Fake Girlfriend escrita por Marie


Capítulo 1
Prólogo – Namorada falsa


Notas iniciais do capítulo

Olá, outra vez.
Recapitulando: fanfic original. Nada tirado de livros, nada tirado dos outros. Meu.
Linguagem muito imprópria, de vez em quando. Vou tentar evitar. Às vezes. Haha.
Talvez tenha cenas para maiores. Não sei disso ainda u.u.
Remember: eu não mordo.
Boa leitura.



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Beatrice.

Acordei com meu celular tocando. Grogue de sono e com a visão embaçada, estreitei os olhos para refletir se valeria a pena atender. Depois de dois segundos, pude enxergar que no visor indicava “Joshua Daniels”. Com uma satisfação vingada, apertei em ignorar chamada e dei uma olhada no relógio digital. Duas e trinta e cinco da manhã. Fala sério. E voltei a dormir. Ou tentar dormir.

Meu celular apitou outras duas vezes. Dessa vez era uma mensagem com os seguintes dizeres:

Me atende, cadela

xx

Assim que terminei de ler a mensagem carinhosa de uma pessoa ainda mais carinhosa, apareceu outra chamada de Josh. Dessa vez atendi. Podia ser algo sério, e se não fosse, eu apenas poderia arrancar a bateria daquela máquina radioativa eletrônica que costumo chamar de celular e voltar a dormir como um bebê feliz e inocente.

– Fala, filho da mãe. Para me acordar numa hora dessas tem que ser bastante urgente – a minha voz estava sonolenta e enquanto eu falava, limpei um pouco de baba do canto da boca.

Estava dormindo? – perguntou Josh, de forma estúpida.

Nãããão, eu estava vendendo cachorro-quente e liderando uma orgia aqui em casa, coisas normais que pessoas normais fazem de madrugada.

Então guarda o cachorro-quente, para a orgia, tira o seu traseiro infeliz dessa cama e vem abrir a porta para mim, por favor.

– Tanto faz.

Joguei o celular para o lado, e por lei da física, ele acabou indo parar no chão. Dei de ombros. Peguei o meu casaco azul felpudo e calcei minhas pantufas de sapo, pronta para chutar a bunda de Josh com elas. Desci as escadas na ponta dos pés, quase levei um baita tombo, destranquei a porta principal da casa e de repente, me ocorreu um pensamento ridículo.

Que um psicopata tivesse ameaçado Josh para me ligar de madrugada, me fazer abrir a porta de casa e me deparar com o assassino/estuprador/filho do demônio.

– Oi? – perguntei com a voz trêmula de nervoso, abrindo a porta devagar.

– Bu! – Josh gritou e dei um pulo para trás, sufocando um grito de susto. Ele começou a rir e lhe dei um soco no estômago. Como eu sou muito forte, acho que tudo o que ele sentiu foi cócegas. Revirei os olhos e tranquei a porta de novo, enquanto Josh se jogava no sofá, ainda rindo.

Depois de dois segundos, ele suspirou teatralmente para o teto. Que rápida mudança de humor, uau.

Sentei-me no sofá adjacente, de modo com que ficasse de frente para Josh. Sinalizei que ele podia começar a falar.

– Hum, por onde posso começar? Preciso da sua ajuda. Então, eu acabei de ter a maior briga de todos os tempos com os meus pais. Tudo bem que foi mais com a mamãe, mas o meu pai sempre concorda com ela em tudo então dá na mesma. Se eu não mudar meu jeito, vou ser expulso de casa em um mês. Tem noção do tamanho dessa ameaça? E eles disseram que vão avisar seus pais, então não vou poder morar com você.

Graças a meu bom Cristo, já pensou ter essa peste morando comigo?

– E bem, com isso, só sobraria de opção a tia Shirley. E ela é completamente pirada. Uma doida de pedra. Ela vive com quarenta gatos naquela mansão toda cor-de-rosa dela, com um pôster do Frank Sinatra cheio de marcas de batom e mil pacotes de Oreo espalhados por todo lado.

