Como dizer adeus em robô escrita por nmsm


Capítulo 14
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Notas iniciais do capítulo

OLÁ MEUS AMORES
trouxe esse cap com a intenção de deixar vocês a b a l a d o s, porque, não vou mentir, eu fiquei um pouquinho
E ESTÁ AQUI
um bjbj para as meninas que comentaram (eu amo vocês ❤️)
E boa leitura, gentey



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— Quem é Henry?

Ruth, que estava terminando de guardar a louça, parou. Adolf e Draco estavam consertando o carro na garagem e só restara eu e ela na cozinha.

Por um minuto, me arrependi, mas Ruth deu um leve sorriso e deixou os pratos na mesa.

— Venha comigo – ela me puxou pelo pulso até o segundo andar. Pronto, pensei, chegou minha hora…

Ruth parou em frente à porta de madeira no final do corredor. Sempre me perguntei o que tinha por trás daquela porta, mas de repente senti um misto de pânico e ansiedade ao pensar que descobriria.

Okay, eu estava com medo. Mas quando Ruth abrira a porta misteriosa, revelou apenas um quarto.

Ela fez sinal para eu entrar.

— Ele tinha 5 anos – dissera atrás de mim.

O quarto, apesar de tudo, estava arrumado. Era verde, o que me fez pensar na casa de Salazar. Havia alguns brinquedos expostos (tanto trouxas quanto bruxos) e vários porta-retratos (trouxas) pela cabeceira da cama. E uma luminária em formato de abóbora!

— Tinha? – virei-me para Ruth que estava sentada na cama.

Ele assentiu com um sorriso triste. Eu senti um nó na garganta.

— Um garoto esplêndido! Ele era muito apaixonado pelo Mundo Mágico… mais do que deveria – ela dissera – Adolf botou fé de que o menino iria para a Sonserina assim como o resto da família. Ele estava tão ansioso para ir à Hogwarts! – ela sorriu. Seus olhos estavam começando ficar marejados – Ele gostava muito de ir à casa dos avôs bruxos… a família de puro sangue de Adolf. O Mundo Mágico sempre foi um conforto para Henry. Mas naquela noite ele estava na casa dos meus pais, em Londres. Adolf e eu também estávamos na cidade, mas nós o deixamos com meus pais. Quando voltamos… ele… ele não estava mais lá. Ele sumiu, desapareceu, foi sequestrado, só por Deus… Nós nunca entendemos como aconteceu. A minha mãe não se reconhecia e meu pai fora atacado– Ruth parou. Demorou um tempo para se recompor até continuar: – Já faz 15 anos e nós nunca soubemos nada à respeito. Nada além de uma profecia, que nem ao menos falava de Henry – Ruth me fitou – Falava de um outro mestiço. Você sabe quem é.

— Harry – eu respondi.

— Uma criança nascida em julho… Henry nasceu em julho, mas a profecia nunca se referiu à ele.

— Eu sinto muito, Ruth… – comecei dizer. Logo pensei em Harry. Harry sempre se culpava das mortes no decorrer dos anos. Essa então faria ele ficar um pouco mais paranoico.

— Não se preocupe, querida – Ruth deu um sorriso maternal – Algumas pessoas acreditam no Profeta Diário, eu acredito que o Potter é o único que pode salvar o Mundo Mágico. O que aconteceu com Henry, não foi culpa de Harry. Você-sabe-quem está de volta e uma hora ou outra, vocês vão ter que lutar.

Nós sempre soubemos de uma Guerra, apesar desta ter sido omitida. Assim como sempre soubemos que iríamos lutar, porque nos preparamos para isso. Mas depois de ouvir a história de Henry e saber que alguém de fora do Mundo Mágico (além dos meus pais) botava alguma fé em nós, tornava as coisas um tanto quanto melhores. Mas o ano letivo estava acabando e nós estávamos mesmo prontos para a guerra?

— Eu sempre tive uma esperança de que Henry estivesse bem e que um dia voltaria para mim – Ruth dissera interrompendo meus pensamentos –, por isso nunca mudamos de casa. O quarto dele está exatamente como ele deixou… – então ela voltou a me fitar: – Quando soube que receberia vocês aqui, foi difícil para mim… Uma década e ainda sim não poderia ver o quarto dele ocupado por outra pessoa.

Eu me senti um pouco pior naquele momento. Lá estava Ruth, a mulher que nunca aceitou o desaparecimento do filho, e eu, tentando parar de chorar e soluçar.

[…]

— Você soube de Henry? – eu perguntei para Draco naquela tarde. Estávamos no mesmo parquinho em que eu dera a notícia a Gina.

— Já faz um tempo.

— Por que não me contou?

— Você não ia querer realmente saber.

E era verdade. Estava pensando na criança desaparecida desde que Ruth deixara o quarto do menino, voltando aos seus afazeres. Depois disso, estive mais distraída que o normal.

— O que você tem em mente? – Draco perguntou.

— Ele pode estar vivo.

