As Filhas da Minha Noiva escrita por Morgana Salvatore


Capítulo 9
Capítulo 09


Notas iniciais do capítulo

Alguém ainda por aqui?



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Eu encarava o positivo sentimento meu estomago revirar diante do que aquilo significava. Os sintomas tinham aparecido há semanas, eu simplesmente já tinha sentido tudo aquilo antes então eu apenas sabia o que eu tinha, podia está me recusando acreditar por covardia, mas o que eu podia fazer. Como aceitar aquela nova situação sem surtar? Eu já teria que lidar com o surto do Edward.

Estava me sentindo tão culpada. Ele já tinha dito tantas e tantas vezes com todas as palavras que não estava pronto para ser pai e agora ele não tinha mais escolha. Ele seria, ele já era – fodasse a forma de encarar, mas dentro de mim tinha um bebezinho que pertencia a nos dois. Que me tornaria novamente mãe e que tornaria ele pai (pronto ou não). E eu não fazia ideia de como isso tinha acontecido, sempre fazíamos questão de tomar todos os cuidados.

Curvei meu corpo sobre a privada vomitando o jantar da noite anterior. Tinha usado o primeiro xixi do dia para ter mais certeza do resultado, tinha recebido esse conselho da minha mãe durante o primeiro teste de gravidez, então eu já começaria meu dia com o pé esquerdo.

Aquele era o começo da gravidez o que me deixava livre para apenas sofrer por aquilo em paz. Eu teria o bebê (por mais trabalho que isso significasse), eu amaria meu filho ou filha, mas naquele momento, naquele susto inicial eu apenas podia me sentir mal, não tinha sido algo planejado e muito menos algo que eu quisesse. Mesmo se eu e o Edward fossemos casados e ele não odiasse a ideia de crianças, ainda sim quatro para mim era um número excelente que me dava garantia de que eu não precisava de mais filho algum, minhas quatros garotas eram mais do que suficiente.

[...]

Encarei meu rosto no espelho tendo a garantia de que eu estava apresentável, não estava pronta para deixar ninguém saber ainda. Não era algo que eu podia esconder, principalmente levando em conta de que eu sempre ganhei muito corpo durante a gravidez – pelo menos na minha primeira gravidez, mas de certa forma eu tinha, porém eu não queria fazer aquilo hoje. Queria manter segredo por apenas mais uns dias, aquela era a semana do aniversário das meninas e eu não podia apenas surgir com um problema daqueles, nem para elas e muito menos para mim. Esse ano elas teria uma festa pequena, bem discreta completamente o oposto dos outros anos. Uma escolha delas, que queriam uma grande viagem de fim de ano para a praia e agora eu estava grávida e no final de uma gravidez seria impossível viajar com elas quatro para o Brasil como eu tinha planejado. Elas iriam me odiar mais ainda então eu iria me esforçar para dá a elas a maior e melhor festa do mundo e para isso eu não podia deixar meus problemas me controlarem.

Antes que eu conseguisse aplicar um pouco mais de batom nos meus lábios batidas na porta do meu quarto chegaram até mim. Deixei o batom sobre a penteadeira e me levantei indo abri-la.

—Bom dia Isabella. —Algo no rosto dele me deixou preocupada. Mais do que a presença dele ali naquela hora. Aquele era o momento em que ele estaria supervisionando o café da manhã das meninas e não ali batendo na porta do meu quarto. Muito menos me chamando de Isabella.

—Aconteceu alguma coisa? —Não me contive.

—Sim. Eu recebi uma ligação de casa meu pai está com câncer no estagio três. —Ele chorou e eu me inclinei cercando ele nos meus braços. Sabia que a história dele com o pai era muito complicada, a típica história do pai que não aceita a sexualidade do filho e acaba expulsando-o de casa. Além de ser babá das minhas princesinhas o Jacob acabou se tornando um grande amigo do tipo que eu sei que posso contar em todos os momentos da minha vida. Então eu sabia que mesmo tendo sido expulso de casa pelo pai ele sente muita falta da família e mesmo mantendo contato com as irmãs com o pai ele nunca tinha voltado a falar, não por falta de tentativa dele.

