As Filhas da Minha Noiva escrita por Morgana Salvatore


Capítulo 6
Capítulo 06




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Edward Cullen

—Bom dia. —Ela me cumprimentou entrando na sala e eu tive que fazer meu melhor para não ir até ela e beijá-la. Ela estava mais bonita do que nunca, talvez se devesse ao fato de que eu tinha ficado evitando ela durante as duas semanas depois do nosso termino e minha mente não era tão fiel à realidade e esquecia traços importantes como os olhos dela eram bonitos e brilhavam, como o sorriso dela se estendia por todo o rosto de forma delicada e iluminava tudo ao redor. E isso por que era apenas aquilo que eu estava me permitindo olhar, se eu chegasse mais perto se eu deixasse meus olhos descerem um pouco mais eu veria o corpo responsável por me deixar completamente louco e pelos sonhos completamente impróprios que eu vinha tendo nessas últimas semanas desde que rompemos.

Aquela era a primeira vez que estavam no mesmo ambiente desde o nosso termino, não me envergonhava de dizer que estava fugindo dela e pela minha tarefa ser tão bem sucedida só podia significar que ela também não estava fazendo nenhum esforço para está perto de mim. Se ela queria aquilo eu só podia respeitar. Não tinha como, tinha algo que apenas me travava e eu jamais conseguiria ser o que ela precisava que eu fosse.

—Bom dia. —Eu respondi e abaixei meus olhos para o papel fazendo um esboço qualquer de uma construção de formas antigas, aquilo era apenas para me distrair. Não seria nada educado e nem inteligente passar toda aquela reunião encarando ela com cara de bobalhão – eu podia apostar que era assim que eu ficava quando a encarava.

Fiquei forçando a minha mente a lembrar de como quase sempre meus sonhos eróticos com ela terminavam com as filhas dela me assombrando me chamando de papai ou coisa assim. Eu tinha visto-as apenas uma vez e aquilo me deixou marcado de uma forma louca. Louca o suficiente para que eu ficasse com medo de dormir pelos pesadelos constantes, era como uma lembrança de que eu só teria o que eu queria se aceitasse o resto. Só que o resto era demais e eu não conseguiria lidar.

—Edward. —O tom de voz alterado chegou até mim me assustando e tirando meu foco dos pensamentos do que eu nunca conseguiria ter. Era meu pai. —Preciso da sua concentração aqui. —Ele disse mais calmo depois de perceber que eu estava novamente atento às palavras dele. —O que vocês têm pronto?

Seria difícil fazer uma apresentação decente já que todo o projeto tinha sido discutido através das nossas secretárias, que funcionaram como telefone sem fio, e e-mails extremamente profissionais e constrangedores. No papel estava tudo perfeito, mas para uma apresentação na frente do nosso chefe eu sabia que não agradaria nem um pouco nossa falta de conexão principalmente naquele estagio onde amanhã já apresentaríamos o projeto ao cliente. Seria bem mais prudente apenas que um de nos dois apresentássemos e o outro inventasse uma desculpa para ficar de fora da grande reunião assim seria menos constrangedor. Eu até me oferecia para me ausentar, mesmo que fosse um projeto que eu quisesse muito podia lidar com isso não era como se eu fosse perder os créditos ou algo assim seria apenas uma ausência motivada por um problema médico (qualquer coisa que minha mente conseguisse inventar).

Nos encaramos ao mesmo tempo, ambos sem saber o que fazer. Tomei frente explicando a parte que eu tinha executado em detalhes, em algum momento eu me perdi o slides estava organizado como se ela começasse a apresentar, o que fazia sentido já que a fachada era toda dela, e o mesmo aconteceu com os aspectos em 3D. Eu só queria socar minha cabeça na mesa. Ela acabou assumindo a parte dela o que foi ainda mais constrangedor por que tinha parte que tínhamos que apresentar juntos e ficávamos um esperando pelo outro e tudo desandava. Estávamos parecendo amadores. Meu pai não deixou aquilo chegar longe demais.