— Acho difícil – ele respondeu sentando-se comigo no gira-gira.

— É o que Ruth acha.

— Ruth não sabe nada sobre o mundo mágico.

— Você sabia que ela era trouxa também, não sabia? – perguntei subitamente antes que perdesse a coragem. Draco assentiu. Eu arqueei as sobrancelhas – Obrigada por me manter à par.

Draco revirou os olhos: – Eu sabia que uma hora você ia descobrir.

Eu fechei a cara e Draco me cutucou.

— Ah, Granger, não fica assim.

— Tanto faz, só acho que você deveria ter me contado – respondi.

Ele não sabia realmente o porquê dos meus olhos estarem tão vermelhos e inchados. Eu não queria que soubesse, por isso quando perguntou, falei que estava picando cebola, mas nós não servimos cebolas no jantar.

Draco passou para o lado no gira-gira, ficando de frente para mim. Eu sabia que ele perguntaria novamente, por isso quando ele me cutucou, eu já sabia o que viria:

— O que houve, hein? – ele passou os dedos gélidos pelos meus cabelos.

— TPM – respondi indiferente. Draco soltou uma gargalhada e eu o olhei séria.

— Mesmo? – ele perguntou. Dei de ombros. – Então nós…

— Isso não tem nada vê! – interrompi antes que ele fizesse alguma acusação que eu não queria que fosse dito em voz alta.

— Está atrasado ou alguma coisa assim?

— Draco!

— O quê? Eu não posso querer saber?

— Está tudo ótimo, obrigada.

Eu ouvi um suspiro e aquilo me fez revirar os olhos. Não era bem aquilo que ele quis dizer.

— Certo, vamos fazer assim então – ele começou passando a mão pelo cabelo loiro – Zabini e Pansy estão em Londres e eu preciso falar com eles. E, que eu saiba, o Weasel também… Então, o que você acha de fazer uma visita aos nossos velhos e queridos amigos?

— Por que eu desconfio que você só está fazendo isso para não ter que pegar o ônibus sozinho?

— Porque você sempre teve uma visão errada sobre mim.

Eu dei uma risada: – Não, e te conhecendo melhor agora só confirma que tudo o que eu pensava sobre você é verdade.

— Tipo?

— Sua infidelidade.

— Ah Merlin, Hermione! Esquece isso!

— Sabe, se fosse o contrário, eu te contaria. E eu du-vi-do que você não faria um escândalo!

Draco abaixou a cabeça. Parecia irritado, mas levou as mãos ao rosto e murmurou:

— Certo, certo. Desculpe, okay? Eu devia ter te contado e blá-blá-blá…

— Você é tão idiota.

— Eu já pedi desculpas.

— Vai ter que ser melhor que isso.

— Sua TPM é assim? Vai ser desse jeito todo mês?

Eu semicerrei os olhos: – Você não disse isso.

Ele revirou os olhos: – Não que eu saiba muito sobre o assunto, mas…

— Mas…

— Pansy não é mais assim. Não tem alguma poção que controla tudo? Você usa? Eu esqueci de perguntar…

— Ah, cala boca.

— Merlin, Hermione!

— Draco, hoje não é um bom dia.

— Estou vendo.

Àquela altura, sua mão boba deslizava por minha coxa, enquanto a outra batucava o gira-gira em um ritmo que eu desconhecia. Me recusei responder, mesmo sabendo que poderia estar na TPM, mas não queria que isso fosse verdade, porque estaria sendo chata por causa de hormônios. E isso é ridículo.

Pensei em pedir desculpas mais à noite, porque ainda não era hora.

Mas do nada eu parei. E eu senti o cheiro. Ah, o cheiro! O cheiro da minha poção, aquele que eu não sabia qual era… era o cheiro dele.

Merlin, aquilo soava TÃO errado. Porque minha poção do amor poderia cheirar morango, canela ou lavanda… mas não! Tinha o cheiro de Draco Malfoy. Justo dele. E por mais que aquilo fosse tudo tão ridículo, piorava; é claro que eu já me deparara uma ou duas vezes com o cheiro de Draco, mas aquilo foi tão súbito que me pagara de surpresa.

Foi como se Merlin tivesse me dado outro tapa na cara. Aliás, aproveitou o momento e me deu uma encurralada. Ainda riu da minha cara. Aquilo era sim, o Universo rindo de mim!

E se Merlin queria me culpar por ter sido aquela pessoa horrível em outra vida, deveria ter me tirado uma perna ou um braço. Draco na minha poção do amor? Nunca, nunca, nunca. Eu até entendia que eu poderia gostar dele, mas isso não queria dizer que eu poderia amá-lo. Era até um pouco mais pavoroso.

Mas lá estava ele; batucando seu joelho, com a mão já perdida na minha cintura. E eu lá, parada, sem reação. Duvidando do que era capaz de fazer ou falar. Me lembrei das palavras de Ginny, o que só piorou as coisas:

"Você tem medo dele te magoar (…) Ele está sendo legal e você gosta dele assim, mas nós sabemos como o Malfoy é."

