Eu espero escrita por Adri Cardoso


Capítulo 1
Novas Atitudes




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- Eu estou bem. – disse não muito convincente.

- Tem certeza? – Charlie me perguntou um pouco preocupado.

- Eu tenho, é claro. Eu tenho certeza absoluta de que eu estou bem. – Era uma mentira parcial, mas ninguém precisava saber.

- Ok, eu confio em você. – ele disse, por mais que eu soubesse que ele não confiava. – Eu tenho que ir, está acontecendo alguns problemas nas cidades vizinhas e antes que se espalhe para cá, eu vou tomar algumas providências. Provavelmente eu chegarei tarde.

Ficar sozinha, sem olhares de pena ou então de felicidade, eu não precisava de nada agora. Sim, muitas pessoas ficaram felizes depois que nós terminamos. As meninas por ele estar livre e desimpedido, nada para atrapalhar os planos delas... E ninguém achava que a postura antes adotada – de serem antissociais e não falarem com ninguém – iria continuar.

E os meninos ficaram felizes por EU estar disponível, afinal, eu fui considerada a terceira mais bonita da escola. Logo depois de Rosalie e Alice. SIM, teve um campeonato patético. Ainda lembro a careta de desagrado de Lauren. Todos sabiam que as Cullens seriam as primeiras, mas estar votado – e sem roubo – que eu era uma das melhores era constrangedor para elas (o restante de toda a ala feminina de Forks) e para mim, é claro.

O mais engraçado desse concurso patético é que ele foi votado apenas pelos meninos, eu tive um voto como primeira colocada e todos os outros como terceiro lugar. Eu fiquei uma semana pensando em quem será que tinha votado em mim, como a mais bonita da escola, mas isso não tirou o meu sono, até... É insignificante, talvez tenha sido Mike Newton antes de ter levado mais um fora e definitivamente parar de falar comigo – o que no caso nem é tão ruim assim. Eu não precisava dele, como não precisava de ninguém daquela escola, então... Que se dane. E eu sou indiferente. Não vou me estressar com nada e nada disso vai me tirar o sono à noite.

- Sem problemas. Eu ficarei bem. Trancarei as portas e janelas e não as abrirei para estranhos. – disse sorrindo fracamente, era uma piada, afinal.

Papai sorriu e finalmente saiu. Terminei o café e peguei a minha mochila, depois de refazer a higiene.

Mais um dia naquele meu inferno pessoal. Mas, eu estava bem, nada de gritos de noite, nem pesadelos, nem barracos. Apenas choros baixinhos antes de dormir. Eu não queria assustar meu pai com o barulho e nem de manhã, por causa dos olhos inchados.

Eu estava com outros pensamentos agora, viajava muito mais, economizava para trocar de carro, eu não pediria nenhum tostão para o Charlie, ele tinha as contas dele e eu tinha as minhas completamente independentes um do outro. Ele queria me ajudar, mas eu negava veemente. Apesar de que eu acho que ele realmente queria me ajudar, para apenas conseguir deixar a alma mais tranquila. Talvez eu aceitasse se ele oferecesse novamente pagar a metade do carro novo (ainda não tinha certeza de qual iria querer comprar).

O trabalho nos Newtons estava ajudando um pouco, pelo menos todas as tardes, tirando os finais de semana eu tinha algo para fazer, a não ser estudar e pensar no que mais poderia fazer.

Eu já sabia de cor e salteado como eram os penhascos de La Push e já tinha pulado de todos. Do mais baixo até o mais alto. Claro, antes fiz aulas de natação, não queria morrer, afinal. Eu tinha ainda muitas coisas para fazer.

Conheci pessoas novas, pessoas interessantes que me faziam crer que ainda havia muito mais coisas para descobrir. Mas, o meu coração, eu sabia... Eu não entregaria para ninguém, afinal, não podia, ele já não era mais meu faz muito tempo. Mesmo assim, eu não deixaria de viver.

Eu tinha os meus momentos de desespero, é claro... Quando as lembranças eram demais. A cidade inteira me fazia lembrar. Minha casa, minha vida inteira era circulada por momentos que eu não passei sozinha. Qualquer coisa que eu pensava, ele estava ali junto comigo, segurando a minha mão e dizendo que tudo ficaria bem. E no final, mesmo estando separados: Tudo ficou.

