A Outra Potter 2 - Onde demônios se escondem escrita por Alice Porto


Capítulo 4
Snape, poções e chocolate


Notas iniciais do capítulo

Ohayou Gozaimasu! Demorei de novo, né? Agora que as férias chegaram, tudo o que eu tenho feito ultimamente tem sido dormir, dormir, dormir,dormir, comer, comer, comer, comer, dormir, comer, exercícios, comer. Desculpe! Tudo bom com vocês, konoyaro, bakayaro? ~brinks, cês são lindos!

— Arigatou Gozaimasu por todos os comentários lindoooos! Seus divos! Amei s2

— Aliás, a Tamiresdr falou sobre uma maratona de capítulos nessas férias... O que vocês acham?

— Quem se lembra do Snow? (não, não o presidente). Ninguém se lembra, porque até eu tinha me esquecido dele O/ Para se lembrarem, o Snow é o gato da Lawrence, viu gente, eu comentei sobre ele só uma vez na história, e nunca mais. Mas agora vou tentar colocar ele mais vezes.

— O que será que a Lawrence tanto quer com a Gins?

— Próximo cap: Com a chuva conhecemos a dor.

— Sim, vai ser tenso!

— A Nighty me pediu para ajudar a fic dela, que futuramente se tornará um livro. Então, se puderem dar uma olhada lá, o link é esse: http://fanfiction.com.br/historia/569477/Memories_before_Darkness/ Tava lendo, e sério gente, essa história tem tudo para ser boa! Passem lá!

— A Tamiresdr me mandou uma recomendação diva em AOP1! Adorei, Ta! Ficou super linda, gostei de verdade! S2

— Beijo, beijo! Amo vocês! Comentem! Xoxo s2



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A ida até a sua nova casa foi feita em extremo silêncio entre padrinho e afilhada. Remo entendia que Lawrence estava confusa com o que Draco dissera, e Lawrence simplesmente queria ficar quieta pensando. Não em Draco, como o padrinho achava. E sim na sua entrevista feita há pelo menos quinze minutos antes. Não se arrependia nenhum pouco do que havia dito na frente dos vários jornalistas, mas não podia deixar de pensar em todas as perguntas e tentar achar uma resposta para cada uma.

Tentou se distrair com as ruas que andava, mas no momento tudo o que lhe importava era isso. Queria muito saber onde estavam indo e se demoraria muito, mas ao ver o Caldeirão Furado na sua frente em menos de cinco minutos, sorriu internamente sabendo que estava perto.

Ao abrir a porta do estabelecimento, todo o local ficou em silêncio ao avistar a Potter. A ruiva procurou não se importar com isso, e até parecer desinteressada, mas a verdade era que lutava com todas as suas forças para não olhar para baixo e sair correndo. Fora simples agir normalmente na frente dos jornalista, somente por saber que ele nem ligavam para o seu cabelo. Tentou focalizar no que Gina dissera sobre sua cicatriz, e tentou se convencer de que seria bem pior se baixasse seu rosto. Apertou as mãos contra as bainha de seu vestido, e respirou fundo, olhando para todos com seus olhos verdes.

Seu coração acelerou e um sorriso singelo apareceu no seu rosto ao avistar a pessoa que queria ver desde que acordara no hospital. Seu professor aparentava estar cansado e detonado com tudo que acontecia, mas também abrira um sorriso singelo ao avistar a aluna. Remo percebeu para onde o olhar de Lawren se direcionava, e olhou para o homem um pouco confuso. Severo se levantou da mesa donde estava sentado, e se direcionou para os dois calmamente.

Todos lá dentro pareciam encarar maravilhados a menina, e ela não estava se sentindo confortável com isso. Seus lábios tremiam como se estivesse no inverno, e sua íris esmeraldina se movimentava de um lado para outro freneticamente, querendo captar o mínimo movimento da parte das pessoas ali dentro. Parecia que todos tinham medo de se dirigir a ela.

