Epílogo escrita por Miya


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal
Obrigada pelos comentários do prólogo *-*

Aqui está o primeiro capítulo da fic, queridos!
Espero que tenha ficado bom :3



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“Nós estávamos sozinhos e famintos por amor. Crianças que viviam em um mundo cheio de ódio.”


Sakura só podia pensar no quanto era bom estar em casa.

Depois de tanto tempo saindo em missões, na correria por estarem caçando seu melhor amigo, depois da guerra em que lutaram... seu corpo e sua mente estavam muito cansados. No momento, ela só queria estar em casa, ao lado de seus pais.

Ninguém pode imaginar a saudade que ela sentiu deles, por mais que fosse uma ninja, ela nunca se desapegou de seus pais, eles sempre foram seu porto seguro, eles que a apoiaram quando decidiu ser ninja médica e até quando ela quis ir atrás de Sasuke. Foram os que acompanharam cada mudança que aconteceu seu corpo e mente.

Quando a guerra acabou, eles tiveram de se organizar para voltar pra Konoha. Eles foram em um dos últimos grupos. Ao chegarem na vila foram recebidos com aplausos. O nome de Naruto era gritado por todos, ela só conseguia dar seu melhor sorriso. Sasuke estava mais afastado deles e tinha um mínimo sorriso no rosto.

Sua atenção foi tirada totalmente de Naruto e Sasuke quando ouviu uma voz conhecida a chamando. Na hora nem pensou, o instinto falou mais alto. Ela nem teve tempo de se virar quando seus pais lhe abraçaram. Seu pai, alto como era, envolveu ela e a mãe. Sakura, que como ninja, aprendeu a chorar em silêncio, não conseguiu se controlar dessa vez. Eles se separaram ainda chorando, Sakura olhou pro lado ao sentir algo a agarrando pela cintura, ela sorriu e pegou seu irmão de oito anos no colo e lhe deu vários beijos na bochecha.

Agora, ela fazia de tudo para estar perto deles. No fim do dia ela voltava pra casa pensando na comida que sua mãe faria para ela e em como seria bom se sentar com eles e conversar um pouco.

Esse fato não passou em branco por sua mãe, conhencendo Sakura como só ela conhecia, pensou no quanto a filha estava sofrendo.

– Querida, e aquele garoto, o Uchiha? – Sakura suspirou.

– Não sei, mãe. Tenho medo de chegar perto dele e ele me rejeitar, como fez outras vezes.

– Mas ele não se arrependeu? Não lhe pediu desculpas? Não foi perdoado? Eu pensei que você gostasse dele, mas nesses dias você tem ficado só aqui em casa.

– Sim, mas isso não quer dizer que ele sente algo por mim. Eu vou deixar ele em paz, se algo for de acontecer, acontecerá!

Ela não imaginava que poderia ser ainda essa noite.

...

Naruto caminhava com Hinata de mãos dadas, três dias atrás eles haviam voltado da guerra e há dois dias havia acontecido o velório de todos os que haviam morrido.

O corpo de Neji estava entre tantos que morreram, Hinata estava inconsolável. Toda a barreira que ela havia criado por causa da guerra caiu ao entrar em sua casa e ver sua irmã, que correu até ela chorando.

Hinata e Naruto estavam em uma estranha relação desde o velório. Naruto segurou a mão de Hinata durante todo ele e, possamos dizer que ele ainda não a soltou.

Ele tem estado com Hinata todos os dias, a consolando, mas ela sabia que era diferente.

Ela sabia que ele também precisava daquilo, assim como tantos outros deles, ele estava carente de afeto depois de tanta coisa ruim que aconteceu ao seu redor, tendo ele como um dos alvos principais.

E diferente dos outros, Naruto não tinha uma família fixa, Konoha inteira era sua amiga. Nesses dias, ele tem passado parte da manhã com Sasuke, a tarde com Hinata, e a noite na casa de Sakura, onde tem dormido desde que voltaram.

Hinata, pensando que ia surtar desde o primeiro dia em que ele a chamou para se encontrarem, se acostumou com a presença dele de uma forma surreal. Ela não corava mais ao vê-lo e nem gaguejava, já era um grande avanço.

Ela pensava que nunca mais surtaria na frente dele.

Estava completamente enganada.

– Hinata... – ela o olhou – o que você acharia se eu contasse que estou gostando de alguém? - ela engasgou com a saliva.

– Tipo, gostando pra namorar?

– Sim, o que você acha? – ela tentou disfarçar a tristeza. Ela havia deixado de ficar envergonhada na frente dele, mas não tinha deixado de amá-lo.

– Acho isso muito bom. Espero que essa pessoa goste de você também, você merece toda felicidade do mundo!

– Mas ela acha que eu não gosto dela, ela até ficou meio triste quando eu disse que estava gostando de alguém.

– Você deve falar essas coisas com clareza... sem deixar dúvidas entre vocês.

– E como eu faço isso?

– Não sei, siga seus instintos – Hinata abaixou um pouco a cabeça, fingindo tirar algo de suas unhas, pra que ele não percebesse sua tristeza enquanto ele olhava para cima.

Ela não entendeu o que estava acontecendo quando sentiu a única mão de Naruto tocar seu queixo e virar seu rosto em direção ao dele.


Ela surtou novamente. Naruto havia lhe beijado.

...

Sasuke estava caminhando por onde, um dia, foi o distrito Uchiha. Ele, agora aos 16 anos, já pensava ser forte o suficiente para aguentar visitar esse lugar, mas ele estava enganado.

Várias lembranças encheram sua mente, sua infância se passou como um filme ao passar por cada lugar daquele. Ao ir para onde ele treinava com seu irmão quando era criança, ele quase chorou, tudo aquilo ainda doía, doía como se tivesse acontecido no ontem.

