Eu espero escrita por Adri Cardoso


Capítulo 3
Conversa com Edward


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, mas última semana do semestre da faculdade, eu estou atrasada meia hora, nem era para postar... Muito obrigada pelos comentários, vocês são todo o meu gás.



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Parecia que o dia estava indo rápido - diferente dos outros dias - para rir da minha cara. Eu mal tinha colocado o meu uniforme da loja e fiquei atendendo clientes e ajudando-os com as compras o tempo inteiro. Quando eu consegui olhar para o relógio, faltavam quinze minutos para eu sair e a loja ainda tinha algumas pessoas.

Eu fiquei feliz que Mike não levou para o lado pessoal e não fez com que os seus pais me demitissem depois de ter-lhe dado um fora. Ou então, ele não é tão legal assim, mas o Senhor Newton soube dar o meu devido valor e não um capricho do filho. Talvez eu nunca descubra e de qualquer forma, isso tudo é irrelevante agora.

Pensar que depois ainda teria que conversar com Edward estava me estressando, mas respirava fundo e contava até dez, vinte... O que fosse necessário para a irritação passar. Eu não tinha ideia do que ele iria querer comigo, depois de tanto tempo separados. Um mês é muitos dias. Eu estava me acostumando a não ter mais ele, a ficar sozinha, sem ele, mas vem o vampiro do nada e muda tudo, apenas querendo conversar comigo.

O assunto pode ser sobre qualquer coisa, mas mesmo assim... Meu coração estava palpitando em expectativa. Ouvir a voz dele próximo a mim novamente faria as minhas pernas ficarem gelatinosas, como sempre. O tempo pode passar, mas o que Edward exerce sobre mim nunca passaria.

E isso é uma droga.

– Bella? Pode atender aquele senhor ali? E será o último, depois pode tirar o uniforme e ir para casa, querida. – disse a senhora Newton e eu sorri, mesmo que fosse fingido. Eu não poderia passar a noite aqui, arrumando o estoque? Eu não ficaria triste e nem preciso de hora extra.

Fui atender ao senhor que queria apenas um par de botas para caçar e rapidamente foi embora, ele gostou do primeiro modelo que apresentei a ele e logo depois fez o pagamento, me deixando livre para enfrentar qualquer coisa que Edward gostaria de me dizer.

Lentamente retirei o meu uniforme e sorri para a senhora Newton, que sorria de volta. Ela estava feliz e parecia não notar o meu desespero. Ela não podia me dar mais algumas coisas para fazer antes de sair? Demorar mais cinco horas até que Edward cansasse de me esperar ou notasse que eu não quero conversar com ele e largaria do meu pé?

Eu amo o Edward, claro que eu o amo. Mas, eu não quero tudo àquilo de novo. Eu não quero ter todas aquelas dúvidas, as sensações de abandono – pois, ele pode ir embora a qualquer momento -, eu não quero me privar de nada e estando com ele, não é sinal de segurança.

Eu vi o volvo prata quando sai da loja e fiquei emburrada. Ele estava achando que eu iria fugir? Que eu iria desistir da nossa conversa no restaurante? Argh! Edward Cullen me irrita.

Entrei na minha picape e dirigi para casa, nem olhei para trás para não ficar mais irritada do que eu já estava. Eu não queria ter a certeza absoluta de falta de confiança em mim.

Faltavam ainda uma hora para Charlie chegar, então comecei a preparar o prato favorito dele, eu tinha ainda que convencê-lo a sair com Edward, que não é o seu favorito daqui da cidade, eu tinha que ser convincente para ele permitir a minha saída.

Depois que Charlie chegou, tirou o uniforme, ligou a TV e finalmente veio se servir eu percebi que isso poderia ser mais fácil do que eu achava que pudesse ser. Terminar com o Edward não trouxe coisas ruins para minha vida, eu até sinto como se tivesse desabrochado, acredito que meu pai confia em mim o suficiente para saber que eu não vou fazer uma besteira – principalmente que envolva certo cara alto de olhos dourados.