—Eu sinto muito. —Toquei o cabelo dele tentando passar algum tipo de conforto diante daquela situação que não era nada fácil. Não existia nada que eu pudesse dizer para melhorar aquilo. Apenas minha presença já seria um alento.

—Eu que sinto, preciso te deixar na mão eu sei que você sempre pede para avisar antes, mas eu preciso ir para lá me pai está muito mal e minhas irmãs tem suas vidas, famílias e eu sou o único que pode cuidar dele. E mesmo que ele não me considere mais filho eu ainda sou e é meu dever está lá ele querendo ou não.

—Por favor, não se prenda por causa de mim e nem das meninas, é o seu pai e eu posso dá um jeito. —Não, não podia. Sem ele minha vida viraria de cabeça para baixo. Eu estava cheia de projetos na construtora, só essa semana tinha um feriado e o tempo em que elas passavam na escola não era suficiente para que eu conseguisse realizar todas as pendências, além da festa de aniversário delas que eu estava planejando praticamente sozinha. Mas eu teria que dá um jeito. Ele iria de qualquer forma, sua determinação era evidente e eu nunca poderia me impor e nem mesmo considerar pedir, por mais que eu precisasse, a ele para ficar ali e deixar o pai doente em casa.  

—Eu sinto muito. —Repetiu.

Balancei a cabeça demonstrando que não aceitava seu pedido de desculpas.

—Não seja bobo Jacob. Vá cuide de seu pai e quando você voltar nos estaremos aqui. —Prometi. Ele já era uma parte importante da nossa família.—Só lembre de ligar para falar com as monstrinhas  e dar noticias porque você conhece as peças.

Ele riu passando os dedos pelos olhos secando as lágrimas, se levantou da cama:

—Vou arrumar elas e me despedir.

—Se quiser pode deixar que eu arrumo-as. —O pai dele morava bem longe quando mais cedo ele saísse mais rápido ele chegaria.

—O único voo disponível é à tarde terei algum tempo ainda. —Assenti.

—Pode ficar tranquilo que eu levo-as na escola e busco. —Sabia o quanto ele era apegado às meninas e que ele faria de tudo para tentar compensar sua ausência.

—Sim senhora. —Ele debochou saindo do meu quarto.

Só quando a porta bateu me dando a privacidade que eu precisava foi que eu me permiti deixar o pânico tomar conta de mim. Sabia que contratar uma babá seria impossível. Além de serem quatro crianças eu estava me referindo as minhas quatro pestinhas e por mais que eu as amasse era inegável que elas não eram fáceis, muito menos quando se tratava de uma nova autoridade no seu meio. Mesmo se eu contratasse uma babá para cada uma ainda sim eu tinha absoluta certeza de que eu teria problemas e eu não conseguia confiar minhas filhas a estranhos. Nunca que eu conseguiria ir trabalhar e apenas deixar ela ali. Elas poderiam cair na mãos de qualquer um. O mundo estava bagunçado demais para que eu me sentisse errada sobre aquele ponto. Meus olhos foram automaticamente atraídos para o teste de gravidez que repousava em cima da minha penteadeira. Minha primeira gravidez não tinha sido fácil, eu tinha problemas sérios de pressão que se intensificavam com a gestação. Está grávida significava um bocado mais de problemas que eu não podia lidar naquele momento então eu apenas deixaria aquilo de lado, obvio que fingir que um problema não estava ali não o faria deixar de existir. Porém eu podia me permitir uma semana de descanso daquele ponto específico.

Fui até o teste de gravidez pegando aquele palitinho e levando para o meu closet. Usei os pés abrindo a última gaveta, a menos acessada, e deixando o pauzinho lá. Fechei com força usando aquele gesto como um significado, só voltaria aquele assunto quando eu pudesse.

[...]

—Se comportem. —Briguei. Minha voz saiu mais alto do que o planejado assustando-as. Dificilmente eu gritava com elas. —Maria Julia coloque o cinto. —Elas tinham deixado de usar a cadeirinha há alguns meses e não teve nenhuma dificuldade em descobrir como funcionava a tranca.