"Você sabe que o que você sente não é passageiro. Você merece muito mais do que isso. Você merece ser feliz, por Merlin, você sabe disso!

"Pela primeira vez, você pode ter algo sério com alguém legal e está jogando tudo isso pelo ralo."

Eu realmente não podia, não devia pensar em amá-lo. Mas naquele momento eu pensei. Eu pensei que poderíamos ir até Londres, e então poderíamos voltar para Hogwarts juntos. A guerra acabaria e nós seríamos felizes para sempre… mas não funcionava assim, e aquilo doeu. Doeu saber que nós dois, apesar de tudo, não tínhamos futuro. No meio daquela guerra, planejar um futuro e com Draco Malfoy, era bobagem.

Gina. Maldita. Gina. Desgraçada. Gina, aquela que disse que uma hora isso ia acontecer… filha da mãe! E ainda tinha Lilá, que arriscara dizer no começo do ano que eu tinha uma queda pela serpente. Para ajudar, tagarelou que meu ódio era amor reprimido. Porra, porra, porra. Que raiva! Eu desejaria ser um robô naquele momento, porque assim eu não precisaria admitir pra mim mesmo que aquele sorriso malicioso do Malfoy mexia comigo quando, por vezes eu bati o pé e disse que não, não sentia nada pela serpente.

E era diferente. Era diferente dizer que gostava dele naquela hora, e dizer que gostava dele e provavelmente continuaria gostando. Eu pensei que minha maior vingança seria amá-lo pra sempre quando até ele mesma se odiou.

— Malfoy? – eu chamei com os olhos baixos. Um nó se formava na minha garganta.

— Diga, querida – ele disse. Eu franzi o cenho e ele riu, o que fez com que meu coração disparasse.

Draco não fazia ideia da bagunça que estava nas gavetas do meu coração.

— Não me chame assim.

— Vamos começar de novo – ele me cutucou.

— Você começou errado logo no primeiro ano.

— É só pular essa parte.

Eu revirei os olhos, de novo. Draco balançou minha perna.

— Vamos para Londres.

— Não posso.

— Por quê?

— Estou doente – eu dei uma falsa tosse.

— Está enjoada? – ele perguntou preocupado.

— Merlin, Draco, desiste disso – eu disse, mas antes que ele abrisse a boca, interrompi: – Vamos logo antes que eu desista.

Ruth estava no segundo andar quando eu entrei na casa. Sem avisar, eu me tranquei no banheiro com as roupas pesadas até ouvir Draco chegando. Ele teve que usar o banheiros do fundos por conta disso, e um momento sozinha era o que eu precisava.

Eu automaticamente pensei em escrever para Gina, mas achei aquilo inapropriado. Ela me daria um sermão e logo em seguida estaria planejando um casamento.
Então pensei em Lilá, que pularia logo para a parte do casamento. Luna? Não. Parvati? Não, Parvati ia ter um ataque. Pansy? Não, eu não queria envolvê-la nisso… Ron e Harry dariam boas risadas e depois teriam um ataque, e era isso que eu precisava, mas eu não sabia quando os veriam juntos e não queria contar isso por carta… Não tinha ideia para quem contar. Ruth, talvez. Ela era uma boa pessoa, me daria um bom conselho…

Certo, Ruth.

Sai do banheiro decidia a falar com Ruth, mas dei de cara com Draco na cozinha. Ele já tinha trocado de roupa e estava comendo um pedaço de bolo.

— Pronta? – ele perguntou de boca cheia.

Olhei para minhas roupas. Ruth nos fazia usar jeans grossos e vários casacos. Eu quase não sentia falta do uniforme de Hogwarts com os moletons que às vezes usava dentro de casa, e Draco estava quase sempre tirando sarro com as minhas calças largas – porém extremamente confortáveis, vale lembrar. Eu não queria ir à Londres daquele jeito. Aliás, eu não queria ir à Londres, mas achei que devia isso ao Draco.

Só que agora, pensando por um lado, descubro que nunca devi nada a ele, e sim ele a mim.

Mas isso não faz mais diferença.

[…]

— Pelas barbas de Merlin, se não é Hermione Granger?!

Ronald me recebeu muito bem, como eu desconfiava que receberia. Ele me abraçou e me girou no ar, e eu ri porque estava com saudades dele.

— Você não responde minhas cartas! Por que não responde minhas cartas? – eu perguntei quando já estava em terra firme.

Rony riu: – Cartas? Que cartas? Você escreveu?

— Ah, Rony, não se faça de bobo. É claro que escrevi.

— Sei lá, eu não recebi – ele deu de ombros, me puxando para dentro da casa. – Lilá também reclamou que você não escreveu para ela.

— Ela está aqui? Deixa eu falar com ela…

— Não – ele riu passando a mão pelo cabelo ruivo –, mas ela está aqui no bairro, então a gente se vê tipo todo dia.

