Como dizer adeus em robô escrita por nmsm


Capítulo 1
Os robôs um dia vão dominar o mundo


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos
O único rascunho que deu certo depois de Forever & Always o/
Espero que gostem
E boa leitura :)



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— Ele morreu – falei.

— Claro que não, ele só está... dormindo.

— Por oito dias?

— Hibernando – ela disse hesitante – Ursos hibernam por meses.

— Lilá – falei calmamente –, não sei como dizer isso de uma maneira...

Lilá começou chorar no telefone.

O dono do restaurante já estava ficando impaciente. Pedi para ele esperar mais um instante porque eu poderia pagar a ligação, mas Lilá, do outro lado da linha, não parecia cooperar.

Durante as férias de julho, Lilá Brown só sabia me mandar cartas, berradores e me ligar pelos restaurantes em que eu estava em Paris para falar do seu hamster e de como ele estava doente nos últimos tempos.

Quando, enfim, ela se deu conta de que seu precioso hamster tinha passado dessa para melhor, ela fez mais drama ainda. Usava preto todos os dias e me mandava cartas que quase me faziam cortar os pulsos no lugar dela. Quer dizer, meu Merlin, era só um hamster. Ela poderia comprar outro quando bem entendesse.

— Como você consegue ser tão... tão... tão assim? – ela berrou no telefone quando eu disse para ela adotar outro animalzinho de estimação.

— Lilá – eu suspirei. Dessa vez eu falava pelo telefone do hotel em que estava hospedada – é só um hamster.

O resto da ligação foi uma série de xingamentos. A palavra mais bonita que Lilá disse foi robô.

— Merlin, Hermione, você não é uma garota – ela resmungou – É um robô! Você não tem coração.

Os robôs um dia vão dominar o mundo, certo? Mas cheguei me importar com esse xingamento novo. Quer dizer, eu tenho coração, só não acho que ele funciona 100% como o de Lilá: cheio de amor pra dar. Então eu, já contando as horas para que as férias terminassem logo e enquanto Lilá ficava me xingando pelo telefone, escrevi um maldito elogio fúnebre para o hamster e mandei para Lilá.

Depois disso ela parou de me ligar para se lamentar e falar do seu falecido animalzinho – e convenci ela comprar outro –, só que em todas as cartas que ela mandava pra mim ou respondia, ela assinava "Robô" ou "Querida Amiga Robô".

Eu não deveria me importar, já que eu era um robô, mas eu jurei que daria uns tabefes em Lilá Brown assim que a visse na Plataforma no dia 1º de Setembro.

Para a sorte dela, eu não a vi na Plataforma. Eu não vi Ron, Harry, Parvati ou Gina.

Lilá teve muita, muita sorte.

Soube que o dia ia ser ruim porque me atrasei e tive que fazer tudo correndo. Não deu tempo de colocar o uniforme e eu estava com fome.

Pensei em ignorar o vagão do sexto ano e ir para o vagão dos professores e monitores já que lá tinha comida a vontade, só que ao invés de eu ir parar lá no aconchego do vagão all inclusive, eu fui parar no vagão dos calouros e, pior, eu só fui perceber isso bem depois.

Então eu constatei que o dia não seria ruim porque me atrasei e errei o vagão, constatei que seria horrível porque eu me atrasei, errei o vagão e a primeira pessoa que falei naquele dia foi Draco Malfoy.

— Granger.

— Malfoy.

— Errou o vagão – aquilo não parecia uma pergunta.

— Errei o vagão – concordei na porta da cabine encarando o ser desprezível deitado no banco, super aconchegado.

Seu amigo estava encostado na janela, dormindo. Eu não sabia dizer qual sacana da Sonserina era aquele porque ele estava abraçado com a mala e ficou meio impossível identificar o cidadão. E Malfoy ocupava todo o espaço do outro banco.

Comecei fechar a porta para poder caçar Ron e Harry, mas quando olhei para o corredor vi um bando de crianças com seus uniformes completos. Eram uniformes todos pretos, sem algum símbolo de sua Casa.

