Can I sit here? escrita por luud-chan


Capítulo 2
✬ Rafael e Michelangelo


Notas iniciais do capítulo

OIEEEEEEEEEE! :B Boooooom dia!

Pois é, acredito que ninguém tava esperando que um dia eu fosse realmente postar um segundo capítulo dessa bodega, né, mas eu fiz sim e apareci. Três vidas depois. KKKKKKKKKKKKKKKKKK u_u Enfim.

Esse é o último capítulo, e dou os créditos a Gabs, que deu a ideia de fazer algo na perspectiva do Sasuke, e foi de onde saiu isso aqui! também dedico à ela a fanfic inteira, por motivos óbvios. Tinhamu. ♥

Espero que gostem. Ficou mais 'acadêmico' que o primeiro capítulo por motivos de: Sasuke. UAHUAH /apanha/



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Rafael e Michelangelo

Como um amante fiel de História da Arte, fiz questão de levar minha namorada para apreciar uma galeria cheia de pinturas magníficas da época do Renascimento; que aliás, é a minha parte favorita da Arte. Acordar para a realidade, sair das correntes e focar em ser mais racional, foi uma das melhores coisas que o homem já fez. E a arte desse tempo, não nega a grandiosidade de artistas que puderam provar isso.

Já faz mais de um ano que conheço Hinata, e pouco mais de oito meses que namoramos. E eu gosto dela, até demais para a minha própria sanidade. Tudo nela me atraí, desde os seus sorrisos tímidos aos seus surtos constantes de inteligência. E isso é uma das coisas que mais gosto nela.

Estávamos andando pela galeria, perto do outro, e de vez em quando nossos braços se tocavam, fazendo com que eu quisesse segurar sua mão pequena entre as minhas, mas me contive. Desde quando eu me tornei tão emocional? Ah, é mesmo, desde Hinata... Urgh. Olhei-a pelo canto dos olhos, apenas para ver seu longo cabelo preto-azulado cair como cascata até o final de sua cintura delgada, suas bochechas estavam levemente coradas, e um sorriso pequeno enfeitava sua boca pequena e carnuda.

Parecia apreciar nosso passeio. Durante todos esses meses, fomos em todos os museus dessa cidade e nas redondezas, assistimos clássicos do cinema na minha televisão — ela não gostava muito do apartamento dela —, e falávamos sobre livros que a maioria das pessoas não se interessavam em ler. E isso fez com que eu achasse Hinata perfeita para mim.

A maioria das minhas namoradas odiavam esse tipo de programa. Assim como eu odiava ter que ir para ao cinema assistir comédias românticas estúpidas, cheias de estereótipos irritantes, que nunca mudavam. E os livros? Quem elas achavam que eu era para ficar lendo literatura adolescente? Eu tenho quase trinta anos; não tenho mais idade para ficar pensando sobre a humana ficar ou não com o anjo caído, e o enredo girar em torno disso — e mesmo que eu tivesse idade, dificilmente leria essa porcaria. E para elas, galerias e museus eram... Entediantes.

— Olhe — pedi e segurei-a pelos ombros, para que parasse. — O juízo final.

— Bela reprodução — ela observou, enquanto analisava cuidadosamente o quadro. — É lindo, não é?

— É perfeito — acrescentei logo em seguida. Dei um passo para frente, e apontei para “Jesus”. — Perceba os detalhes da anatomia, é fantástico.

— Bom... — Aproximou-se também, e torceu um pouco os lábios antes de continuar: — É claro que ele possui um talento além do comum, mas essa obra em específico não valoriza a anatomia em si. Se parar para observar, ela é menos clara e caprichada que em outras obras.

Franzi as sobrancelhas.

De qualquer modo — continuei, e dessa vez, olhei-a nos olhos —, você não acha que isso foi um truque de mestre?

— Está se referindo a pintar isso na Capela Sistina na Contra-Reforma?

— Isso mesmo. Admito que ainda que eu esteja longe de ser o tipo religioso, iria na Igreja apenas para ver isso aqui.

Hinata riu um pouco.

