A Outra Potter 2 - Onde demônios se escondem escrita por Alice Porto


Capítulo 19
Verde no cinza


Notas iniciais do capítulo

Oiee! Fui rápida, né? Feliz ano novo para todos vocês,e que 2016 seja um ano maravilhoso para todos nós! Espero que gostem desse cap, que fiz especialmente para deixar um gostinho bom de ano novo, vamos ler algo legal! Aproveitem, porque vai demorar um pouco para acontecer de novo que vai acontecer na história nesse cap. Espero que gostem! Comentem, favoritem, recomendem! Beijos, até mais! Ah, e obrigada por todos os comentários do cap anterior!



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O alvo estava se locomovendo silenciosa e cautelosamente em sua direção, sem saber que estava indo para a própria morte. Ele andava com um guerreiro que lutaria até o último segundo por sua honra com sua enorme arma na mão. Ele olhava para os lados e respirava sem fazer barulho, indo em direção a curva tortuosa onde morreria.

A assassina esperava sua presa com uma paciência invejável. Se escorara na parede e reduzira seus batimentos a praticamente zero, sem fazer barulho. Essa era a regra da guerra: cada um lutava com as armas que tinham. A presa chegava cada vez mais perto, e pouco antes de dobrar a curva, ela deu um sorriso satisfeito aparecendo na sua frente e vendo o olhar assustado da presa.

– Te peguei! - gritou Lawren rindo batendo o travesseiro na cara de Draco cinco vezes seguidas enquanto ele tentava se defender com os braços e pegar o travesseiro que deixara cair quando ela começou a lhe bater. Quando conseguiu pegar o travesseiro, a ruiva saiu correndo e ia descer as escadas, mas Daniel apareceu nessa frente.

– Ninguém ataca Draco com um travesseiro e não paga depois disso! - ele sibilou, batendo o travesseiro repetidamente enquanto ela revidava entre risadas.

Draco chegou logo depois para dar apoio a Daniel, e logo eram duas pessoas contra uma, e a ruiva encontrava-se estirada no chão rindo sem parar.

– Isso é covardia! - gritou indignada - Dois homens contra uma…Ai! Pobre… Draco, o de baixo é meu! Indefesa menina… - ela gritava, e os dois loiros riam da cara dela.

– Okay, nós vamos parar se você disser que nós somos os caras mais gatos que você já viu na sua vida. - Daniel disse, continuando a bater.

– Eu me recuso a ser uma escrava de vossas ordens! - ela gritou entre travesseiros.

– Ah, é? E se partirmos para o lado pessoal? - perguntou Draco.

– Que lado pessoal? - ela perguntou com medo, olhando os dois.

– Cócegas, por exemplo. - disse Daniel com um sorriso sacana.

– Não! Isso já é o triplo de covardia do que dois garotos batendo em uma só garota com travesseiros! Cócegas são um tipo de tortura interna, quando você sabe que está doendo muito por dentro, mas você só consegue rir! Por favor! - disse, colocando os braços na frente da cara e evitando travesseiros de pena no rosto.

– Diga que somos os mais gatos que você já viu, ou… cócegas. - disse Draco.

– Injustiça! Eu protesto! - ela gritou antes de explodir em gargalhadas quando os dois soltaram o travesseiro e partiram para cima dela com cócegas - Pa… Parem! - gritou entre risos.

– O que nós somos? - perguntou Daniel.

– Nunca direi! - ela respondeu, rindo cada vez mais alto.

– Não seja teimosa, Potter… É só admitir a realidade. - falou Draco, fazendo cócegas em sua barriga que já estava praticamente toda descoberta por causa da brincadeira - Vamos, Lawrence!

– Okay, okay! - ela gritou, e os dois pararam - Vocês…

– Nós…? - incentivou Daniel a continuar.

– Vocês são os caras mais gatos que eu já conheci. - ela disse baixinho, e os dois riram - Promessa é promessa! Sem mais cócegas! - ela disse brava, com um biquinho.

– Okay, sem mais cócegas. - Draco disse, estendendo a mão para que a ruiva se levantasse - Deveríamos ir dormir… Já é duas da manhã.

– Sim… Eu realmente estou com sono. - falou Lawren.

– E provavelmente tirou o sono de toda vizinhança com essa gritaria, Law. - falou Daniel e a Potter o olhou irritada.

– Culpa de vocês. - disse séria e com os olhos semicerrados.

Os dois loiros a olharam sérios pensando que a ruiva realmente estava irritada. Até que ela explodiu em risos, sendo acompanhada pelos dois. Sua barriga doía de tanta diversão que haviam tido naquela tarde. Acariciou o cabelo dos amigos e recebeu um beijo na testa de cada um.

– Boa noite… - falou com um bocejo, abrindo a porta do quarto de hóspedes e entrando, se trancando dentro dele.

Draco dormiria junto com Daniel, e ela ficaria sozinha naquele quarto. Sorriu de leve e foi para a sacada para olhar o movimento da rua. Não havia ninguém andando naquela hora, mas a casa na diagonal do Surrey tinha uma das luzes ligadas. Era a casa que havia visto os garotos na frente quando fora jantar com Daniel na outra noite. Olhou curiosa para a casa e pensou o que a pessoa que estava com a luz ligada estava fazendo.

