A Outra Potter 2 - Onde demônios se escondem escrita por Alice Porto


Capítulo 25
Coragem relativa


Notas iniciais do capítulo

Oooooie! Mds, tô feliz, tô feliz, tô feliz, tô feliz. Sabem por quê? Porque uma menina linda e diva recomendou A outra Potter 1 e 2. Thá Rodrigues, muuuuuuuuito obrigada. Eu AMEI as suas recomendações, fiquei in love, obrigada mesmo! Não desapareça, continue comentando!

* Gina entrou nesse cap, e eu acho que vocês vão notar um pouquinho (ou muita) interação com um certo loiro de olhos azuis que talvez se chame Daniel e tenha o sobrenome Surrey. Sabe, talvez.

* Ninguém falou nada sobre minha ideia de trailer, não sei se gostaram ou não. Comentem!

* Obrigada por todos os comentários do cap passado, li todos com muito carinho. Continuem comentando e recomendando como a Thá linda e diva. Até mais! Beijooooos!



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– Por que precisa de Gina? - perguntou Daniel confuso.

– Gina é vento. Vento fortalece o fogo. É bem útil. - completou, sentando-se na lareira e olhando para o Surrey - Podemos consertar tudo no final, não se preocupe.

– Não me preocupo. - ele sorriu timidamente, e logo depois Gina estava entrando com uma cara irritada e um leque enorme na mão.

A ruiva andou em passos pesados até as almofadas e se jogou, sem parecer muito preocupada com o fato de terem comensais do lado de fora. Parecia até mesmo animada e eufórica com o que poderia acontecer. Na outra mão, segurava sua varinha. Seu cabelo estava arrumado em um estilo bagunçado, estando bem bonito.

– Minha mãe ficou chorando na toca. - ela comentou olhando para os três - Ela realmente acha que sou fraca. - completou.

– Acho que ela só se preocupa o suficiente com você para deixá-la ir, mesmo com um peso no coração. - disse Draco solidário e meio triste, pensando na própria mãe - De certo modo minha mãe também faz isso. - ele constatou - Só que ela vai deixar me matarem se me pegarem. Sua mãe se mataria primeiro antes de deixar fazerem isso. - completou.

– Pode até ser. - disse Gina sem emoção - Mas a preocupação dela me irrita de vez em quando. Ela acha que vai me proteger se me deixar trancada em um quarto a guerra inteira à la Anne Frank.

– Só que no fim ela morre. - disse Daniel olhando para Gina com certa cumplicidade. A ruiva sorriu de canto, balançando a cabeça.

– É. No fim ela morre. - repetiu com o olhar fixo na porta e franzindo as sobrancelhas - Eles não sabem atacar a casa sem fazer barulho? - perguntou para os três.

– Acho que escândalos fazem parte do cronograma deles. - respondeu Lawren levantando-se e indo em direção a janela, franzindo as sobrancelhas - O resto da vizinhança não parece estar ouvindo alguma coisa. - continuou - Um escândalo controlado é exatamente o que precisamos.

Virou-se para o relógio suspirando. Cinco minutos.

– Eles não podem nos ouvir? - perguntou Gina.

– Não. Lawren tem um feitiço eficiente para isso. Abalgumacoisa. - disse Daniel.

– Abaffiato. - corrigiu - Eles não podiam esperar a gente comer? Estou morta de fome. - reclamou deitando a cabeça na almofada e bocejando.

Ouviu Gina, Draco e Daniel darem uma risada contida, como se fosse para que a ruiva não ouvisse. Arqueou uma sobrancelha para os três, e Gina ficou séria de repente, olhando para Daniel e começando:

– Rodolfo, meu amor! Você tem certeza que não podemos atacar agora? - disse em uma voz fina e aguda, parecida com a voz de uma pessoa conhecida pelos três.

Lawrence deixou o próprio queixo cair ao ver Draco começar a rir e perceber que sim, estavam tirando sarro de sua cara.

– Bella, querida, os pobrezinhos estão comendo! Não é correto entrar na casa de alguém no meio da janta. O que você acha, Greyback?! - respondeu Daniel para Gina, e logo depois fazendo a pergunta para Draco.

– Calem a boca vocês dois! - disse Draco com uma voz grave e irritada - Senão na próxima lua cheia eu vou devorá-los... Querem chamar atenção?

– Cale a boca você, Greyback! - disse Gina com um dedo apontado para a cara de Draco e parecendo irritada - Você já chama atenção pelos três com esse corpo de trasgo!

– Aposto que você gosta! - disse Draco de forma sacana.

– Essa é minha mulher, babaca! - retrucou Daniel, e logo não pôde se conter e começou a rir, sendo acompanhado dos outros dois.

Lawrence encarava tudo estática, ainda com o queixo caído. Mas ao ver os três rindo e se divertindo, principalmente Draco, se permitiu a sorrir singelamente. Olhou para o relógio e se surpreendeu ao ver que outros cinco minutos haviam passado. Ao virar para os três de novo, algo se iluminou na sua mente.

