Nas entrelinhas escrita por Elizabeth Gray


Capítulo 2
2


Notas iniciais do capítulo

Decidi postar isso hoje pelo simples fato de que tive tempo. Esse capítulo está um pouco mais "quente". Só um pouco. Dividi em atos na tentativa de tornar a leitura mais dinâmica, porque se colocasse cada ato num capítulo, ficaria muito fragmentado. Espero que gostem. Então é isso. Boa leitura!



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ATO I

Corei. Meu corpo todo enrijeceu. Senti um calor se espalhando por todo o meu ser, uma emoção incontrolável tomando conta de mim. Eu já o havia beijado antes, mas aquilo foi completamente diferente. Ele ali, sobre mim... Senti como se todos os meus desejos mais íntimos pudessem se realizar. Fechei meus olhos. Se aquilo fosse um sonho eu não queria acordar. Então, por favor, me deixe dormir...

Ele se afastou. Abri os olhos e ele me fitava, observando cada centímetro do meu rosto. Seus olhos brilhavam, um olhar penetrante que eu nunca vira antes. Sustentei seu olhar.

— Nezumi, o que foi isso? Um beijo de “boa noite”? — perguntei receoso.

— Não, Shion. — sua voz era calma e instigante — Isso sou eu... Baixando a guarda. Eu desisto, Shion. Desisto de tentar resistir a você. Desisto de negar isso para mim mesmo. Passei minha vida inteira sozinho, me negando a confiar em quem quer que fosse. E foi isso o que me manteve vivo. Foi isso o que me trouxe até aqui. E eu estava bem com isso. Nunca precisei de ninguém. Então você apareceu e tudo mudou. Aquela janela aberta... Você me salvou sem fazer perguntas. E quando eu te trouxe para cá, disse que era um ato de agradecimento. E no começo foi apenas isso. Mas depois que te conheci, depois que me aproximei de você, Shion, eu percebi... Eu não... — se calou de repente. Havia uma lágrima em seu rosto. Abaixou a cabeça e apertou os olhos, como se o peso das palavras que dissera fosse demais para suportar.

E como pesavam aquelas palavras. Ele certamente esteve pensando muito naquilo. Não era natural para Nezumi dizer algo do gênero. Ele deve ter selecionado cada palavra minuciosamente. E foram elas que me destruíram. Atravessaram meu peito como um punhal. Ele era uma droga para mim. E eu estava profundamente viciado. Não consegui me mover. Por mais que eu quisesse, estava paralisado. Ele agora me olhava, os olhos profundos e gentis.

— Não chore, meu pequeno. — disse com a voz suave, enquanto limpava as lágrimas que escorreram inconscientemente dos meus olhos.

— Nezumi, eu... — tentei balbuciar alguma coisa quando seus lábios novamente se encontraram com os meus. Mas esse beijo foi diferente. Muito mais apressado e caloroso. Meu coração batia tão forte que por um momento pensei que fosse sair de minha boca. Eu estava assustado, confuso e ansioso. Nunca tinha sentido aquilo antes. Nunca ninguém fez meu corpo arder como Nezumi fazia agora.

— Shion — disse, se afastando e olhando em meus olhos — esse beijo é um pedido.

— Um pedido? Do que você...

— No. 6 ou eu... Esqueça isso. Quero que você fique comigo, Shion. Quero que você esqueça sua vida antes de mim. Esqueça Safu e sua mãe. Abandone seu antigo mundo. Abandone No. 6 e fique comigo.

— Nezumi, eu não posso esquecer... — ele me interrompeu novamente, os lábios sedosos me beijando com pressa. Tentei afastá-lo. — Nezumi, espere... O que você? Por que está fazendo isso agora?

— Shion, não posso mais viver sem você. Não consigo me imaginar vivendo num mundo no qual você não exista e eu jamais pensei que pudesse, um dia, dizer isso a alguém. E eu vou continuar fazendo isso. Vou continuar te beijando até você não ter mais dúvidas sobre quem escolheria. Vou continuar te beijando até que você nem sequer pense que há outra opção além de mim. Por que não existe mais. A partir de agora só existirá eu em seu mundo, em seus pensamentos. Vou te amar até que se torne insuportável para você a ideia de ficar longe de mim. Até que cada minuto se torne doloroso em minha ausência. Vou te amar até que você precise de mim como precisa de ar para respirar. Só assim você irá entender. Só assim saberá como me sinto.