Não deixei que a culpa pelo meu tom de voz chegasse a mim, sabia que se eu o fizesse eu começaria a chorar e precisava levar elas a escola. Estava muito emotiva e sabia que era por causa da minha gravidez. Lágrimas já tinham escapado no estacionamento quando elas resolveram começar a correr entre os carros parados e eu tive um trabalho para assumir o controle, sem contar que a Valentina achou uma boa estratégia se esconder em baixo de um dos carros. Só de imaginar tudo que podia acontecer com ela eu simplesmente não aguentei e comecei a chorar o que funcionou já que ela apareceu rapidamente, mas mesmo assim nos atrasamos já que tivemos que subir novamente para trocar a roupa da Valentina já que o chão do estacionamento deixou o uniforme escolar dela completamente sujo. Então já estávamos bem atrasadas não podia ter que parar o carro novamente para chorar faria isso depois que elas estivessem na segurança da escola.

Observei pelo retrovisor minha jujuba me obedecendo, até que ser um pouco grossa de vez enquanto não era tão ruim.

[...]

—Meu beijo.  —Pedi. Elas me rodearam me abraçando como podia. Me abaixei ficando mais próxima da altura delas e deixando um delicado beijo no rosto de cada uma delas.

—Mamãe você vai vim buscar a gente hoje? —Sophie perguntou. Elas tinham lidado de forma bem madura com o anuncio da ausência do Jacob e pela primeira vez eu experimentei a culpa pelo meu trabalho. A forma que elas tinham comemorado em saber que eu ficaria em casa foi comovente. Mesmo que eu me esforçasse ao máximo eu sabia que por elas eu ficaria o tempo todo com elas.

—Sim. Prometo não me atrasar. —Sabia que a Sophie sofria ainda em ser deixada na escola. Ela tinha o medo de ser deixada ali e no menor atraso ela já começava a chorar. Puxei-a para os meus braços apertando-a mais um pouquinho. —Se comportem. —Deixei-as ir. Fazia tempo que eu não as deixava na escola e precisava confessar que sentia falta.

Observei as quatro entrando na escola. Pela idade eu não podia mais deixa-las na sala de aula e meu limite era o portão. Elas eram tão levadas e mesmo em algumas situações me deixando loucas elas eram a razão da minha vida não consegui evitar. Eu tinha quatro e mesmo com todos os problemas eu conseguia, mas cinco. Como eu cuidaria de cinco crianças sozinha, porque eu sabia que o Edward por melhor que fosse não estava pronto para aquilo. Tinha até medo de falar para ele e ter que ouvir uma sugestão para que eu tirasse ou colocasse aquele bebe em um colégio interno ou qualquer outra coisa que ele teria para me dizer.

[...]

Entrei na empresa deixando toda a merda escondida no fundo da minha cabeça, já tinha perdido uma reunião e tinha que ser responsável e colocar tudo em ordem. Me recursava a perder o controle sobre mais uma área da minha vida, eu tinha que reorganizar toda a minha agenda para dá toda a assistência as minhas filhas.

—Bom dia. Atrasada? —Tomei um susto com o Edward surgindo ao meu lado, ele tinha dado uma corridinha para me alcançar. Tentei ao máximo relaxar e agir da forma mais natural possível.

—Tive um imprevisto e perdi minha ajuda com as meninas essa semana. —Disse de uma vez assim ele já ficava atendo que nossos encontros seriam apenas ali no ambiente profissional e que eu não poderia mais dá uma escapadinha para encontrar com ele de madrugada. Como ele se opunha a minhas filhas ele não aceitaria ser convidado para minha casa em um horário convencional e de forma nenhuma eu iria ficar aceitando ele de madrugada chegando quando elas estivessem dormindo e saindo antes delas acordarem. Eu era grandinha demais para isso e seria bom aquele afastamento, assim séria mais fácil quando o afastamento fosse por completo.

Não precisava perguntar para ter certeza de que ele estava atrasado o cabelo molhado comprovava isso.

—Não deu tempo nem de secar o cabelo? —Perguntei tocando as mechas que ainda estavam úmidas.

Ele balançou a cabeça sacudindo o cabelo como se aquilo de alguma forma pudesse amenizar a situação.

—Meu telefone não despertou. —Gargalhei.

Mesmo que tivéssemos a mesma idade ele parecia muito mais jovem do que eu, perto dele eu me sentia uma idosa chata. Faltava nele muito amadurecimento para alguém da idade dele.