—Onde está o cérebro de vocês? —Minha cabeça já estava doendo antes mesmo dele começar o sermão. Era meu pai eu já sabia o quanto eu teria que ouvir. —Não quero nem saber. —Ele disse antes que qualquer um de nos pudéssemos responder, não que isso fosse realmente acontecer. —Vocês vão ficar nessa sala até entenderem essa merda de projeto e estarem prontos para uma apresentação adequada. E não estou nem ai para os problemas pessoais de vocês. Contratei os dois como profissionais e se não sabem se comportar assim eu demito os dois por justa causa. —Ela engoliu em seco. Podia apostar que era a primeira vez que recebia um esporo do chefe. —Não estou brincado. —Essa parte eu senti que foi diretamente para mim. —E amanhã eu quero os dois aqui duas horas antes do horário para me apresentar essa merda direito e se não tiver perfeito se considerem fora. —Ele realmente parecia está falando sério, seu rosto estava completamente vermelho como na vez em que eu peguei o carro preferido dele (que ele tinha pagado uma fortuna) e batido acidentalmente por está bêbado. Naquela vez ele tinha me colocado de castigo até a minha formatura da universidade me fazendo andar de transporte publico e me fazendo gastar toda a minha mesada pagando taxis. 

Ele se levantou pegando seu notebook que ele nem tinha tido a oportunidade de abrir e saindo da sala.

Um silêncio pesado se instalou no ambiente e eu não sabia se eu queria rompe-lo, até porque as únicas coisas que passavam pela minha cabeça naquele momento era implorar para ela me perdoar então era melhor manter minha boca fechada.

Abri meu notebook querendo evitar ficar rabiscando como um desocupado e abri o projeto olhando, eu já conhecia ele de todos os aspectos eu podia ter apresentado tudo o que nos confundiu foi única e exclusivamente não saber quando eu devia parar, se ela queria apresentar a parte dela (normalmente era assim) ou se eu apresentaria tudo sozinho. E nossa falta de interação ficou muito mal disfarçada, talvez devêssemos chamar nossas secretárias e conversar por elas. Quis rir imaginando a infantilidade naquela atitude.

—Edward? —Ela chamou. Respirei fundo sabendo que uma hora ou outra eu precisaria fazer aquilo, a parte ruim de se namorar no trabalho. Quando chegava ao fim você apenas não podia evitar a pessoa para sempre tinha que ser maduro e encarar a situação – querendo ou não.

—Sim.

—Nos podemos ensaiar isso e acabar logo com esse clima? —Não fiz nenhum esforço em esconder meu descontentamento. Ela queria mesmo jogar a culpa em cima de mim, como se eu fosse o culpado por aquele clima. Ela tinha rompido comigo e não fez nada para deixar a situação no que podemos chamar de confortável então ela não tinha o direito de fazer aquilo.

—Claro. —Queria gritar com ela, mas não faria isso. Não iria complicar ainda mais o que já estava ruim. Não duvidava nada de que se fosse para demitir alguém meu pai me demitiria sem a menor cerimônia.

[...]

As horas passaram e fizemos nosso trabalho da forma mais profissional possível o que me surpreendeu muito, aquele clima constrangedor ainda estava ali, mas estávamos deixando o profissionalismo dar as cartas e as três horas que passando ali debatendo detalhes e conectando os pontos que faltavam foi produtivo.

Quando nos demos por satisfeitos eu apenas fechei meu notebook querendo sair de perto dela, tínhamos conseguido ter um bom comportamento por causa da ameaça de demissão, mas eu sabia que agora que nosso trabalho tinha terminado o único caminho era o pessoal e eu não podia lidar com isso.

—Edward. —Ela me chamou assim que eu me coloquei de pé.

Respirei fundo e passei a mão no meu cabelo tentando me acalmar. Deixei meus olhos irem até ela.

—Sim? —Ela piscou e eu pude ver bem ali na minha frente que ela estava se controlando para não chorar. Era bom saber que pelo menos eu não estava sofrendo sozinho.

—Eu gosto muito de você e sinto muito pelo que aconteceu. —Era pior ainda a sinceridade que transbordava da boca dela. —Queria que podemos apenas manter a amizade.

—Isso não é o suficiente. —Eu disse e sai da sala querendo evitar a tragédia que aconteceria se eu permanecesse ali. Eu acabaria implorando uma outra chance mesmo sabendo que não ia mudar nada, ela tinha quatro crianças que não tinha como desaparecer, eu tinha sugerido a única opção que parecia útil para mim que ela colocasse as crianças em uma escola interna, mas ela tinha negado e segundo meu irmão mais velho eu tinha sido um completo idiota e minha cunhada tinha tido que se fosse com ela eu teria saído dali com o nariz quebrado, mas o que era um nariz quando ela tinha partido meu coração?

