Como dizer adeus em robô escrita por nmsm


Capítulo 8
Quanto tempo vive um gato




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I go round and round

(Eu dou voltas e voltas)

Satellite

(Satélite)

 

Spinnin' out, waitin' for ya to pull me in

(Girando para fora, esperando por você para me puxar)

I can see you're lonely down there

(Eu posso ver que você está sozinha aí embaixo)

Don't you know that I am right here?

(Você não sabe que eu estou bem aqui?)

Spinnin' out, waitin' for ya to pull me in

(Girando para fora, esperando por você para me puxar)

I can see you're lonely down there

(Eu posso ver que você está sozinha aí embaixo)

Don't you know that I am right here?

(Você não sabe que eu estou bem aqui?)

Spinnin' out, waitin' for ya

(Girando, esperando por você)

 

— Alguma novidade? — a Weasley se sentou ao lado da amiga na arquibancada, que, mesmo prometendo que assistiria ao jogo, estava com um grande livro aberto entre as pernas.

 

— Claro – ela respondeu com um sorriso sarcático – A julgar pelo meu intusiasmo nos últimos dias, morri.

 

— Tenho um tempo antes de Harry me chamar – a ruiva riu jogando o cabelo para o lado – Pode me contar o que aconteceu nos últimos dias.

 

— Tudo bem – Hermione suspirou – Mas já vou logo avisando que não vou poupar xingamentos àquela cobra. Você sabe que a época de eleições começou aqui em Hogwarts, né? – ela começou – E que Malfoy e eu fomos os candidatos eleitos, certo?

 

— Como se ninguém estivesse esperando por isto – Gina revirou os olhos. Hermione fitou a amiga visivelmente irritada – Foi uma pergunta retórica?

 

— Não me interrompa, Gina – Hermione balançou a cabeça.

 

— Okay, desculpe… Pode continuar.

 

[…]

 

Uma das primeiras coisas que é certo afirmar sobre aquelas eleições é que minha participação não foi por livre e espontânea vontade. Mas eu vou explicar essa história direito pois eu devo isso aos meus leitores.

 

A ideia veio de Slughorn quando ele percebeu que os monitores tinham muitos conflitos entre si e que os alunos precisavam de um líder que representasse seus interesses. Assim, a monitoria seria extinta e o presidente eleito junto de seu partido se responsabilizaria por manter os alunos nos eixos.

 

Improvável.

 

Não sei exatamente em que momento acharam que seria uma boa ideia, mas Hogwarts inteira ficou muito animada com as eleições e formaram partidos, parcerias e espalharam cartazes pela escola.

 

Tudo em prol da democracia.

 

Naquela noite, estávamos na sala do teatro. Pansy, Zabini, Mark e Alec faziam cartazes para a Sonserina e eu ficava apenas sentada em uma das poltronas, fingindo que não fazia parte daquilo.

 

— Não acredito que você teve a oportunidade e não disse nada — Pansy resmungou. — E de novo!

 

— Bom, eu já aceitei.

 

— Mas eu não! Ainda bem que ele terminou com a Danielle, eu não aguentava mais... — Pansy falou.

 

— Danielle não foi tão ruim quanto aquela garota da Lufa-Lufa... — Alec falou.

 

— E aquela da Grifinória — Mark completou.

 

— E agora Astoria...

 

— Tudo bem, já entendi — Eu bufei.

 

— Mas gostamos de você, Hermione — Mark falou.

 

Mark acabou descobrindo também, foi inevitável. Parecia que todos sabiam, os quadros, os fantasmas, a Sonserina... todo mundo, menos Draco Malfoy.

 

— E vocês acham que ele não desconfia? Ele só quer rir um pouco da minha cara – eu reclamei.

 

— A verdade é que Draco não sabe ainda se gosta mais de você ou da garota da música. A mente dele vai explodir quando descobrir que as duas são a mesma pessoa e... — Alec começou falar, mas logo se calou, porque todos nós imediatamente largamos tudo que estávamos fazendo e olhamos para ele, sérios.

 

— O quê?! – perguntei. – O que você disse?

 

Alec travou.

 

— … explodir? – ele murmurou.

 

— Alec...

 

— Eu não quero me envolver nisso!

 

Eu revirei os olhos.

 

— Ele disse isso? — Pansy insistiu olhando para Mark e Zabini.

 

— Não nessas palavras — Mark respondeu, cauteloso.

 

— Ele disse sim! — Zabini admitiu e os dois bufaram. — Ela merece saber.

 

— Mas isso é entre ela e o Malfoy — Alec discutiu.

 

— Fala logo de uma vez! — Pansy brigou.

 

— Vocês três sabiam disso todo esse tempo e nunca falaram nada?! – eu falei para os garotos.

 

— Isso é muito complicado pra gente – Mark respondeu – Você faz uma coisa e pede segredo... Draco se apaixona e pede segredo... POR QUE TANTO SEGREDO? Eu estou há noites sem dormir!

