Fake Girlfriend escrita por Marie


Capítulo 7
Capítulo 6 - Bea não sabe beijar


Notas iniciais do capítulo

gente meu colégio é muito puxado i want férias already
amei esse capítulo
são 02:25 da manhã aqui, DORMIR É PARA FRACOS
leiam e comentem nesse troço blz amores



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Beatrice.

– Gostaria de saber por que diabos eu preciso andar com você.

Ok, não gosto de soar arrogante e superior, mas não estava nos meus planos ter uma amiga mulher. Se eu quisesse uma amiga, não teria Josh e “Luke” no meu encalço. E quer saber? Estava menos ainda nos meus planos ter uma amiga ruiva, mais alta, mais bonita e mais tudo.

Ah, espera. Cheryl não é minha amiga.

– Nossa, Beatrice, que tal mais um pouco de franqueza por aqui? Isso falta em você – ela ironizou, revirando os olhos para mim.

Sim, eu já sabia a resposta para a pergunta da primeira linha. Porque além de ser namorada falsa do Josh, ele queria me deixar mais sociável, amigável, adorável, todos os “ável”.

Como estava caminhando pelas ruas de Los Angeles em vans, shorts e camiseta do The 1975 – mais uma camada gigantesca de protetor solar no corpo – e um par de óculos escuros, eu me sentia aquelas meninas de foto do tumblr. Só que meu celular estava enfiado no bolso da frente dos shorts porque eu tinha medo de ser assaltada, sequestrada e executada por um grupo de vândalos drogados.

Cheryl não estava diferente de mim, só o logo da banda na camiseta mudava: 5 Seconds of Summer.

Nós duas ficamos caminhando por meia hora que nem duas retardadas, completamente em silêncio. Só dei uma parada para repor protetor solar, e depois seguimos em frente. Eu já estava começando a suar que nem cuscuz quando decidi que seria meio genial prender o cabelo. De repente, Cheryl cortou o silêncio e dei um pulo de susto quando ouvi a voz dela.

– Quer um sorvete? – perguntou, apontando para uma barraquinha colorida há alguns passos de nós.

– Boa ideia, quero sim – respondi.

– Ótimo, me dá o dinheiro.

Revirei os olhos e tirei seis dólares do bolso. Eu iria à falência com saldo negativo graças aos meus amigos nada folgados.

Mas Cheryl não é minha amiga, só um encosto.

Ela pediu uma casquinha de chocolate e eu também, para variar. Nos sentamos na calçada e quando terminamos o sorvete, a vadia de repente quis puxar conversa:

– Sério? Se eu passar o dia inteiro vagando por aí com você, vai apenas ficar calada?

– Meu plano era esse – murmurei, desgostosa.

– Garota, ou você tem sérios problemas de relacionamento com humanos, ou você simplesmente me odeia muito.

– Acho que é um pouco dos dois. Mais a última opção, claro.

– Hahaha, que engraçadinha. Liga para a sua mãe e avisa que nós vamos para a casa do Lulu.

– Desde quando você tem intimidade com ele? – perguntei de forma brusca.

– Precisamos trabalhar sua possessividade também.

– Ah, vai se foder, Mason.

– Não vou te responder essa por pura consideração ao Josh.

Olhei bem para a cara dela e percebi a entonação de provocação oculta. Eu podia muito bem meter a mão em Cheryl ali mesmo, mas decidi que seria extremamente infantil começar uma briga apenas por ela mencionar o nome do meu melhor amigo.

(...)

– Quem chamou esse urubu do demônio para a minha casa? Quem é que vai levar um tiro aqui? – Lulu começou a fazer escândalo quando abriu a porta depois de eu ficar tipo, meia hora tocando a campainha. Ele olhava de mim para Josh, que estava ao lado dele com um sorriso nos lábios.

– Quem aqui se dá ao trabalho de pôr crédito no celular e estava falando com outra pessoa por iMessenger? – perguntei para ele.

– Josh, vou te dar um tiro – falou Lulu, e sinalizou que Cheryl e eu entrássemos.