—Desse problema eu não sofro. —Meu despertador podia falhar, mas eu nunca perdia a hora já que minhas meninas sempre acordavam e se eu não tivesse de pé elas com certeza iriam me acordar.

Entramos no elevador, que já estava ali como se a nossa espera.

Assim eu as portas fecharam ele se inclinou sobre mim me beijando. Nossas línguas se moveram delicadamente, mesmo que eu soubesse que merda aquilo era e que eu me machucaria no final eu não conseguia deixar de ir até ele. Aprofundei deixando meus dedos dançarem pelos fios dele. Úmidos ficavam ainda mais macios.

Ele desceu a mão pela minha coluna e continuou descendo até alcançar meu bumbum onde ele apertou sem vergonha nenhuma.

—Edward o elevador tem câmera.

Movi meus lábios pelo rosto dele deixando um selinho na bochecha dele.

—Que saco. —Comentou. Voltando a boca para minha. O barulho do elevado chegando ao nosso andar me fez afastá-lo por completo. A Jessica já tinha muito o que comentar sobre nos não precisávamos dar mais motivos a ela. —Quero muito te ver hoje à noite. —Sua voz rouca agiu de um jeito feroz sobre mim, elevando minha temperatura e fazendo com que eu sentisse um calor familiar se espalhando pelo meu corpo.

Respirei fundo clareando minha mente. Não podia deixar meus hormônios controlar minhas ações. Naquele momento mais do que nunca eu precisava ser coerente com o que precisava ser feito e sair para transar com ele quando eu tinha aquela bomba pronta para detonar a qualquer instante e ainda minhas filhas que eu precisava resolver como eu lidaria com elas e com todo o trabalho que eu tinha para fazer.

—Não dá. Essa semana estarei completamente ocupada. —Sai do elevador necessitando da familiaridade da minha sala. Ele permaneceu por alguns minutos impedindo a porta de fechar e me seguiu.

Acenei para a Jessica que estava confortavelmente na sua mesa, de um jeito bem clichê lixando as unhas, assim que me viu tentou esconder mais dei de ombro. Ela já estava de um jeito irreversível. Entrei na minha sala deixando a porta aberta para ele passar.

—Posso saber por quê? Eu fiz alguma coisa errada porque para um relacionamento dar certo precisamos conversar e você vem a dias me rejeitando.

Deixei minha bolsa em cima da minha mesa e encarei ele. Não era verdadeira a afirmação, tínhamos nos visto essa semana só a quantidade de vezes que diminuiu graças a minha quantidade de serviços. Agora com o Jacob fora eu não teria mesmo nenhum tempo para ele e ele precisava ser adulto e aprender a lidar com isso

—Eu estou trabalhando muito e você sabe disso e essa semana eu estou sem babá preciso tomar conta das minhas filhas e nem sei como vou fazer para conciliar tudo então já estou com problemas suficientes para você querer se tornar mais um. —Ele me encarou com a típica expressão de quem não estava entendendo meu comportamento, poderia ser mais delicada, porém já tinha passado da hora dele entender que o mundo não girava em torno dele.

—Com licença. —Não me opus quando ele virou as costas e nem me movimentei. Não podia atrasar meu dia correndo atrás dele e no fim das contas aquele seria nosso fim. Ele indo para um lado e eu por outro. Toquei minha barriga controlando as lágrimas que surgiram nos meus olhos. Não tinha o que fazer a não ser tentar fazer o melhor para os meus filhos. Peguei minha bolsa alcançando meu celular, procurei na minha agenda o número do hospital. Antes de qualquer coisa eu precisava ver como estava a saúde daquele bebezinho. Podia guardar aquilo só para mim, mas não podia de jeito nenhum ser irresponsável.

[...]


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Notas finais do capítulo

Peço perdão pelos mais de dois meses de ausência aqui. Queria ter um motivo sólido, mas não tenho. O que aconteceu foi que eu perdi o fio sobre essa história e me bateu um desanimo para a escrita de modo geral.

Espero que tenham gostado do capítulo! Prometo fazer o máximo para não atrasar mais a postagem.

Até breve!

09/10/2019

Não revisado.



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