Doce Amargura escrita por BabyDoll


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Hello people! o/ Desapareci né? Desculpem-me! Juro que não fiz por mal ;-;
Dedico esse capítulo á tia Mari e a tia Bia, ao aniversario das minhas melhores amigas virtuais e.e Parabéns á vocês duas! ~mesmo que a dedicação tenha saído atrasada e.e~
Bom, agradeço aos que favoritaram e estão acompanhando também! Espero que gostem do capítulo!
o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/562667/chapter/3

Quando meu pai estacionou o carro na garagem nem pensei duas vezes antes de vazar dali o mais rápido possível. Tirei o cinto de segurança e peguei minha bolsa, saindo rapidamente do carro e entrando em casa pela porta da cozinha.

Quando entrei em meu quarto, a primeira coisa que fiz foi pegar o celular e mandar uma mensagem para Sophia.

“Valeu por me ferrar Sophia!

Taylor; 00:36 a.m.”

Joguei-me na cama, apertando os olhos numa tentativa falha de pensar que tudo o que aconteceu não passou de um pesadelo. Fiquei olhando para o teto, até que meu celular bipou.

“Taylor! Até que enfim você deu sinal de vida, já estava ficando desesperada porque você não atendia minhas chamadas! Que história é essa de eu ter te ferrado? Juro que não fiz absolutamente nada.

Sophia; 00:38 a.m.”

Revirei os olhos, não estava com paciência alguma de falar sobre esse assunto com ela. Aliás, a última coisa que eu queria era falar desse assunto com qualquer pessoa.

“Sophia, te explico mais tarde. Não estou com paciência agora.

Taylor 00:39 a.m.”

Sei que é errado culpar Sophia por uma coisa que ela nem sabe que fez. Mas mesmo assim! Ela sabendo ou não, me prejudicou muito.

Depois da mensagem que mandei para ela, meu celular não parou de bipar um minuto, provavelmente estava desesperada tentando entender o que fez de errado.

Sophia era muito emotiva, por qualquer coisa mal explicada que a envolvesse era motivo para ficar triste e chorosa. E isso era quase irônico, já que nós somos amigas.

Tirei os tênis com os pés e joguei-os para longe, para me ajeitar melhor na cama. Fiquei olhando para o teto por um tempo, imaginando o que meus pais estariam conversando á meu respeito.

Meus pais já estão bem acostumados com o meu jeito, sabem a peça que tem como filha. Essa não seria a primeira vez que sou expulsa de uma escola, mas é a primeira vez que invado a casa de um professor por ser expulsa. Aí as coisas mudam.

Eles não me deixariam de castigo, nunca deixaram. Nem mesmo na vez em que eu escondi os óculos da vovó e ela caiu da escada por não estar enxergando. Então, castigo não é uma opção. Minha mãe tem costume de tirar as minhas coisas quando faço algo ruim, mas nunca dura mais de três dias, já que meu pai me devolve. Sempre.

Talvez ele me devolva por nunca estarem comigo e aí eles acham que eu preciso de algo para suprir a falta deles na minha vida.

É simplesmente impossível pensar em alguma coisa que eles poderiam fazer para me punir! E isso me deixa extremamente frustrada!

Saí de meus devaneios quando ouvi algumas batidinhas na porta.

Sentei-me na cama e esperei que eles entrassem.

Os dois entraram e ficaram de pé na frente da cama, me encarando nervosamente. Arqueei as sobrancelhas.

Então...? –Se entreolharam e papai soltou um suspiro, chegou perto, sentando-se na cama do meu lado e segurando minhas mãos.

Taylor... Eu e sua mãe conversamos assim que ela chegou ao restaurante. Decidimos te matricular em uma escola particular primeiramente, mas... –Pigarreou. –Cremos que depois do que aconteceu agora á noite, você não conseguirá entrar em um colégio da região.

“Farei de tudo para que seus pais te mandem para um colégio interno!”

A voz da velha ecoou em minha cabeça.

Vocês não estão pensando em me mandar para um colégio interno, não é?

Taylor... –Puxei minhas mãos das do meu pai, levantando-me.

Não, porque se estiverem pensando saibam que eu farei de tudo para ser expulsa de lá. Até atearei fogo se for necessário! –Alterei-me. Minha mãe chegou perto de mim, colocando a mão em meus ombros.

Taylor, pensamos sim em te mandar para um colégio interno. Mas, sabemos que se você fosse para um, faria o possível e o impossível para sair de lá.

Sorri. Pelo menos estão cientes disso.

Então, encontramos uma outra solução! –Abri meus olhos instantaneamente. Mas que diabos...? -Quando chegássemos em casa hoje de tarde, conversaríamos com você á respeito e esperaríamos sua decisão para podermos confirmar. Mas, você não estava em casa quando chegamos e assim que recebemos o telefonema do delegado, não pensamos duas vezes antes de confirmar o que tínhamos em mente. Você querendo ou não.