Não fazia ideia de como eu tinha chegado a minha sala, mas parecia muito complicado respirar. Que droga eu realmente achei que as coisas seriam mais fáceis depois de algumas semanas e ela vem dizer que gosta de mim? Qual é da crueldade disso? O que ela esperava que eu fizesse? Assumir o papel que ela me pedia estava completamente fora do meu alcance e olha que eu tinha cogitado realmente isso e eu não sabia explicar o que eu sentia, era complexo demais para colocar em palavras, mas sendo obrigado eu diria que eu tinha pavor só de considerar.

Refiz o meu caminho evitando o corredor que me levaria até a minha sala e indo até o meu pai, eu nem tinha pensado muito sobre o assunto e já tinha tomado minha decisão não iria ficar me torturando daquele jeito. Eu trabalhava desde que conclui minha faculdade, nunca tinha tirado férias querendo agradar meu pai, eu era o filho do meio e sentia a necessidade de me destacar e por ser o único que seguiu os passos do meu pai – na arquitetura, eu queria está sempre em movimento para conseguir tudo que ele pudesse me passar para quando chegasse ao dia em que eu tivesse que assumir o papel dele eu fizesse aquilo com tanta habilidade quanto ele, mas não dava mais. Eu precisava de um tempo e se para isso eu precisasse pedir demissão eu o faria, tinha um bom currículo e podia conseguir meus próprios clientes sozinhos e até mesmo tentar embarcar em uma outra construtora.

—Boa tarde Siobam. —Cumprimentei a secretária do meu pai assim que eu cheguei a recepção dele.

—Boa tarde menino Edward. —Ela me tratou com carinho. Aquela mulher tinha feito parte de uma boa parte da minha vida, quando mais novo eu vinha ali ficar com o meu pai e quando ele estava ocupado era ela que cuidava de mim.

—Ele está ocupado?

Ela balançou a cabeça rindo.

—Golfe. —Onde ele descontava toda sua frustração. —Entre tenho certeza de que ele vai te ajudar seja no que você precise. —Nem precisei falar muito para ela saber que tinha alguma coisa errada, igual seria com a minha mãe – por isso que eu estava fugindo dela, diferente da Siobam que só aceitaria o que eu queria dá minha mãe iria arrancar de mim o que tinha de errado e eu só queria recorrer a ela no último momento.

—Obrigada.

Bati na porta e ouvi um entre contido o que demonstrava que ele estava concentrado. Abri a porta a tempo de ver ele dá uma tacada perfeita na mini pista de golfe que ocupava todo o sul da sala dele.

—O que você quer Edward? Passar mais vergonha? —Ele apontou o taco de golfe para mim. Mesmo com a frase babaca ele estava sorrindo o que indicava que não era tão ruim quando eu achei que seria depois da sala de reuniões desastrosa. —Vamos jogar uma partida filho. Golfe resolve tudo. —Achava muito difícil o golfe me ajudar naquela situação, principalmente levando em conta que eu era péssimo naquele esporte.

—Eu queria falar com o meu chefe e não com o meu pai. —Não era tão difícil assim separar os dois. O meu chefe gritaria comigo e me mandaria trabalhar o meu pai estava me chamando para jogar golfe no meio do expediente.

Ele largou o taco e se virou para mim, franzido o rosto e me estudando.

—Parece sério. —Ele se encostou na mesa dele e fez um sinal para que eu sentasse no sofá.

—E é. Eu quero tirar alguns meses de férias. —Fui direto ao ponto. Não tinha muito o que fazer a não ser trabalhar com total sinceridade.

—Você tem projetos pendentes e outros clientes na fila que fazem questão de você não é tão simples assim você falar que quer férias isso precisa ser planejado e estudado conforme sua agenda.

—Eu nunca tirei férias. —Lembrei.

—Por que não quis. —Rebateu. Sim, eu sabia que tinha sido uma escolha totalmente minha. —Isso é insano e você sabe disso. Conhece o suficiente dessa construtora para saber que não tem como funcionar assim.

—Então amanhã eu te entrego minha carta de demissão. —Por eu ser filho dele meu contrato era bem simples, nem teria como ele tentar me impedir a única coisa que eu precisaria era entregar todos os meus contratos antes de sair. Eu mesmo tinha redigido o contrato quando ainda era um estagiário, o texto se manteve o mesmo e eu só era alterado o valor conforme os anos passavam e eu me tornava mais requisitado.