Cheryl ficou meio sem graça, e apenas lhe dei um aceno, completamente sem vontade de consolá-la.

A casa do Lulu parecia saída daquelas revistas de decoração, em que o orçamento sempre custa os olhos da cara. Enfim, não vou perder tempo comentando o quanto isso aqui é chique e estou com muito medo de cair e quebrar alguma coisa, tipo o chão.

– Não quebrem nada, ou vou degolar vocês – disse Lulu, provavelmente lendo meus pensamentos. – Só um azulejo desse custa uma faculdade, sacaram?

– Tá bom, senhor ostentação – disse Josh, revirando os olhos.

Subimos direto para o quarto do Lulu e pasmem: em letras garrafais, tinha uma plaquinha de ouro na porta escrito ‘Luke F. Adams’.

– FALA SÉRIO – soltei um grito agudo. Todos olharam para mim como se eu fosse doente. – Qual o seu nome do meio? – perguntei, olhando para o Lulu.

Ele ficou vermelho.

– Você vai morrer sem saber.

– Seu nome do meio por acaso é Frederick?

Lulu suspirou, abaixou a cabeça e a levantou depois, me lançando o dedo do meio. Soltei uma risada.

– Você tem muito o que falar, não é, Beatrice Lou Vega?

– JOSH, você contou para ele o meu nome completo? EU VOU TE ESGANAR.

Comecei a estender as mãos para o pescoço dele quando Lulu me puxou pela cintura.

– Bem, o melhor de todos com certeza é Joshua Michael Daniels – foi a vez de Cheryl entrar na brincadeira. Disso eu já sabia, então fiquei puta porque ela sabia.

– Cheryl Hazelle Mason, acho bom você calar a boca.

– QUÊ? – Lulu soltou um berro. – GENTE! ESSE NOME COMBINA COM VOCÊ, BOLA DE FOGO! “HAZELLE”, “GAZELA” VOCÊS VEEM SEMELHANÇA?

Lulu nem terminou de falar, Josh e eu estávamos nos dobrando de rir no chão, ele com a cabeça no meu colo e eu com as pernas entrelaçadas nas dele, como acontecia com frequência quando ríamos de forma muito ridícula. Passaram-se dois minutos em que Cheryl e Lulu quase se engalfinharam e houve uma catástrofe, e nesses dois minutos Josh e eu não parávamos de rir. Eu ria tão alto e com tanta intensidade que parecia que um buraco negro havia se instalado no meu estômago e iria me engolir de tanto que eu me contorcia. Foi quando um soluço super hiper mega alto saiu da minha boca, e eu soube que se não parasse iria morrer.

Limpei uma lágrima do canto do olho, Josh fez o mesmo e nos levantamos. De vez em quando soltávamos uma risadinha, e a “Bola de Fogo” ficava louca da vida com isso.

– Ok, viados. Vamos focar aqui – Cheryl falou.

– De viado aqui só o Josh, minha querida – zoei ele e recebi um olhar super furioso em seguida.

– Eu vou te colocar numa cadeira de rodas, aí você vai ver quem é viado aqui.

Eu nunca fiquei tão sem graça na vida. A cor subiu ao meu rosto instantaneamente e desviei o olhar. Ouvi Lulu rir.

– Até meu pâncreas sentiu essa pentada.

– Puta que pariu, nunca mais repete isso – Josh fechou a cara de vez.

Depois de mais algumas provocações aqui e ali, Cheryl e Lulu começaram a matutar alguma coisa absurda para completar a situação absurda, enquanto Josh falava com os amigos dele num grupo do whatssap e eu simplesmente fazia a enxerida ao ver os livros de Lulu.

– Os Legados de Lorien... Deve ser legal – refleti, depois de ler o resumo na capa.

– Eu tô com fome – disse Josh.

– Eu também – foi a vez de Cheryl falar.

– Graças a Deus vocês mencionaram isso, eu estava quase morrendo de fome aqui – admiti sem vergonha nenhuma, recebendo olhares aprovativos de Josh e Cheryl.