Às vezes batia a saudade do toque, dele em si, sabem? Do corpo, da carne, de apertar, de beijar, de morder, de amar. Não, não do sexo, afinal, não o fazíamos e nunca fizemos. Eu continuo virgem ao menos, ele eu não sabia mais nada faz um mês. Sim, um mês que ambos estávamos solteiros. Eu não gostava de pensar no fim, de quando tudo acabou, quando ele terminou tudo com uma desculpa qualquer. E eu não vou pensar nisso agora.

Terminei tudo o que eu tinha que fazer. Analisei a minha roupa. Estava tudo certo. Eu não parecia uma alienígena e ninguém poderia dizer: Nossa... Como ela mudou depois do término, talvez tenha feito bem a ela. Não... Sem mudança drástica e nada muito exagerada. Mas, eu me sentia mais bonita, com certeza. Apesar de não ter o vampiro mais bonito do mundo me puxando para ir para a próxima aula, eu me sentia bem. Nada convincente, mas realmente estava bem.

Não estava chovendo, mas estava bem nublado. Eram os meus dias preferidos. A minha estação favorita – outono – e tudo me levava a crer que seria um bom dia. O melhor, talvez.

Cheguei à escola sem muita pressa, ainda tinha dez minutos, assim que estacionei. Eu não era mais a novidade, nem nada, mas muitas cabeças ainda viravam quando escutavam o barulho alto da minha amada picape. Eu estava numa fase que precisava de velocidade, mais potência, apenas por isso iria trocá-la, mas não vendê-la. Ela ainda estaria na garagem para quando eu quisesse matar a saudade.

Nem por todo o dinheiro do mundo eu me desfaria dela.

Algumas coisas foram obrigadas a serem trocadas. Muitas coisas foram trocadas na verdade. Aulas, tempos, móveis... Todo o meu quarto havia sido redecorado e até a porta foi trocada. Isso na minha casa é claro. Na escola eu tinha trocado todas as minhas matérias, não tinha nenhuma com os Cullens, com nenhum deles, e agora tinha um tempo extra de educação física.

Inacreditável, mas eu estava me superando nesse ano. Eu fazia muitas atividades extracurriculares e balanceava tudo com o estágio, então eu chegava a minha casa cansada, dava tempo apenas de fazer o jantar, comer com o meu pai, tomar banho e dormir. Estudar eu tinha que me puxar mais ainda, nos finais de semana e equilibrar com as saídas.

Cumprimentei algumas pessoas enquanto passava no estacionamento, não muito rápido. Conseguia aproveitar o vento batendo no meu rosto e era uma sensação prazerosa. Dava-me uma sensação de poder indescritível. O vento batia nos meus cabelos agora mais controlados e me dava vontade de gemer de felicidade.

Eu precisava beijar alguém, de verdade. Passei a mão direita nos meus lábios ainda de olhos fechados. Aproveitando a música baixa nos fones, o vento no cabelo, a pressão da mão nos lábios e uma sensação de êxtase passou pelo meu corpo. Abri os olhos e outros olhos dourados me encaravam.

- Obrigada. – eu disse para Jasper, enquanto passava pelos Cullens.

Sim, o poder do vampiro mais reservado foi de grande ajuda para as minhas sensações deliciosas. Era uma emoção que eu realmente precisava para começar bem o dia.

- Disponha. – ele disse sorrindo, então caminhei mais rápido para entrar na escola.

“O que aconteceu?”. Eu ouvi rapidamente, mas desliguei-me do mundo. O que ele, em exato, pensava ou dizia não me importava.

Não mais, ao menos.

- Está tão bem, Bella. – Jéssica dizia enquanto eu sentava ao seu lado (não por escolha, mas obrigação, eu realmente preferia sentar sozinha).

- Apenas, acordei feliz. – respondi sorrindo largamente e ela não pareceu se convencer, mas não perguntou mais nada. Não éramos mais tão amigas para lhe contar qualquer coisa. E puxar assunto, com certeza eu não puxaria.

Afinal, eu não precisava dela. Nem de ninguém.

Só de algumas pessoas, claro, mas isso não vem ao caso agora.