Deve ser uma senhora bastante simpática.

– E sabe o motivo desse escândalo todo? Meus pais disseram que sou desorganizado, minhas notas são péssimas e sou muito mulherengo – Josh, enfim, terminou de falar.

– E não há nenhuma mentira aí – sorri ironicamente. Josh me acertou com uma almofada e isso só serviu para me despertar completamente do estado de torpor causado pelo sono.

– O ponto, Beatrice, é que nem tudo aí é verdade!

– E a briga começou por que motivos mesmo? Aposto que seus pais cancelaram a estadia no hotel cinco estrelas para comemorar o aniversário de casamento, voltaram para casa mais cedo e encontraram você e uma patricinha peituda se esfregando do modo como vieram ao mundo no colchão d’água deles.

Josh me encarou de forma ácida.

– Não foi no colchão d’água. Sua idiota.

Uni todas as minhas forças para não soltar uma das minhas risadas sinistras e acordar meus pais – que conseguem ser ainda mais rabugentos quando são acordados de madrugada.

– E onde eu entro nessa história, Senhor Transudo? – perguntei, sentindo minhas entranhas arderem por não poder rir alto agora.

– Então, é um plano muito engraçado. Preciso melhorar as minhas notas. E quem aqui é ótima em todas as matérias escolares, exceto claro, educação física? – ele perguntou apontando o indicador para mim.

– Eu, mas não porque sou um gênio nato, e sim porque eu rodo se não estudar. Você quer minha ajuda no colégio, tudo bem.

– É, a desorganização eu posso resolver, mas a minha fama de mulherengo entre os meus velhos não vai mudar se eu não arranjar uma namorada fixa.

– Boa sorte com isso, você tem milhares de candidatas que morreriam por esse cargo de ser sua namorada, mesmo que falsa.

– É, mas eu quero uma garota que não morreria por esse cargo para estar nele. Preciso de uma pessoa inteligente, determinada, bonita e decidida. Uma gata de opinião e princípios. Uma futura mulher excepcional.

– Quantos quesitos adoráveis. Por que estou ouvindo isso? Aonde você quer chegar? – perguntei, de repente imaginando se ele não me queria como a namoradinha falsa dele.

– Então, Bea... Você aceita ser minha falsa e temporária namorada? Só para conseguir mais aceitação dos meus pais?

Engasguei com a minha própria saliva. Josh arregalou os olhos e começou a bater levemente nas minhas costas, enquanto eu me recuperava.

Eu já estava pronta para gritar com Josh, bater nele, perguntar se era uma pegadinha e o estapear na cara até ele aprender a não fazer esse tipo de coisa. Mas uma coisa me impediu. Levantei para ele um olhar de fúria, e esse foi desfeito automaticamente quando vi a sinceridade triste que ele tinha rosto. Josh tinha uma relação complicada com seus pais rígidos. E ele precisava de mim, como sua melhor amiga de uma década, a qual ele sempre tomou conta.

Suspirei.

– Tudo bem. Ótimo. Maravilhoso. Caramelo. Açúcar. Serei sua namorada falsa até quando você precisar. Não vou ganhar nada com isso mesmo, mas também não tenho nada a perder.

A não ser é claro, integridade moral.

– Eu te amo pra caralho, Beatrice Lou Vega.

– E eu não, porque você me chamou pelo nome completo – revirei os olhos. – Vamos subir, estou a fim de dormir pelo que ainda me resta dessa maravilhosa noite estrelada – ironizei.

– Engraçadinha, como se não estivéssemos oficialmente no começo das férias de verão.

Férias, essa palavra é maravilhosa.

O resto da noite passou como um borrão, eu me joguei num lado da minha cama, Josh do outro, e tive um sonho engraçado do qual esqueci assim que acordei na manhã seguinte.


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Notas finais do capítulo

O que você achou?
xx