Já estava tremula, pensava em tantas opções que eles poderiam me dizer... Mas de todas, a que eu menos esperava ouvir era a que saiu da boca da minha mãe:

Taylor, liguei para minha irmã que mora na cidade vizinha e expliquei a ela a situação. Agatha não pensou duas vezes e confirmou que vai recebe-la em sua casa e ela amanhã mesmo irá falar com a diretoria de um colégio de lá, para poder te matricular. Agatha é jovem e não tem filhos nem marido, então tenho certeza que se dará bem com ela querida.

À medida que minha mãe falava eu ficava cada vez mais incrédula, e quando ela falou a última frase, meus olhos que já estavam cheios d’água transbordaram. Fechei os olhos e virei minha cabeça para o lado, limpando as lágrimas para que meus pais não as vissem cair.

Virei-me para os dois e apertei os punhos com toda força que tinha.

Eu tenho uma vida aqui! Não é como se eu pudesse largar tudo e mudar de cidade! Não podem fazer isso... Não comigo... –Meu tom de voz choroso não escondia a magoa que estava sentindo nesse momento, meu pai chegou mais perto de mim.

Taylor, você fez isso consigo mesma. –Papai disse, acariciando meus cabelos alaranjados.

Tirei a mão dele dos meus cabelos e passei as mãos no rosto, secando as lagrimas.

Eu fiz isso comigo mesma? Vocês têm certeza disso?! Tudo o que está acontecendo agora é culpa daquela velha maldita! Se ela não tivesse envenenado todos contra mim isso não estaria acontecendo! Aquela velha colocou todos contra mim! Colocou meus próprios pais contra mim e agora vocês têm a coragem de dizer que tudo isso é culpa minha? –Minha voz saía tão esganiçada que nem eu mesma estava reconhecendo-a, mamãe olhou para mim de forma preocupada. Meu corpo dava pequenos espasmos e eu estava um pouco tonta.

Taylor? –Mamãe segurou meu rosto entre as mãos. –Você está bem querida?

As feições de minha mãe foram ficando aterrorizadas à medida que eu ia fechando os olhos e tudo ia escurecendo.

Quando tudo ficou escuro, não consegui fazer mais nada ou sentir qualquer coisa.

*

Abri os olhos com certa dificuldade, a claridade do local me deixava praticamente cega. Ainda mais com as paredes e o teto branco que refletiam a luz numa espécie de espelho.

Espera... Meu quarto é azul marinho e minha cama fica na parede da janela não em frente à ela!

Só aí me dei conta que não estava no meu quarto, nem em casa e nem em um lugar que eu conhecia. Tentei me levantar, mas em meu braço tinha uma pequena agulha borboleta que me impediu, estava injetando soro em mim.

A ficha de que eu estava em um hospital só caiu quando uma enfermeira gordinha e com os cabelos escuros num coque bem amarrado e alto entrou no quarto. A moça sorriu para mim.

Vejo que acordou querida, está se sentindo melhor? –Encarei-a por um tempo. Oi?

Como assim “está se sentindo melhor?”. E porque diabos eu estou em um quarto de hospital?

Era uma possibilidade que você não se lembrasse do porquê de estar aqui. –Suspirou. –Bem, você teve um pequeno surto. Pelo que entendi você surtou após ter tido uma discussão com seus pais.

Ah... –Olhei para a janela.

Tinha me esquecido completamente de que aquilo foi real, e agora tudo parece muito pior do que da primeira vez. E de fato, é sim.

Onde meus pais estão? –Ainda encarava a janela, evitando olhar para a enfermeira.

Estão na lanchonete querida, eles passaram á noite toda na recepção esperando para saber o que tinha acontecido com você. Sabe... Você tem sorte de seus pais serem tão preocupados com você.

Já ouvi isso muitas vezes. –Revirei os olhos. Pena que não é tão verdade assim.

Voltei o olhar para a moça e li seu nome em seu crachá.

Então, Mabelle, o que acha de me arranjar alguma coisa pra comer? Estou morrendo de fome.

A enfermeira sorriu e assentiu, enquanto saía do quarto para buscar alguma coisa para mim.

Me escorei mais no travesseiro e fechei os olhos, levantando a cabeça pra cima. Não dá para acreditar que as coisas só acontecem comigo!

Alguns minutos depois a mesma enfermeira voltou com uma bandeja. Depositou-a em meu colo e se sentou numa também branca poltrona ao lado da cama.

Olhei para a bandeja.

Sabe qual a pior parte de ficar em um hospital? A comida. Ela não tem gosto, é nojenta e parece que é água suja.

O que seria isto? –Perguntei a Mabelle. Ela olhou para a bandeja por um tempo.

