Nas entrelinhas escrita por Elizabeth Gray


Capítulo 9
7


Notas iniciais do capítulo

E depois de alguns dias, aqui está o penúltimo capítulo. Não tenho muito o que dizer sobre ele, apenas me referi à Guarda-cães como Inukashi. Não gosto de traduzir os nomes :3
Ah, e peguei uma ideia emprestada da novel e a moldei na história XD
Enfim, boa leitura!



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Neguinho corria na nossa frente; brincava entre nossos pés; fazia-nos tropeçar em nós mesmos; tentava — inutilmente — capturar pequenos pássaros que procuravam insetos na terra e na grama.

Observei-o por algum tempo, aquele agitado e imponente cão que se divertia brincando ao nosso redor. Ele estava mais magro do que o que deveria ser considerado saudável, mas mesmo assim não consegui sentir pena dele. Naquele momento eu pude ver como a vida era difícil e sofrida, mas vi também que a felicidade estava em todo lugar. Aquele animal moribundo representava em minha mente todas as pessoas que moravam no bloco ocidental. Não importava o quão difícil fosse; eles sempre davam um jeito de conseguir o que precisavam. Durante o tempo em que vivi aqui, pude ver do que o ser humano é capaz. Conheci um homem — já devia ter seus sessenta e tantos anos — que me contou que quando tinha minha idade, teve de vender cinco de seus dentes para conseguir comida para os irmãos. Outra mulher contou que teve de cortar a própria perna após ter sido baleada enquanto tentava roubar um pedaço de pão para a filha pequena. Todos eles possuem suas próprias histórias, seus próprios desafios. Estufam o peito para dizer "eu sobrevivi e vou sobreviver", mas intimamente, quando deitam a cabeça todas as noites antes de dormir, imaginam quais obstáculos irão enfrentar no dia seguinte. Quantos leões terão que matar para assegurar a própria sobrevivência e a daqueles que lhes são importantes. E anseiam, secretamente, uma ajuda que sabem que não virá. Desejam que tudo seja apenas uma fase. Acreditam com todas as forças que um dia as coisas irão mudar, e só esperam resistir até que este dia chegue. O dia em que poderão deixar de “sobreviver” para começar a “viver”. O dia em que poderão estufar o peito com igual orgulho e dizer que durante suas vidas fizeram algo além de existir.

Meus devaneios foram interrompidos quando Nezumi envolveu o braço em meus ombros e disse com uma voz risonha, fazendo um biquinho de deboche no final:

— Que cara é essa, Shion? Tão sério...

— Ah... Nada demais. Eu estava pensando em...

— Que perigo — zombou.

Encarei-o irritado e ameacei protestar, quando ele me puxou para mais perto.

— Ora, fique calma, Majestade — abafou o riso — Eu só estava brincando. Mas não é comum você ficar com uma expressão tão séria. — Sorriu malicioso — Estava pensando no que vamos fazer quando chegarmos em casa?

— O-O QUÊ? N-Não é nada disso, Nezumi.

— Então o que é?

— Eu... — Hesitei — Estava pensando em como é viver aqui, como as pessoas sobrevivem a cada dia, o que tiveram que enfrentar para...

Ele levantou a outra mão e fez um sinal para que eu me calasse.

– Certo, certo. Já entendi. Não precisa começar a filosofar agora. Acho que eu não aguentaria andar mais 20 minutos com suas reflexões sobre a vida.

— Ah, desculpe.

Desviei os olhos e passei a observar a paisagem. O distrito ocidental parecia um formigueiro visto de longe, perto do lindo e imponente muro que se estendia até onde a vista podia alcançar. Nezumi ainda me observava quando suspirou cansado e murmurou:

— Ah, Shion, você não tem jeito mesmo.

*

Quase meia hora depois, chegamos ao ponto em que cada um seguiria um caminho. Nezumi iria trabalhar ­ — emprego este que eu não fazia ideia do que era, mas depois de ser completamente ignorado ou ouvir um duro "não é da sua conta" diversas vezes, eu desisti de perguntar — e eu caminhava rumo ao hotel de Inukashi. Eu posso chamar isso de "trabalho" também, certo? Eu lavo os cães e ela me dá algumas moedas de bronze. "Exercer uma função em troca de remuneração equivalente àquela". Sim, eu posso chamar isso de trabalho.

