Eu espero escrita por Adri Cardoso


Capítulo 2
Nova amiga


Notas iniciais do capítulo

Um dia de atraso, ontem foi horrível, me desculpem.



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Capítulo dois: Nova amiga

– Bella, vai... – então fiz o que era esperado. Pulei, para alcançar a bola no ar e a bati com toda a força que eu tinha.

Eu tinha ficado boa em vôlei apenas nessa parte, pular e bater com todo o poder que conseguia. Era uma maneira de soltar toda a minha raiva, hoje sendo exclusivamente causada pelo Edward.

Depois do evento no refeitório eu corri para quadra. Troquei de roupa rapidamente e cheguei ao exato momento em que o professor chamava o meu nome, na chamada. Se tivesse sido de propósito não teria dado certo.

E mais um ponto para o meu time, que massacrava o outro com mais de vinte pontos de diferença.

Não era exatamente um jogo, nós não trocávamos de quadra e nem tinha uma pontuação limite, era mais para uma brincadeira.

Dessa vez os meninos que estavam jogando basquete pararam e mais uma vez bola veio para mim, e a bati com força, com ela indo direto para o chão da quadra adversária.

“Pode?”. Ele realmente me perguntou isso? Pensei enquanto batia na bola acertando a cabeça da menina e ela caiu no chão.

– BELLA! Jogue com menos força. – o professor gritou enquanto corria até a garota que ainda estava no chão e o jogo permanecia parado.

– Desculpe-me. – pedi sincera com o tom cheio de remorso. Eu estar com raiva não me deixava no direito de machucar alguém, mesmo que fosse completamente sem querer.

Ela sorriu, como se me desculpasse, mas não estava feliz. Também, quem estaria feliz depois de uma bolada forte na cabeça? Não precisam responder, até eu pensei malicia, mas não vem ao caso.

– Bella, vá tomar água, passar um tempo pela escola e volte daqui dez minutos, sim? – o professor mandou.

Assenti, sem escolha, e sai. Precisava colocar a mente em ordem.

Eu inspirava profundamente e depois expirava com intensidade, fazendo com que o meu corpo antes possesso pela cólera atingisse níveis de tranquilidade a qual eu realmente precisava.

– Tem horas que o seu dom vem muito bem a calhar. – eu disse, tendo certeza que Jasper me escutaria em qualquer lugar da escola.

Estava tendo a segunda melhor parte da minha manhã naquele momento, mas um cheiro peculiar – e conhecido – havia me despertado das minhas rotinas de bem estar. Não consegui mais relaxar depois de perceber que Edward Cullen realmente estava ali na minha frente.

Fiquei analisando... Se eu já machuquei uma menina apenas por estar com raiva dele... Eu não poderia deixar que isso ficasse pior. A presença dele me incomoda. Ou eu fico aqui e converso com ele e depois vou embora, pois eu vou sair mais irritada do que voltei, da próxima vez eu mato a garota, coitada. Ou... Eu posso dar as costas, ignorando-o completamente e volto para a minha aula, depois de estar com a alma mais leve, a respiração mais tranquila e os pensamentos em ordem.

Eu realmente achei mais interessante à segunda opção.

Levantei-me apressadamente e tudo girou rapidamente. Eu não iria cair, mas Edward me segurou de qualquer forma.

– Tudo bem? – ele perguntou.

Agora está.

– Eu vou ficar, obrigada. – respondi querendo sair de seu aperto e me mexi, desconfortável. Eu não conseguia movê-lo, era a mesma coisa que empurrar um navio (nem tanto, mas...).

Ele percebeu o meu desconforto e me soltou.

– Ok, tchau. – disse saindo, mas ele me puxou pelo pulso. Isso está meio clichê, não está? – O que foi agora? – perguntei, no fim, pois ele não me soltava, mas também não falava nada.

O que ele queria de mim?

– Nós precisamos conversar. – ele disse e eu me esqueci de respirar por um momento.

Droga, ele está tão perto...

– Não acho que nós precisamos. Não tenho nenhum assunto com você ou então que te envolva. Enfim, não tenho nada contigo, então porque simplesmente não me deixa ir e finge que nunca aconteceu? Melhor para ambos, gostei mais dessa, tchau. – eu disse rapidamente, já puxando o meu braço, mas ele não me soltou como eu realmente pensei que ele fosse fazer.

– Nós TEMOS que conversar. – ele foi mais rude dessa vez. Parte de mim achou isso tão excitante. – Mas, não aqui, claro. Podemos sair mais tarde? – perguntou.