— Dramático e impressionante. De acordo, Sasuke — concordou com um sorriso genuíno. Não disse que ela perfeita para mim? — Embora Michelangelo esteja longe de ser o meu pintor favorito da Renascença, para não dizer que não gosto dele, essa obra em específico; gosto dela.

Fiquei paralisado e senti a garganta secar. Pisquei algumas vezes, na tentativa de absorver essa informação. Como assim Hinata não gostava de Michelangelo? Todos deveriam gostar dele! Apostava que ela falaria que preferia Leonardo!

— O que você quer dizer? — questionei pacientemente, sem deixar de observá-la.

— Acho que ele exaltou demais o ser humano. É um pouco egocêntrico, na minha opinião. Esse é um dos motivos para eu não gostar muito do Renascimento. Digo, não que seja ruim o homem ter se redescoberto e achar que tudo foi “porque Deus quis”, mas exageraram. — Torceu os lábios novamente e tive que conter um gemido de frustração. — As artes são belas também e fomos beneficiados pela arquitetura, não há como negar, só que ainda sim, continua sendo egocêntrico demais para o meu gosto. E de certa forma, Michelangelo me dá ga-gastura.

Oh.

De qualquer forma — repetiu o que eu tinha dito antes —, meu pintor favorito é... — Tive que acompanhar seu andar até a próxima pintura. — Rafael.

O QUÊ?

COMO ASSIM HINATA PREFERIA UM MEDÍOCRE COMO RAFAEL A MICHELANGELO?

Por que? — Tentei mesmo fazer com que o tom da minha voz saísse normal, mas foi impossível para mim esconder o desprezo nas minhas palavras.

Ela apertou os olhos um pouco e franziu o cenho. Deu de ombros em seguida. Se notou algo de diferente no que eu disse, resolveu ignorar.

— Olhe — pediu. Olhei para a pintura a nossa frente. Madonna Sistina. Suspirei. — O estilo ainda é bem classicista; expressa doçura e é bastante harmoniosa. E a grandeza aqui, não é egocêntrica. Na verdade, fico com vontade de sorrir. E não é divertido olhar para os querubins? A expressividade dos dois é engraçada!

Revirei os olhos.

— É por isso que você gosta do Rafael? Inacreditável, Hinata. Você preferir ao medíocre, por causa de dois querubins, a Michelangelo. — Balancei a cabeça negativamente.

— Oh, Sasuke! Não se atreva! — retrucou ainda com um rastro de humor na sua voz. — Olhe só para isso, é lindo!

— Estou olhando, e me dá gastura — pontuei pausadamente.

— Não seja bobo. — Cruzou os braços sobre os seios fartos e fez um biquinho. — Você está dizendo isso, porque feri o seu ego sobre Michelangelo. Apenas respeite minha opinião.

— Estou respeitando — repliquei sem encará-la. Gostar mais de Rafael era muita idiotice.

— Não está não. Estou vendo seu olhar de desprezo, e tenho certeza que está pensando algo como “ela é idiota por gostar de Rafael e não de Michelangelo”. — Droga. Ela me conhecia bem demais. Droga.

— Você está sendo ridícula — acusei. — Embora eu deva concordar que...

Hinata empurrou o folheto da exposição contra o meu peito. E eu podia jurar que seus olhos cor de gelo poderiam me queimar se ela assim quisesse. Durante todos esses meses, não teve uma vez que presenciei essa mulher com raiva. Na verdade, era sempre amável e gentil. Então fui pego de surpresa, e não consegui fazer nada além de observá-la se afastar em passos pesados — e raivosos.

Depois que me recuperei do choque, finalmente fui atrás de Hinata. Claro que o primeiro lugar que fui procurá-la, foi na cafeteria que ficava praticamente ao lado da galeria. Nosso vício por cafeína chegava a ser formidável.

E ela estava realmente lá. Como sempre, sentada na última mesa, perto da janela. Ainda não havia nenhuma xícara na sua frente. As mãos estavam cerradas em punhos, e sua expressão demonstrava que ainda estava irritada comigo. Talvez TPM?

