A Outra Potter 2 - Onde demônios se escondem escrita por Alice Porto


Capítulo 26
A força de um pensamento


Notas iniciais do capítulo

Oie...! Então, desculpem a demora para postar o cap, mas tive motivos. Bem, como sabem, Alan Rickman morreu e, bem... Era um dos meus atores prediletos. Fiquei meio mal, chorei, bateu aquela nostalgia de olhar videos e ler de novo os livros somente para lembrar do papel que ele atuou com tanta mestria. Quando voltei para escrever, me faltava inspiração. Queria botar o Snape no meio do cap, em forma de homenagem, mas não tinha como fazer isso sem estragar completamente o capítulo. Me frustrei, pois queria muito fazer algo em relaçao a morte dele. Por fim, me convenci de que nada poderia fazer. A morte é parte da ordem natural das coisas, e não posso mudar o rumo da história por causa disso. Mas me dei um tempo sem escrever, para tentar arranjar minha inspiração. Acabei indo na praia nessa última semana, e lá não tinha internet, por isso, sem condições de postar caps. Mas, aqui estou, e espero que gostem.

* Obrigada por todos os comentários, foi muito bom ler quando cheguei de viagem.

* Nessa viagem eu li o livro "Por lugares incríveis", e me apaixonei por todas as frases que colocaram naquele bendito livro. Oxi, que coisa! Acabei por usar uma que gosto bastante no livro, que é "Uma vastidão desconhecida". A frase de início eu tirei desse livro, mas originalmente é de O morro dos ventos uivantes.

* Usei uma frase de SPN também, "just because you're blood it doesn't make you family".

* Espero que gostem, até mais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/564506/chapter/26

"Se tudo o mais perecesse e ele continuasse, eu ainda deveria continuar a existir; e se tudo o mais continuasse e ele fosse aniquilado, o universo tornar-se-ia para mim completamente estranho...".

O morro dos ventos uivantes

***

— Draco? - disse Lawrence baixinho chegando perto do menino - O que houve?

O loiro sorriu tristemente, e seus olhos acinzentados estavam escuros. Deu um beijo na testa da ruiva e acariciou gentilmente a bochecha da amiga.

— Eu estou bem, juro. - ele respondeu - Só tentando parar de me culpar por ter vindo aqui e ter colocado vocês em perigo. Eu sei que vocês acham que a culpa não é minha, e agradeço por isso, mas…

— Draco, a culpa é sua. - disse séria e levemente descrente sobre o que o garoto falava - Se os comensais estão aqui é por sua culpa. O que eu quero que entenda é que prefiro assim. Com a gente você está protegido. Eu quero você com a gente do que você trancafiado numa casa com eles. E se isso significa que os comensais virão atrás de nós, destruir toda a casa de Daniel e talvez até mesmo lutar, vai estar tudo bem, porque pelo menos você está aqui. Entendeu? - perguntou, e o menino franziu as sobrancelhas.

— Naquela noite do beijo você disse que a culpa não seria minha. - ele murmurou emburrado - Você mentiu.

— É, menti. - a ruiva concordou - Mas naquela noite você estava se equivocando ao se preocupar, eu precisava lhe acalmar de alguma maneira. Hoje é diferente. Estamos em perigo, e você precisa entender que apesar da culpa ser sua, isso não significa nada. É para isso que amigos servem. - parou e pareceu pensar - Bem… E a Gina. - completou e sorriu ao ver que Draco riu com a piada.

— Não sei o que faria sem vocês. - respondeu abraçando-a. A Potter retribuiu o abraço que não durou muito, pois um barulho dentro da sala da lareira fez os dois se separarem e Gina e Daniel se levantarem de prontidão, assustados.

— O que foi isso? - perguntou Daniel confuso, se levantando e indo em direção a porta, colocando o próprio ouvido na madeira e tentando ouvir alguma coisa - Não consigo ouvir nada…

— Gina, entre em contato com a toca. Peça ajuda urgentemente, peça que venham rápido. Estamos em perigo. - disse Lawren, e logo a ruiva corria para a lareira e falava com alguém da toca.

A Potter foi na direção de Gina junto e colocou a cabeça para dentro do fogo junto com ela. Quem estava na sala da toca dessa era um ruivo que Lawren não conhecia.

— Gui! - exclamou Gina surpresa e com ansiedade - Estamos na casa dos Surrey e ouvimos um barulho gigante, pelo amor de Merlin, venham para cá.

— Calma, maninha. - disse o homem que Lawren acabou por concluir que era o irmão mais velho de Gina - Esse barulho enorme foi a Ordem chegando, provavelmente. - ele falou calmo, chegando perto da lareira para ver a garota - Já enviamos todos os nossos reforços, só Snape e Remus que não foram. Mas se mantenha aqui comigo, caso algo de errado aconteça.

— Ah, como é bom ouvir isso. - disse Gina aliviada ao saber que não precisaria lutar - Gui, esta é a Lawren. Lawrence, este é o meu irmão mais velho, Guilherme Weasley.