— Que amor, Rony…

— Ah, cala boca – ele resmungou. Duas crianças passaram correndo uma atrás da outra por nós. Eu me encostei na porta sem saber o que fazer, porque nunca me dei bem com crianças… mesmo quando eu era criança, eu não me dava bem com crianças. Ronald riu. – Esses são Samantha e William.

— Simpáticos.

— Ei, Samantha, vem dá um oi para a tia Hermione – e para mim ele disse: – Você vai adorar ela.

— Crianças me dão medo, Rony. Elas estão sempre correndo.

Rony riu e a menina desapareceu nos fundos da casa, mas não sem antes gritar um "oi, tia!" para mim.

— Vamos lá para cima, senão eles não vão nos deixar em paz – Rony disse indicando o caminho.

— Então esses são os donos da casa? – eu provoquei.

— Nah, a mãe deles foi ao Beco Diagonal logo cedo. Quer dizer, isso é o que ela diz… Sempre acho que quando eles saem juntos de manhã é para ir ao Ministério.

— E deixam as crianças com você?

— Na verdade, as crianças que cuidam de mim – ele abriu uma porta no fim do corredor, fazendo sinal para eu entrar no quarto. – Para que eu não saía até a mãe deles chegarem, e blá-blá-blá. São minhas babás. Não posso fazer nada até alguém chegar, é ridículo.

— Dino não deveria estar aqui?

— Ele dormiu fora, estou acobertando ele – Ron apontou para a cama encostada na parede, onde parecia que alguém estava dormindo, mas que na verdade era algumas almofadas amontadas sob as cobertas. Eu ri.

— Não gosta dela?

— É… a Sra. Waldorf é legal, mas ela trata a gente como se fôssemos criminosos – ele revirou os olhos – Eu não sei se ela sabe, mas a escola foi invadida por comensais, não por alunos – eu o olhei de cenho franzido, e Rony sorriu – É, eu soube. Meu pai escreveu assim que chegamos. O Ministro está doido.

— Eu quero voltar logo – falei.

— Não está gostando de onde você está?

— Não, estou… a Ruth é legal, mas… nada melhor como voltar para casa, não é o que dizem?

— Relaxa, daqui a pouco estamos de volta. Muitos pais já souberam que fomos tiramos de Hogwarts e não param de mandar cartas para Dumbledore e o Ministério. Alguns até ameaçaram tirar seus filhos da escola…

— Você sairia…? Se Dumbledore ou seu pai dissesse que você poderia, você iria?

— Claro que não. Merlin, é Hogwarts. Eu não sairia de Hogwarts – Rony respondeu e então me fitou, de olhos semicerrarmos: – Você sairia, Hermione?

— Ron, você sabe que uma hora ou outra, nós vamos ter que ir com Harry. Nós prometemos – eu disse.

— Ah, isso. Bom, eu não pensei nesse lado – Rony respondeu – Mas enquanto Harry não dá um grito de socorro, eu vou ficar em Hogwarts, comendo até não querer mais.

— Francamente… – eu revirei os olhos.

Rony riu: – Ei, estou brincando, Mione – ele disse batendo no meu joelho – Fiquei com saudades.

— Ah, eu sei. Você não é nada sem mim

— Sabe, Moine, te perguntaria alguma coisa sobre o Malfoy, mas vou admitir que não estou realmente interessado.

— Como você… – eu parei – Gina, certo?

— A própria – ele cruzou os braços.

— Ela também contou que está com Harry? – soltei.

— O QUÊ? NÃO!

— Pois é…

Sou uma pessoa muito má. Eu juro, eu não queria ser assim, mas eu infelizmente sou assim. Perdão, Gina. Perdão, Harry.

— EU VOU MATAR A GINA – Rony se levantou da cadeira – E ENTÃO VOU MATAR O HARRY! AQUELE TRAIDOR!!!

— Rony, não é para tanto.

— NÃO É PARA TANTO? COMO ELES MENTEM ASSIM PARA MIM???

— Acho que queriam evitar reações como essa.

— ISSO É UM ABSURDO! ISSO É RIDÍCULO! MEU MELHOR AMIGO E MINHA IRMÃ… mas por um lado é até legal, sabe? Quer dizer, eu não consigo pensar em uma pessoa tão boa para Gina como Harry.

— Merlin, Ron, você descobriu isso sozinho? – eu ri.

— É como você e o Malfoy.

— Ah, não, não começa…

— Escuta, nós dois sabemos que o Malfoy não é para você, mas talvez você seja para o Malfoy. É meio confuso, eu sei.

— Isso é ridículo, Ronald. Não é como se cada pessoa tivesse alguém certo para amar.

— Tem certeza?

Dei de ombros.

— Vocês estão… sei lá, bem? – Rony perguntou.

— Você disse que não queria saber.

— Agora eu quero – ele respondeu com um sorriso.

— Bem como? – perguntei.

— Bem, oras.

— Defina bem…

— Você confia nele?