— Malfoy – chamei. O desgraçado não se mexeu – Esse é o vagão dos calouros?

Aí o desgraçado se levantou do banco e ficou de frente pra mim na porta, um pouco mais inclinado para ver o que tinha no corredor. Eu me afastei um pouco, mas o corredor dos calouros eram todos estreitos e eu não tinha métodos de escapatória no momento.

— Ah, Merlin… – ele murmurou olhando as crianças correrem.

O fato de que ninguém gostava do vagão dos calouros era bem simples: não tinha comida e não tinha jeito de mudar de vagão para ir buscar comida. Fatos que quase me fizeram chorar porque, quando uma professora me empurrou para dentro da cabine que Malfoy estava, eu descobri que passaria a viagem toda com a doninha albina e seu amigo sonolento.

— O trem já vai partir – a professora disse me empurrando – Vocês não estão na cabine errada, mocinhos? Mas agora não dá mais tempo para mudar. Vão, vão. O trem vai partir.

NÃO CREIO QUE EU NÃO SAÍ DAQUELE VAGÃO QUANDO TIVE CHANCE.

A professora fechou a porta atrás de mim e eu me encostei na minha mala, sem saber o que fazer.

Malfoy me olhava com o cenho frangido e aquilo já estava me incomodando. Tinha alguma coisa no meu dente? Claro que não tinha nada do meu dente, eu ainda nem tinha tomado café-da-manhã.

— Merlin, o que foi? – eu perguntei incomodada.

— Vai ficar aí pra sempre?

— Não, estava pensando em sair quando o trem parar.

— Você entendeu – ele revirou os olhos.

— Não, não entendi. Eu não sou ofidioglota.

Ele riu. ELE RIU DE MIM!

— O que foi? Caiu da cama?

— O que foi? O que foi? – imitei ele, fazendo careta – O QUE FOI? EU ESTOU COM FOME E NÃO DÁ PARA SAIR DESSE RAIO DE VAGÃO PARA IR BUSCAR COMIDA. E, PIOR, EU ESTOU AQUI COM VOCÊ.

— Você fala como se eu estivesse adorando compartilhar essa cabine com você – ele revirou os olhos.

— Malfoy, pelo amor de Merlin, se ocupe com outra coisa além de discutir comigo. Pelo menos agora… estou cansada e com fome… pode até ser meio difícil já que você tem a mentalidade de um garoto de 8 anos…

— Mentalidade de um garoto de 8 anos?

—… mas tenta resistir ao vício da implicância comigo…

— Implicância com você?

— … assim mais tarde você pode voltar a ser o grande imbecil que você é.

— E você a grande estúpida que você é.

— Ok, amanhã cada um retorna ao seu devido cargo de origem e todos ficamos felizes.

— Ok.

— Ok.

— Ok.

— Você está me irritando.

— Não me importo.

— Odeio você – respondi fuzilando o olhar. Sabe quando você tem vontade de ter uma arma por perto para poder usar?

— Que engraçado, Granger, temos tantas coisas em comum.

Ou quando você deseja que o crucio seja um feitiço bem visto hoje em dia pela autoridade e pela sociedade…?

Mas eu percebi que Malfoy não valia meu tempo em Azkaban e por isso vasculhei na minha mala um livro que estava lendo, só que eu não pude nem mudar de página porque a forma como aquele loiro dos infernos me encarava estava mais que me incomodando.

— O que foi agora?

— Não acha injusto você ficar lendo isso enquanto eu não tenho nada para fazer além de olhar para essa sua cara de sono?

— Não.

Ele suspirou e se acomodou mais no banco, cruzando os braços e se encostando na janela, mas ainda me encarando. Tirei a atenção do livro novamente e o olhei de sobrancelha arqueada.

— Então...

— O que eu vou fazer?

— Sim, estou muito preocupada com você – eu respondi voltando a atenção para o livro – Estou até pensando em abrir uma instituição contra o seu tédio. O que acha de uma manifestação? Podemos fazer cartazes.