Neguinho me guiou até o pátio atrás do hotel, onde corria um fio de água limpa. Alguns cães bebiam daquela água; filhotes brincavam nela. Alguns deles correram em minha direção e pularam em mim, sacudindo os pelos ao meu lado e molhando minhas roupas.

— Ei, gente! — Falei rindo — Também senti falta de vocês, mas esperem até o banho para me molhar, tudo bem?

Eu estava sentado com dois filhotes no colo quando ouvi uma risada rouca vindo detrás de mim.

— Ora, ora, se não é o "Cabeça de vento". Ficou na cama até tarde hoje? — Perguntou, os lábios curvados num sorriso irônico — Está atrasado, você sabe. Faz horas que enviei aquele cão a você.

— O quê? Mas eu vim assim que... — Só então percebi que eu não estava em casa. Aquele cão deve ter ido até o esconderijo e, como não encontrou ninguém lá, nos farejou a quilômetros dali. — Mas é claro — Olhei para o cão mensageiro e me voltei para a garota confusa enquanto aguardava uma explicação — Inukashi, este cão que me buscou é um bom farejador, certo?

— Sim, um dos melhores que eu tenho. Por que pergunta?

— Porque eu não passei a noite em casa. Eu e Nezumi estávamos a quilômetros de nosso esconderijo quando o cão...

— Espere, espere um pouco. Você e Nezumi passaram a noite fora? — Ela parecia completamente confusa e desconfiada, quando subitamente compreendeu a atual situação. Seu rosto se iluminou num sorriso de orelha a orelha, um sorriso que não tinha nada além de segundas intenções. Entrei em desespero. Se ela descobrisse, jamais me deixaria em paz. E se Nezumi descobrisse que ela descobriu...

— N-Não, Inukashi, não é o que você está pensando.

— Vocês dois...

— INUKASHI, POR FAVOR — segurei em seus ombros e comecei a sacudi-la — Escute, não é o que você está pensando. Por favor...

Desatou a rir freneticamente. Soltei seus ombros e ela arqueou as costas, dobrando-se para frente e abraçando a barriga em seguida. Eu provavelmente nunca estive tão vermelho. Nezumi vai me matar. Fiquei a observá-la até que se acalmasse. Limpou uma lágrima do canto do olho e virou-se para mim.

— Eu não posso acreditar nisso. "O príncipe e o plebeu". Parece até nome de livro. — debochou — Ai, ai, isso vai me render algumas peças de bronze.

— Não é nada disso. Não há nada entre Nezumi e... Nós não... — ela me olhava quieta, com olhos presunçosos, como se estivesse se divertindo com minha tentativa inútil de me explicar.

Abaixei a cabeça e mordi o lábio. Ela não deixaria por isso mesmo. Certamente iria importunar Nezumi, e ele com toda a certeza descontaria em mim.

Nunca conversamos sobre o que era nossa relação. Tudo aconteceu tão rápido... Não tivemos tempo de falar sobre isso, então eu não sabia até onde Nezumi poderia ser tolerante e assumir seja lá o que fosse o nosso relacionamento. Agora, pensando bem, será que posso dizer que somos namorados? Vivemos na mesma casa, eu cozinho para ele, fazemos compras, fomos num encontro, dormimos juntos mais de uma vez... Sim, acho que somos namorados. Contudo, ele nunca me pediu em namoro, nem nunca me chamou dessa forma.

Senti meu corpo todo gelar. Eu sei que ele me ama, mas será que ele assumiria para outras pessoas que de fato temos alguma coisa? E se temos, o que é essa “coisa”? Não é como se nossa relação precisasse ser rotulada, então por que me senti inseguro de repente?

Quando voltei a mim, Inukashi me encarava incrédula.

— Shion, por que está chorando?

