A Fisioterapeuta escrita por Anaísis


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá queridx leitores -desvia de todos os objetos que vocês estão me jogando- desculpem a demora enorme pelo post. Estou com alguns problemas pessoais e até que eles se resolvam fica difícil escrever. mas obrigada por tudo, todos os comentários, MP levemente revoltadas e tudo mais. Vocês são minha força nesse sonho que é A Fisioterapeuta. Continuem com as MP, comentários e até mesmo pelo bate-papo no facebook.
Obrigada.



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Just stuck, hollow and alone

And the fault is my own

And the fault is my own

Simplesmente estagnado, vazio e solitário.

E a culpa é minha

E a culpa é minha

As semanas se arrastaram dolorosamente, o ar no hospital estava cada vez mais pesado, ninguém sabia o que dizer ao Dr. Cullen, e ele apenas ficava trancado no escritório, as secretarias diziam que Edward havia se fechado para o mundo, sem falar, comer e interagir. Um dos primeiros estágios da depressão que acompanha a perda dos movimentos.

–Doutora Isabella Swan comparecer ao escritório do Doutor Cullen, urgente! –a voz anasalada ecoou por todos os corredores da reabilitação, enquanto eu acompanhava uma consulta de Jacob.

–Vou ver o que Carlisle quer comigo. –eu anunciei saindo da sala da fisioterapia, deixando um Jacob carrancudo para trás.

Nos corredores as pessoas me olhavam se questionando do porque o poderoso Carlisle Cullen querer falar com uma nas dezenas de fisioterapeutas do hospital, peguei o tão temido elevador, mesmo que eu convivesse com casos como o Edward todos os dias, era complicado saber que o homem que havia dito para mim que sua vida não faria mais sentido se ficasse paraplégico, estava pagando suas palavras do pior jeito possível.

Quando sai do elevador parei no andar principal, era o mais majestoso e contemporâneo de todo o Elisabeth’s Memorial, o piso de mármore refletia minha imagem intimidada, as paredes eram de madeira escura, até mesmo as luzes eram mais modernas.

A secretária loira de Carlisle Cullen me esperava, usava um terninho bege e um coque cuidadosamente penteado, seu rosto estava muito bem maquiado, fazendo com meu minha leggin branca e meu jaleco parecessem trapos.

–Por aqui senhorita Swan, o doutor já te aguarda! –ela disse abrindo as portas do escritório, o cômodo era amplo, havia uma estante abarrotada de livros, uma grande pintura de Elisabeth Masen Cullen, sua finada esposa, uma grande mesa no centro e uma cadeira acolchoada, onde estava sentado Carlisle Cullen, mas ele não era em nada parecido como médico jovial e airoso, sua pele estava mais pálida e havia círculos roxos em baixo de seus olhos, suas bochechas estavam fundas e sua aparência era quase cadavérica, senti meu coração se apertar.

–Sente-se Senhorita Isabella. –ele apontou para uma das duas cadeiras a frente da sua mesa, me sentei imediatamente.

–Sei que você é recém-contratada, mas é uma das melhores que temos nesse hospital, é a médica que mais reabilitou paraplégicos, eu preciso, por favor, por favor, por favor, que ajude Edward a se recuperar. –ele implorou, eu fiquei atônita por alguns segundos.

–O senhor está me pedindo para acompanhar o caso de Edward? –ele balançou a cabeça positivamente. –Me perdoe Doutor Cullen, mas temos outras pessoas muito mais adequadas aqui no hospital, o doutor Eliab, ou a doutora Silvester. –eu disse incrédula.

–Edward está passando por um momento muito delicado não só fisicamente, mas o psicológico dele está completamente arrasado, meu filho está vivendo uma morte em vida e eu sou o culpado disso. –ele me confessou enterrando o rosto nas mãos. Fiquei chocada e ao mesmo tempo infeliz pela tristeza que eles estavam passando.

–Você não tem culpa disso doutor Cullen, acontece todos os dias com milhares de pessoas, e o senhor sabe disso. – o confortei, ele me olhou nos olhos com um brilho estranho de esperança.

–Isabella trabalhe no caso de Edward, eu triplico seu salario aqui dentro, lhe dou uma nova sala, tudo para lhe deixar mais confortável.

–Doutor, o que eu ganho aqui já é o suficiente, e se eu cuidasse de Edward teria que me dedicar totalmente ao caso dele, abandonaria meus pacientes para cuidar dele. –eu questionei, uma dobra se formou entre suas sobrancelhas.

–Seus pacientes ficariam nas mãos dos melhores profissionais do Elisabeth’s Memorial e você supervisionaria os casos. A razão para eu querer necessariamente você é pelo fato de que você não é uma médica convencional, o amor que você tem pelos seus pacientes e a felicidade que você emana é tudo que Edward precisa. – ele disse confiante de suas palavras, eu corei como uma menininha de oito anos.

–Eu precisaria pensar Carlisle. –eu disse baixinho tentando não quebrar o interior de um pai.

–Pense até amanhã, por favor, pense com o coração. Eu sei que você conheceu Edward, sabe o quão livre ele era, só preciso que ajude ele a se encontrar e adaptar nessa nova vida.

–Eu pensarei doutor Cullen. –eu disse me levantando, ele fez o mesmo e abriu a porta educadamente para mim.