O sino em cima da porta entregou minha posição e Hinata me encarou por alguns segundos antes de desviar o olhar para as próprias mãos. Suspirei pesadamente. Só precisei dar alguns passos para alcançar a mesa em que ela estava; parei ali.

— Posso sentar aqui? — perguntei em voz baixa. Ela ainda evitava meu olhar.

— Tem outras mesas livres — replicou com seu tom de voz doce. Mesmo com raiva, isso continuava sendo a mesma coisa.

— Não era essa a resposta que eu estava esperando — admiti, ainda de pé.

Minha namorada me encarou com uma sobrancelha perfeitamente arqueada. Wow.

— O que você estava esperando, Sasuke? — retrucou. — Pode ir sentar com o seu adorado Michelangelo. Ah, espera, ele está morto!

Sem dúvidas essa era outra forma de dizer “vai se foder” ou “continue chupando as partes intimidas do Michelangelo já que gosta tanto dele”. Soltei uma risada discreta. Hinata brava era engraçado, sem contar que ela ficava muito fofa.

— Do que você está rindo?

— Você está sendo sarcástica?

— Não.

— Foi divertido. — Isso a desarmou por completo e o sangue subiu para suas bochechas. Adorável. Sem pedir permissão, sentei de frente para ela, e segurei suas mãos entre as minhas. Não houve rejeições, o que já era um bom sinal. — Desculpe.

— Pelo que? — Encarou-me incisiva.

— Eu fui um idiota — admiti, ainda relutante. — Devia ter respeitado sua opinião, mesmo que eu não concorde em nada com ela.

— Não fiquei chateada só por causa disso, Sasuke. — Pausa. Esperei que continuasse: — É que ficou parecendo que você espera que eu sempre concorde com você. Que eu seja perfeita aos seus olhos. E isso... — hesitou. — É impossível.

Trouxe suas mãos na direção do meu rosto e beije cada um dos seus dedos delicados e pequenos.

— Você é perfeita pra mim — disse baixinho. — Não queria que você pensasse que precisa concordar comigo em tudo; nosso relacionamento seria entediante se fosse o caso. E você adora Filosofia; o que seria de você sem questionamentos? — brinquei e ela sorriu. — Você é perfeita — repeti, apenas para ver o rubor preencher todo o seu rosto mais uma vez.

— N-não diga essas coisas para mim! É embaraçoso! — Tentou tirar as mãos das minhas para esconder o rosto, mas eu não deixei. Segurei-as com firmeza, e sorri. — Sasuke!

— Você pode sentar do meu lado e esconder o rosto no meu peito se quiser — ofereci.

Posso? — Mordeu o lábio inferior, risonha e ainda vermelha.

Deveria — confirmei.

Ela se levantou do assento e rodeou a mesa com cuidado, os olhos de pérola sempre em mim.

— Posso sentar aqui? — perguntou.

A onda de nostalgia me atingiu, e foi um sentimento tão bom, que não pude evitar sorrir. Realmente, tsc. Desde quando sou um homem de sorrisos?

Ah, é mesmo. Desde que conheci Hinata.

— Claro. — Puxei-a para o meu lado e roubei-lhe um beijo.


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Notas finais do capítulo

Acaboooooou! uuuuuuuh, HAHAHA. ♥

Foi divertido escrever, eu pesquisei coisas por cima, apenax. Todos sabemos que 'O Juízo Final' é a pintura da capela, e não um quadro. Então fiz parecer uma reprodução, há que vive acontecendo. Deve ter uns erros ai, mas ignorem. Eu tentei, juro. AUHAUAHUAH /apanha/ Esse estilo de escrita é beeeeeeeem diferente do que estou acostumada, então foi interessante tentar fazer desse jeito.

Acredito que o Sasuke seria um tipo de pessoa culta muito enjoada e chata. Coitada da Hinata. KKKKKKKKKKKKKKK Então fiz ele ser rabugento e preconceituoso com coisas que ele não gosta, haha.

Enfim. Espero que tenham gostado, esperarei por comentários, viu? Beijo e até a próxima! *-* ♥