— O quê? Eu não estou... — Toquei minha bochecha e uma lágrima solitária escorria por ela. Olhei assustado para a garota, que ainda me olhava desconfiada e um tanto preocupada.

— Ah, desculpe Shion. Eu estava brincando.

— Ah, não, está tudo bem. Não sei o que aconteceu, mas não foi culpa sua, não se preocupe. — Enxuguei o rosto com a manga do suéter e lancei-lhe meu melhor sorriso — Certo, vamos trabalhar! Nunca vim pra este lado do hotel. É bonito! Bem, onde estão o sabão e os baldes com água?

— Baldes? Não precisa de baldes, use o rio.

— Mas a água do rio é limpa.

— Sim, e daí?

— A água suja dos cães vai escorrer para o rio.

— Sim, e daí?

— Vamos sujar a água do rio.

— Shion, aonde quer chegar? — Perguntou com um tom de voz que eu conhecia bem, o mesmo tom que Nezumi usa comigo quando está cansado de me ouvir.

— Inukashi, há famílias vivendo abaixo do rio.

— Sim, e daí?

— Nós temos água limpa aqui porque estamos próximos à nascente, certo? A mesma água que sujamos aqui chegará lá em baixo para o uso das pessoas. Eles não terão água limpa para beber e cozinhar.

Ela me observou por alguns momentos, sem saber o que dizer, quando abafou o riso e disse em tom de deboche:

— Primeiro meus clientes e agora as pessoas que vivem rio abaixo. — Maneou a cabeça, descrente — Você é mesmo um cabeça de vento. — levou dois dedos à boca e soltou um assobio alto e rápido. Poucos segundos depois, meia dúzia de imponentes cães saiu pelas portas da construção, segurando a alça dos baldes pela boca. Inukashi me deu as costas e caminhou de volta ao hotel, colocando as mãos atrás da cabeça e dizendo sobre o ombro — Se quiser que eles tenham água limpa, certifique-se de não sujar o rio.

Assenti e peguei um dos baldes, enchendo-o de água e despejando sobre um cão que estava deitado ao lado.

— Certo, garoto. Ao trabalho!

*

Trabalhei horas seguidas de estômago vazio, quando, na hora do almoço, a garota trouxe um prato com arroz, alguns vegetais e um mísero pedaço de carne. Eu estava com tanta fome que minha boca salivou ao ver o delicioso prato de comida. Agradeci a gentileza e ela se sentou ao meu lado para me fazer companhia, desviando o olhar e dizendo que era só um agradecimento especial por cuidar tão bem de seus cães.

Já passava das 17h quando terminei o último cão. Estava ficando frio então tive de secar os três últimos com alguns panos que encontrei. Seria extremamente problemático para Inukashi se seus amigos ficassem doentes. Pouco depois, a garota saiu das portas de seu hotel e veio averiguar meu trabalho.

— Ora, muito bom, sua alteza. Excelente trabalho. Acho que eles nunca estiveram tão limpos.

Coloquei os baldes que segurava junto aos outros e me virei para ela sorrindo.

— Obrigado. Fiz o melhor que pude.

— Sim, sim, estou vendo. A propósito, — ela diminuiu a distância entre nós com passos lentos, parando perto o suficiente para tocar a gola de minha camisa e puxá-la um pouco para baixo — o que é isso, Shion? Uma mordida?

Corei. Droga, o que eu faço? Ela saberá se eu mentir, mas eu também não posso simplesmente dizer a verdade. Que droga, Nezumi. Você tem que parar de me marcar assim.

— Ah... Umm... Não é nada. Alguma irritação ou alergia, talvez. — Afastei sua mão de meu pescoço e cobri a pele marcada. — Enfim, acho que já terminei aqui. Muito obrigado pelo almoço. Estava delicioso.

Ela colocou a mão sob o queixo e o apoiou na mesma, olhando-me de forma curiosa e divertida, observando cada centímetro do meu corpo que estivesse descoberto de tecidos. Encolhi-me. Aquilo era torturante. Ser analisado daquela forma por olhos impiedosos e travessos, buscando qualquer coisa que não deveria estar ali. E então sorriu maliciosa.