— Ah, você é a famosa Lawrence. - disse o garoto bem humorado, e Lawren notou, bonito - Gins fala de você o tempo inteirinho. De como você é mais forte que eu com metade da minha idade.

— Gina está sendo modesta. - falou a Potter sem graça, ouvindo outro barulho - Meu Merlin, a luta está acirrada lá fora. Não deveríamos ir lá para ajudar?

— De forma alguma. Vocês estão seguros aí dentro, e devem ficar até que algum mensageiro da ordem retorne para avisar que o trabalho foi feito. Enquanto isso, se mantenham aqui e, sei lá, mantenham o contato.

— Certo. - disse Lawren assentindo e logo depois saindod a lareira e indo se sentar nas almofadas, onde Draco e Daniel aguardavam em pé, apreensivos - Gui disse que o barulho provavelmente foi a Ordem chegando, mas não podemos arriscar.

— Ainda bem… - falou Draco aliviado, sentando-se e olhando para a porta - Pensei que o feitiço havia sido mal sucedido, com todo respeito, Law.

— Sem problemas, pensei nisso também. Gina manterá o contato com Gui e…

— Quem é Gui? - perguntou Daniel confuso, com as sobrancelhas franzidas.

— Meu irmão. - falou Gina se aproximando, mas com o fogo ainda aceso na lareira- Gui disse que eles saíram de lá cerca de cinco minutos atrás. Meu pai, Tonks, os gêmeos, Olho-tonto, Emmeline Vance, Dédalo Diggle, Shacklebolt e companhia. Gui ficou responsável de nos levar para a toca caso algo errado ocorresse.

— Shacklebolt… Esse nome me é muito familiar. - disse Lawren com os olhos semicerrados - Creio que foi na casa dele que fiquei quando me trouxeram para Londres. - concluiu - McGonagall disse para não divulgar o nome dele para ninguém. Qual seria o motivo?

— Kingsley é um homem de grande influência no mundo bruxo e trouxa. Ele é responsável pela segurança no ministro do mundo trouxa, por isso o nome dele não pode ser divulgado assim. Até hoje, os comensais acham que ele não sabe muito sobre os Potter, o que o faz um alvo menos…

— Almejado? - tenta completar Daniel, recebendo um assentimento de Gina.

— Claro que todo integrante da Ordem é muito almejado por aí, mas…

— Espere. - disse Draco estático - Você disse Emmeline Vance? - perguntou, lançando um olhar significativo a Lawren, que ficou tão estática quanto o amigo.

— Sim, eu falei Emmeline Vance. Por quê? - perguntou confusa - Ela é uma das poucas remanescentes da Ordem original, acho até que era amiga de Remo e Sirius na escola.

— Sim, sabemos exatamente que ela é. Estávamos procurando por ela, na verdade. - disse Daniel - Ela costuma frequentar as reuniões da Ordem?

— Não muito… É uma bruxa meio ocupada, ela trabalha mais à paisana, infiltrada no meio do ministério da magia, coletando informações. É de grande confiança da Umbridge, na verdade.

— Como sabe tudo isso? - pergunta Lawren - Você é proibida de frequentar as reuniões.

— Tenho irmãos que não acham que deveriam me proibir. Fred, principalmente, conta tudo para mim. Gui é o mais protetor, mas até ele acha que é melhor estar à par do que não saber de nada. Mas afinal, por que estão procurando Vance?

— Serviço secreto. - responde a outra ruiva com um sorriso amarelo, olhando para os loiros.

— Eu, hein… Só não se metam em confusão.

— Se entrar na mente de um torturado for confusão… - murmurou a Potter se levantando e indo até a lareira - Guilherme? - gritou, e o ruivo apareceu com uma loira imediatamente - Nada?

— Não chegaram ainda, Lawrence. - disse carismático - Mas eles dão conta, não se preocupe. - disse, mas ela conseguiu sentir que ele também estava inseguro - Pode me chamar de Gui. Essa é minha futura esposa, Fleur Delacour.

A loira sorriu simpática, mas a ruiva conseguiu perceber que ambos, tanto Weasley como Delacour, pareciam preocupados. A Potter acenou calma para a loira, porém sem sorrir.

— Avise se algo acontecer. Estamos logo aqui. - falou séria, saindo da lareira e indo em direção aos três que a olhavam apreensivos - Aparentemente a Ordem ainda não deu notícias.

— Você parece frustrada. - disse Daniel, e a ruiva concordou singelamente com a cabeça, sentando-se ao lado do amigo e deixando que ele agarrasse firmemente sua mão.

Ela agarrou de volta, observando os dedos grossos do amigo e logo depois olhando de canto para Draco. O loiro não observava os amigos. Olhava para o lado oposto, e parecia estar lutando contra algo desagradável. Franziu as sobrancelhas, mas não perguntou nada. Somente levou seu olhar até Gina, que respirava fundo e encarava os próprios pés.