“Se preocupando com uma guerra que ela não está.” pensou de modo egoísta, ao ouvir uma música, mesmo que baixa, saindo pela janela do quarto. Bufou e fechou a janela do quarto, se deitando na cama e encarando o teto. Estava elétrica.

Haviam se divertido a tarde inteira. Conversaram sobre banalidades, contaram piadas, brincaram de pega-pega dentro da casa, guerra de travesseiros… Não se lembrava de uma tarde tão divertida desde que tinha oito anos. Sorriu ao constatar isso. Quando estava com os amigos, se sentia bem. Sentia como se pudesse ser si mesma, sentia como se não houvesse uma guerra ou o peso de ser “a eleita”.

Percebeu que não conseguiria dormir tão cedo, então se levantou e foi até a escrivaninha. Ligou a luminária e pegou um pergaminho, tinta e pena, encarando o papel. Bocejou, como que por instinto ao pensar que não estava com sono, e revirou os olhos, decidindo continuar mesmo assim.

S.S

Como vai? Sei que não deveria ficar lhe mandando corujas a essa hora da noite, ainda mais em Cokeworth, que é um lugar pequeno e fácil de ser vigiado pelos Batman sem Batmóvel. Mas não consigo dormir, e preciso que me responda: Doninha loira fugiu de casa, está comigo e com a Gazela Saltitante. Existe alguma possibilidade que venham atrás dele? Não quero pensar nisso, mas é inevitável. Como estão as coisas na Fênix? E nas reuniões dos Batman sem Batmóvel? O cara sem nariz está muito enfurecido com a Doninha? Estão desconfiando do Morcegão? Preciso de respostas. Doninha loira está desolado, e eu não sei o que fazer. Me ajude.

L.E

Conteve a vontade de rir ao ler o bilhete no pergaminho. Falara por códigos, pois caso interceptassem não correria o risco de saberem sobre o que falava. Mas não deixara de ser engraçado. Doninha loira era Draco, obviamente. Gazela Saltitante, Daniel. Batman sem Batmóvel, os comensais. Morcegão, Snape. Nunca vira uma carta tão bem disfarçada. Sorriu satisfeita e viu que a coruja de Draco já esperava na sacada. Animais inteligentes, pensou. Deu a carta para ela e acariciou sua cabeça, sussurrando para que esperasse.

Voltou para a escrivaninha e pegou outro pergaminho, começando outra carta.

Gina, é a outra ruiva que você conhece que não é um Weasley falando.

Preciso de um favor seu. Quero que pergunte algumas coisas para F&G, e diga que eles estarão fazendo um favor enorme para mim. Preciso saber se eles sabem alguma coisa sobre algum esquema que estão armando contra o tio Dumby. Preciso saber igualmente mais sobre o fabricante de varinha, e preciso saber se eles já tem alguma coisa em mente sobre o motivo do sequestro dele. Digo, preciso comprar minha varinha logo! Diga para os gêmeos não comentarem com ninguém sobre isso, temos que manter em segredo o esquema contra o tio Dumby, ouviu? É surpresa.

Outra ruiva.

Sorriu, se divertindo cada vez mais com as cartas, e esperando que Gina entendesse. Acreditava que entenderia, mas não sabia até que ponto sua cumplicidade ia com ela. Tinha certeza que Snape conseguiria entender, porque conviviam juntos o tempo inteiro. Mas Gina era diferente. Esse era o primeiro teste como sua pupila: ver até onde ia seu entendimento.

– Sei que é pedir muito, mas peço que entregue tudo hoje, e permaneça bicando Snape até que ele responda a carta, ouviu? - pediu e acariciou suas penas - Depois que ele responder, volte aqui e me entregue a carta, e voe até Gina. Sei que é muito por uma noite, mas é só hoje. - sussurrou - Obrigada.

Observou a coruja negra voar pela noite e sentiu pena dela, antes de se deitar na cama e encarar o teto até pegar no sono.

***

Acordou duas horas depois com sede. Ela ainda não tinha voltado, e por isso se levantou com sono, coçando o couro cabeludo e constatando que era 4:30. Bocejou, botando as pantufas e endireitando a regata branca antes de descer as escadas. Sorriu ao perceber que tinha companhia.

– Sem sono? - perguntou para Draco, que ao vê-la sorriu.

– Preocupado. - respondeu rouco, enquanto a observava pegar um copo de água gelada na geladeira. Ela bocejou.

– O que lhe aflige, pequeno gafanhoto? - perguntou com um sorriso singelo, sentando-se de frente para ele e observando seu rosto detalhadamente.

Draco parecia estar sofrendo de insônia fazia alguns dias. Estava com olheiras e marcas no lado dos olhos. Estava pálido e os olhos estavam cansados. O cabelo emaranhado, e apesar de todos esses defeitos a ruiva se repreendeu ao pensar que ele continuava lindo.

