Paternidade escrita por Deusa Nariko


Capítulo 4
04


Notas iniciais do capítulo

Quarta drabble.
Boa leitura!



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Paternidade

IV

Sarada nasceu no finzinho de uma tarde abafada e úmida de verão. Sua chegada — mais do que ansiosamente aguardada — apanhou a ambos os pais de surpresa, pois seu nascimento estava previsto para dali a uma semana ainda. Entretanto, foi amada e acolhida de igual maneira por todos.

Foi a primeira Uchiha a nascer depois do massacre.

Sasuke a olhava agora, arrebatado: o rosto mimoso corado e encrespado em descontentamento; os lábios rosados apartados a fim de emitir um choramingo ou um resmungo eventual. Os tufos de cabelo negro no alto da cabeça, a miudeza de suas mãozinhas e pezinhos.

Ela agora descansava de bruços no peito da mãe, exausta após tantas horas em trabalho de parto. Ele não as desamparara por um minuto sequer e tinha diante dos olhos a recompensa da vida depois de anos e mais anos sofrendo com a solidão.

— Olha, Sasuke-kun — Sakura sussurrou num tom afetivo para não despertar Sarada, acalentada no calor materno. — Ela é tão linda...

Ela acariciou as costas do bebê, o rosto molhado tanto de suor como de lágrimas. As pálpebras cerraram-se quando a emoção por fim a venceu pelo cansaço; Sakura chorou em silêncio, de felicidade, de amor, de adoração.

Sasuke aproximou-se do leito em que ambas repousavam e cuidadosamente estendeu a mão para tocar o rosto da esposa. Num roce íntimo e doce de seus dedos, apagou o rastro de lágrimas em uma das bochechas. Ainda não fora capaz de desgrudar o olhar da pequena.

Observando-a mais atentamente, via-se nitidamente a mescla de traços que sua herdeira Uchiha era: a testa era inconfundivelmente de Sakura, assim como o nariz delicado e o formato dos olhos. Mas seus traços também estavam lá, como a sua boca, os cabelos escuros que eram predominantes entre os Uchihas.

Sarada era a junção perfeita do que havia de melhor nos seus pais.

— Ela é perfeita — murmurou com um tom alquebrado, frágil; seu emocional encontrava-se em frangalhos e sabe-se lá como ainda não havia desabado.

Ao ouvir a sua voz, a pequena imediatamente abriu os olhinhos e olhou o entorno, curiosa, focando-se logo no rosto do pai. Sakura riu delicadamente em resposta, apertando os braços em volta de seu bebê.

— Não disse que ela te reconheceria, Sasuke-kun?

Sasuke inclinou-se em direção à esposa e enterrou o rosto no cabelo dela, enlaçando-a pelo ombro. Ainda não conseguia tirar da cabeça o olhar de adoração que acabara de receber de sua pequena Sarada.

Ele se recordava muito bem de todas as vezes em que chorou ao decorrer da vida: a primeira, na noite em que perdeu a família; a segunda quando descobriu a verdade sobre o irmão, a terceira vez foi quando reconheceu que ainda havia esperança para si no Vale do Fim.

E, por fim, chorou discreta e silenciosamente, o rosto apertado contra o cabelo de Sakura, quando a filha o olhou pela primeira vez, cheia de amor e inocência.


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Notas finais do capítulo

Eu não consigo não imaginar o Sasuke chorando com o nascimento da Sarada, sorry XP
...
Obrigada a todos que estão comentando! Nos vemos no próximo ;D
Até!