–Meu filho precisa de você, Isabella, minha família preciso de você. –ele disse e eu saio de seu escritório. Olhei para o relógio, eu estava atrasada para minha única consulta do dia, corri até o lugar onde iria tratar meu paciente, tentando deixar a conversa momentaneamente fora.

–Hey Josh, como vai? –eu cumprimentei alegremente, ele balançou a cabeça feliz e abriu um sorriso. Fiz um carinho no alto de sua cabeça, deixando-o mais alegre. -Olá Vivian. –eu disse para mãe dele que sorria em ver o filho tetraplégico desde o nascimento tão animado.

–Hoje não vai ter moleza Josh. –eu avisei e o jovem sorriu se movendo na cadeira.

Fiz diversos exercícios com a bolinha de fisio, percebi que os movimentos de Josh estavam bem mais coordenados e ele tinha um controle maior sobre a força, fiz alguns movimentos com as pernas dele, dobrei-as e estiquei para que elas estivessem “em circulação” e não atrofiassem, foi dia produtivo e cansativo, Josh e Vivian se mostravam sempre abertos a fazer mais.

–Eu fiquei sabendo que aconteceu com o filho do doutor Cullen, uma lesão no nível C8 nunca é fácil. –ela disse enquanto ajeitávamos Josh na cadeira.

–O doutor me chamou para cuidar do caso dele, o que você acha Vivian? –eu perguntei assim que nos endireitamos, Josh fez uma careta infeliz.

–Você não atenderia Josh e os outros pacientes? –ela perguntou.

–Eu iria vê-los semanalmente, mas os atendimentos ficariam mais complicados, mas quando as coisas ficarem mais fáceis para ele eu voltaria. –eu disse receosa e Vivian mordeu os lábios.

–Sabe Bella, séria egoísmo meu querer ficar com você para sempre, ele precisa de você, mas não deixe meu Josh sentir sua falta. – ela disse dando um sorriso contido, Vivian era uma mulher muito contida e calma.

–Oh Vivian, eu nunca deixaria esse garotão! –eu disse e me abaixei na altura dos olhos dele. –Não conte para os outros, Josh, mas você é meu favorito. –eu disse e ele sorriu e se balançou feliz na cadeira dando alguns resmungos característicos dele. Eu dizia isso a todos os meus pacientes porque era verdade, eu os amava mais que tudo.

–Agora preciso ir, até a próxima Bella. –ela disse empurrando a cadeira de Josh da sala de exercícios, eu acenei para os dois.

Recolhi minhas coisas, cansada física e mentalmente, fui para sala atualizar alguns prontuários e meu expediente se encerrou sem mais consultas, Jacob ficaria até mais tarde, então eu iria sozinha para casa, entrei na minha velha picape, presente do meu pai, ele já devia estar em casa a esse horário, pensei no que faria de jantar. Charlie Swan, meu pai, era o chefe de policia da pequena cidade de Forks, eu vivia com ele desde que me mudara aos dezessete anos da Florida onde minha mãe morava com o segundo marido.

Estacionei em frente a casa e abri a porta, Charlie estava sentado no sofá acompanhando um jogo da liga, ele sorriu para mim e deu um gole em sua cerveja.

–Hey Bells, eu pedi pizza, você deve estar cansada, sua parte está no micro-ondas. –ele disse e voltou-se para a tela.

–Obrigada pai, eu estou realmente casada. –eu disse, fui até o quarto e peguei minhas coisas para um banho, entrei no chuveiro e relaxei na agua quente até que ela acabasse, sai cambaleante do Box e me sequei vestindo um pijama azul turquesa furado e velho.

Desci para comer a pizza, meu pai havia guardado quatro grandes fatias para mim, como se eu fosse capaz de comer uma inteira, eu revirei os olhos enquanto via-as rodarem dentro do micro-ondas, quando ele apitou Charlie foi atraído pelo cheiro de queijo derretido, sentou-se ao meu lado e comeu duas fatias. O silencio entre nós era agradável, mas eu tinha que conversar com ele sobre Edward Cullen.

–Hum... Pai, você soube o que aconteceu com o filho dos Cullen? –perguntei enquanto brincava com os talheres.

–Ahh o tal Edward ficou paraplégico né? Eu atendi a ocorrência, foi um acidente feio. -Meu pai disse desinteressado.

–O doutor Carlisle me chamou para cuidar do caso de Edward, mas ai eu passaria a trabalhar somete na casa dos Cullen.

–Isso seria ótimo Bells, Edward certamente vai ficar bem melhor sob seus cuidados, eu confio nos seus métodos Bella. –ele sorriu para mim, meu pai não era de muitas palavras e nem de elogios, mas eu fiquei tremendamente emocionada com suas palavras.

–Quem sabe com a melhoria no meu salario eu posso me ajeitar em meu próprio canto? –eu pensei alto, ser uma adulta que mora com o pai era algo bem aproveitador.

–Você não precisa morar em nenhum outro lugar Bells, enquanto se sentir bem pode ficar aqui. –ele disse e eu não resisti e passei por cima da mesa para lhe dar um beijo na bochecha, meu pai corou.

–Obrigada pai, eu sou a adulta que mora com o melhor pai do mundo. –eu disse sorrindo. O resto do jantar foi silencioso, lavei as loucas e fui dormir com a certeza de que Edward Cullen voltaria a viver.


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