— Sabe por que Salazar não queria sangue-ruins na Sonserina? – a serpente disse do nada, como se eu me importasse – Vocês sofrem de problemas mentais.

— Oh, e sabe por que Godric não queria vermes como você na Grifinória? Porque com esse cabeção você não passaria na porta.

— E como você consegue passar com esse… Ainda insiste chamar isso de cabelo?

— Ah, cala boca. Loiro aguado. 

— Sabe-tudo irritante.

— Serpente albina.

— Metida.

— Exibido.

— Estúpida.

— Arrogante.

— Monga.

— Verme asqueroso.

— Cabelo de vassoura.

Antes que eu pudesse responder a coisa mais grosseira que pensei, eu ouvi o carrinho de doces passando pelo corredor e me apressei em abrir a porta da cabine para poder me abastecer com algumas tortas de abóboras. Apesar de que minha fome estava pedindo um dos banquetes de Hogwarts.

Comprei umas duas porque era o que o dinheiro dava. Sou tão infeliz que nem cheguei pensar em pegar mais galeões que estavam numa bolcinha dentro do meu malão em algum lugar do trem que eu não podia ir buscar.

Já o Malfoy comprou quase todo o estoque de doces do carrinho esbanjando seus galeões idiotas. A cabine ficou cheia de doces.

— Quer? – ele me ofereceu um pacote de feijõezinhos de todos os sabores que estava comendo. Estranhei até o ato. – Larga de ser chata, Granger, comprei pra você.

Tive que rir. Malfoy revirou os olhos.

— Prefiro gastar meu dinheiro com doce e fazer você calar a boca do que te ouvir reclamando que está com fome – ele disse jogando uns três pacotes de sapos de chocolate pra mim.

— Eu só vou aceitar porque…

— Blá-blá-blá – ele resmungou e nem ouviu o que eu disse.

Nós ficamos em silêncio enquanto eu devorava as tortas de abóbora ali e alguns feijõezinhos, depois os sapos de chocolate e só então as balas de goma e as varinhas de alcaçuz. E ele ficava me observando comer. Que irritante.

— Mas o que foi dessa vez? – perguntei.

— Como passou de férias? – ele perguntou me ignorando. Fiquei quieta até que ele me olhou de sobrancelha arqueada.

— Quer mesmo saber?

Ele deu uma risada forçada e sarcástica.

— Sabe, prevejo que meu dia vai ser tão entediante quanto ontem, então... – ignore a ironia, ignore o sarcasmo – Como passou de férias, Granger?

Suspirei.

— Fui para a França com meus pais e…

— Não seja boba, eu não me importo.

Fiquei olhando para o Malfoy, esperando, mas ele não disse mais nada, eu já estava acostumada com aquilo, então não me importei muito.

— Odeio você – eu disse.

Ok, talvez eu me importe um pouco.

— É recíproco, querida.

— Mas eu me arrependo muito de não ter ido para o vagão do sexto ano, Merlin – eu reclamei olhando pra cima.

Malfoy, ainda encostado na janela, respirou fundo e se levantou.

— Eu vou dar uma volta, Srta. Estou-cansada-estou-com-fome – ele disse abrindo a porta da cabine – Apesar de que a única coisa que eu vou ver é esses pirralhos…

— Espera aí, você vai me deixar com ele? – eu perguntei me referindo ao amiguinho do Malfoy que estava estava dormindo.

Malfoy riu: – Alec é inofensivo quando dorme.

E saiu batendo a porta atrás de si.

Realmente, Alec Foster era um ser bastante inofensivo quando dormia, exceto pelas vezes que ele murmurava uns nomes de garotas e abraçava ainda mais a mala, o que era uma coisa engraçada de ver até eu ficar entediada com o livro que estava lendo, então decidi que não iria ficar naquela cabine.

Seria bom se eu encontrasse alguém do sexto ano, mas acho que os únicos que erraram o vagão foi eu, Malfoy e o Foster. É nessas horas que eu me lembro de Neville…

Depois de tentar encontrar alguém, voltei para a cabine e dei de cara com o Alec – até então dormindo – se agarrando com uma garota que eu não soube identificar.

