A Outra Potter 2 - Onde demônios se escondem escrita por Alice Porto


Capítulo 1
Um lugar depressivo


Notas iniciais do capítulo

Oie! E este é o primeiro capítulo de AOP2! Gente, me sinto tão emocionada! Demorei tanto para terminar AOP1, e agora, nesse fim de ano, finalmente consegui começar AOP2 em menos de um ano de AOP. Isso é muito bom! Tudo graças a vocês, que sempre me motivaram, e nunca me deixaram desistir dessa fic! Amo todos vocês!

* Como vocês devem saber...: eu não faço a mínima ideia do que dizer nos primeiros capítulos de uma fic. Desculpem-me!

* Eu não sei bem o que fizer para vocês sobre essa história, mas eu posso garantir que, apesar de ser uma história cheia de mistérios e uma grande parte obscura, vai haver muita, mas MUITA comédia. E isso já vai ocorrer no cap que vem, se eu conseguir escrever tudo em um capítulo só.

* Espero que gostem! Beijos! Xoxo s2 E até o próximo ;)



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Uma semana se passou desde que Lawrence acordara, e ela ainda não recebera alta. Seu aborrecimento com o hospital estava cada vez maior, e a enfermeira simpática que tentara fazer amizade com ela já desistira completamente de ser retribuída com mais gentileza, apesar de ainda não parecer irritada quando tinha que responder, pela centésima vez, quando ela poderia sair do hospital, e o motivo pela qual ela continuava lá: “o veneno em seu estômago era muito forte, mas dentro de dois ou três dias sairá daqui, pode ter certeza!”, fora o que ela dissera naquela manhã ensolarada.

Enquanto trocava as bandagens, ela cantarolava baixinho, enquanto Lawrence parecia cada vez mais impaciente com o empenho da mulher em fazer uma leve atadura. A moça, ao perceber, sorriu de um jeito gentil e acabou com destreza seu trabalho, anotando alguma coisa em uma pauta médica, despertando, pela primeira vez com sucesso, o interesse da menina em alguma coisa.

- Para que isso serve? – perguntou curiosa, recebendo uma risada em troca.

- É para anotar a evolução do paciente, Srta. Potter. E você está indo muito bem, sabe? Acho que consigo uma autorização do doutor para lhe deixar ir lá fora, no pátio. Bem, é claro que eu posso fazer isso somente se você qui....

- Eu quero! Claro que eu quero! – exclamou, se levantando de prontidão, animada – Eu faço qualquer coisa para sair desse quarto deprimente. Eu não aguento mais ouvir os resmungos desse cara do lado.

Um homem havia dado entrada no hospital um dia após ela acordar, e desde então, a rotina dele se baseava em comer, reclamar, dormir, reclamar, olhar maliciosamente para Lawrence, reclamar. Draco, nas outras duas vezes que aparecera no hospital naquela semana, já odiava o homem com todas as suas forças.

- Ele simplesmente lhe come com os olhos, Lawrence. Eu tenho medo de chegar aqui e ter no cardápio dele Lawrence à milanesa. De verdade. – sussurrou ele na última vez que aparecera, dois dias antes, para lhe entregar uma bolsa com roupas e itens higiênicos.

E desse jeito, a menina aguardava ansiosa em cima da cama, movimentando as pernas inquietamente, ignorando o homem ao seu lado, enquanto esperava a enfermeira chegar com a autorização do seu superior. Assim que a porta se abriu, meia hora mais tarde, a Potter se acalmou ao ver um sorriso grandioso nos lábios da mulher.

- Ele deixou. Ficou surpreendido com o seu quadro de evolução. – ela falou, apontando para a prancheta na sua mão.

- Obrigada! Eu agradeço, de verdade. Eu ia entrar em depressão se ficasse aqui mais algum tempo. Ah... Eu preciso ir com as roupas do hospital lá para fora? Eu não acho que me sentiria bem... – ela começou, meio envergonhada.