– Ei, vocês desativaram o feitiço de aparatação e desaparatação? - perguntou e Draco assentiu com convicção.

Sentiu-se mais aliviada, e o sono começou a devorá-la cada vez mais. Não podia dormir, estavam sendo atacados. Não estava com vontade de falar com ninguém, mas ao olhar o livro verde e grande que deixara em cima da mesa naquela tarde, bocejou ainda mais e notou que ler só aceleraria o processo de sono.

– De onde arranjou forças pra falar daquele jeito com a Sra. Weasley? - perguntou Nunca vi ninguém confrontá-la para nada.

Gina suspirou bagunçando o cabelo e fechou os olhos, parecendo estar cansada.

– Eu amo minha mãe, juro que amo. - disse a garota - Ela é amorosa e gentil e protetora e tudo que eu poderia desejar, e realmente agradeço e sou grata por isso. Mas o único problema dela, e infelizmente um que me faz ficar muito brava, é que ela acha que assim que coloca um filho no mundo, é propriedade dela e ela que decide tudo. E não venha me dizer: “ah, mas é que você é uma adolescente, menor de idade ainda”, porque não é bem assim que funciona. Queria que vissem como ela é com Gui, o filho mais velho. “Gui, você precisa cortar o cabelo”, “Gui, você tem que voltar a morar comigo”, “Gui, não se case com ela”, “Gui isso” e “Gui aquilo”. Eu não consigo parar de pensar… Quando nos tornamos propriedade exclusiva dela? Quando ela passou a decidir pelo que queremos lutar ou pelo que queremos se opor? Eu quero ajudar, e no momento, a guerra não é sobre menores de idade. Se eu tenho 16 anos, que diferença de maturidade eu tenho para quem faz 17? Se eu faço 17 amanhã, que diferença vai fazer? Se eu sou alguém responsável, não vou me tornar mais responsável só porque tenho 17. Se não sou, não vou passar a ser por ter 17. A idade não define se eu tenho capacidade ou não. Isso me irrita na minha mãe.

– Vi que estavam brigando quando eu cheguei. - disse Lawrence - Estou certa em pensar que é por um motivo bobo?

– Sim, estávamos. Ela não queria me deixar tomar um sorvete com Fred e Jorge. “Eles são responsáveis pelos atos deles, são maiores de idade. Você ainda é minha responsabilidade, e com eles você não vai.”. Eu não posso sair de casa, é um sacrifício fazê-la deixar eu ir na loja dos gêmeos, e ela ainda fica aparecendo de dez em dez minutos para ter certeza de que ainda estou por lá. Só queria entender quando ela parou de confiar em mim.

– Motivos você deu, ruiva. - disse Daniel meio encabulado e não sabendo bem como abordar o assunto - Invadiu o ministério, passou o Halloween fora da escola, ajudou Lawrence na casa dos Dursley… Sua mãe sabe como você é, hum, corajosa… E… Como posso dizer?

– O que o panaca aqui quer dizer, é que você é uma Gryffindor que faz jus a casa que pertence. Você é corajosa pra caramba, e está sempre disposta a colocar a mão no fogo por alguém que você acha que mereça viver. E a Sra. Weasley sabe disso, e tem medo dessa sua coragem. Ela sabe que coragem é algo bem relativo. - disse Lawrence séria.

– Relativo como? - perguntou Gina confusa, e a Potter suspirou.

– Bem, eu costumo dizer que Gryffindors confundem coragem e burrice o tempo inteiro. Toda aquela baboseira de acreditar nos simples atos de bravura e tal. Essa é a relatividade da coragem. Existem dois pontos na coragem. Como posso dizer? O ponto bom, que é a coragem com fundamentos, a coragem de alguém perspicaz. Essa coragem é a que lhe leva a alturas, a distâncias enormes de percorrer. Mas existe o ponto ruim, que infelizmente é a coragem da maioria dos Gryffindors. A burrice disfarçada de coragem. Essa, Gina querida, é a coragem que com muita raridade leva você até a, sei lá, esquina talvez. Acho que até um pouco antes. E a Sra. Weasley tem medo que você escolha esse tipo de coragem.

– E você? Acha que eu sou o que? - perguntou a garota.

– Você é um meio termo interessante de analisar, Gina. - falou Lawren com um sorriso - Você é cheia dessa vontade de ajudar, de fazer algo, mas você não deixa a burrice lhe dominar. É bem… - sorriu de canto - É um paradoxo interessante. E eu adoro paradoxos.

As ruivas sorriram uma para a outra, enquanto Draco se levantava e ia em direção a janela. Lawren observou-o pelo canto do olho, e percebeu que seu olhar era preocupado. Suspirou, olhando para Daniel, que aparentemente notara também. O loiro a olhou de volta, e sussurrou para que fosse conversar com o Malfoy. A Potter assentiu, levantando-se e indo em direção ao amigo, deixando a Weasley e o Surrey sozinhos.

