Paternidade escrita por Deusa Nariko


Capítulo 15
15


Notas iniciais do capítulo

Décima quinta drabble.
Boa leitura!



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Paternidade

XV

Numa tarde agradavelmente ociosa, no intervalo entre as missões que lhe eram designadas e a investigação que fazia por conta própria, Sasuke se encontrou mais uma vez sozinho em casa com Sarada.

Sakura havia saído apenas algumas horas antes para resolver alguns assuntos no hospital de Konoha, o que deixou Sarada sob a sua responsabilidade. O problema consistia no fato de que a menina, já com um ano e seis meses, não queria saber mais de se aquietar num canto com o pai.

Só na última hora ele a havia flagrado tentando escalar a mobília pelo menos três vezes, e como a menina reagia ao seu olhar severo de censura? Ria, é claro! Um riso espontâneo e doce de quem sabia que o papai não teria coragem de lhe repreender com palavras duras.

Na hora do banho, Sarada havia espirrado tanta água quanto era possível e encharcou a blusa de Sasuke, obrigando-o a trocar de roupa assim que a menina sapeca estava seca e vestida. O mais engraçado, entretanto, era que na presença de Sakura ela se comportava angelicamente, mas com o pai fazia de tudo para dificultar seus afazeres.

Agora, por exemplo, segura no seu cercadinho enquanto ele preparava a mamadeira, Sasuke sentia uma necessidade constante de voltar à sala de estar de minuto em minuto para vigiar a filha e, na última vez que o fez, flagrou-a prestes a tentar escalá-lo.

Com um suspiro longânime, ele tomou a menina nos braços e a levou consigo para a cozinha. Lá, ele lhe entregou a mamadeira e isso, enfim, pareceu aquietá-la... por um tempo.

Acomodando-a nos braços, Sasuke, ao invés de seguir para a sala, preferiu ir para o quarto e se refestelou na cama, as costas apoiadas na cabeceira, ainda com a menina sugando avidamente a mamadeira.

Quando fechou os olhos, sonolenta, mas persistiu com os movimentos de sucção, Sasuke agradeceu a qualquer entidade superior responsável por isso. Esboçou um sorriso pequeno quando afastou a franja comprida dos olhos da menina; ela tinha os cílios espessos e longos de Sakura e o mesmo formato grande dos olhos.

Um tempo depois, satisfeita, ela empurrava a mamadeira para longe e bocejava languidamente, acomodando-se mais no calor do corpo do pai. Era em momentos assim, perfeitos, que Sasuke se achava o mais afortunado dos homens. Mesmo que a vida tivesse lhe tirado muitas pessoas amadas no passado, deu-lhe Sarada; ela era o melhor presente que poderia ter recebido.

Quando Sarada caiu em um sono profundo e gostoso, o próprio Sasuke, cansado, resolveu deitar-se, aninhando a menina na lateral do seu corpo. Suas pálpebras pesaram e o sono achegou-se, iminente.

Adormeceu sem pesares, completamente relaxado. Bem, isso até acordar poucos minutos depois num estalo e dar-se conta de que o corpinho miúdo, antes aninhado junto ao seu, já não estava mais ali.

— Sarada?! — chamou-a, sentando-se num rompante de puro desespero; lançou as pernas compridas para fora da cama e tropeçou até a porta do quarto.

Fazia tempo que não sentia aquele tipo familiar de medo. Ele só havia abaixado a guarda por alguns minutos e ela escapuliu da sua vista.

Sasuke percorreu o corredor num instante, alargando as passadas, e chegou à sala de estar com o Sharingan ativado sem que percebesse.

— Sarada! — tentou chamá-la novamente e foi até a cozinha num salto, mas também a encontrou vazia; nem sinal da presença da menina.

Cada vez mais assustado, Sasuke voltou pelo corredor por onde viera e entrou no quarto dela. O alívio que sentiu ao encontrá-la, tentando escalar as grades do berço e estendendo a mãozinha para o urso de pelúcia, não poderia ser descrito. Foi como se tivesse o peso do mundo lhe fosse tirado dos ombros.

— Urso! — ela pediu no seu tom embotado de bebê assim que se deu conta da presença do papai, à soleira da porta.

Sarada tombou o rosto para o pai, os olhos negros brilhantes suplicavam enquanto a mãozinha continuava a tentar agarrar o urso de pelúcia que ele havia lhe dado alguns meses antes.

Sua filha não dormia um dia sequer sem o urso, segundo Sakura; Sasuke havia se esquecido desse detalhe — e se sentiu um bobo por isso. Com o coração leve por encontrá-la bem, ele alcançou a menina e a tomou nos braços, onde poderia protegê-la de tudo e de todos. Depois, inclinou-se e pegou para ela o objeto da sua afeição.

Sasuke entregou o urso de pelúcia para a filha e aproveitou para abraçá-la mais apertado contra o seu peito. O deleite da menina foi visível no seu rostinho quando este se iluminou, e o sorriso meigo que abriu aqueceu o coração do seu pai.

— Não assuste o papai desse jeito de novo, Sarada.

Ele pediu num tom suplicante e um tanto trêmulo, que não camuflava o pavor que sentiu assim que acordou e não a encontrou aninhada ao seu lado.

Com um suspiro de puro alívio, voltou ao quarto com a menina e se acomodou na cama com ela novamente, mas dessa vez assegurou-se de manter um braço sobre ela, evitando que voltasse a escapulir.

Sasuke olharia pelo bem-estar da filha porquanto estivesse por perto e presente, e o faria indubitavelmente até mesmo quando não pudesse tê-la ao seu alcance, protegendo o seu futuro.


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Notas finais do capítulo

Sarada sapeca dando trabalho para o seu papa... Amo! *-*
Demorei a aparecer porque a inspiração demorou a surgir. Sorry :B
...
Nos vemos nos reviews! ;D
Até o próximo.