Ao sair de lá, deu de cara com Naruto e Sakura.

No mesmo momento, lembrou-se do que aconteceu na noite anterior.

Naruto estivera com ele nesses dias em que esteve na vila. Sabia que o amigo também se sentia sozinho.

Na tarde anterior, ao voltar do passeio que esteve fazendo com Hinata, Naruto contou-lhe que eles estavam namorando. Sasuke não sabia se ficava feliz ou com pena de Hinata.

Em comemoração, Naruto insistiu pra que fossem na casa de Sakura, comemorar lá.

Naruto nem era dono da casa, mas se achava o tal, o pior era que a família de Sakura deixava ele fazer isso.

Depois de muita insistência dele, Sasuke aceitou ir.

Ao chegarem na casa dos Haruno, Naruto nem bateu pra entrar, apenas emburacou como se fosse o dono e ainda arrastou Sasuke com ele para falarem com a mãe de Sakura.

A Srª Haruno os recebeu de braços abertos na cozinha de sua casa, depois de ter dado um abraço em Naruto ela foi até Sasuke e o abraçou, Sasuke ficou meio envergonhado, mas tentou disfarçar. Ele não estava acostumado com essas reações de carinho.

Poucos instantes depois, quando eles já estavam sentados ao redor da mesa, o Sr. Haruno entrou e deu tapas no ombro de ambos em cumprimento, o garoto irmão de Sakura, Kenji, entrou logo depois e foi falar com a mãe pra brincar um pouco na rua, que ela logo permitiu.

Sasuke nunca falou tanto em uma hora como falou na casa dos Haruno naquele dia, não sabia como, mas eles estavam envolvidos em uma conversa tão saudável que ele não sabia explicar. Eles não estavam mais na cozinha, estavam sentados na parte de trás da casa deles. Ventava muito no local e dava uma sensação de paz, leveza.

Sakura chegou entrando na conversa do nada e se sentando no chão ao lado do pai, ela cumprimentou a todos depois de dar sua opinião sobre o assunto.

Pouco tempo depois de conversa, ela se levantou para ir tomar banho. Sua mãe aproveitou e foi terminar de fazer o jantar.

Sò os homens ficaram conversando. Falaram sobre jutsus, sobre o que gostavam de fazer e o que queria fazer a partir dali.

O pai de Sakura entristeceu quando Sasuke falou que queria sair da vila por um tempo, pois precisava pensar. E por mais que quisesse ver sua filha feliz, ele sabia que Sasuke precisava daquilo, ele precisava se encontrar.

Durante todo esse tempo, Naruto havia se esquecido totalmente de contar sobre seu namoro com Hinata. Só se lembrou quando já estavam na mesa.

Todos ficaram felizes e o parabenizaram. Sakura engasgou na hora. Sasuke, que estava ao seu lado, deu leves batidas e acariciou suas costas em movimentos circulares. Ela teria percebido isso se não estivesse abismada demais com o fato de Naruto estar namorando.

Depois resolveram beber pra comemorar. Kenji já estava dormindo. O casal Haruno não passou muito tempo com os garotos, logo foram dormir.

Estavam sentados atrás da casa novamente, dessa vez estavam em um colhão de casal, na varanda conversando e bebendo, as histórias eram tantas e engraçadas que até Sasuke dava umas risadas.

– Se lembra de quando tentamos ver o rosto do Kakashi-sensei?

Sasuke só pode rir.

– Hey, onde Naruto está? – Sakura perguntou.

– Não sei... deve ter ido dormir.

– Como não percebemos?

– Será que ele é um ninja melhor que nós dois?

Sakura não aguentou e riu novamente.

– Estou ficando com sono Sasuke-kun... mas não quero ir dormir.

– Por que não? – ele estranhou quando ela chegou mais perto dele, encostando-se em seu ombro.

– Eu sei que você vai embora amanhã, quero aproveitar o tempo que tenho aqui com você.

Sasuke ficou extremamente sem graça, pensando se o que estava fazendo era mesmo certo.

– Não tem necessidade disso.

– Claro que tem, eu não vou te ver mais.

– Do jeito que você fala, parece que eu vou morrer...

– Pode não morrer, mas sei que nem notícias você vai me dar.

– Posso mandar notícias algumas vezes, se você quiser – Sasuke estava extremamente sem graça ao falar aquilo.

– Como? – Sakura se afastou dele para olhar em seu olhos com um sorriso que Sasuke não via há muitos anos – Isso é sério?

– Hn...

Sakura o abraçou. O abraço que guardou durante tantos anos, finalmente foi dado.

Ao se separarem, ambos estavam sem graça, Sakura não tinha lhe dado um simples abraço. Ela estava praticamente em cima dele.

– Quero notícias suas no mínimo uma vez por mês. Se não mandar, pode esquecer que eu existo!

– Certo. – Sasuke quase riu do quanto ela era engraçada mandona daquele jeito – Podemos dormir agora?

– Sim!

Sakura se deitou no colchão mesmo e logo caiu no sono. Sasuke dormiu na posição em que estava mesmo.

Uma hora depois ele acordou com dores nas costas. Olhou para o lado de deu de cara com Sakura dormindo como uma pedra.

Embora estar envergonhado, ele não tinha outra escolha a não ser se deitar ao lado dela.

Durante a noite Sakura se mexeu muito, sem deixá-lo dormir. Ela o empurrou até que ele ficasse espremido na parede do terraço, de modo que a última alternativa que ele teve foi abraçá-la com seu único braço inteiro.

No mesmo instante, o corpo de Sakura se ajustou ao seu e ela se aquietou.

Ele estava tão cansado que não percebeu o que estava acontecendo.

Apenas apagou!


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?