Nothing Left to Lose (HIATUS) escrita por The Stolen Girl


Capítulo 11
Com ele, sou o bastante


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora, fiquei um tempo sem escrever, e nos últimos dias me dediquei ao desafio de outubro, mas aqui está. Boa leitura :3



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–Eu também.

E não me senti uma mentirosa ao dizer isso. Porque a segurança e o alívio que sinto com ele não podem ser nada menos do que sentimento. E eu não quero perdê-lo. E é por isso que aperto sua mão, já entrelaçada na minha, e me viro para olhá-lo. Não sei o que Chas tem de tão especial, nem porque me sinto tão próxima dele em tão pouco tempo, mas sinto que com ele, eu sou o bastante. Ele vira-se também e me encara. Suas órbitas negras estão indecifráveis, mas tenho tanta vontade de mergulhar nelas.

Ele faz carinho em meu rosto, e me permito fechar os olhos, saboreando o momento. Seu toque em mim esquenta meu ser, varrendo do meu interior todos os problemas. E eu não sei o que sinto, nem o que quero, mas sim o que não quero: ficar longe dele.

Não sei quem o faz primeiro, mas nos aproximamos. Tampouco o beijo que veio a seguir partiu de um ou de outro, mas surgiu como um acordo mútuo assim que nossos olhares se encontraram. Dessa vez, sem a mágoa e a dor de quando a mãe de Chas morreu, nem a leveza daquele dia na noite do rock. Dessa vez, havia algo mais. O reconhecimento do que sentimos um pelo outro, mesmo que não saibamos o que é exatamente. Ou será que ele sabe?

Sua mão afaga meus cabelos, e o vento que entra pela janela do meu quarto nos atinge. Paramos de nos beijar, mas continuamos nos olhando, presos no olhar um do outro. Num ímpeto, contorno seus lábios com meus dedos. Fecho os olhos, apenas sentindo seus traços em minhas mãos, como se eu quisesse memorizar cada detalhe. E eu queria.

– Charlie? – ele diz, e eu apenas abro os olhos – O que é isso que nós temos?

Suspiro, porque não tenho uma resposta.

– Eu não sei.

Ele não protesta, mas sim me abraça. E ficamos assim até não sei quando, porque o tempo agora não me importa.

__________________________________________

– Eu queria ver o Eddie amanhã. Será que pode vir aqui me buscar? – perguntei a Chas antes que ele saísse.

– Claro. Passo aqui no horário de sempre.

E então se foi, soltando minha mão.

A verdade é que eu não gostaria de ter de voltar àquela casa. Não queria encontrar Sky lá. Porém, meu coração sentia falta de Edward. E ele, pelo que sua mãe me disse, também sente a minha.

De repente penso em Cameron, em como nunca mais o vi desde o cinema. Penso no conceito que tenho de família, e que ele não é dos melhores. Quando é que as coisas chegaram a esse ponto? Interiormente, algo me dizia que ter Cam como um assunto inacabado em minha vida não é nada saudável. Eu concordo, mas não encontro forças para querer o contrário. Porque sei que toda vez que eu olhar em seus olhos, me lembrarei de papai. Aliás, isso é outra coisa que me tortura. Eles se parecem tanto. Cameron herdou os cabelos acastanhados de papai, assim como sua estatura. A mandíbula dura, tensa, mas o olhar manso. Ao menos era assim antes dele se drogar, e eu nunca mais conseguir encontrar a mansidão em nada nele. Espero um dia ter força para encará-lo e não querer sair correndo de tudo que ele representa.

_______________________________

Eddie demorou cerca de cinco minutos para habituar-se a minha presença. Agora estamos brincando no tapete da sala, com peças de montar que ele ainda não monta de fato. Até chegar aqui, não havia percebido o quanto estava sentindo falta do garotinho.

Felizmente, ou talvez infelizmente, não encontrei Sky. Ela estava dentro do carro pegando algo, e nem me viu. Apenas Chas foi até ela, avisar que havia chegado.

Olhando agora para ele, vejo que se parece mais com a mãe, e agradeço por isso. Confesso que levei um tempo pensando se deveria mesmo vir até aqui. Porém, no fim de qualquer ponto negativo que essa visita poderia me trazer, estava Eddie, uma criança que nada tem a ver com o que houve entre mim e seu pai.

