Lia Hunter, Uma Filha de Hades escrita por Passado Dramático Apagado


Capítulo 17
-Paul É Reclamado-


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente.

Desculpem se demorei muito. Fiquei num sítio com meus padrinhos e, pra variar, lá não tem net.

Espero compensar nesse cap.

Aproveitem!



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Depois do almoço, todos fomos ao Anfiteatro, Jhon, Andy, Erick, Nico e eu. Nos sentamos na sombra e avistamos alguns campistas montados em pégasos, voando por cima do lago.

–Ei –disse Jhon - , já contei a vocês que a Lia despencou de um Pégaso em cima do lago?

–Uou! –Andy arregalou os olhos -Sério?

–É... por aí... –senti meu rosto corar.

–Vocês sabem, filhos de Hades e criaturas vivas não se dão muito bem –Nico disse, como se estivesse me defendendo (muito mal).

–Não se envergonhe, Lia –disse Erick –Uma vez, eu estava treinando minha magia com as cartas e quase incendiei metade do acampamento. Cara, aquele dia foi terrível.

–Percy quase desmaiou de tanto jogar água salgada nas árvores –Andy apontou para uma parte do bosque –As ninfas ficaram uma fera com o Erick.

–Nem me lembre –disse ele estremecendo.

–E então, Lia –chamou Andy –Vai ficar por aqui o ano inteiro ou só nas férias?

–Acho que vou ficar com a minha mãe... –falei –Quer dizer, nem sei ainda o que vou fazer. E você?

–Meu pai viaja muito –explicou ela –Vocês sabem, não tem acampamentos protetores de monstros em todos os países do mundo –ela deu de ombros, sorrindo –Se ele não vem pra Nova York, eu fico aqui o ano todo.

–Sei...

–Ficamos num sítio quando ele vem –ela continuou –Longe dos monstros.

–Espera –falei –Seu pai sabe sobre os deuses e essas coisas todas?

–Claro –falou, como se isso fosse óbvio –Minha mãe disse tudo pra ele, quando eu nasci. Então sua mãe não sabe?

–Não... –respondi –Acho que... Hades queria proteger ela e eu.

–É. Pode ser –ela se escorou na arquibancada –e quanto a você, Nico?

–Digamos que seja uma história bem complicada de se entender –ele se desviou do assunto –As cabeças de vocês iriam explodir.

–Então tá, né –Andy o olhou esquisito.

–Meu pai me colocou pra adoção quando soube quem minha mãe era –contou Erick –Ele trabalhava num circo em Nova Jersey. Era mágico.

–Nossa –me espantei –Como você veio pra cá?

–Hécate falou de mim para Quíron –ele apontou para o pessoal das aulas de arco-e-flecha, Quíron estava avaliando todos com uma prancheta –Ele foi disfarçado até o orfanato em que eu estava e me adotou. Aquele centauro é quase um pai pra mim –sorriu, ainda olhando para Quíron.

–E você, Lia? –perguntou Andy.

–Hã... minha mãe é enfermeira no Harlem. Eu nasci no Canadá e eu e ela moramos lá até eu fazer dez. Depois ela conseguiu um emprego melhor em Manhattan.

–Canadá? –Erick ergueu uma sobrancelha –Por isso o sotaque...

–É... –assenti –E você, Jhon?

–Eu? –ele apontou para si mesmo –Bem, minha mãe morreu quando eu tinha onze anos. E Hipnos não queria me deixar em orfanatos por causa dos monstros e tal... –deu de ombros indiferente -Então ele me trouxe pra cá.

–Do que ela morreu? –perguntou Nico.

–Ela era viciada em heroína –ele pareceu desconfortável, todos nós nos entreolhamos –Morreu num centro de tratamento.

–Caramba –disse Andy –Sinto muito, Jhon.

–Não sinta –ele tentou sorrir –Sabe... meu pai me disse que eu faria “grandes feitos” –ele fez um gesto de aspas com os dedos –A única coisa grande que eu consegui fazer foi colocar um garoto pra dormir.

–Ah, vamos Jhon –empurrei ele com o cotovelo –Você é um dos melhores campistas daqui.

–É fácil pra você dizer isso. Lia Hunter chegou no acampamento há uma semana e resgatou uma das armas mais poderosas do mundo. Jhon Evans está aqui fazem dois anos e a única missão séria deste rapaz foi resgatar um sátiro de um chihuahua zangado –Jhon fazia gestos dramáticos enquanto falava.

