A Fisioterapeuta escrita por Anaísis


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Heeey pessoal, eu fiquei mega feliz com a quantidade de leitores no primeiro capitulo, eu espero que gostem desse novo capitulo, vai ser um dos poucos POV Edward na historias, vocês vão entender um pouquinho do acidente e de como será a vida de Edward a partir de agora.
Segurem seus lencinhos.



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Mas, todo o vazio que as palavras revelaram;

É a única coisa real que eu ainda sinto

(nada a perder)

but all the vacancy the words revealed

Is the only real thing that I've got left to feel

(Nothing to lose)

P.O. V Edward.

“Argh quanta dor” Foi à primeira coisa que eu pensei ainda com os olhos fechados, as memórias foram me invadindo aos poucos, eu havia ido para uma competição com Paul... Minha moto vermelho sangue... Mais uma discussão com Carlisle... Um novo competidor... Caius Volturi era o nome dele... Eu apertava o freio, mas ele não funciona... Um grande impacto... “Que barulho irritante que não me deixa pensar” Eu disse mentalmente e abri os olhos.

Momentaneamente eu fui cegado pela luz forte que pendia do teto. “Eu havia morrido?” me perguntei, mas então ouvi o soluço alto de Alice, revirei os olhos, eu havia sofrido mais um acidente, esse era um hospital. Olhei para a sala onde eu estava, havia maquinas ao meu redor, todas conectadas a mim, um tubo que ia até o meu nariz, ergui a mão para tira-lo.

–Não meu filho. –a voz carinhosa de minha madrasta me impediu. Olhei para ela, no quarto além de Esme estavam meus irmãos Alice e Emmett, minha cunhada Rosalie, eu sorri para eles.

–Parece que um caminhão passou em cima de mim. –eu fiz uma gracinha para tirar os olhares de preocupação de mim, eu ainda estava meio dopado, mas ninguém ter rido da minha piadinha me alarmou.

–Mas e ai qual é o meu veredito, quanto tempo eu vou ter que ficar nessa cama até poder sair? –eu perguntei, Alice começou a chorar mais e eu a atentei sem entender, Emmett a abraçou sem poder conter as próprias lágrimas, eu olhei para Esme.

–Por que eles estão chorando? –eu perguntei exasperado, ela não me respondeu, eu me movi desconfortável, quando fui me endireitar na cama entrei em choque. –Eu ainda estou anestesiado? –perguntei.

–Filho, quando você caiu sofreu uma pancada muito forte, Paul trouxe você às pressas para o hospital, temo que se ele tivesse esperado a ambulância você tivesse... –ela engoliu seco antes de continuar.

–Me diga! –eu gritei para ela.

–Vai ficar tudo bem Edward, com um pouco de fisio você vai poder fazer as coisas que sempre fez, de uma maneira diferente é claro, mas ainda sim... –ela me consolava e eu estava incrédulo.

–Diga Esme! O que isso quer dizer? Por que não sinto minhas pernas. –eu gritei. Aquilo não podia estar acontecendo comigo, tentei forçar minhas pernas, mas elas não me obedeciam.

–Você perdeu o movimento das pernas meu filho, você está paraplégico. –ela disse tristemente.

–Não! NÃO! EU NÃO SOU UM INVALIDO! –eu gritei me contorcendo, mas apenas meu tronco se movia. Eu estava chorando, havia me tornado um filha da puta dependente, que não conseguiria nem ir ao banheiro sozinho, eu não poderia mais correr de moto, nem foder Tanya ocasionalmente.

–Edward me escute nós vamos ajudar você, as coisas não terminam aqui! –Esme disse carinhosamente, mas eu nem a ouvi direito.

–TERMINAM SIM! EU PREFERIA QUE TIVESSE TERMINADO! EU PREFIRO MORRER A PASSAR MEUS DIAS, PRESO NUMA CADEIRA! –Esme me olho ressentida, seu coração parecia ter sido quebrado com aquela frase, mas eu estava pouco me lixando, minha vida havia sido quebrada.

–Alice chame um enfermeiro. –ela disse e a baixinha saiu apressada. –Vamos sedar você filho, até que possa nos ouvir. –ela disse e se afastou de mim, Emmett me olhava com pena e eu me contorcia e gritava ainda mais.

Eu não seria a porcaria de um invalido pelo resto da minha vida, eu preferia morrer a ter que aguentar o resto da minha vida os olhares de pesar e tristeza que seriam dirigidos a mim. Dois enfermeiros entram no quarto, um é alto e forte e a outra é baixinha e magra, o homem me segura enquanto me debato xingando todos os palavrões que eu conheço e a outra aplica a seringa no soro ao qual estou conectado, aos poucos meu corpo paravam de responder, e eu ia caindo numa inconsciência pesada e fria, quando fechava meus olhos ouvi uma voz doce e angelical dançando em minha mente.

“Isso é egoísta, sua vida não termina porque você perde alguma coisa, você só tem que reconquista-la”.

Dream on:

No fundo eu sabia que estava sonhando, as coisas não estavam nítidas o suficiente e as vozes baixas demais, eram as imagens de meu ultimo dia normal, eu era um observador, vendo minha própria conversa com Paul por outro ângulo.