Agora que estou aqui, fico feliz por ter vindo, porque só me sentar ao lado de Eddie já me traz paz.

– Vejo que ele já te ama de novo – Chas diz, brincando.

Sorrio para ele em resposta, querendo que as coisas fossem tão fáceis quanto reconquistar um bebê que você ficou alguns dias sem ver.

__________________________________________

– Preciso ir embora – disse para Chas.

– Queria poder te levar – ele responde, mas eu sei que isso não é uma possibilidade, pois ele não pode deixar Eddie sozinho.

– Não se preocupe, eu chego rápido.

Peguei minha bolsa e lavei minhas mãos na cozinha, pois estavam sujas com a comida de Edward. Vou até ele e me despeço, deixando um beijo em sua bochecha macia. Ele sorri para mim, e eu não consigo evitar não sorrir de volta. Chas e eu seguimos até a porta, e eu me desespero um pouco, porque não sei como me despedir dele. Droga, por que você não é um bebê, Chas?

Mas antes que eu possa fazer algo, alguém bate na porta que ele está prestes a abrir. Porém, quando ele abre, não gosto do que vejo. Chas olha para ele e para mim, percebendo a tensão no ar.

– Olá, Charlie.

– Oi. – eu digo, contra minha vontade.

– Você é o Nicolas? Pai do Eddie? – Chas se pronuncia.

– Sim. Vim buscá-lo pra passar a tarde comigo. Você deve ser o Chas, que está cuidando dele...

– Sou eu mesmo, prazer – e os dois apertam a mão um do outro, enquanto fico parada ali, observando a cena.

Nicolas olha para mim, e eu sei que vai dizer algo. Sinto minha mão sendo segurada, e eu agarro a mão de Chas com força. O olhar de Nicolas segue até nossas mãos entrelaçadas, e sua expressão é indecifrável.

– O que faz aqui? – ele não diz meu nome, mas sei que é comigo. Demoro um pouco para conseguir dizer algo.

– Já estava indo embora. – me viro para Chas e deposito um beijo em sua bochecha – Tchau, Chas.

E saio antes que alguém tenha tempo de dizer algo mais.

–Eu também.

E não me senti uma mentirosa ao dizer isso. Porque a segurança e o alívio que sinto com ele não podem ser nada menos do que sentimento. E eu não quero perdê-lo. E é por isso que aperto sua mão, já entrelaçada na minha, e me viro para olhá-lo. Não sei o que Chas tem de tão especial, nem porque me sinto tão próxima dele em tão pouco tempo, mas sinto que com ele, eu sou o bastante. Ele vira-se também e me encara. Suas órbitas negras estão indecifráveis, mas tenho tanta vontade de mergulhar nelas.

Ele faz carinho em meu rosto, e me permito fechar os olhos, saboreando o momento. Seu toque em mim esquenta meu ser, varrendo do meu interior todos os problemas. E eu não sei o que sinto, nem o que quero, mas sim o que não quero: ficar longe dele.

Não sei quem o faz primeiro, mas nos aproximamos. Tampouco o beijo que veio a seguir partiu de um ou de outro, mas surgiu como um acordo mútuo assim que nossos olhares se encontraram. Dessa vez, sem a mágoa e a dor de quando a mãe de Chas morreu, nem a leveza daquele dia na noite do rock. Dessa vez, havia algo mais. O reconhecimento do que sentimos um pelo outro, mesmo que não saibamos o que é exatamente. Ou será que ele sabe?

Sua mão afaga meus cabelos, e o vento que entra pela janela do meu quarto nos atinge. Paramos de nos beijar, mas continuamos nos olhando, presos no olhar um do outro. Num ímpeto, contorno seus lábios com meus dedos. Fecho os olhos, apenas sentindo seus traços em minhas mãos, como se eu quisesse memorizar cada detalhe. E eu queria.

– Charlie? – ele diz, e eu apenas abro os olhos – O que é isso que nós temos?

Suspiro, porque não tenho uma resposta.

– Eu não sei.

Ele não protesta, mas sim me abraça. E ficamos assim até não sei quando, porque o tempo agora não me importa.