Eu pigarreei para chamar a atenção, mas acabei sendo ignorada. Atrás de mim, Malfoy riu. Me virei para ele irritada.

— Que drama, Granger – o maldito disse – Parece que nunca viu alguém se agarrando.

— Da onde essa garota saiu? – fiz careta – Da mala que ele estava abraçado?

Ele me ignorou e abriu a porta da cabine que estava trás dele.

— Vai ficar aí esperando os dois?

— O quê? Dividir uma cabine com você pelo resto da viagem? – eu não estou tão desesperada assim. Até acho que seria legal estudar a língua do Foster entrando na boca da menina. Ou seja lá o que vai acontecer depois... Meu Deus, ele tirou a blusa dela. Meu Deus, ela tirou a blusa dele. Entrei na cabine indicada pelo Malfoy.

Era desesperador pensar que tinha uma cabine vazia bem ali do meu lado esse tempo todo e eu tive que aguentar Malfoy até agora. E, ao que parece, vou ter que aguentar ele pelo resto da viagem. Fiquei de frente para ele, que estava com o braço apoiado no joelho e a mão apoiada no queixo, me encarando de sobrancelha arqueada. Passei a viagem inteira pensando nas várias maneiras de arrancar aquelas sobrancelhas… lentamente e dolorosamente, sem piedade. Mas o máximo que eu poderia fazer ali era encarar ele de volta, de olhar fuzilados e na mesma posição que ele.

Que garoto irritante. Não disse nada pra mim, só ficou me encarando daquele jeito.

O que ele tava pensando? Que droga! Acha que eu sou o quê? Uma escultura numa exposição? PARA DE ME ENCARAR.

— Malfoy – chamei.

— Granger – respondeu ainda me encarando.

— O que diabos você está fazendo?

— Estou desenvolvendo um pensamento crítico porém relevante sobre a necessidade de nos livrarmos da visão panóptica com o mundo atual.

— Avançado demais para você, não? – provoquei.

— Como você é chata.

— Como você é petulante.

Antes que pudéssemos brigar mais, o trem freou e eu quase saltei de felicidade até me dar conta de que ainda não tinha colocado o uniforme, mas pouco me importei com isso quando saí rapidamente do trem com as minhas malas.

Ainda não acredito que passei a viagem toda com o Malfoy.

Isso é… isso é… Aff, não há palavras para expressar a situação.

A primeira coisa que fiz quando vi Ronald e Harry esperando no coche foi xinga-los por não ter ido me procurar, para só então abraçá-los e entrar irritada no coche, fechando a porta com mais força que o necessário.

Depois de discutir com Rony e mandar ele calar a boca umas três vezes enquanto eu colocava o uniforme, finalmente abri a porta novamente, deixei meus fiéis amigos entrarem e contei para eles como foi minha viajem.

— O quê? Você passou a viagem toda com o Malfoy e ele não te sacaneou? – sacanear… sacanear era a vontade que eu tinha de fazer com Ronald, mas eu tomei nota de que os dois não tinham culpa e que Rony não merecia o feitiço que eu estava pensando ao pegar minha varinha. Balancei a cabeça.

— O que você fez? Drogou ele? – Harry perguntou surpreso.

— Cogitei essa ideia – admiti e Rony riu – Vocês estão fazendo drama. Passar um tempo com ele não foi um mar de rosas – revirei os olhos.

— Ele não te sacaneou! – Ronald repetiu como se aquilo tivesse passado despercebido por mim. Engraçado foi que ele ergueu as mãos como se comentasse que o time adversário dele tinha ganhado a Copa de Quadribol.

— Entendemos, Rony – eu falei.

— Isso é muito estra… – ele apontou o dedo pra mim e depois se virou para Harry – Malfoy está armando alguma.

Dei um tapa da minha testa, sem acreditar que ouvi aquele absurdo. Antes que eu voltasse xingar Ronald, Harry se intrometeu.

— Duvido muito – ele disse paciente, o que é estranho já que sempre sou eu nesse trio quem mantém a calma.