–Hoje será um dia difícil Edward, mas temos gente apostando grana alta em você, está vendo aquele cara sentado ali. –Paul apontou discretamente para a figura pálida toda vestida de preto completamente elegante atrás de nós. – O nome dele é Aro Volturi, o cara é o maior patrocinador do nosso tipo de esporte e ele disse que se você conseguir vencer o menino de ouro deles vai patrocina-lo! Vamos ficar ricos! –Paul estava tão animado como uma garotinha.

–Quem é esse “merdinha de ouro”? –eu perguntei reinventando o nome do competidor, Paul riu expectralmente em meu sonho.

–O nome dele é Caius Volturi, não se preocupe não são da mesma família, eles colocam os nomes assim para representar de que equipes são. Em breve você será Edward Volturi. –ele disse animado e eu senti vontade de gritar para minha própria figura que não subisse naquela moto. Mas o eu do sonho ficou feliz quando viu Tanya Denali o esperando sentada na minha moto e ela foi logo me dando um beijo quente de boa sorte.

–Quando você ganhar a corrida daquele babaca vai ganhar um presentinho. –ela disse maliciosamente e meu outro eu riu igualmente mal-intencionado. Ela saiu rebolando e foi se sentar na arquibancada improvisada da pista clandestina.

Uma moto azul parou ao meu lado o ocupante tirou o capacete, era um cara alto de pele pálida e cabelos escuros ele deu um sorriso irônico para mim.

–Boa sorte Cullen. Espero que não se engasgue comendo poeira. –ele disse e eu sorri para ele.

–Você é quem irá comer poeira Caius.

–Nos vemos na linha de chegada Cullen... Ou não. –ele disse rindo obscuramente, um tremor correu pelo corpo do meu eu do sonho, era como se Caius soubesse o que iria acontecer.

As luzes acenderam e a pequena plateia clandestina gritou quando as motos rugiram a minha Cely vermelho sangue nunca me pareceu tão triste, meu eu fiz uma pequena prece de proteção aos céus, que nunca foi atendida.

As luzes piscaram vermelhas, depois amarelas e então verdes e nós dois saímos correndo pela pista, eu estava em grande vantagem em relação à Caius, que parecia não querer ganhar a corrida, dando-me espaço livre para correr. Mas então o meu eu do sonho aperto o freio para fazer uma curva mais fechada e ele não funciona, eu caiu com tudo no meio fio batendo minhas costas no chão e ficando desacordado, vejo Paul montando em outra moto e correndo até mim, os outros rapazes da minha equipe vão me socorrer, as coisas vão perdendo cada vez mais a nitidez e as vozes assustadas ficando cada vez mais silenciosas, e a realidade ficava cada vez mais forte e eu ia me despedindo do meu pesadelo.

Dream Off.

–Ele já devia ter acordado Carl. –a voz da minha madrasta soava preocupada, essa era Esme, sempre amável e preocupada, desde a morte de sua irmã Elisabeth poucas semanas depois que eu nasci, ela havia assumido o lugar dela como mãe e havia ganhado o coração do meu pai.

–Ele vai acordar amor, não se preocupe! Eu odeio ver meu filho assim, preferia vê-lo naquelas motos a aqui nessa cama. –Carlisle confidenciou. E eu abri meus olhos.

–Filho! –Esme disse e correu para me abraçar. –Me desculpe se as coisas foram pesadas para você quando acordou. –ela retornou a seu choro culpado, eu a abracei tentando não pensar nas minhas pernas, mantive-me em silencio.

–Edward, você esteve sedado por dois dias, achamos melhor para sua recuperação que não se movimentasse muito, hoje vamos para a casa tudo bem? Esme vai ajudar você a se trocar... Você será levado até o carro do seu irmão em uma cadeira do hospital. –ele disse parecendo sentir algum tipo de dor física. Eu continuei em silencio e minha mãe olhou aflita para ele, meu pai respondeu que era normal eu ficar fechado por algum tempo, mas eu não queria saber.

Deixei que Esme tirasse aquela roupa insuportável de hospital, ela chamou uma enfermeira para ajuda-la fechei os olhos e tentei não pensar no quão humilhante era minha mãe ter que me vestir no auge dos meus vinte e cinco anos, e seria assim pelo resto da minha vida, foi um processo colocar minhas calças, mas eu não facilitei e as duas estavam exaustas quando eu já estava vestido. Outra enfermeira trouxe uma cadeira de rodas, eu parei de respirar quando fui posicionado nela, permaneci de olhos fechados durante todo o procedimento. Prometi a mim mesmo que aquela seria a ultima vez que eu iria subir numa cadeira de rodas.

Sai pelo hospital, às pessoas não pareciam me notar, porque no Elisabeth’s Memorial aquilo era mais do que normal, um invalido sair triste em uma cadeira de rodas, quando chegamos ao estacionamento meu Volvo me esperava, mas eu não ira dirigir meu carro, nunca mais. Esme abriu a porta traseira do Volvo e Emmett me ajudou a entrar (na verdade ele fez todo o esforço enquanto eu fiquei sentado olhando para o nada), ele prendeu o cinto e fui para o banco da frente, com Esme sentada ao seu lado.

Eu sabia que daqui para frente minha vida nunca mais seria a mesma.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, gostaram? Eu espero que sim *-* Está sendo ótimo escrever a fisioterapeuta.