A aula foi interessante, assim como as outras que se seguiram. Eu estava muito mais esforçada, e realmente aprendi que quando nós nos focamos as coisas dão certo. As aulas não eram mais chatas, elas eram atraentes, eu entendia o que o professor falava e as minhas notas não poderia estar melhores.

Tem como um término se transformar numa coisa boa para ambos – para pelo menos um deles, eu repito: o que Edward faz ou deixa de fazer já não me importa -, deixando tudo melhor do que estava antes? Claro que sim, mas eu estaria mentindo se dissesse que é esse o caso. Parte de mim sente falta dele todo o momento, mas eu me esforço para não pensar muito.

Ele ainda me olhava como se me devorasse, é claro, o meu sangue era atrativo para ele. Mas, no final, eu não passava de um alimento, afinal, então nem o encarava de volta.

Eu me fazia uma massagem no pescoço gostosa, junto com alguns truques aprendidos no Google.

Soltei um gemido de prazer quando percebi tocar um ponto sensível. Eu realmente estava precisando de algo para sair de toda a rotina. A minha vida estava movimentada, mas monótona.

Um toque no celular fez com que eu despertasse. Praguejei baixinho – não o suficiente – contra a pessoa que estava me ligando. Eu estava num dos meus melhores momentos de toda a manhã, realmente não gostava de ser atrapalhada.

- Argh! – atendi.

- Nossa... Quanto amor. Deixe-me adivinhar, atrapalhei o seu momento de paz de toda a manhã? – ele riu.

- Sim, como sempre Stefan. Como sempre. – respondi um pouco menos irritada. Ouvir a voz dele por mais que fosse pelo telefone me acalmava.

- E se fosse eu fazendo uma massagem pelo seu pescoço? – ele perguntou.

- Eu teria um orgasmo no meio do refeitório. – respondi brincando. Ele riu de volta. Ouvi o barulho de vidro se quebrando e um Cullen saiu apressado com as expressões irritadas.

- Eu ainda sou um bom ouvinte, Bella, aconteceu o que eu realmente acho que aconteceu? – ele perguntou.

- Eu não sei. O que você acha que aconteceu? Que Edward saiu irritado depois de eu ter falado a palavra orgasmo e ele não estar incluído no meio? Sim, mais ou menos isso, eu acho. Ele saiu do nada depois de ter quebrado um copo. Mas, o que eu tenho a ver com isso? – perguntei de volta. Eu não entendia algumas reações de Edward – e da família dele, aliás.

Jasper era o que mais era próximo de mim agora, toda a manhã ele me ajudava com um pouco mais de ânimo, com algumas sensações de prazer, como aquela do vento. Não, nada relacionado a sexo, apenas aquelas pequenas emoções de felicidade por coisas pequenas que seriam muito menores se ele não conseguisse intensificar um pouco.

Mas, não conversávamos, é claro. Apenas pequenos agradecimentos e respostas. Nem cumprimentos.

- Bella, só talvez ele ainda goste de você e falar de maneira pessoal e íntima com alguém o incomode. – Stefan falou.

- Baby... Foi ele quem terminou, não fui eu. Eu estava lá, parada, apenas escutando, pronta para negar, para fazer um escarcéu, pois eu não concordava com a sua atitude, mas ele foi frio o suficiente para simplesmente ir embora depois de ter dado o veredito final. Agora você quer que eu faça o quê? Cara... Haverá um momento que eu vou transar com alguém, que eu vou amar de novo, apesar de que duvido que ame alguém como eu o amei, assim como eu o amo, mas dane-se. Eu posso conviver com isso.

- Pode? – perguntou na minha frente.

Eu nem tinha reparado que o sinal havia tocado e eu tinha apenas mais 30 segundos para sair do refeitório e ir para a minha próxima aula.

- Sim, eu posso. – disse para o cara na minha frente. – O intervalo acabou. Depois quando eu sair eu te ligarei. Beijos, eu te amo, baby. – disse e desliguei depois de ouvir a despedida rápida de Stefan.


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Notas finais do capítulo

Acessem o meu blog: contosdomalte.blogspot.com.br

É um trabalho da faculdade.

Primeira fanfic depois de 4 anos... Espero que eu não esteja enferrujada.



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