- Isso é com você. Se acha que se sente disposta a trocar de roupa, fique à vontade. – ela falou, seguida de um assentimento da menina, que se levantou sentindo uma leve pontada no estômago, e pegando sua bolsa, em seguida se trancando no banheiro.

Se encarar no espelho do lugar estava se tornando uma tarefa difícil até mesmo para uma garota confiante como ela. A cada momento, se convencia mais de que ter cortado o cabelo fora estupidez, e que poderia ter achado uma saída melhor, que não recorresse a cortar os fios pela metade. Em sete dias, ninguém havia aparecido para reparar os fios com um maior cuidado, o que deixava tudo bem pior, pois já estavam quebradiços.

Os fios ruivos já haviam voltado ao seu cacheado habitual, caindo alguns cm abaixo de seu ombro, e o cabelo até poderia ficar bonito se alguém reparasse urgentemente os danos. Sua pele alva estava com alguns machucados ainda evidentes, e seu rosto tinha olheiras, causadas pelas noites com pesadelos cada vez mais constantes.

Agora o mundo bruxo todo sabia da volta de Lord Voldemort. Agora os Potter já não eram mais considerados loucos. Agora, o peso de toda preocupação bruxa caíra sob seus ombros e sob os ombros de Harry: afinal, qual dos dois seria o eleito?

E apesar de não ter pensado direito antes de quebrar a profecia, agora, que raciocinava bem melhor que antes, notou que não deveria ter feito isso, já que o conteúdo podia ser realmente importante para o rumo final da guerra que chegara. Era isso então.

Estavam em guerra.

A menina achava extremamente irônico o fato de sua vida ter mudado drasticamente em apenas doze meses. Pessoas normais chorariam por causa do azar que tinham, e tentariam fugir de todas as maneiras de suas responsabilidades. Mas ela não. Se mantinha impassível, sem absorver nenhum sentimento além de indiferença em relação a você-sabe-quem.

Suspirou, lavando o rosto mais uma vez naquela manhã, e tentou, inutilmente, ajeitar os fios de um jeito em que não ficassem tão emaranhados. Abriu a bolsa de tricô, e pegou dentro dela a primeira blusa e o primeiro short que sua mão alcançou, pegando logo depois seu Vans preto.

A blusa era soltinha e bege, e deixava à mostra seu umbigo, junto com o pequeno corte que ainda havia ali. Normalmente, uma facada demoraria muito mais para curar, mas as poções bruxas eram milagrosas. O short era de um jeans clarinho, junto com uma peça bordada de um lado só, por cima. Calçou a Vans e colocou uma boina bege e solta atrás da cabeça, tentando de alguma maneira esconder seu cabelo.

- Estou pronta. – anunciou, com a bolsa pendurada no ombro, e com isso foi calmamente levada para o lado de fora do hospital.

Haviam muitos corredores e muitas portas naquele lugar. Apesar de dentro do seu quarto o hospital parecer muito silencioso, por fora, o barulho era intenso, desrespeitando descaradamente os cartazes constantes que falavam, educadamente, para familiares e amigos esperarem pacientemente em silêncio, para bom andamento do trabalho dos médicos.

Para se chegar ao pátio, era preciso descer muitas escadas, passar por uma porta de vidro e depois uma de madeira (como sempre, com tudo branco em volta) para dar de cara com uma escadaria em forma de bolo, junto com uma rampa logo ao lado. O pátio era gigante, com muita grama e árvores, junto com alguns bancos e mesas.

Apesar de ter gostado do lugar, a Potter não pôde evitar pensar que aquele lugar parecia extremamente com uma clínica psiquiátrica. Todos os pacientes de lá usavam suas roupas de hospital brancas, e observou que somente algumas meninas do outro lado usavam roupas parecidas com a suas.