 

— Merlin, isso nunca passou pela minha cabeça…

 

— Nem na dele, pode acreditar – Zabini disse dando tapinhas no meu ombro. – Mas tudo foi superado, né? Hermione odeia o Draco, o Draco já tá com outra… podemos todos voltar à nossas vidas agora?

 

— Pelas barbas de Salazar, o que vocês falaram para o Draco?! – Pansy se levantou.

 

Mark deu dois passos para trás, visivelmente com medo. Eu podia jurar que vi Alec procurar sua varinha e Zabini parecia travado.

 

— Isso foi antes de descobrimos que Hermione era a garota da música – Alec se explicou.

 

— Mas e você, Zabini? – ela berrou se virando para o namorado.

 

— Eu? Eu o quê? – ele disse.

 

— Você foi o primeiro que soube.

 

— Ah, isso é muita pressão em cima de mim – ele choramingou passando a mão no cabelo – Achei que vocês contariam a verdade antes dele ficar com outra.

 

— Então, tecnicamente, a culpa é de vocês também – Alec murmurou escondido atrás de uma poltrona. Pansy olhou para ele mortalmente.

 

Olha, eu consigo ser uma pessoa legal, no geral, tirando os dias ruins. Mas às vezes Merlin me confunde. E eu mereço isso? Eu mereço? Claro que não!

 

— Fala logo de uma vez! — discuti.

 

— Nós falamos para o Draco seguir em frente — Mark admitiu.

 

— Ele pensava que era a Hermione a garota da música... — Alec completou.

 

— Mas é a Hermione a garota da música! — Pansy bate o pé.

 

— Sim, mas ela nunca quis contar nada, então nós falamos para ele esquecer. Ele queria que fosse a Hermione... Na verdade, ele tinha certeza. Só estava esperando ela falar — Zabini contou.

 

— E vocês falaram que não era eu? — eu perguntei sentindo o sangue subir.

 

— Falamos — Mark admitiu. — Eu sinto muito, Mione, mas você não contava e Draco insistia que era você...

 

— Merlin, não acredito que fizeram isso! — Pansy fala, irritada.

 

— Fizemos um favor! — Alec discute.

 

— Para quem?! — Pansy briga e Alec volta se esconder atrás da poltrona.

 

— Para os dois — Zabini responde.

 

— Vocês não ajudaram em nada — Pansy fala, azeda.

 

— Bom, agora Hermione sabe — Mark responde me olhando.

 

Percebo que não estou falando nada e só assistindo aquela cena sem acreditar no que estava ouvindo. Então, no final das contas, Draco sabia e só queria ouvir de mim.

 

[...]

 

— E o que você fez?

 

— Bom, se Draco foi apaixonado por mim, hoje não é mais – Hermione respondeu indiferente.

 

— Ah, me diga que foi atrás dele... pelo menos isso.

 

— E ele superou muito bem, sabia? Enfiando aquela língua na garganta de outras garotas – ela continuou, ignorando Gina.

 

— Não acredito! Você não foi atrás dele? – a ruiva perguntou indignada. Ficou ainda mais irritada com a amiga quando a viu se levantar sem responder.

 

— O que você acha? — Hermione pergunta sarcástica.

 

— Mas como ele soube se não foi você que falou? – Gina perguntou hesitante indo até Hermione.

 

— Ah, eu falei – Hermione deu de ombros, insignificante.

 

— O QUÊ? Mas por que... – Gina parou vendo o olhar de "não interrompa" da Granger. Gina revirou os olhos – Tudo bem, não interrompo mais. Pode falar

 

Hermione demorou um tempo para responder:

 

— Ele comprou um gato.

 

— Que absurdo – Gina respondeu sarcástica – Quem faz isso?

 

— Não forçaa a barra, Ginevra.

 

— Não torra, Mione.

 

— Ele estava saindo com essa garota, Astoria, e eles queriam adotar um gato juntos. Quer dizer, juntos. Quem faz isso? – a morena revirou os olhos voltando a descer da arquibancada. – É claro que, na cabeça oca dele, ele pensava que "não deve ser tão difícil cuidar de um". Além do mais, gatos vivem mais que peixes.

 

— Ainda estou confusa – a ruiva admitiu seguindo Hermione.

 

— Um gato, Gina? O que ele estava pensando? – Hermione resmungou – Estou começando achar que estava sob efeito da amortentia.

 

— É, sério, isso está me confundindo. Quando é que você vai falar do seu encontro com o Robert?

 

A morena parou e suspirou.

 

— Foi um desastre.

 

[...]

 

— Eu namorei por um tempo uma mesma pessoa… e esse é meu primeiro encontro depois do término – Robert começou me guiando até uma mesa do Três Vassouras – Então se eu parecer nervoso… eu estou.

 

Fiquei me perguntando se aquilo era para parecer engraçado quando ele riu da própria piada.