Isso era pra ser uma sopa, mas eu sei que você vai dizer que parece água suja e eu não irei discordar. Mas faça um esforço querida, você sairá daqui assim que comer isso e sua dose de soro tiver acabado.

Peguei a colher da bandeja e mergulhei-a no prato de sopa.

Suspirei.

Tudo bem.

*

Depois de comer aquela coisa horrível que o hospital chama de comida, meus pais apareceram no quarto.

Está se sentindo melhor filha? –Mamãe se sentou na beirada da cama e pegou minha mão, acariciando-a.

Estou ótima. –Virei o rosto e puxei a mão.

Mamãe pegou meu rosto com delicadeza e o virou, para que eu olhasse em seus olhos.

Taylor, você sabe o que aconteceu?

Sei. Eu surtei depois de discutir com vocês por quererem que eu vá morar com a Agatha. Que a proposito é uma pessoa que eu não faço a mínima ideia de quem é. Ela pode ser uma psicopata! –Levantei as mãos. Mamãe revirou os olhos.

Taylor, a Agatha é minha irmã não uma estranha! Ela só é um pouco excêntrica.

Arqueei as sobrancelhas.

Excêntrica como?

Mamãe apertou os nós dos dedos e olhou para cima.

Excêntrica como? –Repeti a pergunta.

Não é nada, você tirará suas conclusões quando vê-la. Não se preocupe. –Ofereceu-me um sorriso, o qual recusei.

Dona Alice, por acaso você não está tentando me enganar, não é? –Arqueei as sobrancelhas para minha mãe.

Claro que não! –Bateu as mãos em suas pernas. –Vem, vamos para casa, você precisa fazer suas malas. Você viaja daqui a três dias.

Levantou-se e saiu do quarto, junto com meu pai.

Abri a boca. O que?!

*

Estava escorada na fachada da escola, do lado do portão, com as mãos no bolso da calça, esperando o sinal bater para o término do último período. Quando o sinal bateu, muitos adolescentes começaram a sair da escola como se sair de lá fosse uma benção, bom, não estão errados.

Algumas pessoas passavam e me cumprimentavam, outras olhavam para a minha cara e sussurravam algo para outras pessoas. Nada muito fora do normal.

Sophia e Kentin saíram da escola de cabeça baixa e quietos, como se alguma coisa estivesse faltando. E realmente, algo estava faltando. A alegria rotineira de Sophia não estava presente, suas roupas eram neutras. Sophia nunca usava roupas neutras, segundo ela, não combinavam com a sua personalidade alegre. E Kentin não estava com sua habitual calculadora na mão.

Entrei na frente dos dois os obrigando a parar. Sophia levantou os olhos castanhos para mim e sorriu, me dando um abraço apertado.

Que bom te ver Taylor! –Sussurrou no meu ouvido. –Soubemos o que aconteceu pela senhora Baxter. Sinto muito...

Encolheu os ombros.

Sophia, não se sinta mal por isso. Ontem eu estava muito nervosa, acabei descontando em você.

Sophia levantou os olhos, e eu pude ver que eles estavam marejados; era como se ela estivesse se culpando pelo que aconteceu. Droga. Não gosto de vê-la assim.

Ela nos disse que descobriu você porque seu celular tocou. Liguei os pontos quando lembrei que eu tinha te ligado tantas vezes e aí... Desculpa Tay, foi tudo culpa minha! –Me agarrou, jogando a cabeça em meu ombro e me deixando sentir o aroma adocicado que seus cabelos emanavam.

Fiquei imóvel por um momento, raciocinando. Logo depois abracei-a de volta.

Não foi sua culpa. Eu apenas esqueci de desligar o celular. Só.

M-mas... Você foi presa! –Se afastou um pouco, com as lágrimas já escorrendo por sua face pálida.

Não. Eu fui detida, meus pais foram até a delegacia e eu fui solta.

Isso te deu um grande problema não é? –As lágrimas escorrendo pela face de Sophia me davam tanta aflição que eu já não tinha ideia do que fazer para acalma-la.

Não, não deu nenhum problema grave Sophia! –Abanei as mãos, tentando achar um meio de acalma-la o mais rápido que podia.

Mesmo? –Encarou-me.

Sim, eu só... –Encarei as botas de Soph, seria muito complicado explicar o que vai acontecer para os dois. Principalmente para ela, que vai se culpar para sempre por isso.

Você só...? –Kentin, que estava completamente avulso se manifestou.

Só... –Respirei fundo. –Eu só irei morar com a minha tia. –Despejei- Em outra cidade.

Sophia estremeceu quando terminei de falar. Afastou-se um pouco de mim com os olhos arregalados e com a boca parcialmente aberta.

Você o que?!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Quero comentários hein! u.u auauahuahuah
Tentarei postar o próximo capítulo o mais rápido possível, mas ainda não prometo nada.
Kissus! E até o próximo capítulo people! o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Doce Amargura" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.