—Você está ficando maluco? —Pelo tom que o rosto dele assumiu ele pode ver perfeitamente que eu não estava brincando. —Foda-se isso de falar com o seu chefe, seu chefe também é seu pai e você não pode pedir demissão da sua própria empresa.

—Na verdade eu posso. —Ele fechou as mãos em punho, sabia que seria difícil convencer ele principalmente sem que ele recorresse a minha mãe, mas eu estava realmente decidido. —Só preciso de um tempo. Não tenho cabeça para o trabalho agora e não quero causar nenhum problema apenas porque estou ... —Não sabia o que dizer, não queria confessar tudo ao meu pai.

—Ficando doido. —Ele completou e eu não neguei, aquela era uma definição que com certeza cabia ali, ela tinha tirado completamente minha razão. —Olha porque você não me conta o que aconteceu entre você a Issabella. —Não parecia nada movido a curiosidade, ele aparentava está preocupado.

Considerei a opção, seria bom conversar com alguém que teria bons conselhos para mim e que não ficaria rindo a cada frase ou me dando conselhos péssimos ou me chamando de estúpido (nesse último caso minha cunhada completamente).

—Isso vai ficar entre nos dois e você não vai envolver a mamãe nisso. —Pedi. Sentindo uma vontade gritante de falar.

—Se você parar com essa estupidez de demissão eu prometo.

—O problema é a Isabella, ou melhor, as filhas dela. —Fui direto ao ponto.

—E o que tem aqueles quatro anjinhos? —Ele sabia que ela tinha quatro crianças? Por que ele não me alertou? Ele melhor do que ninguém sabia que eu não tinha o menor jeito com crianças.

—Eu não gosto de crianças. —Serio que eu precisava lembrar. —E você sabe muito bem disso.

—Então porque você se envolveu com a Isabella? E nem vem me dizer que não sabia que ela tinha filhos porque quando você negociava a vinda dela sabia que esse era o maior empecilho. —Revirei os olhos, conclusão que todos chegavam eu era um idiota. Eu tinha me apaixonado e isso não era uma coisa que se escolhe apenas acontece e quando você vê pronto está fodido.

—Pensei que era uma criança.

Ele passou a mão pelos cabelos loiro, em uma mesma mania que eu tinha. Mesmo sendo fisicamente muito mais próximo da minha mãe, eu tinha herdado todos os jeitos e manias dele.

—O número mudaria algo? O Seu problema Edward não é que ela tem quatro filhos é que você não gosta de crianças ela podia ter um e o problema seria o mesmo. —Não neguei isso seria algo com certeza, mas talvez não tanto quanto quatro significava. —Se você tiver disposto a dar uma chance a um está disposto a dá a chance a quatro.  —Aí estava eu não estava nem um pouco disposto a nada disso. —Não é fácil ser pai, mas de todos os meus filhos você é o que provavelmente melhor se daria nessa função. —Revirei os olhos, ele só podia está ficando maluco. —Isso de não gostar de crianças é completamente infundado e quando começa a influenciar na sua vida você precisa buscar ajudar.

—Eu não sou pai daquelas crianças e nem nunca vou ser. —Precisei reforçar. Eu queria ela como minha esposa e não um monte de filhos que eu nem tinha me divertido fazendo. —Supere que eu nunca vou te dar netos. —Ou talvez no futuro, bem lá pra frente, eu até podia considerar ter um filho nos meus termos. Com a criança sendo criada por gente especializada nisso.

—Okay talvez eu tenha me expressado errado, mas para ser parte da vida da Isabella, para você se casar com ela, você vai se tornar padrasto querendo ou não e não tem nada que você possa fazer sobre isso.

Passei a mão no rosto sentindo toda tensão. Aquela conversa não estava sendo nada agradável, só estava me fazendo lembrar o quão impotente eu estava diante de tudo aquilo.

—Ela poderia fazer e facilitar nossa vida. —Já estava me preparando para ser ofendido quando eu mais uma vez falasse sobre a sugestão que eu tinha dado a ela, porém se eu quisesse um bom conselho eu precisava ser completamente sincero e ele entender toda a minha “idiotice” era importante para que me ajudasse a reverter aquilo quando fosse necessário. —Se ela colocasse as crianças em uma escola internar poderíamos ser felizes, ter um casamento, viver nossas vidas sem ...

Ele respirou fundo e mudou o peso do corpo, meus olhos buscaram os dele e eu conseguia ver o quanto ele estava estudando e escolhendo bem as palavras que ele usaria.