– Snape. – cumprimentou Remo educadamente o homem, olhando para Lawrence – Como você pode ver, eu tirei Lawrence do hospital. – ele disse, apontando para a menina com um sorriso vitorioso.

– Não é nada que eu não tenha tentado fazer antes, Lupin. – falou Severo, olhando para a ruiva – O caso é que o padrinho dela é você, não eu. – completou, direcionando seus olhos para o lobisomem, mas logo depois encarando a aluna novamente – Finalmente arrumou seu cabelo. – ele disse, e ela sorriu.

– Você não é o primeiro que fala sobre o quanto ele estava feio antes. – ela disse, e o homem soltou uma risada seca.

– Quem precisa de cabelos bonitos quando tem os olhos de Lilian Potter? – ele respondeu extrovertido, e no momento a Potter percebeu que ele estava se esforçando ao máximo para parecer animado.

– Não precisa fazer isso para tentar me fazer ficar bem, sabe. – ela disse com o rosto triste, e o professor fechou o sorriso na hora – Então é isso, correto? A guerra foi declarada.

– Antes fosse. – Snape disse, e logo depois olhou de soslaio para Remo que parecia impaciente com a conversa dos dois – Você-sabe-quem tem feito algumas coisas extremamente aborrecedoras ultimamente. Está mais para brincadeira de criança do que guerra, mas mesmo assim, tem sido difícil para o ministério controlar essas brincadeirinhas. – Snape disse, deixando seu rosto cansado ocupar seu olhar.

– Que tipo de coisas? – perguntou a menina, com as sobrancelhas franzidas.

– Pergunte ao seu padrinho, e ele lhe dirá tudo que precisar. Sabe que eu diria qualquer coisa que me perguntasse, mas ele está sob sua tutela, não eu. É função de ele contar o que ocorre na guerra. – falou Snape extremamente incomodado com a fala.

A menina compreendeu na hora. Não gostou, mas entendeu. Era bom falar com Snape. De todas as pessoas, ele, Daniel e Gina pareciam ser os únicos que não mudaram desde que se falaram da última vez. Remo parecia tentar ser gentil demais com ela, Draco ignorante demais, os jornalistas curiosos demais, a enfermeira amigável demais e Carrie normal demais.

Enquanto isso, Snape continuava o mesmo de sempre. Gina continuava a tratar Lawren como Lawren, e não como Lawrence Potter. E Daniel continuava a lhe mandar cartas diariamente, falando até mesmo a comida que comera no almoço. Foram essas cartas que a manteve viva naquele hospital.

Mas saber que Snape continuava o mesmo não queria dizer que se contentava com essa realidade. Adorava Remo, e sabia que ele estava fazendo de tudo para fazê-la se sentir bem naquele lugar, mas não podia negar que Snape sempre seria mais preferível que o padrinho. Não sabia explicar o que o homem tinha de tão especial para gostar dele, mas gostava. Talvez fosse porque ele nunca bajulara a garota por ser uma Potter, ou talvez porque ele fora melhor amigo de sua mãe, ou que ele era um professor em que podia contar com tudo, ou simplesmente pelo fato de que ele se fizera confiável com o tempo. Mas entre ele e Remo, sempre seria ele. E saber que nem conversar direito com ele poderia somente pelo fato de quem tinha sua tutela era o Lupin e não Snape, somente acrescentou mais uma frase na sua lista de insatisfações diárias.

– Entendo. - falou levemente aborrecida, e soprando uma mecha de cabelo que caiu na frente de seu rosto - Bem, eu vou indo. Vejo que o Remo está com um pouco de pressa, e não estou muito a fim de fazê-lo esperar, sabe? Nos falamos em breve, Snape. - completou olhando de soslaio para o padrinho, que esperava os dois pacientemente - E eu não quero correr o risco de ser abordada por pessoas querendo me perguntar coisas sobre a guerra, como lá no hospital. - sussurrou, olhando para os lados e depois dando uma risadinha, indicando que era somente uma brincadeira.