Eu coloquei um casaco e saí depois de um banho rápido vestindo jeans, blusa comprida e tênis. Edward não merece uma superprodução e eu não estava muito interessada em fazer o estilo par perfeito ao seu lado como antigamente. Ele é um Deus ainda, quando nós namorávamos eu tinha que me produzir para tentar ficar em equilíbrio (o que eu nunca conseguia, mas chegava perto). Agora bases, pós e corretivos não estavam mais no meu rosto e isso é aliviador.

– Não volte tarde. – Charlie disse olhando para a TV.

– Não irei. – COM CERTEZA não irei chegar tarde, seria o mais breve possível.

Escutei a buzina, acenei para Charlie que se virou para porta também e sai apressada. Quanto mais rápido começa, mais rápido termina.

Não esperei que ele fosse abrir a porta pra mim, eu fui mais rápida, entrei no carro, disse um “oi” seco e coloquei o cinto de segurança.

– Pensei em irmos ao La Bella Itália. – ele disse depois que colocou o carro em movimento.

– Qualquer lugar. – eu respondi olhando para frente. Por mim poderia ser em algum lugar em Forks mesmo, mas Edward dirigia rápido o suficiente para chegarmos lá em tempo recorde.

Eu sentia o seu olhar em mim de vez em quando, mas não o dei o prazer de encará-lo.

– Não vai reclamar do meu limite de velocidade?

Olhei para o painel e vi que ele estava a mais de 150km/h.

– Não. – eu estava apavorada, mas não iria me agarrar ao banco ou pedir para que diminuísse.

Ele diminui a temperatura e eu me encolhi um pouco no casaco.

Ele não estava fazendo isso para que eu me sentisse desconfortável e sim que eu tivesse uma reação e falasse com ele. Porém, nossos assuntos são estritamente “profissionais”, então o seu plano maquiavélico não funcionou. Logo estávamos na frente do restaurante e sai do carro antes que ele mesmo saísse e tentasse abrir a porta.

Sem cavalheirismos hoje.

Ele entregou a chave para o manobrista e eu já estava passando pela porta.

– Mesa para dois, a mais calma, por favor. – ele disse para a hostess quando eu iria dizê-la que queria no local mais movimentado que tivesse.

Ela sorriu para ele admirando a sua beleza e blá blá blá. Nós já tínhamos passado por isso, era desnecessário. Contudo, agora eu sei o seu segredo, eu já namorei com ele, já conheço o seu gosto, mas da mesma forma eu já tive novas experiências sem ele, então... Por mais que eu o amasse e olhar dentro dos seus olhos fosse ainda o meu passatempo favorito, não conseguia de fato coloca-lo como centro da minha vida. Não mais.

– Um risoto, uma coca e para sobremesa mousse, por favor. – eu disse para o garçom bonitinho que anotou o meu pedido e depois pisquei.

Edward rosnou ao meu lado quando o garçom sorriu mais abertamente para mim.

TOMA!

Depois que ele saiu enxotado pelo olhar de Edward que estava demoníaco (mas sexy de algum ponto de vista) eu fiquei olhando naquela direção por mais algum tempo. Eu estou solteira e nada que me impeça de pedir o número do garçom bonitinho. Eu sei que estou sendo uma filha da mãe com Edward, afinal, não é legal olhar para outros caras quando se está num restaurante com um modelo de personificação humana de um Deus que estava muito inspirado quando o fez, mas ele merecia e isso fez bem para o meu ego.

– O que aconteceu? – finalmente me virei para o vampiro e fui direto ao assunto.

Ele engoliu e ficou mexendo no copo que estava já posto em cima da mesa.

– Eu acredito que tenha alguns pontos que nós precisamos conversar.

– Diga.

– É um pouco mais sério do que isso, Isabella. – ele olhou dentro dos meus olhos. Um pouco de irritação e paixão eu consegui reconhecer.

– Então, porque um restaurante com muitas pessoas à volta? Por que não uma campina? A sua casa?

– Um local neutro parecia ser o mais indicado, além do mais eu não posso te expor para algumas pessoas.

– O quê?

– Vampiros estão rondando a cidade.