Estas meninas, aparentemente, acenavam freneticamente para ela se sentar perto delas, mas a ruiva fingia não ver esse fato. Virou o rosto, e gostou da aparência de uma grande figueira no canto do pátio, que era bastante iluminada pelo sol, mas não o suficiente para lhe causar “cegueira”. E naquele momento, apesar de preferir muito mais o inverno, ela necessitava de um banho de vitamina D.

- Bem, creio que estará bem por aqui. Tenho coisas a fazer. Se divirta! Volto assim que puder. – e assim, a menina foi deixada sozinha naquele pátio.

Andou calmamente até a árvore, ignorando os gritinhos frenéticos das menininhas. Olhou desconfiada para elas, sabendo na hora que elas eram apenas meninas curiosas, que haviam somente cortado o dedo para vir para o hospital e conhecer Lawrence Potter. Bufou, e se sentou de costas para as meninas, tendo o sol batendo de um jeito gostoso em sua cara.

Suspirou, escorando sua cabeça no tronco, passando os dedos pela madeira, tentando sentir a cor. Era bom ver cores diferentes após ficar dias confinada em um quarto branco.

“Branco é a junção de todas as cores.” Era do que tentava se convencer a cada momento em que se sentia enjoada ao ver somente aquela cor chata e monótona sob seus olhos.

Abriu os olhos, assim como a bolsa, ainda ouvindo os cochichos irritantes das meninas. Tinha coisas a fazer. Não iria ficar sentada sem fazer nada enquanto Voldemort continuava atacando a todos e declarando em alto e bom som que a guerra começara.

Pegou o caderno em que anotava sobre o isolamento mental, e leu tudo que havia de informações até o momento:

- As memórias variam de pessoa para pessoa.

- Quem consegue sair, somente se lembra de algumas coisas, e estas, são geralmente felizes.

- Pacientes alérgicos a raiz de asfódelo e bezoar.

- O feitiço faz as pessoas terem uma espécie de reação alérgica a qualquer coisa eficiente contra venenos.

- É um efeito colateral do próprio feitiço fazer as pessoas se esquecerem do que há dentro do sonho, mas algumas pessoas conseguem escapar intactas.

- Cafeína pode ajudar.

- O feitiço altera as reações do nosso sistema nervoso e imunitário.

Batucou a ponta da pena no papel, resistindo à tentação de mordê-la (já que era comum mordiscar lápis). Olhou em volta, colocando sua cabeça para trabalhar. Precisava resolver isso logo, para poder se dedicar inteiramente às mágicas curativas, elementais e às facas. Suspirou.

- O primeiro tópico fala que as memórias variam de pessoa para pessoa, mas isso é algo contraditório demais. Eu acho que o método de trabalho que muda, como Matthew falou na mente de Draco. A diferença entre as pessoas é o passado. Cada uma tem memórias diferentes. O método de trabalho comum deve ser as memórias felizes. Se a pessoa teve um passado feliz, o mundinho dela dentro da própria cabeça vai ser feliz. Mas se o passado dela for triste, como o de Draco, então eles terão de recorrer a inventar um futuro ou passado feliz. Como a determinação de Draco era muito grande, ele tinha momento de lucidez. Então tudo que ocorre lá dentro, depende da determinação da pessoa. O segundo tópico é um efeito colateral do próprio feitiço... É como se fosse uma espécie de Obliviate. Então, talvez um dos componentes do feitiço seja... Não, espera! Como eu não pensei nisso?! – exclamou, olhando em volta, imaginando encontrar Snape, mas sem sinal do homem – Se um dos principais componentes do antídoto era raiz de asfódelo, e isso fazia as pessoas terem reações alérgicas, talvez, se eu substituísse a raiz de asfódelo por cafeína, talvez isso dê um resultado positivo ao antídoto.

