As Filhas da Minha Noiva escrita por Morgana Salvatore


Capítulo 4
Capítulo 04




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Isabella Swan

Sentei-me na cadeira alta e apoiei o corpo sobre o balcão sentindo o cansaço do dia, eu tinha concluído um trabalho cansativo de manhã enquanto o Jacob cuidava das minhas ferinhas, assim que terminei o que eu precisava fazer para o trabalho eu pude finalmente me dedicar a elas e elas cansavam, cansavam muito. E ainda tive o jantar com o Edward que tinha servido para me esgotar por completo.

—Quero que as coisas funcionem, mas eu sinto que estou pressionando ele acima do limite.

—Porque tão rápido? Eu pensei que você fosse do tipo que garantisse e fizesse um monte de testes antes de aproximar alguém das suas meninas. —No começo eu tinha sido muito preconceituosa com ele ser um homem e exercer a função de babá, mas minhas anjinhas não eram fáceis e ele se adaptou tão bem a elas e elas tão bem a ele.

—Eu estranhamente confio nele. E o conheço há uns dois anos, ele vivia indo até mim por causa do pai dele e você sabe disso, já conheço toda a família dele e ele já foi constantemente constrangido pelo irmão dele. Já sei de quase toda a vida dele inclusive todos os micos. —Os poucos encontros que eu tinha com o irmão dele eram sempre engraçados e principalmente depois que assumimos um relacionamento. O cara era um monstro bobo, daquele tipo que vimos em desenhos animados o qual o monstro não passa de um ser bozinho e extremamente amoroso. —Já fui apresentada como futura esposa para quase toda a família dele e ele não conhece ninguém da minha família, principalmente a parte mais importante dela. E foi um jantar nada demais.

—Pois é...

Respirei fundo e peguei uma colher pegando uma porção da sobremesa dele.

—Minha vida estava tão calma. Finalmente estava conseguindo viver sem a sombra do James. —Coloquei o doce na boca engolindo. —E agora ele chega e bagunça tudo de novo. O que eu vim fazer em Nova York?

Ele gargalhou com a colher na boca.

—Ganhar um salário assustadoramente alto. —Ele tinha acompanhando todo o assédio que eu tinha recebido da construtora Cullen e sabia o quanto eu relutei até enfim aceitar.

—Isso. —Não mudava o fato de que tinha sido exatamente isso que me fez aceitar. Mas também tinha o fato que eu queria me afastar do James, ele era um atraso na minha vida. Era o pai das minhas filhas e eu não me arrependia disso, só que não dava para conseguir manter a sanidade quando ele se aproximava usando as meninas.

—O James ligou? —Balancei a cabeça negando. As meninas estavam ficando cada vez mais rebelde e eu sabia que era por causa da ausência daquele filho da puta.

—Não e nem vai, ele ainda não aceitou que eu me mudei e vai descontar nela. —Elas eram crianças e não tinha como dizer a elas que o pai era um merda, então elas apenas se enchiam de esperança e ficava magoadas por ele não ligar o que deixou elas com raiva de mim por ter se mudado e tecnicamente as afastado do pai – não é como se morando no mesmo estado ele se esforçasse muito pra visitar as meninas. E isso estava refletindo até no desempenho escolar delas, principalmente no dá Julia, que sempre sentiu mais a ausência do pai, e que a cada momento ficava mais respondona.

Revirei os olhos com raiva, como eu podia ter me iludido tanto com um homem. E o mais estranho era que eu não conseguia me arrepender, mesmo com tudo que eu tinha passado eu amava demais as minhas filhas e com tudo que vinha acontecendo eu só precisava achar uma solução.

—E o que você vai fazer?

—Amanhã de manhã vou ligar pra ele em vídeo chamada e colocar elas pra falar antes que ele desligue com a desculpa de está ocupado.

—Bom plano.

—Isso é péssimo. —Soltei a colher em cima da bancada com raiva daquela situação toda. Queria saber onde eu tinha errado tanto na escolha do homem, eu tinha um dedo bem podre. —Vou dormir antes que minha cabeça exploda.

