Capítulo 5 – I'm screwed!

[Tony Satrk]

– Tem certeza de que quer fazer isso, senhor? – Jarvis indaga enquanto abro o painel que havia na lateral da Jocasta, revelando vários fios de energia dentro dele.

– Dá um tempinho Jarvis. – peço impaciente, enquanto me preparo para engatar mais um fio extra, a fim de aumentar a potência de energia da máquina – Preciso de muita concentração aqui. – completo.

– Como quiser, senhor.

Respiro fundo enquanto aproximo o fio da entrada no painel, a fim de engatá-lo a máquina. Quando termino, sorrio satisfeito, me dirigindo as telas que flutuavam sobre a mesa. Começo a ligar a máquina, apenas para testar o nível de energia que conseguiria obter.

As luzes da Jocasta se acendem, sinal de que a máquina havia sido ligada, e quando pressiono o último botão necessário, o teste começa.

– Energia a 10%. – Jarvis informa, enquanto observo no monitor a contagem se seguir – 22%. – ouço mais uma vez, e percebo as luzes brilharem mais intensamente – Estabilizando energia a 30%... – a contagem continua.

– Tony? – levo um susto ao reconhecer a voz de Steve, logo vendo a silhueta do mesmo passar pela porta da oficina, se aproximando a passos apressados.

– Energia da máquina a 40...

– Sem som. – interrompo Jarvis que não pôde mais falar devido a minha ordem que o deixou mudo, e empurro as telas holográficas para longe, as vendo desaparecer no ar.

– Ah, eu imaginei que estivesse aqui. – Rogers pronuncia bem próximo de onde estou, enquanto eu saio detrás da mesa e ando lentamente em direção a ele.

– Pelo menos dessa vez você acertou Picolé. – comento debochado, observando o mesmo revira os olhos – O que faz aqui?

Steve dá de ombros.

– Bem, como você é um desocupado e eu estou de férias, queria saber se quer jogar golfe. – ele convida.

Ignoro totalmente o fato de ele ter me chamado de desocupado (algo que eu certamente não sou), e esboço um riso irônico, qual ele pareceu não entender.

– Assim você me ofende. – respondo de sobrancelhas arqueadas – Eu não sou tão velho pra fazer esse tipo de coisa, e o golfe é bem mais a sua cara do que a minha, vovô.

Steve bufa, inconformado.

– Você não cansa de fazer piadas, não é mesmo? – ele questiona, e o meu sorriso sarcástico aumenta.

– É uma forma de deixar os momentos monótonos mais divertidos. – respondo com indiferença – E não posso fazer nada se é mais forte do que eu.

– Sinceramente... Eu não sei como a Pepper te agüenta. – ele diz fazendo-me revirar os olhos.

De repente uma explosão acontece, despertando tanto a mim quanto ao Steve, e arregalei meus olhos ao notar que a explosão tinha sido no painel da máquina. Com uma rapidez que nem sei de onde veio, me aproximei de Jocasta, e notei pelo vidro transparente as faíscas que emanavam das paredes na parte de dentro dela.

– Droga. – murmuro abrindo o painel, me afastando um pouco ao ver a fumaça que saia de dentro dele e os fios todos derretidos, com faíscas que causavam alguns estalos a cada dois segundos.

– O que foi isso Tony? – Rogers indaga um pouco assustado pelo que acabara de acontecer.

Nem dou atenção a ele, já que estava nervoso demais pela besteira que fiz na intenção de concertar as coisas.

– Jarvis, o que houve? – pergunto desesperado.

– A potência energética obtida foi de vinte por cento a mais que o permitido senhor. – ele informa, fazendo-me fechar os olhos em frustração.

– A energia extra, sobrecarregou a máquina. – afirmo devagar ainda de olhos fechados e respirando fundo, tentando manter a calma assim como vi Bruce fazer diversas vezes.

– Exatamente senhor. Por isso a máquina foi danificada. – ele completa, e não estava ajudando nenhum pouco.

– Será que alguém pode me explicar o que aconteceu? – Steve pede impaciente, fazendo-me abrir os olhos para encará-lo.

Mas antes que eu pudesse pronunciar qualquer palavra, sou impedido pela voz intrometida de Jarvis.

– O senhor Stark criou uma máquina capaz de mandar uma pessoa para...

– Sem som. – ordeno rapidamente, e a voz robótica logo desaparece. Rogers cruza os braços sobre o peito e me fita desconfiado – O que foi?

– Você vai me explicar, ou não? – ele questiona.

Suspiro, pensando em como faria para tirá-lo do meu pé.

– É só mais um dos meus projetos que acabou de ir por água abaixo. – respondo simplesmente. E não era bem uma mentira – Agora se me der licença, tenho um estrago pra concertar. – faço uma pausa antes de acrescentar – E só me chame pra jogar golfe quando eu for um vovô de noventa e sete anos.

– Cala essa boca Stark. – Rogers retruca se retirando da sala me deixando sozinho na oficina, aliviado por ele não ter insistido, já que era visível que ele não havia engolido minha fajuta explicação.

Quase que Jarvis entregara o jogo, o que me lembra que ele merece uma bela bronca por quase ferrar tudo.

Se o Picolé descobre que eu mandei a ruivinha esquentada dele para o passado e o único meio de trazê-la de volta acabara de explodir, as coisas iriam ficar pretas pro meu lado... Afinal, o gelo também queima, não é mesmo?

Mas eu pouco me importo se ele ficou grilado com minha tentativa de despistá-lo da real verdade, tenho coisas mais importantes para me preocupar agora, como por exemplo, consertar essa bendita máquina o mais rápido possível.

Caramba! A Natasha vai querer me matar... Pensando melhor, acho que prefiro deixar a ruivinha esquentada onde ela está, afinal é o único jeito de salvar a minha pele.

Só sei que estou ferrado, muito ferrado mesmo!