Paternidade escrita por Deusa Nariko


Capítulo 14
14


Notas iniciais do capítulo

Décima quarta drabble dedicada à Sakura Lyne pela linda recomendação! Obrigada mesmo! *-*
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Boa leitura!



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Paternidade

XIV

Sasuke não conseguiu resistir ao impulso que o moveu, naquele dia, a comprar o urso de pelúcia como um presente para Sarada.

A missão no país das Fontes Termais havia sido tranquila e nem mesmo durara muito tempo, mas para um homem de família como ele cada segundo a mais longe de casa implicava suplício.

No entanto, ele não tinha o hábito de levar suvenires para a esposa ou a filha, apesar de se sentir tentado a mimá-las — especialmente Sarada, que, sob os seus olhos, estava cada dia maior e mais inteligente. Por isso, por mais que quisesse repreender-se pelo presente, alegando no seu subconsciente que a menina algum dia seria uma Kunoichi tão formidável quanto a mãe e, talvez, tão talentosa quanto ele, Sasuke não conseguia se sentir mal pelo pequeno mimo.

Ora, até ele próprio tivera o seu dinossauro de pelúcia um dia, não?

Havia acontecido assim: a caminho de casa, já com a missão concluída com êxito, ele passou por uma cidadezinha mercatória e pregou os olhos na vitrine de uma loja de brinquedos e produtos infantis, nos olhos de botão que, de tão brilhantes, quase pareciam fitá-lo de volta.

O urso era todo branco como um imenso floco de neve, exceto pelas orelhas pretas e por aqueles olhos de botão tão primorosos. Ele tinha o dobro do comprimento de Sarada, mas talvez isso a agradasse.

Bem, ali estava ele agora, de volta à vila da Folha e trazendo na bolsa tiracolo um embrulho colorido destoante da sua própria personalidade ranzinza e introvertida.

Sasuke seguiu para a sua casa sem delongas depois de anunciar seu retorno para Kakashi. Havia um relatório que ele ainda não havia concluído, um que estava incerto em revelar até mesmo para o antigo sensei e atual Hokage. Um relatório que relatava os progressos em sua investigação sobre uma ameaça muito maior do que Ōtsutsuki Kaguya.

Finalmente em casa, ele foi recebido por Sakura, que já preparava o jantar e o saudou com um beijo carinhoso na bochecha. Depois de perguntar pelo paradeiro de sua princesa, foi encontrá-la no cercadinho, rodeada por brinquedos e tagarelando sem perder o fôlego na sua estranha língua de bebê com eles.

— Sarada, olha só quem chegou! — Sakura cantarolou, estendendo os braços para apanhar a filha, que imediatamente deixou os brinquedos de lado e se enrolou no colo da mãe.

Sakura carregou a menina até a sala de estar e o rostinho de Sarada iluminou-se assim que ela notou a silhueta do pai, plantada no meio do cômodo e olhando-a com toda a saudade e todo o amor que sentia. A menina empolgou-se, balbuciando entre as estranhas sílabas que criava os costumeiros “papa”.

Sorrindo para o marido, Sakura abaixou-se e colocou Sarada no chão, firmando-a sobre os dois pezinhos. Sasuke abaixou-se também e tirou sua bolsa do ombro. Abriu-a e tirou de lá o embrulho feito cuidadosamente pela vendedora.

— Olha, meu amorzinho, o papai trouxe um presente para você!

Sarada bateu as palmas das mãozinhas em aprovação enquanto assistia encantada a Sasuke desfazer o embrulho brilhante, o papel crepitava toda vez que ele mexia. De lá, ele tirou o urso de pelúcia que deixou a menina tagarela sem fala.

— Que bonito, Sarada! — Sakura instigou a menina a buscá-lo, segurando em suas mãozinhas para guiá-la até seu presente.

Vacilante, ainda aprendendo a dar os seus primeiros passinhos firmes, Sarada o fez: encurtou a distância e lançou-se sobre o urso de pelúcia, passando os bracinhos em volta dele.

— Agradeça ao papai, Sarada.

A mãe ralhou com a pequena, mas seu semblante era todo amoroso.

Afastando-se do bicho, a menina ergueu os olhos para o rosto do pai. A maioria das pessoas jamais teria a oportunidade de vê-lo tão sereno. Menos ainda seriam aqueles a vê-lo desbordar todo o seu amor. Especialmente depois que Sarada tentou passar os braços em torno do corpo do pai e envolvê-lo por inteiro, como fizera antes com o urso.

Mas antes que a frustração a abatesse, por seus braços serem tão curtinhos e pequenos, Sasuke a pegou no colo e os braços moveram-se para o seu pescoço, lá sim ela conseguiu o êxito que tanto almejava: abraçou o pai por completo.

Daquele dia em diante, Sarada passou a dormir todas as noites com o urso de pelúcia que Sasuke lhe trouxera.

Enquanto o abraçava, não pensava no bicho peludo e branquinho como neve, mas lembrava o pai e de como sentia falta de tê-lo entre os seus pequenos braços.


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Notas finais do capítulo

Um dos meus headcanons favoritos do Gaiden é que o urso com o qual a Sarada aparece dormindo ( capítulo 700.08) foi um presente do papai Sasuke *-*
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Não esqueçam de comentar, ok?
Até o próximo!