—Uma mulher bonita dessa dormindo sozinha. —Ele riu me provocando.

—Se você não fosse gay eu te convidaria para dormir comigo. —Provoquei usando a sexualidade dele.

[...]

Nunca na minha vida eu me arrependeria de ter escolhido o James pela única razão dele ter me dado às coisas mais importantes da minha vida, minhas filhas, sem ele tudo séria mais fácil só que eu não teria elas. Aquelas quatro coisinhas que me deixava cada vez mais loucas e ao mesmo tempo cada vez mais apaixonada.

Edward Cullen era a surpresa que eu não queria ter. Ele era tudo que eu esperava em um homem, mas desde o começo afastava completamente qualquer conversa sobre minhas filhas ou qualquer coisa relacionada a crianças. Mas eu estou apaixonada e quando se está assim deixamos muita coisa passar, foi assim com o James e eu percebi que estava fazendo o mesmo com o Edward. Deixando coisas importes passar e fechando os olhos para coisas que eu não podia, pelo meu bem e pelo das meninas eu sabia o que tinha que fazer. E mesmo tendo consciência de que era o melhor ainda sim era muito difícil apenas fazer o que era necessário.

Fechei os olhos querendo expulsar por completo aqueles pensamentos e limpar minha cabeça. Eu precisava dormir amanhã seria um dia complicado e eu tinha muita coisa pra fazer e algumas delas bem difíceis.

[...]

—Mamãe. Vamos ligar para o papai agora? —Encarei minha princesinha ruiva, os olhos dela brilhavam em expectativa. Às vezes eu me perguntava se não seria melhor ter mantido ela no escuro sobre a forma estranha em que ela tinha se tornado minha filha, talvez se não soubesse ela não teria tanta falta do pai.

—Eu vou ligar para o seu pai e ver se ele pode falar agora. —Fui firme, sabia que podia esperar de tudo quando ligava para o celular do James, uma vez ele tinha atendido ao telefone enquanto fodia uma mulher qualquer e uma outra vez essa mulher qualquer tinha atendido ao telefone dele completamente nua. As vídeos chamadas eram quase sempre uma péssima opção, mas elas precisavam mais do que só ouvir a voz dele, elas gostavam de vê-lo e pelo menos com elas ele fingia ser um pai decente. —Então vai tomar café com as suas irmãs e o Jacob enquanto eu ligo pra ele e se ele puder falar eu levo o telefone a vocês.

—E claro que ele vai querer falar com a gente. —O sorriso dela era incrível e grande me doía tanto ver como nossa separação tinha abalado a ela, que as vezes eu apenas me arrependia de ter deixado ele, o sexo era bom, ele me tratava bem na maioria das vezes e eu podia lidar com as constantes e inúmeras traições. Fechei os olhos me repreendendo por aqueles pensamentos, não era assim e não podia ser nunca. Eu sempre soube que eu merecia muito mais do que ele me oferecia e do que aquela relação falida me oferecia. Eu tentei muito, mas do que qualquer um teria suportado e foi por elas e por medo, não é nada fácil ter quatro crianças sozinhas. Elas ainda eram bebês quando eu tomei coragem e isso foi graças ao fato deu encontrar ele transando com a secretária no nosso sofá. Eu tinha chegado de uma viagem à casa dos meus pais e encontrado ele com o pau dentro da secretária. Não consegui fazer nada a não ser virar as costas e sair, ele veio atrás de mim e tentou se justificar. Mas caralho que ele me traia era óbvio, mas ele não tinha a decência de respeitar a nossa casa, a casa das nossas filhas.

Depois daquela ocasião não teve mais volta, eu apenas segui minha vida. Passei um tempo na casa dos meus pais, mesmo tendo o Jacob eu ainda precisava de ajuda – principalmente depois de terminar um casamento. Me reajustei e voltei a trabalhar o que ele não aceitou nada bem. Enquanto éramos casados eu desempenhava o papel perfeito de esposa perfeita, ficava em casa, cuidava das meninas e estava disposta a aparecer ao lado dele quando necessário (em um dos diversos jantares, ou jogos de tênis ou qualquer merda dessas). Ele surtou, gritou e quis me dá dinheiro para abandonar a minha carreira desde então ele vivia arrumando motivos para me atingir e me fazer mudar de ideia.