— Ora, esse Nezumi é realmente possessivo, huh?

Corei ainda mais. Tentei me explicar mas ela me deteve, fazendo um gesto com a mão para que eu me calasse.

— Certo, certo, Shion. Nem precisa explicar. Mas, bem, você deveria procurar tratar essa alergia. Talvez ela tenha se espalhado para outras partes do seu corpo — fez questão de sorrir ao dizer a última frase.

De certa forma fiquei feliz com isso. Ela apenas me poupou de gaguejar alguma desculpa esfarrapada. Mirei o chão, sorrindo em desistência.

— Enfim, aqui está o pagamento pelo trabalho de hoje — enfiou a mão num dos bolsos da calça e atirou um pequeno saco de linho na minha direção. Peguei o pacote e abri, verificando um número considerável de peças de bronze.

— Muito obrigado Inukashi. Pelo almoço também.

— Você fez um bom trabalho então mereceu o pagamento. De qualquer forma, está dispensado por hoje. Enviarei outro cão quando precisar de seus serviços.

— Ah, tudo bem. Até mais, Inukashi - disse, virando-me para voltar ao esconderijo.

— Shion, espere!

— O que foi?

Ela hesitou por um momento, escolhendo com cuidado as palavras que usaria. Quando pareceu tê-las selecionado, perguntou:

— Nezumi não vem te buscar hoje?

— Bem, receio que ele não vem mais. Da última vez discutimos sobre isso e eu insisti que poderia me cuidar sozinho.

— Entendo, mas é perigoso andar sozinho por aqui. Leve o cão com você — sugeriu, apontando para Neguinho, que se apressou ao meu lado com olhos travessos e gentis.

— Ah, isso não é necessário.

— Tudo bem. Ele parece ter gostado de você, de qualquer forma.

— Sendo assim, agradeço novamente. Até logo Inukashi. Venha Neguinho.

Acariciei a cabeça do animal e me virei para seguir caminho, quando Inukashi vociferou atrás de mim:

– NEGUINHO? Não dê nomes aos meus cães, Shion. Principalmente um nome ridículo como esse.

Olhei para ela e sorri, apenas para vislumbrar seu rosto vermelho de raiva, antes de voltar correndo para casa.

*

Desci as escadas do esconderijo e me despedi de Neguinho, que soltou um bocejo demorado e se deitou ao lado da porta. Abri a mesma e entrei, sentindo a súbita diferença de atmosfera. Lá fora estava frio, mas logo me aqueci com a habitual temperatura acolhedora da nossa casa. Nezumi estava de pé ao lado do piano, o punho cerrado ao lado do corpo enquanto se perdia em pensamentos, mirando os livros com um olhar distante.

— Cheguei — disse, fechando a porta atrás de mim e tirando meu suéter. Certamente, nem havia se dado conta da minha presença, pois assim que me anunciei, virou-se surpreso, metendo as mãos nos bolsos da jaqueta.

— Ah, sim. Bem-vindo Shion.

Ele caminhou na minha direção com passos lentos e uma expressão indecifrável no rosto. Então esticou os braços e me abraçou forte, enterrando a cabeça em meu pescoço.

Estranho. Não é comum ele me abraçar assim. Pelo menos, não nesse tipo de situação.

— Hum... Nezumi? Está tudo bem? — Perguntei desconfiado.

— Sim. Por que não estaria?

— É que é raro você me abraçar assim — confessei, envolvendo os próprios braços ao redor de seu corpo e apertando-o contra o meu.

Ele não respondeu de imediato. Apenas ficamos ali, abraçados por alguns momentos, sentindo a presença um do outro. Eu poderia morrer naquele abraço, sentindo seu corpo junto ao meu. Perdi-me em pensamentos, quando ele me apertou ainda mais e disse em meu ouvido:

— Senti sua falta, meu pequeno.