— Aaah, acho que sim?

— Eu não sei se você devia "achar". Quer dizer, esse tipo de coisa tem que ter certeza, não tem? Você gosta dele?

— Quer mesmo ter essa conversa?

— Não, acho que a Lilá pode falar com você sobre isso.

— Certo.

— Certo, desculpe.

— Eu não devia ter contado sobre a Gina e o Harry, não é? – perguntei.

Ron deu de ombros: – Eu ia acabar descobrindo, de qualquer forma. Vamos, estou com fome.

Nós demos de cara com a Sra Waldorf assim que descemos as escadas. Ela arqueou as sobrancelhas assim que me viu.

— Ronald, eu não me importo quando você ou Dino saem tarde para Merlin sabe para quê, mas trazer uma garota para cá, quando não estou, já é demais… Francamente, tem crianças na casa…

— Hermione é só uma amiga – Ron a cortou.

Ela continuou me encarando, como se eu fosse uma mosca que veio junto com a sopa. As crianças passaram por nós novamente, e Rony me puxou para a cozinha.

— Bom, da próxima vez me avise que vai receber um de seus amigos – ela respondeu da sala.

— Estamos de saída, então – ele avisou, me puxando novamente para a porta.

Ela não respondeu.

— Você tinha razão, Ron, ela é muito legal – eu disse quando a porta se fechou atrás de mim.

— Ah, ela é bipolar. Primeiro fala para não ficarmos fora até tarde, que poderíamos chamar nossos amigos para ficar lá, mas surta quando alguém aparece – ele disse pegando uma bicicleta jogada no quintal. – Você vem comigo, a não ser que queira pegar a bicicleta da Sam.

— Aonde vamos? – eu perguntei.

— Dar uma volta… Lilá está aqui perto – Ron respondeu – Uau, Mione, o que você anda comendo?

— Cala boca.

Ronald riu.

[…]

— Olha só o que o vento trouxe! Hermione Granger, você está viva!

— Oi, Lilá.

— "Oi, Lilá"? "Oi, Lilá"?? Você aparece aqui depois de meses e diz apenas "oi"?

— Foram só algumas semanas, Lilá – eu respondi.

— Meu coração não aguenta esse tipo de coisa, Hermione – ela disse me abraçando. – Vem, vamos entrar.

— Estou com fome, o que tem para comer? – Rony perguntou abrindo a porta.

— Por que não comeu antes de vir? – Lilá perguntou me arrastando para dentro.

— Waldorf implicou com a Mione.

— Com quem aquela mulher não implica? – Lilá disse passando a mão pelo meu ombro – Mas como está a vida, Mione? Soube que está namorando.

— Merlin, não.

— Diga para o Draco que eu mandei um oi.

— "Draco"? Da onde surgiu essa intimidade? – Rony perguntou da cozinha.

— Ah, você sabe, Draco é um velho amigo – ela respondeu e eu dei risada.

— Eu digo – respondi rindo.

— Boa menina. Ei! Você podia passar a noite aqui, o que acha?

— Acho que Ruth ia surtar.

— Ah, que isso, Tallulah ia amar receber você aqui. Ela não é como a Sra Waldorf – Lilá respondeu.

— Ei, não fale assim dela. Só eu e Dino podemos falar mal da Sra Waldorf – Rony respondeu de boca cheia.

— Tanto faz.

— Desculpe, Lilá, mas não posso – eu falei – E Draco daqui a pouco chega, então…

— Draco também pode passar a noite aqui.

— Eu vou fingir que nem ouvi isso – Rony falou.

— Estou brincando, meu amor – Lilá rapidamente respondeu. – Mas se a Mione concordar… Por um acaso você tem aula amanhã cedo? Não!

— Lilá, nós dividimos o mesmo dormitório na Grifinória.

— Blah, eu sei, mas faz um tempo que eu não te vejo.

— E daqui a pouco estamos de volta a Hogwarts, e você vai me ver todo dia… – eu continuei.

— Se voltarmos a Hogwarts… – ela disse, e nós a olhamos sem entender. Lilá massageia as têmporas: – Eu queria estar em casa.

— Ei, nós vamos voltar a tempo do Campeonato de Quadribol e você vai ver a Grifinória massacrar a Sonserina – Ron beijou o topo da cabeça de Lilá e logo em seguida fez um high-five comigo. Eu sorri, porque aqueles dois faziam um casal lindo e eu já não conseguia imaginar eles separados.

— Eu não estava me referindo a essa casa – Lilá respondeu, e ninguém disse nada.

[…]

Assim que abri a porta, dei de cara com uma Ruth apavorada.

— Graças a Deus, onde você estavam? – ela murmurara baixinho. Às vezes, quando me esquecia, só me dava conta de que Ruth era trouxa quando a escutava falar coisas como "pelo amor de Deus", "graças a Deus" e "vá com Deus". Era estranho ouvir falar sobre Deus com D maiúsculo quando eu vivia em um mundo onde as pessoas falavam "por Merlin".