— Ele não sacaneou a Mione! – Rony protestou.

— Ronald, para de asneiras – pedi abrindo a porta do coche rapidamente. Oh Hogwarts!, lar doce lar.

Puxei os dois para dentro do castelo logo de uma vez. Posso ter devorado quase todas as tortas de abóbora do carrinho de doces, mas ainda estava com fome. Muita fome.

Dei os devidos sermões em Lilá, mas a criatura só revirou os olhos e disse que eu deveria conhecer seu novo hamster, o Hanson, no próximo feriado em Hogwarts.

Eu já ia voltar a xinga-lá no Salão Comunal e mandar Ronald parar de murmurar "ele não sacaneou a Hermione" a cada instante quando a Profª McGonagall disse que queria falar comigo e na sala dela.

A professora me convidou para sentar e até me ofereceu um café, o que é boa notícia porque quando os diretores fazem isso significa que você não está ferrada. Por um instante me iludi com a chance de ser promovida ao cargo de monitora-chefe até comemorei internamente, até que a professora disse o por que de eu estar ali na sala dela e no primeiro dia de aula.

O que, pode ter certeza, não tinha nada ver com a minha promoção de cargo.

— Comitê? – fiz careta – Comitê do clube de teatro? Mas, professora…

— Srta. Granger, para poder completar o sexto ano, a senhorita precisa de uma atividade extracurricular. Desculpe, mas o F.A.L.E. não conta como atividade extracurricular – McGonagall adicionou quando eu abri a boca para mencionar o F.A.L.E. – E clube de teatro precisa de integrantes para o show.

— Professora, cantar e atuar não é pra mim.

— Você participará do comitê. Ajudar com figurinos, som, iluminação, cenário... Coisas assim, Miss Granger.

— Isso é injusto, professora! Eu participo de todas as aulas, e ainda participo da Armada Dumbledore. Isso não conta? – eu protestei. McGonagall me olhou por um tempo e eu já sabia a resposta.

— Sinto muito, Srta. Granger, mas a Armada Dumbledore não é uma atividade da escola, e a senhorita deixou de frequentar todos os horários – eu fiz careta e a professora respirou fundo – Adivinhação. Se a senhorita voltar para as aulas de adivinhação, não precisa participar do comitê. Há também os testes que o Sr. Potter está fazendo para o Quadribol…

Céus! Estou ferrada do mesmo jeito.

— Acho que o clube de teatro é minha melhor opção – céus, o mundo está perdido.

— Você vai se sair bem, senhorita – McGonagall incentivou, sorrindo pra mim. Ela me entregou um pergaminho que permitia minha participação do comitê. Pensei duas vezes antes de rasgar.

Mas adivinhe só (levando em consideração a sorte que venho tendo ultimamente), adivinhe que ser asqueroso viu eu resgando o papel como uma maníaca?

E o desgraçado estava rindo! Rindo de mim! Eu tenho um nariz vermelho agora?

— Tirou algum 9, Granger? – VAI VER ONDE EU VOU ENFIAR ESSE SEU 9, VERME LOIRO.

— Não torra, Malfoy – eu disse jogando fora o resto do pergaminho. Só aí me dei conta de que teria que voltar para pedir outro para McGonagall e ter que explicar o que aconteceu com o que ela me deu.

— Se não…

— Você pode não viver pra contar história.

— Ui – ele riu de novo – a sangue-ruim está me ameaçando.

— Merlin, você é muito irritante.

— Foi a coisa mais linda que você me disse hoje – então ele se virou e ficou de frente com a gárgula da diretoria, esperando a senha.

Dei de ombros, pronta para ir para a Grifinória e dar uns gritos com Rony, mas aquela voz arrastada e irritante me fez parar no meio do corredor para tomar nota de que Merlin não quer me ver bem.

— Te vejo no teatro, Granger.

Me virei para a gárgula e só vi Malfoy entrando na sala do diretor, dando uma risada logo em seguida.

Acho que das masmorras dava para ouvir o grito que dei.


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