—Então vá. —Dei um tapinha de leve no bumbum dela e ela saiu correndo sumindo da minhas vistas.

Me sentei no sofá e peguei meu celular colocando a chamada em anônimo para ligar pra ele, se fosse meu número chamando ele ignoraria. Chamou até cair e eu tive que tentar uma segunda vez, na oitava chamada ele atendeu. Estava sem blusa e completamente suado.

—Isabella. —O rosto dele murchou quando me viu.

—Olá James. —Saudei tentando manter minha voz inalterada, eu tinha uma lista de coisas que eu precisava que ele ouvisse, mas não naquele momento. Aquela chamada era única e exclusivamente para ele falar com as meninas. —Suas filhas estão com saudades você ficou de ligar pra elas nessa semana.

—A semana já acabou? —Observei ele apoiando o telefone em algum lugar e se afastando pegando alguns pesos.

—Elas não são muito fã de esperar.

—Se você não tivesse se mudado eu poderia falar com elas com muito mais frequência. —Tive que respirar fundo dez vezes para não responder ele mal, não podíamos brigar, não se eu quisesse que ele realmente falasse com elas. Briga terminava com ele desligando o telefone na minha cara e se recusando a atender por dias, até mesmo quando eu ligava em anônimo. Eu estava começando a achar que ele mantinha aquele numero apenas pra mim.

Quando morávamos no mesmo estado, na mesma cidade e em bairros vizinhos, ainda sim ele não era um bom pai. Nunca buscava elas na escola – só quando eu tinha que ir ao emprego dele e chantagea-lo com um escândalo pra que ele fizesse essa pequena tarefa, ou atender quando elas ligavam nem isso ele fazia mesmo morando tão perto, uma ou outra vez quando ele queria relembrar os velhos tempos que ele aparecia para jantar, mas não por elas apenas para me tirar do sério e tentar entrar na minha calcinha no final da noite.

—Vou levar o telefone a elas. —Me levantei.

—Você está sexy com essa blusa. —O tom de voz dele era muito bom, mas não tinha o mesmo efeito de antes.

—Crianças o papai está no telefone. —Anunciei entrando na cozinha. Os gritos me fizeram querer tampa os ouvidos. Passei o telefone para a Valentina que estava na ponta e parecia a menos exaltada.

—Oi papai estava com muita saudade. —Meu coração ficou pequenininho e eu dei as costas a elas com medo de não conseguir conter o choro. Às vezes eu ficava com tanta raiva, mas com tanta raiva que eu só conseguia reagir chorando. Fui até o balcão da cozinha e peguei uma xícara depositando um pouco de café e virei para beber enquanto eu ficava ouvindo as coisas a conversa deles, o telefone já tinha mudado de mão e agora estava com uma Thereza falante demais. A voz dele era doce enquanto fingia que se interessava pelas coisas que elas falavam, pelo menos ele fingia bem.

Tomei um susto quando senti uma mão apertar meu ombro.

—Relaxa. Não se abale tanto. A culpa não é sua. —Encarei o Jacob sentindo meu coração aquecer, com as coisas que eu fazia ultimamente era bom ter um amigo e ele exercia muito bem esse papel, acho que ele não cuidava só das meninas, mas de mim também.

—Eu acho que preciso de dar um aumento. —Ele riu e me abraçou e naquele momento era tudo que eu precisava.

[Cont...]


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Notas finais do capítulo

O James é um escroto já adianto logo. Sei que demorei, mas peço desculpas eu estava organizando algumas coisas sobre essa fanfic. Ainda não me decidi, mas... Pode ser que em breve teremos algumas mudanças no formato dos capítulos (porém não é nada muito impactante).

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Não betado.

31/05/2019