— Nós fomos à Londres – Draco respondeu calmamente, e Ruth levou a mão ao peito, aliviada.

— O que houve? – eu perguntei, tentando ao máximo não pensar na história de Henry.

— Tem alguém da Ordem na minha cozinha – ela disse baixinho – E vocês demoraram! Onde foram?

— Bom, a casa dos Waldorf – eu dissera.

— Meu Deus, é mesmo? Aquela mulher é desprezível… – Ruth comentou.

Ao meu lado, Draco pigarreou: – Quem está aí?

— Ah, eu não sei. Cada hora está com uma cor de cabelo… Está esperando vocês há bastante tempo.

Tonks.

Eu rapidamente segui para a cozinha, onde encontrei Ninfadora trocando sua cor de cabelo enquanto comia um pedaço de bolo. Quando me viu, seu cabelo estava verde e ela sorriu.

— Eu não acredito que te mandaram para cá – eu disse abraçando ela.

— Nem eu! – respondeu – Mas quando eu soube que você estava com o Malfoy, aí que eu não acreditei.

Eu dei de ombros: – Fazer o quê…

— Como estão as coisas em Hogwarts? Quer dizer, como estavam… – ela riu nervosa – Merlin, desculpe. Eu soube… foi terrível!

— Calma, uma coisa de cada vez.

— Tudo bem, eu soube. Até apareci por lá com Remo… Minerva estava quase tendo um ataque. Como isso aconteceu? Como? – ela dizia – E os pais estão pirados! Não param de mandar cartas ao Dumbledore e ao Ministério… Vocês até correm o risco de ter Dolores no cargo da diretoria novamente.

— Não pode ser!

— E não é – ela riu – Dumbledore não deixaria, Hermione. Mas eu acho que se muitos pais estão pedindo, ele deixaria alguns de vocês voltarem para casa.

— Eu não quero voltar para casa. Eu preciso ficar em Hogwarts – insisti. De repente tive um déjà-vu da conversa que tive com Rony.

Tonks sorriu ao pegar minha mão: – Eu sei, Hermione. E, mesmo se Dumbledore fizesse isso, você teria para onde ir no Mundo Mágico.

Certo, eu ficaria com a Ordem da Fênix, ou talvez iria para A Toca se Rony fosse também. E, caso fôssemos fugitivos que não poderiam dar as caras para qualquer membro da Ordem e n'A Toca, iria para o Largo Grimmauld. Ou para a Rua dos Alfeneiros, quem sabe.

— Mas então… A que devo a honra da sua visita? – eu perguntei antes que começasse ficar preocupada demais com uma coisa banal.

— Ah, eu não disse? Você e Malfoy já podem voltar – ela respondeu tranquilamente.

— Oh, Merlin, é sério?

— É claro que sim – ela riu mudando a cor do cabelo para roxo – As coisas já foram resolvidas no Ministério e em Hogwarts… Mas eu não posso falar muito sobre isso com você, Hermione. Regras – ela revirou os olhos.

Eu estava elétrica a essa altura, e doida para correr até Draco e lhe contar a novidade. E como se tivesse lido minha mente, ele apareceu na cozinha sutilmente, e chamando a atenção de Tonks, que o olhou de cima a baixo antes de levantar e abraçar ele.

— Olá, Draco! – e então ela disse: – Animado para voltar à Hogwarts? – Draco abriu a boca para falar, mas Tonks não esperou uma resposta – Só que vai ter que ser pela manhã, porque já está tarde e nós não achamos muito seguro pegar a estrada a noite.

— "Nós"? – Draco perguntou.

— Nós, que trouxemos vocês sã e salvos até aqui – ela respondeu voltando a se sentar, de cabelo azul – Isso ninguém vê.

— Você que nos trouxe? – eu perguntei.

— Querida, eu te levei ao St Mungus quando aquela cobra atacou Arthur, por que acha que não seria eu que te traria à Londres e te levaria de volta à Hogwarts novamente?

— Faz sentido – concordei, e Draco me olhou sem entender.

— Qual problema? Vamos agora!

— Não, não, eu não posso levar vocês agora. Fui instruída a levá-los em segurança à Hogwarts e é isso que vou fazer.

— Por favor, Tonks, nós só vamos chegar um pouco mais cedo que o resto – eu disse.

— Eu não acho uma boa. Os pais de vocês podem ficar no pé do Ministério se souberem disso, e quando digo "pais de vocês", me refiro ao Lúcio Malfoy – ela sorriu para Draco, que deu de ombros.

— Ninguém precisa saber, Tonks – ele disse.