 

Puxei uma cadeira pra mim e cruzei os braços em cima da pesa, erro fatal.

 

— Quanto tempo vive um gato?

 

— Oi? – ele perguntou.

 

— Um gato. Quanto tempo vive? – perguntei novamente – Supondo que eu não o jogue da Torre de Astronomia.

 

— Uns 15 ou 16 anos, acho – Robert respondeu.

 

— Maravilha – murmurei pegando uma cerveja.

 

— Ah… você me achou mais bonito de longe? Porque… – Robert disse hesitante. Bem, disso eu ri.

 

— Oh, não! É que – eu mordi o lábio – Não acredito que vou dizer isso. Não é você... Um amigo meu vai comprar um gato com a namorada.

 

— Isso parece… – ele parou para pensar – bastante normal. Qual o problema?

 

— O problema é que eles começaram namorar agora! — resmunguei bebendo mais cerveja – E um gato? Isso quer dizer o quê? Que ele gosta dela? Mas, desculpe, vamos… ah, vamos falar de você. – Ele sorriu pra mim e logo ia começar falar alguma coisa, mas eu interrompi: – Então, já comprou algum bichinho com essa sua namorada?

 

[…]

 

— Desde quando você bebe tanto assim? – Gina perguntou.

 

— Fiquei nervosa. Entrei em pânico! – Hermione respondeu – E ele estava tão bonito, mas eu não conseguia parar de pensar no idiota do Malfoy comprando um gato com a Astoria.

 

— Devo me preocupar? Te levar para a reabilitação?

 

— Eu não bebo mais – ela respondeu entediada – E pare de me interromper, Ginevra.

 

— Não me chame de Ginevra – protestou.

 

— Posso continuar? – Hermione perguntou irônica. Gina suspirou.

 

— Vai, quero ver onde isso termina.

 

— Não termina nem um pouco bem – a morena respondeu.

 

[…]

 

— Quer dizer, um gato. Um gato! Por que não compram um inseto? Essas coisas que vivem só um dia – eu continuei a resmungar.

 

Eu não sei quanto tempo fiquei falando do maldito gato, só sei que teve uma hora que Robert levantou – disse que iria ao banheiro – e voltou com a conta. Em parte fiquei decepcionada: ele não pediu nem a sobremesa. Mas só então percebi a cena que eu estava fazendo.

 

— Não está de divertindo, não é? – eu perguntei.

 

— Não, não, eu estou – ele disse rapidamente – É que estou aqui pensando no meu trabalho de Feitiços que tenho que entregar na semana que vem.

 

Isso também me fez rir.

 

E ele também riu.

 

— Ah, estou aqui com um cara super legal e inteligente e só consigo pensar naquele infeliz, no seu maldito gato e na nova namorada dele. Por um lado eu quero esquecê-lo, mas por outro… Sabe qual o problema dos erros? Às vezes eles beijam bem.

 

Robert riu: – Olha, eu acabei de sair de um relacionamento muito longo e se quer saber, vai passar.

 

— Então por que eu não consigo?!

 

— Voce vai conseguir, acredite. Você só não vê isso agora porque ainda não se pôs um ponto final.

 

— É isso! Ponto final! É o que eu preciso – eu sorri e logo parei – Okay, mas como eu coloco ponto final numa coisa que nunca começou?

 

— Não há uma fórmula – Robert disse e parou pra pensar – Qualquer coisa que faça você dizer: "eu esqueci você".

 

— Certo. "Eu esqueci você" – repeti. – Você é um gênio... Eu preciso falar isso para ele, mas preciso falar agora – ao meu lado eu vi um cara mandando um berrador para alguém, pensei que era daquilo que eu precisava. Um berrador para mandar pro Malfoy. Então me virei e pedi o berrador para o homem que hesitou de primeira, mas acabou me emprestando.

 

[…]

 

— O que você mandou?! – Gina perguntou.

 

— Nada que vale a pena ser lembrado.

 

— Ainda não acabou, não é? – a ruiva falou – Vai me contar tudo depois.

 

As duas já estavam indo para o Salão Principal jantar e assim que avistaram Rony e Harry, foram se sentar com eles. Hermione percebeu que Gina ignorou o espaço vazio ao lado de Harry e se sentou ao lado de Rony. Hermione se sentou ao lado do amigo e de costas pra mesa da Sonserina. A presença de Rony e Harry fizeram com que as duas só trocassem olhares, porque a Granger se recusava tocar no assunto desde o ocorrido.

 

Já na mesa da Sonserina, um loiro não tirava os olhos de uma certa morena da mesa da Grifinória, incapaz de ir até lá falar tudo que deveria ter falado enquanto teve chance.

 

Right here, right here

(Bem aqui, bem aqui)

Spinnin out, waiting for ya

(Girando, esperando por você)

I’m here, right here

(Eu estou aqui, bem aqui)

Wishin I could be there for ya

(Desejando que você pudesse contar comigo)


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