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– Eu queria ver o Eddie amanhã. Será que pode vir aqui me buscar? – perguntei a Chas antes que ele saísse.

– Claro. Passo aqui no horário de sempre.

E então se foi, soltando minha mão.

A verdade é que eu não gostaria de ter de voltar àquela casa. Não queria encontrar Sky lá. Porém, meu coração sentia falta de Edward. E ele, pelo que sua mãe me disse, também sente a minha.

De repente penso em Cameron, em como nunca mais o vi desde o cinema. Penso no conceito que tenho de família, e que ele não é dos melhores. Quando é que as coisas chegaram a esse ponto? Interiormente, algo me dizia que ter Cam como um assunto inacabado em minha vida não é nada saudável. Eu concordo, mas não encontro forças para querer o contrário. Porque sei que toda vez que eu olhar em seus olhos, me lembrarei de papai. Aliás, isso é outra coisa que me tortura. Eles se parecem tanto. Cameron herdou os cabelos acastanhados de papai, assim como sua estatura. A mandíbula dura, tensa, mas o olhar manso. Ao menos era assim antes dele se drogar, e eu nunca mais conseguir encontrar a mansidão em nada nele. Espero um dia ter força para encará-lo e não querer sair correndo de tudo que ele representa.

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Eddie demorou cerca de cinco minutos para habituar-se a minha presença. Agora estamos brincando no tapete da sala, com peças de montar que ele ainda não monta de fato. Até chegar aqui, não havia percebido o quanto estava sentindo falta do garotinho.

Felizmente, ou talvez infelizmente, não encontrei Sky. Ela estava dentro do carro pegando algo, e nem me viu. Apenas Chas foi até ela, avisar que havia chegado.

Olhando agora para ele, vejo que se parece mais com a mãe, e agradeço por isso. Confesso que levei um tempo pensando se deveria mesmo vir até aqui. Porém, no fim de qualquer ponto negativo que essa visita poderia me trazer, estava Eddie, uma criança que nada tem a ver com o que houve entre mim e seu pai.

Agora que estou aqui, fico feliz por ter vindo, porque só me sentar ao lado de Eddie já me traz paz.

– Vejo que ele já te ama de novo – Chas diz, brincando.

Sorrio para ele em resposta, querendo que as coisas fossem tão fáceis quanto reconquistar um bebê que você ficou alguns dias sem ver.

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– Preciso ir embora – disse para Chas.

– Queria poder te levar – ele responde, mas eu sei que isso não é uma possibilidade, pois ele não pode deixar Eddie sozinho.

– Não se preocupe, eu chego rápido.

Peguei minha bolsa e lavei minhas mãos na cozinha, pois estavam sujas com a comida de Edward. Vou até ele e me despeço, deixando um beijo em sua bochecha macia. Ele sorri para mim, e eu não consigo evitar não sorrir de volta. Chas e eu seguimos até a porta, e eu me desespero um pouco, porque não sei como me despedir dele. Droga, por que você não é um bebê, Chas?

Mas antes que eu possa fazer algo, alguém bate na porta que ele está prestes a abrir. Porém, quando ele abre, não gosto do que vejo. Chas olha para ele e para mim, percebendo a tensão no ar.

– Olá, Charlie.

– Oi. – eu digo, contra minha vontade.

– Você é o Nicolas? Pai do Eddie? – Chas se pronuncia.

– Sim. Vim buscá-lo pra passar a tarde comigo. Você deve ser o Chas, que está cuidando dele...

– Sou eu mesmo, prazer – e os dois apertam a mão um do outro, enquanto fico parada ali, observando a cena.

Nicolas olha para mim, e eu sei que vai dizer algo. Sinto minha mão sendo segurada, e eu agarro a mão de Chas com força. O olhar de Nicolas segue até nossas mãos entrelaçadas, e sua expressão é indecifrável.

– O que faz aqui? – ele não diz meu nome, mas sei que é comigo. Demoro um pouco para conseguir dizer algo.

– Já estava indo embora. – me viro para Chas e deposito um beijo em sua bochecha – Tchau, Chas.

E saio antes que alguém tenha tempo de dizer algo mais.


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Notas finais do capítulo

O capítulo saiu menor que o habitual, mas espero que tenha gostado. Deixem seus reviews e até mais o/



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