer o mesmo. Agora, se me der licença, preciso ir até a Mulher Gorda — eu disse saindo da sala de teatro, deixando Draco Malfoy para trás.

 

[...]

 

— Eu estou chocada.

 

— Eu sei.

 

— E você só foi embora? — Gina perguntou.

 

— Sim.

 

— E acabou?

 

— Acabou — Hermione balançou a cabeça, pegando feijãozinho de todos os sabores.

 

— E Hogsmeade? Você não vai me contar de Hogsmade? — Gina lembra.

 

— Tudo bem, mas chega de perguntas depois dessa

 

— Tudo bem — Gina bateu palmilhas. Hermione revirou os olhos.

 

[...]

 

Depois de falar com a Mulher Gorda, eu tinha pouco tempo até Hogwarts inteira saber da verdadeira indenidade da garota da música. A minha sorte era que metade de Hogwarts estava toda no Três Vassouras e foi para lá que eu busquei refúgio imediatamente.

 

Eu tinha um plano e não tinha erro.

 

Peguei o primeiro cochê que vi porque queria chegar antes do Malfoy.

 

Eu estava certa, todos estavam no Três Vassouras e fui até a mesa de Pansy e Kim assim que cheguei.

 

— Hermione! — Pansy levantou os braços. Bebi a cerveja amanteigada do copo dela, deixando a ressaca de ontem se curar com o álcool, sentindo a cerveja descer como uma grande aliada.

 

— Draco sabe, eu contei para ele — Eu falei antes que perdesse a coragem. As duas me olharam boquiabertas.

 

— Não acredito! E o que ele disse? — Kim perguntou, puxando uma cadeira para mim.

 

— Muitas coisas... e ele não adotou o gato — respondi.

 

— Ele não adotou o gato — Pansy confirmou — E ele terminou com Astoria.

 

— O quê? Quando? — perguntei de cenho franzido. Pansy arregalou os olhos.

 

— Você não sabia? Meu Merlin, o que aconteceu entre vocês? — ela pergunta.

 

— Vocês se beijaram, não é? — Kim perguntou — Você está com cara de quem beijou.

 

— Um pouco — admiti.

 

— Vocês não se acertaram?

 

— Não, de jeito nenhum — respondi. As duas soltaram um muxoxo, tristes. — Não fiquem tristes, o pior já passou...

 

— É, Astoria rodou — Pansy balançou a cabeça.

 

— Mione, não olhe agora, mas Malfoy acabou de chegar... — Kim falou e eu automaticamente virei a cabeça em direção à porta.

 

Malfoy entra e o bar praticamente para. A Sonserina inteira e os metidos da Corvinal cumprimentam ele, enquanto a Lufa-Lufa acena de longe para manter a política da boa vizinhança e a Grifinória finge que não viu.

 

Ele até que foi rápido.

 

Percebo que ele cumprimenta Astoria Greengrass amigavelmente mas passa reto, indo em direção a Zabini, Alec e Mark, que estão no bar pegando cerveja. Pansy me olha e dá risada.

 

— Eu te disse. Eles terminaram ontem.

 

Eu reviro os olhos.

 

— Kim, faria um favor para mim? — pergunto, bebendo o resto da cerveja de Pansy.

 

— Depende — ela frange o cenho.

 

[...]

 

— Merlin, eu não acredito que não estava lá! — Gina balança a cabeça, indignada.

 

A ruiva e a Granger estão no dormitório da Grifinória. Gina Weasley ouviu a história do bar de formas tão diferentes e de pessoas tão diferentes que nem acredita no que escuta de Hermione.

 

— Não foi tão legal quanto falam... — a morena fala.

 

— Foi sensacional, Hermione.

 

— As pessoas aumentam — ela deu de ombros.

 

[...]

 

Em primeiro lugar, tinha que ser Kim.

 

Em segundo lugar, o timing foi perfeito. Eu falei para ela como tinha pensado e assim que a música terminou, ela subiu no palco, conversou com o guitarrista, que deu risada, concordou e passou o microfone para ela.

 

— Olá, Três Vassouras, hoje temos uma convidada especial — o guitarrista anunciou. Todos aplaudiram Kim. — Bom, Kimberly está dedicando essa música para...

 

— Draco Malfoy — ela falou baixinho.

 

— Kimberly está dedicando essa música para Draco Malfoy! Aplausos, senhoras e senhores!

 

Pansy, ao meu lado, estava eufórica, e no momento que Kim começou falar, eu olhei para o Malfoy no balcão do bar, sem acreditar.

 

— Boa noite, Três Vassouras! — ela diz tirando gritos e aplausos de todos. — Eu estou aqui a pedido de uma amiga querida. E esse é um recado para Draco Malfoy, senhoras e senhores! Draco, ela não sente muito.