– Deve ser horrível. - disse Gina, observando discretamente os dois que estavam mais afastados conversando baixinho - Sabe, ele acha que tudo isso está acontecendo por culpa dele, e isso deve ser horrível - completou olhando para Daniel.

– Sabe o que eu acho? - falou o loiro se sentando mais perto da Weasley para poder falar mais baixo - Acho que ambos se sentem desse jeito. Lawren está sempre achando que precisa salvar todo mundo e quando algo acontece, ela acha que a culpa é dela. E o Draco é igual. - ele completou meio triste para a ruiva, olhando para a lareira.

Gina franziu as sobrancelhas, analisando com cuidado o garoto. Tinha um rosto oval e lábios finos, junto com um nariz proporcional a boca. Os olhos eram azuis como o mar Tenerife, e os cílios eram longos. As pupilas estavam pequenas, e ela se pegou perguntando algo antes mesmo de se conter.

– E você? - perguntou, e depois virou o rosto para evitar o olhar confuso do garoto.

– Eu o que? - retrucou, olhando-a. A menina respondeu com os olhos fixos na parede, mas convicta do que dizia.

– Você está sempre risonho e contando piadas, e isso é legal. Mas isso faz as pessoas acharem que você está sempre de bem com a vida e que não sente o peso da guerra nas próprias costas. Eu só… Perguntei como você realmente se sente sobre isso. - completou envergonhada - É difícil de decifrar o que você sente se analisarmos somente o exterior. - arqueou os ombros tímida.

Daniel entrabriu os lábios, surpreso. Olhou para Gina de relance e pelo canto dos olhos, fixando os próprios olhos na parede e endurecendo um pouco mais a própria postura. Respirou fundo, sem que a outra notasse, e franziu as sobrancelhas.

– Por que eu deveria me abrir com você se não me abro nem com Lawren? - ele perguntou, e ela sorriu tristemente.

– Então estou certa. Você realmente está sentindo algo ruim sobre isso. - afirmou - Você não precisa se abrir comigo, só pensei que talvez quisesse…

– Eu… Ainda não decidi como me sinto sobre isso. - ele começou baixinho, com um sorriso de canto - Mas sei que não é algo bom. Uma espécie de raiva pelo que está acontecendo, medo pelo que pode acontecer, arrependimento pelo que já aconteceu, mas eu podia ter evitado. E tem Draco sempre salvando Lawren, Lawren sempre salvando Draco, um completando o outro, e eu aqui, sempre o que não faz nada. É meio frustrante.

– O que quer dizer com “um completando o outro”? - perguntou Gina confusa, deixando o leque de lado e segurando uma mão na outra, entrelaçada no joelho.

– Você sabe, ruiva. - o garoto disse com um sorriso de canto para ela - Lawren pode até esconder, Draco pode até negar, mas nós dois sabemos que eles se gostam. E já não duvido que não tenha rolado algo e a gente não sabe. E eu fico feliz por eles, realmente fico. Se eles puderem ser um pouco felizes nessa guerra, não há por quê intervir.

– Só é meio chato porque você está de vela, estou correta? - perguntou Gina com um sorriso, e Daniel assentiu.

– Mas eles combinam. Isso realmente me deixa feliz. Draco sofreu muito na vida dele, merece alguém como Lawren. Aquela chata lá pode até fingir que não gosta da gente e fingir ser dura como pedra, mas é mole por dentro que nem gelatina, Tem um coração do tamanho do mundo, a Lawren.

– Só não sabe o que fazer com tanto coração. - disse Gina com um sorriso - Eu entendo a Lawren, e sem esforço. E tenho tanta paciência com os surtos dela justamente porque sei que ela realmente faz isso porque no fundo, apesar de parecer centrada, ela é um emaranhado de fios entrando em colapso.

– Ela tem sorte de ter alguém como você, ruiva. Às vezes eu e Draco somos muito bobos para os assuntos dela. - falou Daniel com um sorriso, encarando pela primeira vez os olhos da menina- E bem… Lawren pode até fingir que não é sua amiga, mas só o fato de pedir por sua ajuda prova o contrário. E qualquer amigo de Lawren é meu amigo também.

Gina sorriu agradecida, olhando Draco e Lawrence mais uma vez, discretamente, e se surpreendendo ao notar que os dois se abraçavam, e o Malfoy abraçava a menina tão intensamente que, se não soubesse como a Potter era forte, a Weasley pensaria que os ossos estavam se quebrando. Quando ia falar sobre isso com Daniel, um barulho atigiu o cômodo e chamou a atenção dos quatro, separando Lawren e Draco imediatamente.


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Notas finais do capítulo

E aí? Goxtaram? Espero que sim! Comentem aí o que acharam, ou favoritem ou recomendem. Sei lá, deem sinal de fumaça. Uhueheuheuhuhe.

Beijos!