Snape sorriu, enquanto encarava a aluna que saía rapidamente com o padrinho, ainda mexendo excessivamente no cabelo, e tentando fazer com que encolhesse de uma hora para a outra. Ele não via motivos para tanto acanhamento da parte dela. O cabelo estava bom. Agora ele conseguia ver direito seus olhos, e se lembrar que, acima de tudo e todos, ela ainda era filha de Lilian. A Lilian Evans, sua melhor amiga. Não a Lilian Potter, esposa de James Potter.

E por enquanto, saber disso bastava.

– É bom lhe ter de volta, Lawrence. Tenho que admitir que minha vida tava meio sem graça com você num hospital.

A casa de Remo Lupin não chegava, e nem nunca chegaria, ao luxo que vivera por um dia na casa extremamente bonita e grande de Kingsley Shacklebolt. Para começar, ela ficava em cima de uma loja de poções (o que não ajudava muito no cheiro), e tinha, no máximo, cinco cômodos e uma caixa que Lupin chamava de escritório. Era de tijolos, mas a tinta já estava gasta, enquanto o chão era de madeira bem desgastada. Era uma casa fria, muito provavelmente. Dentro dela, os móveis estavam dispostos da maneira que desse mais espaço o possível, apesar dos cômodos não serem realmente grandes.

O sofá tinha uma cara confortável e era bege. Na frente dele havia uma mesinha de centro, com um vaso de lírios brancos em cima. Um tapete branco e um porta-retratos era o que completava a decoração precária da sala. As únicas coisas que realmente chamava atenção naquele lugar eram, sem dúvida, a lareira no canto da sala e o grande piano disposto ao lado dela.

Era um piano preto e bem polido, com cara de novo, mas que com toda certeza era velho. Um banquinho estava disposto perto dele, e a ruiva resistiu com todas as forças de perguntar naquele momento se Remo saberia tocar alguma música. Precisava ver o resto da casa.

– O seu quarto é o último, virando o corredor. Sei que não é grande coisa, e eu desejava lhe dar bem mais, acredite, mas sendo um…

– Eu entendo, Remo. Não se perturbe com isso. - Lawrence falou, e deu uma risadinha gostosa de se ouvir - Para falar a verdade, eu gosto daqui. Está ótimo. - ela comentou, e depois suspirou animada, pegando a bolsa que largara no chão - Eu adoro poções. Você não poderia escolher um lugar mais conveniente, sabe!

Ao terminar de falar, se encaminhou apressadamente para o quarto que julgava ser seu. Respirou fundo antes de girar a maçaneta e dar de cara com o seu quarto. Deu um sorriso gigante ao ver o cubículo em que dormiria. Nele, havia somente uma cama com edredons macios em cima, um bidê do lado da cama e um armário. No chão, havia um tapete entre o espaço de no máximo um metro que tinha entre a cama e o armário. Nunca gostara de lugares tão grandes de qualquer maneira. Só precisava deixar aquele quarto com a sua cara, e isso não seria difícil. Viu, contente, que sua mala estava em cima da cama, e isso a fez se lembrar que tinha três cartas para escrever. Suspirou, pegou um rolo de pergaminho, uma tinta e uma pena, e colocou dentro de sua bolsinha. Tinha que fazer muita coisa no beco diagonal. Mas antes de sair, uma coisa felpuda se encostou em suas pernas.

– Hey, Snow! Quanto tempo, hein, camarada? - falou animada, enquanto pegava o gato branco com cara amassada no colo, e fazia carinho atrás de suas orelhas - Eu nem mesmo fui a dona que você merecia ano passado. Desculpe. - falou, pegando a bolsa e indo para a sala, ainda com o gato no colo.

Viu o padrinho analisando alguns papéis em cima da mesa, e reprimiu, mais uma vez, sua curiosidade e vontade de perguntar o que as coisas eram. Precisava voltar a ter o controle do seu próprio consciente, e o primeiro passo para fazer isso, era, sem dúvidas, reprimir de todas as formas a sua curiosidade. Assim que a viu, o homem sorriu, lhe oferecendo café.