 

A música começa tocar em um ritmo mais acelerado e pesado com a guitarra, o baixo e a bateria, muito diferente do que eu tinha criado no piano. Muito diferente do que Malfoy tinha escutado naquela noite, mas, bem, Kim ia fazer história.

 

Well maybe I'm a crook

(Bem, talvez eu seja uma trapaceira)

For stealing your heart away

(Por roubar seu coração)

Yeah maybe I'm a crook

(É, talvez eu seja uma trapaceira)

For not caring for it

(Por não me importar com isso)

Yeah, maybe I'm a bad, bad, bad, bad person

(Sim, talvez eu seja uma má, má, má, má pessoa)

Well baby I know

(Bom, amor, eu sei)

 

And these fingertips

(E esses dedos)

Will never run through your skin

(Nunca vão percorrer sua pele)

And those bright grey eyes

(E esses olhos cinzas)

Can only meet mine

(Só podem encontrar os meus)

Across a room filled with people

(Do outro lado de uma sala com pessoas)

That are less important than you

(Que são menos importantes que você)

 

'Cause you love, love, love

(Porque você ama, ama, ama)

When you know I can't love

(Quando sabe que eu não posso amar)

You love, love, love

(Você ama, ama, ama)

When you know I can't love

(Quando sabe que eu não posso amar)

You love, love, love

(Você ama, ama, ama)

When you know I can't love you

(Quando sabe que eu não posso amar)

 

So I think it's best

(Então eu acho é melhor)

We both forget

(Nós dois esquecermos)

Before we dwell on it

(Antes de nós nos acostumarmos com isso)

The way you held me so tight

(O jeito que você me segurou tão apertado)

All through the night

(Durante à noite toda)

Till it was near morning

(Até o amanhecer)

 

Cause you love, love, love

(Porque você ama, ama, ama)

When you know I can't love

(Quando sabe que eu não posso amar)

You love, love, love

(Você ama, ama, ama)

When you know I can't love

(Quando sabe que eu não posso amar)

You love, love, love

(Você ama, ama, ama)

When you know I can't love you

(Quando sabe que eu não posso amar)

 

Kim enlouquecia e agitava o Três Vassouras com a minha música. Todos olhavam para Malfoy para saber sua reação e ele não tirava os olhos da nossa mesa, sendo bombardeado por revelações. Bom, ele queria a música e lá estava a música.

 

— Obrigada, Três Vassouras! — Kim diz saindo do palco. Ela vem até nós animada. — Eu gostei disso!

 

— Você foi ótima.

 

Kim abre a boca para falar mas é interrompida pelo Malfoy que se senta na cadeira livre e, educado, ele fala para Kim e Pansy:

 

— Damas, poderiam nos dar licença?

 

Pansy dá risada e sei que ela vai falar não, mas Kim puxa ela onde os garotos estão, contra sua vontade. Quando elas se afastam, Draco me olha sarcástico e eu esboço meu melhor sorriso.

 

— Estamos quites? — ele pergunta.

 

— Estamos — balanço a cabeça.

 

— Não sente muito? — ele pergunta, lembrando do que Kim dissera no palco.

 

— Nenhum pouco.

 

Malfoy bebe um gole de sua cerveja. Eu me inclino em sua direção, desafiadora.

 

— Por que queria tanto saber quem era a garota da música? — perguntei.

 

— Porque eu sabia que era você. Sempre soube, Granger. E você me ama de qualquer forma.

 

Eu dei risada: — Não, não amo.

 

— Ama, mas eu sei que você não pode amar — ele fala, fazendo referência à música.

 

— Tudo bem, pode ser que eu tenha gostado um pouco de você, mas amar não — eu falei, mas acabei sendo ignorada.

 

— Eu tenho tempo. Não vou a lugar algum, Hermione — ele responde deixando a mesa do bar.

 

[...]

 

— Tenho permissão para falar? – Gina perguntou.

 

— Não – a Granger respondeu, seca.

 

— Mas vou falar mesmo assim — Gina deu de ombros — Vocês são dois são tão complicados.

 

— Obrigada e eu nem faço esforço — Hermione responde, sarcástica.

 

— Você não terminou.

 

— Não, mas por hoje eu terminei.

 

A morena pulou para fora da cama, estava cansada de falar. Teve que repetir a mesma história e um pouco mais para Lilá há algumas semanas, e estava ainda mais mal humorada por isso ter chegado aos ouvidos da ruiva. Nada que chega em Lilá fica em Lilá, ela precisava lembrar disso às vezes.

 

 

I’m here, right here

(Eu estou aqui, bem aqui)

Wishin I could be there for ya

(Desejando que você pudesse contar comigo)


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