–Eu lembro do chihuahua –riu Erick –te perseguiu que nem um louco e você se escondeu numa lata de lixo.

–Nem me lembre, cara –Jhon fez uma careta –Fiquei cheirando a não-quero-saber-oque-era-aquilo por uns três dias. Os gambás me perseguiam! –ele sorriu, zombeteiro.

Eu, Andy e Nico rimos, imaginando a cena.
Depois de um tempo conversando, Bia chegou do treinamento de arco-e-flecha.

–E aí, gente –ela se sentou ao lado de Andy e Erick.

–Oi, Bia! –Andy a abraçou –O que conta de bom?

–Olhem só isso –ela disse, sorrindo para todos nós. Mostrou a palma da mão, que de repente começou a brilhar intensamente. Fagulhas rodopiavam por cima da mão dela, depois todas se juntaram numa esfera do tamanho de uma uva, como uma miniatura do sol.

–Ah meu Hades! –vibrei –Que show!

–Eu sei! –ela sorriu, triunfante –Tive um sonho com Apolo, ele me disse que eu conseguia fazer isso. Não é incrível?!

–E quando eu acho que você já é brilhante–disse Jhon, com um sorriso besta –Você me aparece com isso.

Bia riu, corando. O mini-sol desapareceu.

–Cara –disse Nico –Realmente incrível.

–Ou brilhante, como disse Jhon –debochou Erick, sorrindo.

–Funciona melhor quanto tem sol –disse Bia –Mas o pai disse que eu conseguiria fazer a qualquer hora, mas de noite ia tirar muita da minha energia.

–Você tem a benção de Apolo –concluiu Nico –Isso significa que algo vai acontecer. Bia vai fazer algo realmente grande.

–Você acha? –perguntei.

–Os deuses não andam distribuindo bênçãos por aí sem motivo –ele disse –Tem alguma razão pra isso.

–Você acha que... –Erick pareceu meio preocupado –Uma...

–Profecia –Nico assentiu, sombrio.

–Ah, meninos –reclamou Andy –Vocês estão estragando o momento da Bia.

De repente lembrei de eu não tinha falado de Serj para Nico.

–Nico –sussurrei para ele - , tenho que te contar uma-

–EI! –chamou uma voz.

Todos nos viramos para quem tinha falado, era Mark, agitando os braços freneticamente para chamar a atenção.

–Paul foi reclamado! –ele gritava –Ele foi reclamado!

Todos corremos até Mark.

–O que? –perguntou Jhon, que tinha sido o primeiro a chegar.

–Paul foi... –ele hesitou. De repente deu um soco na barriga de Jhon sem prévio aviso.

–Ai –Erick esfregou a própria barriga –Doeu em mim.

–Isso é vingança –Mark olhou feio para Jhon –Acordei cuspindo grama, seu idiota.

–Adoro vingança –disse Andy.

–A ideia foi da Andy –ele falava com dificuldade.

–Tô pouco me lixando pra quem deu a ideia –ele parecia realmente zangado –Foi você que fez!

–Quem se importa com isso agora? –Erick parecia ansioso –Quem foi reclamado?

–O Paul –respondeu –Paul é filho de Hefesto.

–Há! –Jhon se recompôs –Will me deve dois dracmas.

–Vamos, pessoal –chamou Andy –Vamos parabenizar o novo garoto do chalé nove!

Enquanto corríamos, Mark nos contou a história:

–Ele estava nas forjas, tentando fazer uma invenção nova. E aconteceu.

–O que ele criou? –perguntou Erick.

–Sei lá –Mark deu de ombros –Quando eu soube, vim correndo avisar.

Quando chegamos nas forjas, os filhos de Hefesto davam tapinhas nas costas de Paul.

–Novo irmão do chalé nove! –gritava um deles –Cara, vou te mostrar o bunker nove. Vai poder deixar seu amigo lá.

–Ei, Paul! –chamou Bia –Parabéns.

–Valeu... –ele parecia mais confortável com todos em volta.

Depois que o tumulto se dispersou, o resto do chalé de Hefesto voltou para as forjas, menos um deles. Parecia muito com Paul. Exceto pelo sorriso travesso que o novato não tinha.

–Ei –disse ele –Quem é essa?