Tentei dizer alguma coisa mas não pude. Não havia palavra no mundo que pudesse traduzir a carga emocional que pairava sobre nossos corpos naquele momento. Não havia nada a ser dito.

— Nezumi, você corou.

— Shion, — disse ele, sorrindo — eu te amo. — e me beijou novamente.

ATO II

Meu corpo ardia de desejo. Ele se inclinou, os lábios ágeis percorrendo meu pescoço. Agora ele estava de joelhos sobre mim, enquanto me beijava avidamente. Meu corpo queimava. Fui tomado por uma excitação que nunca sentira antes. Enrijeci. Ele se afastou para me observar.

— Calma Shion. Estou apenas começando — disse, as palavras saindo de sua boca torcida num sorriso malicioso. Não pude responder. Apenas corei mais do que já havia corado. Como se isso fosse possível.

Beijou-me novamente, os lábios suaves contra os meus. Depois voltou para meu pescoço, enquanto eu procurava me acalmar. Tinha que me segurar. Ele se levantou e segurou meu rosto, o polegar sobre a cicatriz logo abaixo do meu olho esquerdo, deslizando a mão pelo meu pescoço até a clavícula. Hesitou. Olhou a marca em meu pescoço por um momento até que começou a soltar os botões de minha camisa lentamente, um por um, abrindo-a por completo. Percorreu delicadamente com os dedos minha clavícula, descendo pelo meu tórax e por minha barriga até chegar à minha calça. Cada parte de meu corpo ardia. Queimava. Cada parte do meu ser clamava por ele, para que ele não parasse ali. Todo aquele tempo de sentimentos guardados... Agora eles transbordavam para fora de mim.

— Oh, Shion, você está grande aqui — os olhos maliciosos brincando comigo.

Sentou sobre minhas pernas e começou a abrir a fivela de meu cinto delicadamente. Toda aquela calma, aquela precisão. Tudo aquilo me afetava. O som de sua voz falando somente para mim, os olhares que ele me lançava, seu sorriso atrevido. Tudo isso me enlouquecia. Minha cabeça girava. Minhas mãos suavam. Meu corpo queimava. Eu só queria tê-lo para mim. Só o queria e nada mais.

—Nezumi... — puxei um de seus braços e me levantei, meu rosto a centímetros do dele. Segurei sua nuca, puxando-o para mim, e o beijei da forma mais precisa que minha situação atual permitia. E ele me retribuiu. Seus lábios quentes e apressados me beijando apaixonadamente.

Envolveu-me em seus braços, as mãos queimando em minhas costas, enquanto eu acariciava seus cabelos. Senti seu membro rijo contra o meu, o que fez com que eu me aproximasse e sussurrasse em seu ouvido:

— Nezumi, parece que não sou o único que está excitado aqui — me afastei para que ele pudesse ver a malícia em meu sorriso. Corou. Arregalou os olhos surpreso, até que sorriu e disse:

— Idiota. Você fez isso.

Então me puxou contra ele e voltou a me beijar, agora com mais voracidade, com ainda mais paixão. Deslizei as mãos sobre suas costas e puxei sua camiseta. Ele levantou os braços para que eu pudesse tirá-la, e assim que o fiz me empurrou contra a cama.

— Shion... — disse enquanto desabotoava sua calça — Eu não estava brincando quando lhe disse aquilo. Eu vou fazer você arfar. Vou fazer você perder o fôlego e não vou parar. Mesmo que você me peça, mesmo que implore. Não vou parar até que você não possa mais viver sem mim. Vou preencher seu corpo e sua mente. E te amarei mil vezes mais. Shion, eu serei o ar que você respira.

Se deitou sobre mim. Cada palavra, cada toque. Tudo fazia minha cabeça girar. Ele me enlouquecia. Mal sabia ele que o que ele dizia já era verdade. Ele era o meu ar. Já era amor antes de ser. Não havia mais nada além dele agora. Minha mãe, Safu... Nada. Tudo era irrelevante ali. Sá havia seus beijos quentes e seu corpo sobre o meu.

Meu coração disparava. Batia forte, alto. Ele certamente podia ouvir. Percorria minha barriga com os lábios quando comecei a observá-lo. Seus cabelos soltos faziam cócegas ao deslizarem sobre meu peito. Não pude tirar os olhos dele. Estava extasiado. Meus pensamentos voavam pelo quarto, meus desejos mais eróticos pelos quatro cantos. Ele levantou os olhos para me fitar.