Aquilo, de alguma formava, convenceu Tonks. Quer dizer, eu não sou inocente o suficiente para não pensar que tinha algo a mais por trás daquele "ninguém precisa saber", porque por um instante eles trocaram um olhar cheio de segredos, mas que eu não dei importância porque já estava na sala, guardando minhas coisas na pequena mala de mão, com uma Ruth logo atrás, arrumando outra mala reserva. Ruth era dessas. E eu estava tão eufórica a ponto de não perceber o que tinha naquela troca de olhares e o que veio logo em seguida, quando Tonks saiu e voltou depois de meia hora, mas não sem antes comer mais um pedaço de bolo, e disse que já estava pronta. Mas Adolf não tinha chego ainda e Draco queria se despedir, e Ruth aproveitou os dez minutos que nos restavam para nos fazer usar mais casacos pesados. Ah, Ruth… eu me despedi dela engolindo o choro, com um aperto no coração. Desculpe o transtorno, obrigada por nos receber em sua casa, essas coisas, mas a verdade era que quando ela me abraçou, eu não quis soltar. Eu pensei na minha mãe e na Sra Weasley, e em como aquela mulher que sequer tinha a obrigação, me acolheu em sua casa. Ruth, eu sinto muito… Ruth, eu prometo manter contato… E eu mantive. É verdade, eu mantive. E quando eu voltei, anos depois, descobri que havia mais um integrante na família e os dois não poderiam estar mais felizes.

[…]

Eu dormi durante todo percurso, mesmo não querendo. Draco ficou acordado.

Começou aí, começou errado bem aí.

E nós poderíamos ter dado um fim ao que começamos assim que entramos no coche, mas nenhum dos dois se deu conta disso. Ele se deitou no meu colo e eu mexi no seu cabelo, até adormecer encostada na janela.

Draco parecia preocupado, mas eu não perguntei o porquê. Foi um feeling. Eu poderia ter perguntando como foi em Londres, mas não perguntei, e por isso não discutimos e não brigamos, e eu adormeci sem dizer que Ron não recebia minhas caras e por isso não me respondia, e Lilá estava estranha. Foi outro feeling. Porque eu poderia ter contado como contei meses depois, mas não o fiz. Eu adormeci e Draco não disse mais nada.

Quando finalmente chegamos à Hogwarts, junto com uma turma de calouros, Draco se despediu de mim com um beijo e seguiu pelas Masmorras. Depois disso, eu só o vi na hora do jantar. Também não perguntei o que ele tinha feito que sumiu quando meus amigos da Grifinória e da Sonserina chegaram, finalmente, à Hogwarts.

Onde raios estava?, eu poderia ter perguntado. Porque as coisas seriam completamente diferentes se eu tivesse feito algumas dessas coisas. E talvez eu nem teria história para contar.

Mas lá estava ele no quadro da Mulher Gorda naquela noite, me esperando na hora do jantar, como se não tivesse sumido o dia inteiro a ponto de me fazer perguntar até mesmo para Filch onde o garoto estava. Ele queria que eu perguntasse, é claro que queria.

— Eu não quero nem saber – eu disse passando reto.

— Fiquei ocupado – ele disse me puxando pela cintura.

— No primeiro dia? – eu cruzei os braços – O que era? Puxar o saco de Snape?

— Hermione…

— O que foi?!

— Vamos pegar algumas coisas e comer em outro lugar – ele dissera no meu ouvido.

Eu ri, mas tinha feito um um esforço danado para não aceitar o convite.

— HA! Nem pensar. Acabamos de chegar, francamente.

— Você não vai perder nada… só McGonagall passando seus recados e Dumbledore dando as boas-vindas.

— Você acha mesmo que não vão perceber se sumirmos? – eu arqueei as sobrancelhas, seguindo o caminho até o Salão Principal.

— E daí?

— Draco…

— Hermione…

— Não, tenha dó!

— Ok, não está mais aqui quem falou – ele ergueu os braços em sinal de rendição – Mas você vai ver só quando estiver entediada e com fome e aparecer lá na Sala da Monitoria Chefe…

— E você vai fazer o quê? – eu perguntei de braços cruzados.

— Parece que não, mas eu também sei me fazer de difícil – ele respondeu e eu ri.

— É mesmo, é? – eu dissera o empurrando até prensa-lo na parede.

— Mas nunca dá certo – ele respondeu quebrando a distância entre nossas bocas.

Por alguns beijos, eu esqueci que estava brava. Eu até perdoei por alguns instantes e passadas de mão, porque uma vez que nossas respirações se confundiam e Draco beijava meu pescoço, eu me esquecia até do meu nome e não sabia fazer nada além de corresponder às suas investidas.

Eu estava quase puxando para dentro da salinha fazia quando me dei conta de que já estávamos atrasados.

— Temos que ir – eu disse entre beijos.

— Temos mesmo?

— Temos – eu murmurei sentindo que estava conversando com uma criança.

— Eu vou na frente, ou… como você quer fazer?

— Pode ir – eu disse avistando Luna no corredor.

— Ok.

— Ok…

Antes que eu pudesse me mover, sem vontade alguma, Draco me puxou mais para perto.

— Deixe a janela aberta – ele sussurrou no meu ouvido mas não sem antes mordiscar meu pescoço e seguir pelo corredor, sem esperar uma resposta.