Lulu revirou os olhos e descemos as escadas, eu cantarolando e pisando de dois em dois degraus, sem realmente acreditar que levaria um tombo astronômico se não prestasse atenção.

(...)

– Vocês são duas porcas – Lulu torceu o nariz para mim e Cheryl. Ela começou a mastigar com a boca aberta e gargalhei, cuspindo uns farelos de pamonha no braço dele sem querer. – AH, VÁ DEVAGAR VIU COISINHA.

Segurei a risada para não engasgar e infelizmente foi isso que aconteceu. Josh me encarou com um olhar de incredulidade, depois, ele resolveu me ajudar para eu não morrer.

– Achei que só ia ficar me olhando – reclamei, limpando as lágrimas que haviam caído do meu olho.

– Seria uma boa ideia te observar morrer. Ou não – fingiu mudar de ideia quando lancei um olhar pesado a ele.

– Tudo bem, ridículos, vocês comeram minha comida, cuspiram em mim, me desrespeitaram embaixo do meu próprio teto e agora vão seguir a porra do meu plano ou. eu. vou. futricar. VOCÊS – berrou Lulu, deixando um vácuo de silêncio no ar que nem uma formiga ousou interromper.

Cheryl estava encolhida e enquanto isso, Josh e eu tentávamos não fazer movimentos bruscos.

Engraçado, ninguém quis perguntar o que “futricar” significava.

– O que podemos fazer por você? – perguntei, meio que gaguejando.

Lulu suspirou, como se fôssemos as piores desgraças que o mundo teve a audácia de fazer existir.

– Muito bem, lembra-se das etapas do plano inicial? Primeiro: transformação. Segundo: roteiro. Terceiro: assumir.

– Claro, nós temos um roteiro mais ou menos entendível, só falta a terceira parte – declarou Josh.

– Beeeeeem, tem algo aí entre o Roteiro e o Assumir – Lulu deu um sorriso diabólico.

– Que maravilha, por que não revela logo o que temos que fazer? – perguntei, fingindo que não temia a resposta.

– Beeeeeeeem – continuou Lulu, mas interrompi.

– Para de falar “beeeeeeem” – imitei ele, indignada com a minha vida por estar naquela situação.

– Beeeeem – ele falou, só para provocar. – Eu estava conjecturando com meus botões...

– Prevejo merda – comentou Cheryl, inutilmente.

– E acho que devíamos treinar mais a “proximidade” sua com o Jojô. Quer dizer, como vocês vão fazer em público? Assim, acho que vocês já são maravilhosos por si próprios, mas precisamos de um adicional, amorecos: beijos, abraços, Josh abraçando a cintura da Bea, e Bea chamando o Josh de bebê...

– Eu não vou chamar esse loiro de bebê, só para constar. Preciso salvar minha integridade moral!

– Não se salva o que não se tem – Josh retrucou.

– Mas pode se salvar o que se tem, e você vai ficar sem algo que gosta muito se não calar a boca – retruquei, tentando soar fodona.

– Oh, Harry Potter nos salve! Pelas barbas de Dumbledore, temos uma comensal da morte aqui! – ele ironizou e lhe belisquei. Josh me deu um peteleco na testa.

– Como você ousa? – perguntei, indignada novamente.

– EI – Lulu soltou outro berro. Cheryl pulou de onde estava sentada, e Josh e eu ficamos alertas. – Vocês vão ser um casal sim, e um casal convincente! Caralho!

– Minha nossa, quanta agressividade.

(...)

Josh e eu estávamos sozinhos no meu quarto. O que era incrivelmente desconfortável, graças a nossa tensão sexual de antes, quando ele saiu do chuveiro e deu de cara comigo, e fiz uma coisa super inteligente para o momento: gritar.

Lulu jurava que precisávamos fazer isso sozinhos. Ele disse algo como “Se vocês me virem amanhã e não tiverem progresso, se considerem cidadãos mortos”. E Cheryl pulou fora, ela disse que poderia estar transando com o namorado ao invés de ver Josh e eu agindo como dois virgens apaixonados.