– O que acontece se eles vierem atrás de mim? - ele perguntou, e naquele momento parecia uma criança perdida em um supermercado - E se lhe pegarem? - sussurrou triste, e ela sorriu compreensiva.

– Olhe… Se eles vierem, nós lutaremos.

– A culpa será minha. - ele disse.

– Não será. - falou a ruiva de forma dura - Olhe nos meus olhos, Draco. - disse mais calma quando percebeu que seus olhos estavam baixos - Draco… Olhe nos meus olhos, por favor. - ela sussurrou, tocando o queixo do loiro e levantando seu rosto. Ele tinha lágrimas nos olhos azuis.

– Nunca vou me perdoar se algo acontecer a você ou a Daniel. - ele murmurou - Nunca. Vocês são tudo que eu tenho nesse momento. Eu deveria ter ficado lá.

– Não deveria. - a Potter o repreendeu - Somos seus amigos. Seus melhores amigos. Você fez certo ao vir para cá ao notar que não podia mais suportar sozinho. Às vezes precisamos de alguém que nos ampare. Nessa guerra não podemos resolver tudo sozinhos, como queremos. Por mais que queiramos proteger quem amamos, não podemos ser assim. Temos que nos ajudar. Você fez certo vindo para cá. E agora não vai voltar. Você tem a gente, e nós iremos lhe proteger do mesmo jeito que fez com a gente. Nós somos assim, entendeu? Juntos. - falou dura, apesar de soar delicada.

Ele assentiu sem falar nada, olhando para baixo e limpando as lágrimas. Ela sentiu uma dor no fundo do peito ao ver o amigo vulnerável daquele jeito. Se levantou do banco na frente do balcão e largou o copo de pia, respirando fundo e se virando de frente pra ele, indo em sua direção.

– Vem, vamos para o sofá. - ela sussurrou, mas ele não a acompanhou até o sofá. A abraçou naquele mesmo lugar, afagando seus cabelos e sentindo o cheiro de flores mais uma vez. Sorriu entre o abraço. Era isso que precisava.

Se separaram do abraço alguns minutos depois, calmamente, com o loiro bem mais calmo. Ele ainda segurava o rosto da ruiva, e encostou sua testa na dela enquanto encaravam seus olhos. A imensidão verde no cinza.

– Não acha que está na hora de um terceiro beijo? - perguntou com um sorriso travesso, segurando seu rosto. Ela bufou.

– Você não desiste, hein? - murmurou - Daniel está lá em cima, ele pode…

– Nem venha com desculpas. Eu sei que você quer tanto quanto eu quero. Vamos lá… - ele sussurrou, e ela fechou os olhos.

“Se controle, Lawrence.”.

– Não quero nada. - respondeu com os olhos fechados, e ouviu a risada do Malfoy, enquanto ele soltava seu rosto e ia em direção ao sofá, se sentando.

– Se você diz… - ele responde com um sorriso, deitando no sofá - Deveria voltar a dormir.

– E você? O que vai fazer?

– Nada demais. Vou ficar por aqui até o sono bater. Aí vou pro quarto. - disse, bagunçando os cabelos e colocando as duas mãos em cima da barriga - Gostei do pijama. Bem… Sensual. - ele comentou, e ela revirou os olhos.

– Boa noite, Draco. - disse com um sorriso singelo nos lábios, subindo as escadas.

– Boa noite, Lawry. - respondeu - Quando deixar de ser covarde pode vir me beijar. A proposta ainda está de pé. - ela o ouviu dizer, quando estava já no alto da escada.

Parou no último degrau, trincando os dentes e cerrando os punhos. Fechou os olhos tentando se acalmar, mas não conseguiu. Deu meia volta e desceu as escadas às pressas, andando direto até o loiro e se sentando no sofá, segurando a cabeça dele contra seus lábios.

Viu que ele sorria entre o beijo, enquanto lutavam por ar e ele a colocava em seu colo. Segurou suas costas de forma possessiva, pressionando o peito da garota contra seu próprio peito. Ela segurava sua nuca e emaranhava cada vez mais seus cabelos, enquanto fechava suas pernas em volta da cintura de Draco.

O beijo era rápido e energético, com gosto de café e maçã verde. As línguas dançavam de forma harmoniosa, e ela mordeu seu lábio inferior antes de interromper o beijo bem antes de quando deveria acabar. Draco tentou beijá-la de novo, mas ela colocou um dedo na frente de sua boca e sorriu.

– Isso não significou nada. Foi somente para mostrar que eu não sou covarde. - sussurrou, dando um selinho em seus lábios antes de sair do sofá e subir as escadas novamente - Boa noite, Draco. Durma com os anjos. - falou sorridente, indo em direção ao próprio quarto e fechando a porta atrás de si, se jogando na cama com um sorriso nos lábios. Se repreendeu internamente pelo que fizera, mas não conseguia evitar sorrir. Foi assim que adormeceu, com a esperança que a manhã que chegava fosse tão boa quanto o beijo.

Mas não seria.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Comentem! Beijos!