E pra ser sincera, já nem me dava mais ao trabalho de respondê-lo.

Me juntei a Luna tentando disfarçar minha falta de equilíbrio, mas de nada adiantou quando entrei no Salão Principal e senti que todos tinham os olhos em mim, como um daqueles sonhos que todo mundo tem uma vez na vida. E quase foi difícil chegar à mesa da Grifinória sem olhar para a mesa da Sonserina, onde um certo par de olhos cinzas me fitava, divertido com a cena.

Eu bufara. Pronto, recuperei os sentidos, me lembrei que estava brava.

Mas eu me senti incrivelmente aliviada quando vi todos da Grifinória reunidos na mesa, agitados com a volta à Hogwarts. Tudo bem que não fazia muito tempo desde a nossa última refeição, mas foi estranho não vê-los todo dia, como fazia parte da rotina. Durante o jantar, nós conversamos e rimos, como se nada tivesse acontecido, e tentando se recompor toda hora, porque a mesa da Corvinal estava mais quieta que o normal devido os acontecimentos.

Mais tarde, Dumbledore nos deu as boas-vindas – como Draco tinha dito – e depois pediu para os calouros se retirarem junto com os diretores de suas devidas casas, deixando o Salão quase que vazio.

E foi aí que tudo começou desmoronar.

Dumbledore parecia que estava fazendo um esforço tremendo para dizer o que tinha que dizer.

Quando enfim ele começou, todos nós prendemos a respiração. Era possível ouvir um alfinete caindo.

— Uma aluna foi assassinada, é verdade – ele respirou fundo e continuou: – Karolyne Dalavia, Corvinal, quinto ano. Assassinada por comensais aqui mesmo em Hogwarts. O Ministério da Magia só pôde se lamentar por ter que abafar o caso e tranquilizar seus pais, tentando, ao máximo, tentar entender como esse descuido aconteceu. Comensais em Hogwarts, vocês entendem? O Ministério então chegou à conclusão de que se isso aconteceu uma vez, pode vir por acontecer mais vezes, e seus pais simplesmente ficaram apavorados. Com razão. Muitos pediram para que seus filhos fossem retirados imediatamente de Hogwarts e eu não pude fazer nada senão atender a esse pedido. O Ministério permitiu, afinal de contas.

"Mas acho que vocês, alunos dos quinto, sexto e sétimo ano, deveriam saber se querem ou não permanecer em Hogwarts, seja qual for o pedido de seus pais. Vocês têm a maturidade e capacidade de entender o que estão enfrentando e o que está por vir. O Ministério pensa o contrário; esconder o que está acontecendo lá fora parece ser a solução mais viável. Mas é uma guerra e Hogwarts é um alvo. Vocês sabem disso, eu não preciso mentir. Não tem por quê."

— É por isso que eu, Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore dou a liberdade de escolher se você quer ou não permanecer em Hogwarts, à partir dessa noite. Eu sei que para muitos nessa sala, Hogwarts não é só uma simples escola, e devo a vocês.

Assim que Dumbledore terminou de falar, o silêncio fora substituído por uma série de ruídos. Eu vi boa parte dos corvinais e lufanos deixarem o salão. Troquei um rápido olhar com Rony e Harry, e os dois balançaram a cabeça, respondendo a minha pergunta silenciosa. Ao meu lado, Gina estava calada. Parvati conversava freneticamente com Padma, talvez a impedindo a de ir junto com o resto dos corvinos. Na mesa da Corvinal, procurei por Luna e a encontrei parada, observando as pessoas irem embora. Assim que me viu, ela acenou.

Me virei para a mesa da Sonserina, onde alguns do quinto ano estavam se levantando e se dirigindo até a saída. Alec estava indo embora. Tentei chamar a atenção de Draco, mas ele não percebeu e continuou conversando com Pansy. Logo em seguida, ele se levantou, seguido por Blás até a saída. Eu quis impedi-lo, mas simplesmente não conseguia sair daquela posição. Eu não soube o que fazer, era como se por mais que eu gritasse, ele não me ouviria. Por mais que eu corresse, não o alcançaria.

Ele não podia ir embora. Ele tinha dito para deixar a janela aberta, ele não podia ir embora… Por dentro, eu me quebrei por inteira. Jamais tinha experimentado aquela sensação; ser deixava é terrível. Fui sentindo meus olhos ficarem úmidos e quis rapidamente me recompor, só que era difícil. Não chore, não chore, eu ficava repetindo.

Na nossa mesa foi pior, e eu quase não aguentei segurar o choro. Na minha frente, Ronald que até então estava quieto, desmoronou. Ele se levantou rapidamente, mas não fez nada. Por um instante, pensei que ele iria embora e senti um nó na garganta ao saber que alguém da Armada Dumbledore sairia de Hogwarts.

Só que foi pior; eu vi Lilá Brown se levantar e atravessar o salão sem olhar para trás, virando-se apenas para murmurar um inaudível pedido de desculpas.


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