—O que você ama nela? —Não estava esperando por aquela pergunta, mas não era algo difícil.

—Tudo. —Ele me olhou deixando claro que aquela resposta não valia.

—Me fale aquela que mais chamou sua atenção.

Não precisei pensar muito.

—Ela é completamente comprometida com o que ama e com o que quer. —Ele me encarou como se eu tivesse respondido alguma pergunta. Óbvio que a beleza dela não ficava atrás quando eu olhei para ela de narizinho empinado de longe eu já sabia que eu ficaria louco, mas foi quando começamos a conversar, quando ela me deixou por dentro de toda sua teimosia que eu me vi completamente perdido.

—Se ela tivesse aceitado sua proposta estúpida ela estaria deixando isso de lado apenas para te agradar.

—Queria que ela fosse comprometida a mim como ela é com aquelas garotas, ela nem hesitou em escolher elas. —Meu pai voltou a passar os dedos pelo cabelo cada vez mais impaciente diante da minha clara insegurança.

—E nem vai. Nenhuma mãe de verdade vai escolher um homem em vez dos seus filhos. Você sabe o que teria acontecido se eu tivesse feito esse tipo de proposta a sua mãe ou se eu se quer insinuasse afastar qualquer um de vocês dela eu teria sido posto para fora e isso não significa que ela não me ama só significa que o que ela sente por vocês é mais forte do que tudo o mesmo vale para mim se alguém algum dia quisesse me afastar de vocês eu não permitiria de forma nenhuma mesmo que isso tivesse que me fazer ter um sacrifício pessoal. Filhos são as coisas mais importantes na vida de uma pessoa e se você ama de verdade a Isabella você nem teria feito esse tipo de sugestão. —Encarei ele pensando nas palavras dele.

—Isso parece ser meio irracional.

—E é. Nem todo mundo é assim, algumas pessoas vão prezar o dinheiro, poder, luxuria, beleza, liberdade entre outras coisas. E eu não sou ninguém para julgar escolhas que não são minhas mais como um conselho se eu fosse você eu escolheria para viver ao seu lado aquela que prezasse a família, por que todo o resto passa, mas família de verdade e eu não estou me referindo a laços sanguíneos, vai está sempre com você e por você. Você encontrou uma pessoa assim que está ficando ao lado da família dela e fazendo de tudo para protegê-la se eu fosse você não perderia isso por causa de um medo bobo.

Eu me sentia ainda mais frustrado agora do que quando eu tinha entrado ali, nenhuma das minhas convicções estava no lugar. Ele tinha conseguido realmente foder ainda mais com a minha cabeça.

—Tenta procurar ajuda e entender o porquê essa sua fobia estranha. Crianças não te fizeram nada e são coisinhas trabalhosas mais encantadoras. —Ótimo agora eu precisava passar por tratamento psicológico. Eu estava bem do jeito que eu estava.

—Então eu tenho que abrir mão de tudo por ela? —Me parecia muito injusto.

—Não, abra mão de coisas por você. O medo é seu e você que quer ficar com ela. O que você não pode pedir é que ela deixe as filhas de lado e viva seguindo suas regras. O problema é seu não dela. E aprenda a ser profissional porque eu só vou te dar uma semana para você decidir o que quer fazer e como vai fazer depois você vai voltar ao trabalho e vai trabalhar com a Isabella como tem que ser. —Pelo menos eu teria uma semana longe. Eu iria conseguir decidir nesse tempo. Tinha que conseguir.

—Okay eu vou para casa. —Tudo bem.

—Mande sua secretária vir até minha sala eu preciso que ela me passe todas as informações sobre seus projetos em andamento. —Dei de ombros.

—Não tem nada em andamento que eu não possa resolver em casa, apenas a apresentação amanhã. Mas eu posso vir e tirar meu tempo depois disso. —Fui sincero já tinha passado pela pior parte amanhã teríamos que ser profissionais na frente dos clientes.

—Então até amanhã. Pense nas coisas que eu te falei. Tenho certeza de que se você quiser ajuda profissional sua mãe tem uma psicóloga muito boa. —Sério que ele achava que eu ia me consultar por causa daquela bobeira, era bem mais fácil apenas me manter longe de crianças.

—Dispenso. —Disse saindo da sala dele sem esperar que ele tentasse me convencer ao contrário.


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Notas finais do capítulo

Conheça meu site: http://morganasalvatore1.blogspot.com.br

08/07/2019