Não...

– Claro, se insiste. Mas, tem que ser rápido. – eu disse e ele assentiu finalmente me soltando.

Definitivamente eu não queria isso, mas eu precisava me livrar dele, então... Se for esse o preço para terminar com esse assunto logo, eu poderia pagar.

– Edward? – eu chamei antes de continuar caminhando para o corredor do ginásio.

– Sim? – ele disse me olhando, com as mãos no bolso, numa posição extremamente sexy, mas... Enfim.

– Pode me fazer um favor? – pedi e ele assentiu. – Não me encare como se me devorasse. – sorri maldosa e continuei o meu caminho.

Quando cheguei ao ginásio o professor me encarou.

– Está melhor? – ele perguntou.

A minha vontade era dizer não, afinal, eu não estava realmente, a presença de Edward e ainda ter que conversar com ele mais tarde não me fez ficar mais calma, o que era o esperado pelo professor. MAS, eu não poderia fazer nada, ele já tinha me deixado sair e não iria passar por aquela porta novamente, vai que o vampiro de olhos dourados esteja ali apenas esperando que eu passe e ele me sequestre?

– Eu estou sim, professor. Obrigada. – respondi simplesmente, sorrindo e ele assentiu, parecendo satisfeito.

– Peça desculpas para a menina que tu machucaste. Ela não está chateada, sabe que são ferimentos de jogo, mas seria bom que tu falasses com ela. – ele disse, foi mais uma ordem, por mais que as palavras tenham parecido um pedido.

– É claro, eu vou fazer isso. – disse e então me dirigi às arquibancadas, onde a menina estava. Ela é morena, cabelos lisos – extremamente lisos.

Quando cheguei perto, ela não me olhou com cara feia, como eu realmente achava que ela fosse fazer, por mais que o professor tenha dito que ela não estava chateada, eu imaginei que um pouco irritada comigo ela estaria, mas não foi isso que pareceu.

– Desculpe-me, eu realmente não fiz por querer. O meu ex namorado me irritou tanto que eu estava descontando na bola, eu realmente não queria ter feito isso, me desculpa. – eu disse, quando cheguei perto dela o suficiente, para que ela ouvisse e entendesse o meu discurso.

– Oh, sem problemas, eu entendo como é. Problemas com o ex sempre deixam a gente com uma raiva tremenda. – ela sorriu.

E eu gostei dela.

– Eu sou Isabella, Bella, na verdade. E tu? – perguntei.

– Eu sou Elena, Elena Gilbert. Nova na escola. – ela aceitou a mão que eu estava estendendo.

– Prazer e bem vinda. – eu disse.

– Obrigada. – ela sorriu sincera.

Ficamos uns segundos sem falarmos nada, apenas uma sentada ao lado do outra, perdidas nos nossos próprios pensamentos.

– Você conhece a família Cullen? – ela perguntou.

A pergunta me deixou um pouco desestabilizada, falar sobre os Cullens não era uma coisa a qual eu gostava, mas necessária, nesse momento, eu não seria grosseira com a garota, ela parecia ser legal. O único que eu aprendi a gostar foi Jasper, o resto era... Resto.

– Sim, eu os conheço. Eu namorei Edward Cullen há algum tempo. – respondi.

– Hmm... – ela disse simplesmente.

– Porque a pergunta? – perguntei. Era meu direito saber o motivo que ela queria saber disso, não era?

– Nenhum motivo especial, só estava conferindo algumas anotações. – ela disse enigmática.

Eu devo ter ficado com uma careta muito estranha, pois ela deu uma risadinha... Na hora em que eu iria perguntar novamente, o que tinha de errado comigo – e com os Cullens – o sinal tocou e ela se levantou.

– Eu sei a verdade. Eles são vampiros, há lobos por ai e você sabe de tudo isso. – ela disse colocando a mochila e indo até o vestiário, mas antes se virou, eu ainda estava estagnada.

Eu não conseguia falar nada para ela.

– Vamos conversar sobre tudo isso outra hora, pode ser? – assenti e ela saiu indo se trocar.

Uns instantes depois, eu fiz o mesmo. Ainda tinha mais uma aula e depois iria conversar com o Edward, sobre um assunto que eu ainda nem tinha noção. Não tínhamos nenhum assunto pendente, então não conseguia pensar num motivo para tal necessidade. E o mais alto de todos: Eu não queria falar com ele, pois é irresistível. É como colocar na frente de um alcoólatra o uísque mais caro e gostoso do mundo.