–Você não conhece a Lia, Leo? –perguntou Erick –Nossa, isso foi estranho... –ele fez uma careta -Leo, Lia. Lia, Leo. Lia, Lia, Leo, Leo...

–Oi, Lia –disse ele.

–Tudo bem? –perguntei –Lia Hunter, filha de Hades.

–Hades? –seu sorriso vacilou –Nico, você tem uma irmã?

–Não, não –respondeu Nico, debochado –Ela é uma prima distante...

–Ah, claro –ele sorriu de novo, também debochando –Oi, prima distante do Nico –ele acenou para mim.

–Oi, irmão do Paul –acenei de volta.

–Gostei dela –Leo apontou para mim.

–Ei, gente –chamou Paul –Olhem só isso aqui –ele entrou nas forjas.

Depois voltou com uma bola de bronze do tamanho de uma laranja nas mãos. A bola tinha um tipo de olho infravermelho, que piscava e girava para todos nós.

–Esse aqui é o Buddy –anunciou ele. E finas patas, também de bronze, projetaram-se da pequena bola, como uma aranha - , só preciso fazer um alto-falante embutido na cabeça dele e ele vai estar pronto.

Buddy escalou o braço de Paul, até seu ombro. E olhou bem para Jhon, depois emitiu estranhos estalos.

–Espera um pouco, Buddy –disse Paul para a pequena máquina. Depois abriu um pequeno compartimento na parte de trás de Buddy e enfiou algo ali dentro, fechou e Buddy piscou algumas vezes.

–Jhonattan Evans –uma voz metálica saiu de dentro de Buddy –Idade: treze anos. Altura: um metro, setenta e cinco centímetros. Filho de Hipnos, o deus do sono.

–Ah, santo Apolo –exclamou Bia –Paul, isso é incrível.

Buddy girou seu olho vermelho para Bia.

–Beatriz Turner –disse a mesma voz metálica –Idade: treze anos. Altura: um metro, setenta e um centímetros. Filha de Apolo, o deus do sol.

–Uou –Bia pareceu assustada.

Buddy virou-se para Erick:

–Erick Mohan. Quatorze anos. Altura: um metro, setenta e três centímetros. Filho de Hécate, a deusa da magia.

Depois para mim:

–Líada Hunter –corei ao ouvir aquilo, eu detestava aquele nome. Tive vontade de cortar Buddy ao meio –Idade: treze anos. Altura: um metro, setenta e seis centímetros. Filha de Hades, o deus dos mortos e do submundo.

–Nico di Angelo –ele se virou para meu irmão –Idade: seten-

–É. Olha só –Nico cortou o falatório de Buddy –Incrível, Paul. Realmente incrível. Hã... Lia, vamos lá pro nosso chalé? Você não tinha algo pra me contar?

–Ah, sim. –respondi -É... já vou indo, gente. Até o jantar.

–Tchau, Lia –disse Andy –Te vemos mais tarde.

Nico me puxou pelo braço e correu até o chalé treze. Quando chegamos, Nico parecia aliviado.

–E então? –perguntou ele, tirando o casaco de aviador –O que era?

–Bem... eu não sei como dizer isso, mas... –estalei os dedos e Serj apareceu do meu lado. Esperava que Nico pulasse de susto, mas ele só pareceu um pouco surpreso.

–Olá, jovem amo –Serj curvou-se para Nico –É uma honra.

–Quem é você? –Nico perguntou.

Serj explicou toda a história de ele ser meu guardião pelas mãos de Hades. Nico apenas escutou e assentiu. De vez em quando olhava de relance para mim.

–Entendo... Hades quer que Lia receba o mesmo treinamento que eu –concluiu Nico –Não me oponho, nem um pouco. Mas isso é um pouco estranho... Ele querer tratamento especial pra você...

–Eu sei, meu senhor –assentiu Serj -Lorde Hades não me contou muita coisa.

–Que tipo de treinamento? –perguntei.

Os dois se viraram para mim.

–Hades quer que você vá treinar no Mundo Inferior –disse Nico –Com esse fantasma aqui –ele apontou para Serj.

–Sim, minha senhorita.

–Quando? –perguntei novamente.

–O mais rápido possível –o fantasma respondeu.

–Mas todos vão se preocupar, não vão? Quer dizer, eu vou sumir por horas, se estiver treinando.

–É exatamente isso que estou tentando resolver –disse Nico.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

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