Paternidade escrita por Deusa Nariko


Capítulo 13
13


Notas iniciais do capítulo

Décima terceira drabble e nós estamos nos aproximando do fim!
Boa leitura!



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Paternidade

XIII

Quando, enfim, Sarada estava prestes a completar um ano de idade, Sakura foi irredutível quanto a ambos darem uma festa de aniversário para a menina.

Sasuke até tentou argumentar que uma comemoração mais íntima, só entre o Time 7 e os pais da esposa seria melhor, mas não houve espaço para discussões: no fim, ele sabia que faria as vontades dela de uma forma ou de outra.

Foi uma semana deveras atribulada para o Uchiha que, na verdade, só desejava aproveitar ao máximo o tempo livre com sua família — especialmente com sua filha. Sarada, em sua tão tenra idade, mostrava-se tão desinteressada nos preparativos da festa quanto seu papai.

Por isso, ficou no seu colo, na sala, o tempo todo enquanto Sakura, com o auxílio de Mebuki, escolhia e provava os melhores doces para a festinha dali a alguns dias. Sasuke franzia o rosto só de pensar nos petiscos excessivamente açucarados e coloridos, embalados tão cuidadosamente em papeis delicados.

Porém, em algum momento, a menina começou a agitar os bracinhos na direção da cozinha e balbuciar suas sílabas incompreensíveis para quase todos. O Uchiha, no entanto, entendeu o intento da filha, especialmente quando ela passou a chamar por sua “Mama” insistentemente, inclinando-se no colo do pai para que a deixasse ir ou pelo menos a levasse até onde queria ir.

Sasuke se aproximou do cômodo como quem se aproxima de um campo de batalha: transpirava cautela e ressabio. As sobrancelhas escuras e curvadas para baixo não mentiam.

Lá, encontrou a esposa e a sogra entretidas com um antigo livro de receitas, daqueles passados de geração em geração pelas matriarcas. Sobre a mesa, biscoitos coloridos em diversos formatos e cores chamaram a sua atenção e, também, a de Sarada.

— Ah, Sasuke-kun! — Sakura o cumprimentou com certa estranheza, afinal a aversão do esposo a guloseimas era famosa.

Ela se aproximou de ambos e beliscou levemente a bochecha rosada da filha. Mebuki continuou entretida no manuseio da massa de arroz glutinoso que compunha as bolachas dos doces Wagashi monaka. Haviam tigelas com recheios variados, desde pasta de feijão a de gergelim e castanhas, e geleia de frutas.

Tudo, claro, era terrivelmente repulsivo para Sasuke.

Sarada, por outro lado, parecia pensar de forma diferente do pai, pois balançou os braços novamente, esticando os dedinhos para a mesa forrada de docinhos, bolachas em diferentes formatos. Ele quase teve de reprimir o instinto de revirar os olhos ou fazer cara feia.

Sakura também notou os apelos da filha, pois escolheu um dos petiscos açucarados e o ofereceu à menina. Logo em seguida, depositou um beijo estalado na bochecha dela.

— Só um, tudo bem, querida? Se não, você não almoça direito mais tarde.

Sarada segurou a bolachinha entre as duas mãozinhas e Sasuke voltou para a sala, uma vez que, aparentemente, a menina havia conseguido o que queria. Ela passou a mordiscar o doce com seus lábios úmidos, gengivas rosadas e os dentinhos de leite que já possuía.

Mastigou e mastigou antes de engolir e, então, mordiscou outro pedaço pequenino.

Sasuke se acomodou no sofá de novo e ajeitou a filha de forma que ela pudesse sentar sobre as suas pernas para continuar comendo, entretanto, ela parecia ter uma ideia diferente, pois se recusou a ficar na posição sentada, pondo-se de pé com o apoio do pai sob os seus braços, sempre.

Ele soergueu inquisitivamente uma sobrancelha escura quando a menina afastou o doce dos lábios e o ofereceu para ele, voltando a balbuciar as suas sílabas impacientes.

Sasuke olhou para o rosto esfuziante da filha com uma expressão incrédula antes de desviar da mãozinha que insistia em tentar levar o doce à sua boca:

— Sarada, o papai não gosta de doces.

Mas, para o seu suplício, ela não parecia entender as suas esquivas e, ainda mais obstinada, voltava a tentar empurrar a bolacha através dos lábios fortemente cerrados do Uchiha.

Sasuke afastou um pouco a menina, esticando os braços.

— Sarada, estou falando sério. Eu não quero.

Ao notar a reprimenda no tom de voz do papai, a menina fechou a expressão e pressionou a boca cor-de-rosa num aperto trêmulo. Sasuke sentiu o coração falhar uma batida quando olhou nos olhos marejados da filha.

Com um suspiro resignado que anunciava sua derrota, ele a trouxe para mais perto outra vez e, sem mais uma palavra, abocanhou o doce na mão da menina numa única mordida. Foi o que bastou para que ela voltasse a sorrir e desanuviasse o olhar.

— Só um pedaço, tudo bem? — acordou com ela, mastigando o doce com uma careta que a divertia e engolindo com dificuldade.

Ah, as loucuras que ele faria só para não vê-la chorar.


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Notas finais do capítulo

Não tenho certeza de quantas drabbles ainda nos restam, tudo vai depender da minha vontade, da minha preguiça e da minha inspiração, mas, sim, nós estamos chegando ao fim de Paternidade.
...
Com isso em mente, decidi começar outra coleção de drabbles, mas centrada na viagem que Sasuke e Sakura fizeram antes de ter a Sarada. Quem quiser conferir, aqui está o link:
http://fanfiction.com.br/historia/632479/Monotonia/
...
Obrigada a todos pelos reviews lindos! *-*
Até o próximo.