Há como resistir? Eu sou tão fraca, não tenho certeza se não vou agarrá-lo, e o resto da minha reputação vai para o espaço, além da humilhação iminente.

Droga, eu preciso me controlar. E então fui me trocar, com os pensamentos de que deveria ser forte, absurdamente forte. Ele não domina os meus sentimentos – e nem o meu corpo -, então, isso vai ser fácil. Eu vou lá, converso com ele, vou para o meu estágio e quando eu chegar a minha casa, eu irei fazer o jantar de Charlie. Bem normal e costumeiro. Quando ele perguntar como foi meu dia, eu responderei que foi bom, subo, tomo banho e durmo. Nada que acontecer nesse dia vai me abalar.

Fui para a última aula do dia confiante de que nada poderia me abalar, nem o professor Collins.

– Tudo bem, professor? – disse numa simpatia falsa assim que entrei na sala. O professor de sociologia é realmente desprezível.

– Perfeito, Isabella. – ele me respondeu a altura (de falsidade).

Ele esperou que todos se ajeitassem nas suas respectivas classes e então finalmente se levantou, para começar a aula.

– Então, alunos... Abram o livro na página 78. Façam os exercícios do final do capítulo. – ele disse e sentou-se novamente, pegando um livro de romance para ler.

– Mas, professor Collins. Nós já fizemos esse capítulo. – Ben o corrigiu.

O professor levantou-se novamente, contrariado, e sorriu diabólico.

– Então, façam o próximo capítulo. Leiam-no, façam um resumo e depois os exercícios. Só sairão daqui depois de tudo terminado. – ele disse e saiu da sala, como sempre. Os primeiro vinte minutos de aula ele não passava... Em aula. Eu não faço ideia do que ele fazia, e nem me importava. Eu só preciso tirar notas boas para me formar e pronto.

Como teria que conversar com Edward depois, eu tive que ser mais rápida do que de costume, o capítulo era sobre direitos humanos, um assunto um tanto delicado, mas não poderia errar. Se ele corrigisse-os na hora e estivesse errado, me faria refazer tudo e me atrasaria para o meu “compromisso” e estágio.

Quando faltavam cinco minutos para o sinal bater, entreguei o meu trabalho, com o resumo e os exercícios respondidos. Para a minha sorte, ele não corrigiu, apenas olhou por cima, tendo a certeza que eu tinha feito tudo, e depois ele sorriu, falso – novamente.

– Muito bem, Senhorita Swan. Pode ir. – ele disse e então sai quase correndo da sua frente, indo arrumar as minhas coisas, eu tinha que sair antes que ele mudasse de ideia e me desse mais um trabalho para fazer. Isso nunca aconteceu comigo em específico, mas com um colega sim.

Sai da sala sem olhar para trás, para ter certeza de que ele não me chamaria. Suspirei aliviada quando cheguei ao estacionamento, até que lembrei que tinha que conversar com Edward e o meu corpo se retesou novamente. Eu realmente não queria falar com ele, nem agora e nem nunca.

Ele estava apoiado na minha picape, nem sinal dos outros Cullens, mas eu não estava interessada neles. Eu só queria saber o motivo da tal conversa importante com Edward e depois ir trabalhar normalmente, como todos os dias da semana. Eu tinha me acostumado à rotina e gostava dela.

– Podemos ir? – perguntei. – Eu tenho que ir trabalhar depois, então tem que ser rápido. – eu disse, mas ele ficou me olhando decepcionado.

– Não é um assunto tão rápido assim. – ele disse.

– Eu não posso fazer nada.

– O que acha então de jantarmos juntos? – o olhei com escárnio. – Você jantar, na verdade.

– Eu não acho que tenha muita alternativa. – disse e abri a porta do motorista, Edward se desencostou do capo do meu carro. – Às 20h?

Ele assentiu e eu saí dali. Isso seria muito mais complicado do que eu pensava.


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Notas finais do capítulo

Como eu disse, eu tenho este projeto da faculdade: contosdomalte.blogspot.com.br
Se conseguirem entrar e me deixar um comentário se gostam eu vou ficar muito feliz.

Eu estou pensando em postar uma nova história também, ela já está bem adiantada, amanhã quando eu postar mais um capítulo aqui e coloco sinopse da outra aqui nas notas.

Beijos... 3 comentários... Eu tinha esquecido de como eles eram bons. *-*



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