— Shion, algum problema?

— Meu coração... Sinto que vai explodir em meu peito. — confessei. Ele abafou o riso. Levantou o tronco, sentando no meu colo, pegou minha mão e colocou-a contra seu peito.

— Shion, — agora olhava em meus olhos — preste atenção. O que você sente?

— Seu coração... Batendo rápido.

— Exato. Ninguém nunca o fez bater desse jeito. E ninguém além de você será capaz disso.

Seu peito ardia como o meu. Seu coração batia tão forte quanto o meu. Seu membro estava rijo, assim como o meu.

— Nezumi... — puxei-o contra mim.

ATO III

Eu estava no ápice do prazer agora. Fui dominado por uma febre chamada Nezumi, que castigava todo o meu corpo. Cada beijo, cada gesto. Cada centímetro do meu corpo ardia. Meu coração palpitava sob o dele, até que nossos batimentos sincronizaram um com o outro. Éramos um só agora.

Seus dedos deslizavam sobre minha pele, ágeis, despertando meus instintos mais íntimos. Seu cabelo acariciava meu rosto. Seus olhos me confortavam no calor do momento. E eu jamais poderia sair dali. Não mais. Eu só podia me agarrar contra ele, prender seu corpo ao meu, para ter certeza de que ele não desapareceria diante dos meus olhos. Para ter certeza de que não estava sonhando.

Não, não era um sonho. Aquilo era muito real. Ele percorria meu pescoço com os lábios macios, beijando minha clavícula gentilmente. Ainda montado sobre mim, desenhava cada linha de meu corpo com as pontas dos dedos, o que fez com que um arrepio nascido de minha alma se apossasse do meu ser. Gemi baixinho. Ele, sorriu, levantando minhas pernas e se posicionando atrás.

— Shion, isso pode doer um pouco. — advertiu.

— Tudo bem. Vá em frente. — respondi, determinado a terminar o que havia começado. Ele entrou gentilmente em mim, devagar, tentando ao máximo evitar que eu sentisse dor. Mas isso não foi capaz de impedir meus espasmos incontroláveis.

— Shion! — ele me olhou preocupado, os olhos arregalados numa expressão de susto — Você está bem?

— N... Não, mas vou ficar. — minha voz falhava — Então, por favor, não pare — Pedi. Supliquei.

— Você é mesmo determinado, não? — sorriu maliciosamente antes de continuar.

Nossos corpos ardiam. As respirações e os batimentos irregulares sincronizando um com o outro. Meus espasmos continuaram, agora preenchidos de prazer. E meus pensamentos eram ele. Meu corpo e minha mente eram servos de Nezumi. Naquele momento eu soube que, seja lá para onde ele quisesse ir, eu o seguiria. Por simples necessidade. Por simples vício.

E ele insistia em continuar me tocando, determinado em fazer com que eu chegasse ao ápice do prazer. Eu gemia, agora mais alto do que antes, e ele sorria maliciosamente como se aquilo fosse música para seus ouvidos. Mordi o lábio na tentativa de abafar o som.

— Shion, não me provoque desse jeito — disse com o sorriso atrevido.

— Nezumi... Eu não... Não posso mais me segurar — balbuciei com a voz falha.

— Não precisa. Vá em frente.

Em um espasmo, atingi o ponto máximo do prazer. Respirei fundo, recuperando o fôlego. Logo depois Nezumi fez o mesmo. Tombou a cabeça em meu peito, enquanto procurava ar para respirar. Meu corpo doía, mas era uma dor boa. Era a prova de que tudo aquilo fora real. Senti como se toda a felicidade do mundo estivesse dentro de mim. Dali para frente nada mais seria o mesmo. A partir de agora, ele era meu e eu era dele.

— Para uma primeira vez você se saiu muito bem. Parabéns! Estou orgulhoso — disse sorrindo. Corei novamente, sem poder me mexer. Ele levantou a cabeça e olhou para mim. Acariciou meus cabelos e disse com uma voz risonha e suave — Shion, você é mesmo único.

Escorregou para o lado, a cabeça ainda em meu peito. E eu só pude ouvir um “eu te amo” sussurrado em meu ouvido, antes de adormecer ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Comentem, se possível, para saber como estou indo. Muito obrigada se leu até aqui e até a próxima.



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