Mas ninguém estava apaixonado.

E eu era a única virgem aqui.

– Só para constar, eu não vou te chamar de coisinhas que terminam em “inho”, tudo bem Joshinho?

– Você acabou de fazer isso, panda lerdo.

– Foi de propósito.

Ele apenas assentiu. Estava deitado na minha cama e eu como sempre, sentada no chão me decidindo entre estudar e ler A Guerra dos Tronos.

– Mas só para constar, eu vou te chamar de coisas fofas. Quer dizer, não pode ser muita viadagem, claro, afinal, sou extremamente másculo.

Revirei os olhos. Josh continuou:

– Mas como um de nós precisa fazer direito... – me lançou um olhar acusatório. – Vou precisar ser o passivo do casal.

Dei uma risada.

– Não me chame de linda, amor, nem de “lua da minha vida” – constatei, citando Khal Drogo sobre Daenerys.

– Eu não iria tão longe – ele ironizou. – JÁ SEI! Vou te chamar de Nutella.

– Isso! – parabenizei com franqueza. – Gostei, é um apelido legal, e nem é muita viadagem. Espera, e quando perguntarem o motivo de você me chamar de Nutella, qual vai ser sua resposta?

– Simples, que você é macia e gostosa.

Peguei o meu Nemo de pelúcia e acertei com tudo na cara de Josh.

– Engraçadinho você. Eu vou te chamar de Hersheys.

– Não vai não – ele retrucou.

Aproximei-me dele e começamos uma briga infantil de “vai, não vai”, até que estávamos realmente próximos, tipo a um palmo do rosto do outro.

– Vou sim – engoli em seco, odiando estar cara a cara com meu amigo ao ter a recente descoberta de que ele sim poderia ser chamado de Nutella.

– Você sabe que vamos precisar ficar mais próximos do que isso, e nos beijar vez ou outra, não sabe? – ele perguntou. Assenti automaticamente. – Ótimo. E como vamos fazer isso ser natural?

Percebi que ele estava encarando meus lábios entreabertos e de repente senti a maior vontade de rir crescendo no meu âmago, mas por estar tão sem graça, nem tinha perigo de isso acontecer.

– Não faço a mínima ideia – deixei uma risadinha escapar. – Não sei beijar.

Josh sorriu de canto e corei de imediato. Ótimo. Ótimo. ÓTIMO. Por que eu havia mencionado isso? Nem o meu melhor amigo sabia que eu era tão completamente inexperiente.

– Bea, você sabe que tem dezesseis anos, não é? Isso é de dar dó.

Me chateei. Virei a cara para o outro lado e senti o riso dele por vibrações.

– E daí? O problema é meu, Hersheys – brinquei, sem querer mostrar a minha cara naquele momento.

– Calma, Nutella. Eu não disse que isso não é fofo e sexy.

Voltei meu olhar para o dele de súbito e nossos narizes roçaram. Josh entreabriu os lábios e passou a língua neles, e eu só conseguia pensar “FODEU, MENINA, SE MEXE SUA GORDA, ANTES QUE ELE ROUBE SEU BV”.

Foi quando ouvimos o barulho da campainha tocando e nossas testas se chocaram com força graças ao susto.

– Puta merda – acariciei meu futuro galo.


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Notas finais do capítulo

gente
AMEI ESSE CAPÍTULO
AMEI ESSA TENSÃO DOS DOIS
EU PENSEI: SERÁ QUE BEIJA OU N BEIJA? N BEIJA EUHEUHEJIKOSEDF VCS SE LASCAM
adoro fazer a má
comentem pq até eu ter tempo de fazer outro capítulo tá difícil viu
POVO EU TENHO QUE ESCOLHER ENTRE TER BOAS NOTAS E DORMIR AGR
AFU
NUNCA MAIS LI LIVRO
DECEPCIONADA PQ N SEI O QUE VOU FAZER DA VIDA PRA LER AS CRÔNICAS DE GELO E FOGO
comentem e me consolem
tenho nutella e hersheys, xorem



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