Voltou seu olhar para os dedos do amigo, e deitou sua cabeça em seu ombro, tentando espantar toda frustração. Como uma corrente elétrica, seu corpo se acendeu com uma ideia imediata, que a deixou mais acordada, apesar de não se mexer. Olhando os dedos do amigo, sentindo sua pulsação em suas mãos, perguntou-se: o que aconteceria se acabasse por perder um dos dois?

Eram tudo que tinha, afinal. Remo podia ser seu padrinho, mas nunca seria próximo como Dan e Draco. Snape podia ser seu mestre, mas era somente como um pai para ela. Não como o amigo que sempre estaria ao seu lado independentemente das escolhas. Gina podia até ser sua “pupila”, mas ainda não era como irmã. Harry podia ser seu irmão, mas “só porque você é sangue, não lhe faz família”.

Apertou mais a mão do amigo com aquele pensamento ruim, e tentou tirá-lo de sua mente. Daniel percebeu. Colocou o braço em volta de seus ombros e a puxou mais para perto, como imaginava que um irmão mais velho seria capaz de fazer. A Potter se sentiu mais protegida, mas ainda insegura.

Se pudesse deletar um pensamento, seria esse. Não havia pensado na possibilidade de perdê-los, e perder Daniel por quinze, vinte minutos já havia sido uma dor insuportável. Não gostaria de imaginar como seria uma vida inteira assim.

— O que houve? - murmurou Daniel em seu ouvido, e a ruiva sorriu, afagando levemente o cabelo do loiro com a mão que estava livre.

— Nada. - disse com um sorriso singelo e olhando nos olhos do amigo com certo esforço, já que estava deitada em seu ombro - Um pensamento ruim. Uma vastidão desconhecida. - murmurou, fechando os olhos - Nada com que eu devesse me preocupar.

Afinal, os melhores amigos eram fortes. Sabiam tomar conta de si mesmos, não precisavam de uma babá mais nova que eles. Olhou para Draco de novo, e dessa vez ele encarava. Os olhos estavam inexpressivos, vazios. Sentiu um aperto no coração, mas não entendeu o motivo. Lembrou-se do que ele dissera mais cedo, sobre Daniel e ela, mas se convenceu de que esse era o menor dos motivos, já que Draco tinha muitos outros para se preocupar.

***

Meia hora havia passado, e Gui ainda não tinha notícias. De quando em quando dizia para ficarem calmos, mas era difícil quando havia uma batalha e sons de feitiços pela casa inteira. Até que, cerca de quarenta minutos depois, o silêncio reinou.

Lawren saiu do abraço de Daniel, de onde não saíra desde que ele a prendera. Suspirou, andando cautelosamente até a lareira, ouvindo a brasa crepitar calmamente. Estava quente dentro da sala de lazer, mas não algo terrivelmente quente. Somente abafado. Colocou sua cabeça no fogo e assim que visualizou a toca, Gui já vinha em direção a lareira.

— Já faz uns cinco minutos que estamos no silêncio. - disse, olhando o homem - Alguma notícia?

— Sim. Kingsley voltou, disse que está tudo limpo por lá. Meu pai e os outros ainda estão por aí, então podem sair tranquilamente. Deu tudo certo, não temos nenhuma baixa pro nosso lado, mas nenhuma do lado deles também. Eles fugiram quando viram que não tinham escolha.

— Bem, pelo menos todos estão bem. - disse a ruiva séria - Obrigada, Gui. - saiu da lareira com uma expressão mais aliviada - Deu tudo certo, podemos sair. - disse, e os três que estavam na sala suspiraram, parecendo mais calmos.

— Ainda bem que deu tudo certo. - disse Daniel, se levantando com os outros dois e indo em direção a ruiva, que desfazia o feitiço com concentração - Graças a você, que é brilhantemente poderosa. - completou, dando um beijo na amiga que desfizera o feitiço e ia em direção até a porta.

Gina se colocou atrás da ruiva, andando um pouco mais lentamente que os outros. Daniel estava a sua esquerda, e Draco a sua direita. Saíram nessas posições, não vendo ninguém na sala.

A ruiva franziu a sobrancelha, confusa. Deveria ter pelo menos alguém ali. Nisso, uma mulher loira e alta desceu as escadas em seu salto, andando firmemente em direção ao grupo, com uma expressão raivosa.

Ela empunhou a varinha em suas direções enquanto andava, e Lawren ficou estática, sem saber o que fazer.

— Espere, o que você…? - começou, pegando a própria varinha e empunhando, mas não antes que a mulher fizesse o que almejava. Com ódio, e palavras raivosas, falou a azaração que deixou Lawrence sem conseguir se mover, e com o coração mais rápido que o de alguém que pula de um penhasco.

— Avada Kedavra!

Foi o que gritou antes do raio verde atingir o lado esquerdo da Potter. Suas pupilas dilataram, e ela deixou a varinha cair ao colocar a própria mão na frente da boca e fechar os olhos, deixando que as lágrimas já caíssem. O barulho de um corpo caindo no chão foi ouvido, e Lawren só conseguia pensar em uma coisa.

Daniel.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí...? Beijos!