Anotou isso como um tópico, e suspirou, sabendo que mesmo se isso funcionasse, ela precisava saber os outros ingredientes do antídoto. Fechou os olhos, e escorou a cabeça no tronco da árvore, ouvindo o barulho do pátio, e os cochichos das meninas. Aparentemente, elas estavam decidindo qual das cinco iria falar com Lawrence.

Aparentemente, Lawrence estava decidindo qual das cinco deveria ser expulsa com mais gentileza. Quando uma delas finalmente decidiu que seria ela a falar, a Potter abriu os olhos pronta para mandar a garota embora, dando de cara com uma pessoa que não esperava ver ali nem em mil anos.

- O que faz aqui? – perguntou, boquiaberta.

- A pergunta certa seria no plural. Harry está tentando convencer a recepcionista de que sim, você consegue e tem capacidade o suficiente para receber mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Surpresa? – perguntou a menina, sorridente.

- Não é muito normal ver Gryffindors vindo ao meu encontro. Mas não, eu não estou tão surpresa com a sua chegada aqui, Gina. Só não imaginava que Harry viria junto. – declarou Lawrence, guardando as coisas na bolsa.

- Ah, sim. Ele estava confinado na casa dos tios quando eu cheguei. O jeito que ele me olhou foi muito engraçado. O primo dele me deu uma cantada, sem mentira. – ela riu – Mas então eu disse que estava namorando com Harry, e ele se aquietou.

- E o que o Harry fez? – perguntou Lawrence, interessada.

- Ficou quieto e concordou. Eu falei para os tios dele que estávamos namorando há dois meses, e que hoje era o nosso aniversário de namoro, e queríamos passar o dia juntos. Eles não negaram, mas eu acho que eles também não concordaram. Na verdade, o estado deles era uma espécie de estado de choque, não entendi bem o motivo. – falou a ruiva pensativa, observando o menino entrar, aliviado, no pátio.

Harry procurou pelo pátio inteiro até encontrar as duas meninas, com facilidade: não era muito comum ver duas cabeleiras ruivas conversando, quando uma não era um Weasley. O menino veio calmamente até as meninas, e se sentou animado ao lado de Gina, sem saber exatamente o que dizer.

- Olá, Harry. É bom lhe ver por aqui. – falou Lawren, sem muito interesse no irmão, e voltando a atenção para Gina – Mas e então? Existe alguma razão para você querer vir me visitar? – perguntou.

- Ah, sim. Daniel me mandou uma carta me perguntando se eu era boa cortando cabelos. Segundo ele, você estava em um estado deplorável e parecia uma mendiga abandonada com esse cabelo sem reparos. – falou, bem calma, e depois olhando com uma expressão confusa para as meninas que sussurravam e batiam palmas animadas, enquanto olhavam para o trio – Qual é a das meninas?

- Acho que elas gostam de ter uma Potter por perto. Imagine dois Potter. – falou Lawrence – E é muito bom saber o quanto os meus amigos apoiam o meu penteado. – falou a ruiva, completando.

- Na verdade, eu acho que você ficou linda assim, só precisa deixar o cabelo parelho. Eu estou aqui para fazer isso. – disse a ruiva, mostrando uma tesoura, com um sorriso diabólico no rosto – Espero que esteja disposta a cortar seu cabelo.

- Humpf! – bufou a menina – Essa era a minha intenção depois de sair do hospital, de qualquer maneira. E você, Harry? Por que está aqui? – perguntou.

- Draco me mandou uma carta ordenando que eu o levasse para lhe ver, porque ele não aguentava mais receber a Edwiges no quarto dele.

A ruiva olhou o irmão sem muito interesse. Esse, parecia estar apreensivo com a reação da menina. Ela revirou os olhos, e se virou de costas para Gina, olhando para a menina de soslaio.

- Corte o mais parelho que conseguir. Não mude o comprimento. Se você deixar feio, eu juro que lhe mato.


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Notas finais do capítulo

Looks: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=140635496&.locale=pt-br

Beijos!