Paternidade escrita por Deusa Nariko


Capítulo 12
12


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora, não tenho outra justificativa que não seja... preguiça ;-;
...
Capítulo dedicado à ThaísFru e a SweetNightmare pelas lindas recomendações! Obrigada mesmo! *-*
...
Boa leitura!



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Paternidade

XII

Finalmente, aos onze meses e meio de idade, Sarada começou a demonstrar interesse em arriscar os seus primeiros passinhos. Ainda que cambaleante, ela rapidamente ganhava apoio e incentivo de Sakura e dos avós maternos.

Adorava tagarelar no dialeto gutural que apenas ela própria entendia enquanto se escorava na mobília, sempre com os braços protetores da mãe estendidos e prontos para ampará-la em uma possível queda.

Sasuke testemunhou pouco dessa fase da vida da filha, para o seu desgosto. Uma missão no norte do País da Terra durou mais do que o esperado e, naquele mês, o mau humor do Uchiha atingiu o seu apogeu — e em igual proporção a sua frustração.

Ele detestava aquela sensação de privação, de distanciamento. Estava tão ao norte do território de Tsuchi que todos os meios de comunicação se tornavam ineficazes e inúteis. Foi lá também que Sasuke corroborou uma suspeita desagradável.

Quando voltou à vila, foi recepcionado pela visão mais adorável de todo o mundo em sua concepção: Sarada, atraída pelo som da voz do pai assim que este anunciou sua chegada, testou os seus passinhos vacilantes para vir lcança-lo, com uma Sakura sorridente logo atrás pronta para ampará-la.

— Papa! — balbuciava ela no tom agudo típico dos bebês.

As mãozinhas estendidas diante do corpo tentavam assegurar o equilíbrio já precário enquanto os pés bamboleavam num trajeto imperfeito. Sasuke removeu a capa e a bolsa antes de se ajoelhar para receber a filha.

— Isso, Sarada, só mais pouquinho! — Sakura incentivou a pequena, seguindo-a a uma curta distância.

Os olhos redondos e grandes da menina se mantinham fixos no rosto do pai: ele era o seu objetivo.

Entretanto, um pouco antes de alcançá-lo, o equilíbrio da menina vacilou. Sakura agiu depressa para segurá-la, mas Sasuke foi ainda mais rápido: apanhou a filha nos braços, que riu e esticou as mãozinhas para lhe tocar a face.

— Okaerinasai, Sasuke-kun — sua esposa o saudou com um sorriso gentil.

Ele apertou a menina nos braços e se empertigou. Sentiu tanta falta dessa sensação de paz e de completude. Mal conseguia acreditar em como sobreviveu quase dois meses longe da família, longe de sua casa. Havia sido como um pesadelo.

Sarada ainda se agitava no seu colo, sempre inquieta e tagarela. Ele havia descoberto há algum tempo que depois que a filha aprendia ou descobria alguma nova habilidade não se fartava de fazê-lo. Como recentemente ela vinha arriscando seus primeiros passinhos desengonçados.

— Como foi a missão? Já passou pelo escritório do Kakashi-sensei? Ele tem reclamado sobre alguns relatórios que você está devendo.

Sasuke praguejou baixinho em resposta e Sakura riu da expressão azeda do marido. Ela aproximou-se o bastante para beliscar a bochecha rosada de Sarada e dar um beijo estalado na face dele.

— O almoço ficará pronto daqui a pouco — informou ao dar as costas a ambos e voltar para a cozinha.

Ele lembrou-se tardiamente de que hoje era a folga semanal dela no hospital.

Sentou-se no sofá e acomodou a menina nos braços. Até mesmo tentou entender as estranhas palavras que ela balbuciava. Só queria ouvir a voz dela, aspirar o cheiro delicado das suas roupas, sentir as mãozinhas que tateavam os ângulos do seu rosto.

Mais tarde, almoçou na companhia de Sakura e ajudou com a louça suja. Sarada mamou e logo depois adormeceu. Apesar de já ter comida incluída nas refeições há meses, ela ainda preferia a mamadeira na maioria das vezes.

Sasuke olhou-a adormecida no berço. O cabelo escuro comum entre os Uchihas já engrossara e cobria toda a cabeça da menina, crescendo em comprimento ao ponto de já começar a cair sobre os olhos dela e incomodá-la. Sakura gostava de prender as mechas com presilhas coloridas, mas Sarada acabava arrancando-as na maioria das vezes, então a mãe simplesmente penteava a franja para o lado.

Estendendo a mão, ele tirou a franja do rostinho da filha e abriu um sorriso discreto.

Com um suspiro, encaminhou-se ao quarto que dividia com Sakura. Primeiro, tomaria um banho, depois — só depois disso — se resolveria com Kakashi e seus relatórios.

A caminho do banho, memorou aquele sentimento pesado no peito. A cada vez que pensava no assunto, que remoía aquela suspeita, mais certeza tinha que havia algo errado.

E quanto mais pensava no assunto, mais triste ele se sentia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, vou tentar seguir o material Canon porque detesto essa sensação de estar indo contra o que o autor escreve/desenha :v
...
O Gaiden está me matando de tantos feels porque não só estou tendo a chance de ver o meu OTP como marido e mulher, como também como pai e mãe ;-; São tantos feels ;-; OMG
...
Obrigada a todos pelos reviews lindos! Nos vemos no próximo! ;D
Até.