– E me falar isso no meio de um restaurante lotado de pessoas que tem sangue nas veias a noite te pareceu o mais indicado para não chamar a atenção de um vampiro? É isso? E vamos ignorar o fato de que a sua família acha o meu sangue doce, principalmente você. Eu devo ficar lisonjeada porque finalmente teve um pouco de atitude e vai me deixar morrer por um vampiro desconhecido?

– O quê? NÃO! Isabella, não distorça as coisas. Não foi você mesma que disse que humanos não costumam fazer o que dizem para se proteger então o mais correto seria agir naturalmente? E se eu te levasse para uma campina e fossemos atacados? Aqui no meio de tanta gente, com tantas testemunhas, ninguém faria nada com medo dos Volturi’s.

– Entendi.

– Entendeu?

– Sim, você quer me alertar de um possível ataque. Bem, você poderia ter me avisado na escola. Enquanto você estava na minha frente e eu sentada no corredor esperando uns minutos para entrar na aula novamente.

– É um assunto delicado, Isabella.

– Para de me chamar de “Isabella”, me incomodou.

Bella, nós temos que avaliar toda a sua segurança.

– Minha segurança?

– É óbvio, você disse em segundos atrás que seu sangue é doce para mim e para minha família, o que acha de um vampiro vindo atrás de você? Não há lei dos vampiros Italianos que te livrem da morte, principalmente você sabendo do nosso segredo.

A minha comida chegou dez segundos depois que Edward falou e levantou o braço impedindo que eu fizesse um comentário.

O garçom colocou o meu prato na mesa e saiu rapidamente depois de piscar novamente. Desta vez eu estava um pouco perdida em pensamentos para realmente me importar que tivesse algum cara interessado em mim.

– Um vampiro pode estar interessado em me atacar? – perguntei baixinho. A morte sempre me rondou depois que conheci Edward, fico surpresa que ela continua me perseguindo mesmo depois que terminamos.

– Pode. Ele ainda não te viu ou sentiu o seu entrosamento com a minha família. Ao mesmo tempo em que ele pode se assustar se você fizer parte do núcleo dos Cullens, ele pode ficar ainda mais interessado, como James.

James... Lembrar-me daquele dia, lembrar-me do estúdio de balé me causava arrepios e pesadelos à noite.

Antes que eu falasse qualquer coisa, Edward serviu a latinha de coca no meu copo e me induziu a comer. Era muito para assimilar. Eu novamente estaria no olho do furacão e desta vez nem sabia o motivo. Eu não havia feito nada que colocasse os vampiros e/ou humanos em perigo.

– Sua proteção vai ser a prioridade máxima de todos agora. – Edward disse. – Nós vamos fazer uma reunião logo depois que te deixar em sua casa. Impedir que este novo vampiro ataque você ou qualquer habitante de Forks vai ser a nossa meta de vida. Nada vai acontecer, pode confiar em mim. – talvez ele tenha notado que o garfo tremia um pouco na minha mão. Flashs dos meus colegas, dos conhecidos da cidade, das pessoas que eu gostava sendo mortos por um vampiro sádico incendiou a minha mente e eu não conseguia comer direito.

– O que eu posso fazer para ajudar?

– Ficar viva, primeiramente. Depois ter alguns cuidados para não ficar no alvo.

– Como estão as visões de Alice? – perguntei. O que eu achava que iria ser um jantar para falar do nosso passado se transformou em falar sobre o futuro que talvez não fosse existir.

– Um pouco distorcidas, mas ela não vê nenhuma morte por enquanto.

– Por enquanto.

Ele ficou em silêncio durante alguns momentos, deixando que eu assimilasse tudo o que foi jogado para mim. A sua postura me fazia acreditar que talvez fosse mais do que ele estava contando, mas não queria me deixar mais preocupada.

Eu teria problemas para dormir a noite. Eu teria problemas para fazer qualquer coisa agora, não tendo certeza de qual a maneira certa de agir.

Eu terminei de comer e ele me pegou pelo cotovelo, me fazendo levantar.

– Nada, Bella, vai acontecer com você enquanto eu existir. – ele disse, pagou a conta e fomos embora.


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Notas finais do capítulo

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