– Eu adoraria, Remo. Mas.... Bem, tem algumas pessoas para quem preciso escrever, e eu preciso também comprar algumas coisas no Beco. E, ah… Sabe, a guerra começou, e eu preciso pensar. Pode ser mais tarde?

– Claro, eu entendo. Só não volte muito tarde, por favor. - a menina assentiu alegremente, e saiu sem nem mesmo olhar para trás.

A loja de poções era gigante, cheia de fumaça. Conseguia ver algumas pessoas tossindo a sua volta, mas simplesmente não conseguia tossir em meio àquele ambiente. Era como se mexer com poções fosse parte de si, e sabia que para ser medibruxa, suas notas em poções deveriam ser excepcionais. De certa forma, poções era seu futuro, daquele momento em diante.

Ao sair para as ruas do Beco Diagonal, viu que não estavam tão movimentadas como antes. Na verdade, grande parte das lojas estavam fechadas, e as que estavam abertas tinham realmente pouco movimento. As suas sobrancelhas franziram ao ver isso, e soube imediatamente que aquilo tudo era somente o que a guerra estava trazendo para o mundo bruxo. Isso a deixava com raiva.

Mas como uma luz no fim do túnel, duas coisas a fizeram ficar feliz em meio ao turbilhão de coisas ruins. O Olivaras ainda estava aberto e continuava atender com a mesma disposição e coragem de sempre, e lá no fim da rua, com uma decoração extremamente chamativa e como bons comediantes que eram, e loja de Fred e Jorge reinava com extrema alegria.

Decidiu entrar para ver o que os gêmeos tinham de novidade, e talvez encontrar lá dentro a pessoa que procurava fazia um tempinho. A loja era aquecedora, e as risadas de lá faziam o clima do ambiente ficar bem melhor. Era o que ela precisava ver. Aquela era a faísca que restara no meio das cinzas, então. Se ainda existia esperança no início de uma guerra, ela queria descobrir a fórmula para conseguir mantê-la por todo o resto. Odiava a ideia de confessar para essas pessoas que sim, uma guerra gigante e turbulenta estava por vir, e talvez essa risada que davam no momento poderia ser a última no meio dela. Queria ouvir por mais um momento o som dela. O som de tantas delas.

– Lawren, Lawren…. Que honra ter uma Potter em nossa loja! - falou um dos gêmeos, e a Potter sorriu.

– Olá, Fred. - falou, se permitindo a um sorriso - Pelo visto estão fazendo sucesso! - falou animada, olhando em volta - A loja de vocês é, de fato, interessante.

– Podemos lhe ajudar em algo? - perguntou o Weasley, olhando em volta. A ruiva suspirou, olhando os cinquenta galeões que ainda tinha na bolsa.

– Vocês têm café? - o ruivo negou - Vocês têm chocolate quente? - mais uma negação - Vocês têm a fórmula do isolamento mental? -de novo - Então vocês não podemos me ajudar em nada. - falou séria, e depois riu, junto com o Weasley - E onde está Jorge? - perguntou, olhando em volta - Vocês dois estão sempre juntos…

– Ele está ajudando a Gina com as poções do amor. - falou, e a Potter sorriu.

– Ah, então vocês podemos me ajudar com alguma coisa afinal! Onde ficam as poções do amor? - perguntou, animada.

– Está tentando conquistar alguém? - perguntou o garoto, confuso.

– Baka! Estou querendo ver a Gina e não conquistar alguém. Se eu quisesse conquistar alguém eu iria recorrer ao meu charme natural, e não a uma poção do amor.

– É no segundo andar. - ele falou rindo, e ela sorriu, pegando uma barra de chocolate com cara de normal.

– Isso tem algum truque? - perguntou, no que foi negada mais uma vez - Ótimo, então eu vou levar uma. Chocolate é sempre um bom investimento. Até mais!

Foi o que disse antes de subir as escadas e ir de encontro a Gina.


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Notas finais do capítulo

Beijos!



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