Paternidade escrita por Deusa Nariko


Capítulo 8
08


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora!
Sem mais delongas... Oitava drabble.
...
Boa leitura!



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Paternidade

VIII

Com três meses de idade, Sarada enfim decidiu dar o descanso merecido aos papais de primeira viagem e definitivamente parou de inverter o dia e a noite, porém, manhosa como era, teimara em manter suas preferências de ser ninada no colo da mãe ou do pai até adormecer.

Disso ela não abriria mão tão cedo.

Ela crescia a cada semana, embora ainda parecesse miúda para Sasuke. Agora era capaz de reconhecer rostos e timbres de voz; gargalhava com os gracejos de Sakura e até mesmo de Naruto, já sustentava a cabeça por algum tempo e explorava tudo com olhos grandes e curiosos.

Havia se tornado uma rotina para Sasuke chegar em casa e se deparar com sua esposa conversando com Sarada com aquele tom embolado e infantil que as mães geralmente usam para se dirigirem às crianças.

— É para estimulá-la, Sasuke-kun — ela defendera-se certa vez. — Apesar de não conseguir repeti-las ainda, Sarada já é capaz de memorizar palavras. Isso não é incrível?

Assim que a esposa adotou aquele tom profissional e aqueles termos complicados para explicar a ele o funcionamento do cérebro de um bebê de três meses, Sasuke entrou no modo automático, anuindo a cada tantos minutos e bebericando de seu chá tranquilamente.

De fato, sua pequena estava crescendo e se interessando cada vez mais pelo ambiente externo. Sons, vozes, cores e objetos pareciam fasciná-la e Sasuke sentia que estava perdendo a melhor fase da vida de Sarada ausentando-se em missões.

Na última vez, ele chegara de uma missão em Kiri, cansado mas afoito para rever as duas mulheres de sua vida, só para se deparar com um bebê que — ele descobrira amargamente — havia espichado alguns bons centímetros nas semanas que ficou fora. Sakura chegou a rir de sua paranoia naquela noite, alegando que Sarada tinha um desenvolvimento e crescimento completamente normais para a sua idade.

Mas Sasuke ainda não havia se convencido, tanto que, alguns dias mais tarde, dirigiu-se à Torre do Hokage e teve uma conversa séria com o Rokudaime. No fim, eles entraram em um acordo e Sasuke voltou satisfeito para casa pouco depois.

Quando puxou a porta da frente e murmurou um “Tadaima” foi presenteado pela visão de Sarada aninhada nos braços da mãe, ela esticava os bracinhos e os punhos cerrados para um brinquedo que Sakura segurava fora do seu alcance. “Para estimulá-la”, ele intuiu e quase sorriu quando a esposa lhe respondeu:

— Okaeri, Sasuke-kun. O que era tão urgente que você precisava discutir tão cedo com o Kakashi-sensei?

Ele retirou as sandálias e aproximou-se de Sakura, estendendo os braços num gesto que ela passara a conhecer muito bem nos últimos meses. Com um meneio da cabeça, entregou a pequena para os braços ansiosos do marido.

— Conversei com o Kakashi; de agora em diante, não serei mais escalado para missões extensas fora do País do Fogo.

— Por quê? — ela questionou aturdida e estendeu o brinquedo para Sarada, os olhos negros da menina seguiam o objeto com um deslumbramento inteiramente inocente.

Demorou apenas um pouco, mas Sakura rapidamente ligou os pontos:

— Ah, é por causa do que aconteceu semana passada? — ela suspirou. — Sasuke-kun, nós já conversamos sobre isso...

Ele discordou e apegou-se mais à menina em seus braços, ela estava começando a aprender a abrir e fechar os dedinhos e, como resultado, já agarrava roupas e cabelos com uma força obstinadamente dolorosa.

— Eu sei, mas a sua licença acaba em mais alguns meses e eu não quero deixá-la sob os cuidados de um estranho por muito tempo. Além disso...

— Além disso... — Sakura o instigou, pressionando o marido a se abrir com ela.

Sasuke, com algum esforço, desprendeu os dedinhos que haviam agarrado uma mecha de seu cabelo. Então suspirou:

— Eu percebi que não quero perder nada dos primeiros anos de vida dela. Eu quero estar por perto, Sakura, em cada um desses momentos mais importantes.

Ao ouvi-lo, o seu discurso quase apaixonado, Sakura sorriu e aquiesceu. Aproximou-se de ambos e os abraçou, descansando a cabeça no ombro do marido. Sarada emitiu um daqueles sons guturais estridentes, típicos de bebês.

— O que te fizer feliz, Sasuke-kun. Eu vou te apoiar.

Perfeito.


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Notas finais do capítulo

No mangá 700 eu entendi o seguinte a partir do comportamento de Sarada e Boruto com relação a seus pais: Naruto se tornou Hokage depois que os filhos já estavam crescidos, então passou a ser um homem muito ocupado e por isso não tinha mais tanto tempo para passar com a família. Eu decidi escrever essa nota explicativa porque já vi muita gente *caham* dizer absurdos como Naruto não ligar pra sua família, ser um pai ausente, etc, etc, etc.
...
Com o Sasuke é quase a mesma coisa: Gente, por favor, eu realmente acredito que ele não está mais viajando, pois no mangá 699 ele próprio diz que não teria outra oportunidade como aquela no futuro. Oras, por quê? Porque no futuro ele tem uma família para cuidar! Ele NÃO está mais viajando! Eu acredito que depois que o Naruto assumiu o posto de Nanadaime, ele deu ao Sasuke algum cargo importante que, consequentemente, o tornou um homem bastante ocupado, colocando-o na mesma situação do Naruto.
...
E por isso a Sarada diz se sentir igual ao Boruto, não porque ela tem um pai ausente, pelo amor de Cristo, mas porque antes ela tinha mais tempo com o pai e agora já não tem tanto.
...
Tem me irritado pra caramba esses comentários de que Naruto e Sasuke são pais negligentes, estão infelizes porque estão casados com Hinata e Sakura, enfim os mesmos absurdos que já estamos acostumados a ler por aí.
...
De qualquer forma, espero que tenham gostado da drabble, eu fiquei meio sem ideias e andei bastante ocupada (ainda estou pra ser franca) nesse início de ano.
Nos vemos nos reviews! ;D
Até o próximo.