O que é isso? O que é isso em sua voz? Pesar? Ressentimento? Seja o que for, as palavras que deveriam ter me acalmado a alma, fizeram-me vacilar em seus braços. De repente, uma angústia crescente apoderou-se do meu peito, o que fez com que eu o abraçasse ainda mais forte, temendo qualquer coisa que pudesse tirar ele de mim.

— Também senti sua falta, Nezumi.

Ele se afastou e caminhou até a cama, onde se deitou e abriu um livro qualquer para ler.

Fiquei sem reação. Aquela expressão, aquela voz. Certamente havia algo errado. Eu só não sabia o que era.

— Nezumi, aconteceu alguma coisa? — Perguntei hesitante.

— Nada demais, meu pequeno. Apenas um problema chato no trabalho. Nada que eu não possa resolver — respondeu casualmente, sorrindo para as páginas do livro enquanto seus dedos trilhavam as linhas das mesmas.

— Certo. Bom, vou tomar um banho então.

— Okay.

Observei-o, antes de pegar uma toalha e me dirigir até o banheiro.

*

Depois de banhar tantos cães eu realmente estava precisando de um banho. Sentir a água quente sobre minha cabeça, meus ombros e minha pele. Aquilo era simplesmente relaxante. Enrolei a toalha na cintura e saí do cômodo, enxugando os cabelos com outra toalha.

Ao chegar à sala, vi Nezumi preparando a refeição sobre o fogão improvisado. Ele olhou para mim e sorriu, enquanto colocava uma porção de arroz e carne em cada um dos dois pratos.

— Vá se trocar, Shion. O jantar está pronto.

Assenti e corri para minhas mudas de roupas. Pequei uma camiseta e calça velhas que usava como pijama e me vesti rapidamente, sentando-me para comer com Nezumi.

Não conversamos muito durante a refeição. Ele perguntou se Inukashi havia me pagado direito, advertindo-me para "não confiar cegamente naquela garota, pois de burra ela não tem nada". Concordei e continuamos a comer.

Depois da janta, retirei os pratos e lavei a louça, enquanto Nezumi voltava à atenção para o livro de antes. Parecia entretido em sua leitura e decidi fazer o mesmo. Selecionei uma obra de sua vasta coleção e comecei a ler.

As horas se estenderam devagar e eu mal havia lido 3 capítulos. Algo me incomodava. Alguém, mais especificamente. Nezumi nunca foi uma pessoa previsível, mas sua atitude realmente me causou certo desconforto. Não conseguia afastar de minha mente a ideia de que havia algo errado. Fui tirado de meus devaneios quando a voz de Nezumi quebrou nosso silêncio.

— Shion, já são quase 23h. Temos que ir até a cidade amanhã cedo. Vamos dormir.

— Ah, sim, claro.

Fechei o livro e o deixei sobre uma cadeira. Ele já estava deitado quando me dirigi à cama. Encostou-se contra a parede, dando espaço para que eu me deitasse também. Assim que o fiz, ele puxou a coberta e cobriu nossos corpos, envolvendo os braços ao meu redor e me aninhando em seu peito. Pensei um pouco sobre aquilo, quando decidi perguntar um tanto encabulado:

— Nezumi, nós vamos...

— Hoje não, Shion. Estou cansado e você deve estar também. Hoje eu só quero ficar assim com você.

— Ah, tudo bem.

Aquilo era o paraíso. Seu cheiro, seu calor, seus toques afetuosos em meus cabelos. Tudo deveria estar perfeito, se não fosse aquela desprezível sensação de que havia algo fora do lugar, uma angústia que insistia em me consumir a mente e o coração.

E foram esses pensamentos que me acompanharam ao mundo dos sonhos, envoltos numa máscara acolhedora que nada mais era do que o abraço quente daquele que eu tanto temia perder.


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Notas finais do capítulo

É isso. Não esqueçam de comentar ou favoritar ou fazer os dois se quiserem ver a autora MUITO feliz! HAHAHAHAHAHA (mas sério, eu vou ficar ali no cantinho esperando os reviews).


Enfim, espero que tenham gostado. Muito obrigada por tudo e até o último capítulo!



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