POV Annabeth

Terminei de passar o batom nos lábios e meus dois irmãos passaram pela minha porta correndo e se jogaram na minha cama, virei-me para vê-los e os encontrei sentados lado a lado na cama me olhando. Os dois estavam com um sorriso travesso no rosto, levantei uma sobrancelha e cruzei os braços.

– Vocês dois estão aprontando alguma coisa. – afirmei ficando frente a frente com eles.

– Não! – responderam em uníssono.

– É só que o Malcom disse que a família do seu namorado está vindo passar o Natal com a gente... – Bob começou.

– E nós queríamos saber se é verdade. – Matthew concluiu sorrindo maliciosamente.

– E eu quero saber por que isso é do interesse de vocês...? – falei recruzando os braços, fazendo uma pose de séria.

– Bem, você é nossa irmã... – Matthew começou dessa vez.

– E se o seu namorado for um idiota... – Bob continuou.

– Nós vamos fazer questão de botar ele parar correr! – falaram em uníssono e eu ri deles, parecia que tinham ensaiado.

– Aí nós queríamos saber se ele vem passar o Natal aqui com a nossa família para... Hmmm... Avaliá-lo... – Matthew disse eu ri mais.

Abri espaço entre os dois e sentei no meio, puxei cada um com meus braços e colei nossos ombros.

– Já que vocês estão tão preocupados assim e fizeram questão de vir até mim perguntar isso, eu vou responder: sim, a família do meu namorado está sim vindo passar o Natal com a gente. – falei e derrubei os dois em cima da cama. – E se vocês dois ousarem aprontar com ele, eu juro que vocês vão passar poucas e boas comigo! – ameacei e comecei a fazer cosquinha neles.

Sem que nós percebêssemos, nosso pai estava na porta com uma máquina fotográfica na mão tirando uma foto nossa brincando.

– Pai! – nós três falamos em uníssono depois que vimos o flash.

– Que foi? – ele perguntou rindo e se fazendo de inocente. – Estava uma ótima cena para foto. – ele riu mais. – Desçam os três, já, já, Sally e família vão chegar. E Annie, Mary te chamou para ajudá-la a pôr a mesa. – ele falou sorrindo para mim e saiu em seguida.

– Você dois estão esperando o quê para saírem do meu quarto e descerem para a sala? – falei para meus irmãos. – Vão logo! – dei um tapa leve nas bundas dos dois e eles saíram correndo do quarto.

Fui para frente do espelho e ajeitei meu cabelo e retoquei o batom. Eu não tinha me produzido muito porque mesmo que fosse Natal eu não queria chamar muita atenção, então eu tinha colocado apenas uma camisa de manga longa com uns desenhos natalinos, uma calça jeans skinny e uma sapatilha confortável que não machucava meu calcanhar. Meus cachos estavam soltos e caíam em cascata pelas minhas costas, minha maquiagem era basicamente uma sombra de cor clara, lápis de olho e um batom nude, sorri para mim no espelho, eu estava simples, mas estava bonita.

Saí do meu quarto e desci as escadas e fui para a cozinha ajudar Mary. Ela estava vestindo um longo vestido verde e usava salto alto prata, seu cabelo estava preso em um coque muito bem feito e sua maquiagem não era muito forte, ela estava linda.

– Mary, meu pai disse que você me chamou. – falei quando entrei na cozinha. Ela sorriu amigavelmente para mim.

– Sim, pedi para ele te chamar sim. – ela confirmou e apontou para uns pratos que estavam em cima da mesa. – Eu quero que você arrume esses pratos na mesa de jantar e depois chamasse o seu irmão para me ajudar a colocar o peru na mesa.

– Está bem, pode deixar que eu vou fazer isso Mary. – falei indo em direção aos pratos e pegando-os. Fui até a sala de jantar, que é do lado da sala de estar e tem visão para a escada e comecei a arrumar os pratos. Quando Malcom desceu as escadas eu chamei-o. – Malcom, vem aqui.

– Sim? – ele perguntou se aproximando.

– Mary quer que você ajude-a a trazer o peru para essa mesa, ela está lá na cozinha. – falei terminando de arrumar os pratos.

– Certo, estou indo lá então. – ele falou e saiu.

Terminei de arrumar os pratos e fui para a sala esperar nossas visitas junto de Bob e Matthew. Quando eu me sentei no sofá os dois começaram a montar um robô de LEGO pela milionésima vez. Fiquei olhando os dois montando o robô até que eu ouvi a campainha tocar.

– Eu atendo! – gritei para quem quer que fosse na casa.

Fui até a porta e quando a abri dei de cara com Sally Jackson e seu marido Paul Blofis, que também é meu professor de inglês, e atrás deles estava um homem alto extremamente parecido com Percy, provavelmente seu pai, Poseidon, e ao lado dele estava o meio-irmão de Percy, Tyson, e Percy logo atrás deles dois.

– Sally! Oi! – falei sorrindo e dando passagem para ela entrar. – Como vai? Oi Senhor Blofis, como vai você?

– Eu vou super bem. – ela respondeu sorrindo.

– Eu vou bem também. – Senhor Blofis respondeu. – E Annabeth, não estamos no colégio, pode me chamar de Paul. – ele falou sorrindo amigavelmente.

– Ok, pode deixar Paul. – falei sorrindo e Tyson entrou. – Oi Tyson! – nós nos abraçamos. – Como vai?

– Vou muito bem, e você? – ele perguntou sorrindo.

– Eu também estou muito bem! Aposto que você e meus irmãos vão se dar super bem, mesmo que eles tenham doze anos. – ele riu e foi falar com meus irmãos e então Poseidon entrou.

– Então você é a famosa Annabeth que eu tanto ouvir falar?! – Poseidon falou sorrindo e eu vi Percy corar. – Sinto-me honrado! – ele riu e estendeu a mão e eu apertei-a. – Prazer em conhecê-la, eu sou Poseidon, pai de Percy.

– O prazer é todo meu Poseidon. – falei sorrindo e ele entrou em casa para se juntar aos outros.

E então ele entrou, ele estava lindo com aquela camisa social sem gravata, calça jeans e sapatênis. Formal e simples ao mesmo tempo e ele sorriu radiante para mim.

– Quer dizer então que você fala de mim para o seu pai? – falei me aproximando e ficando bem perto dele.

– Bem... Não tanto quanto a minha mãe. – ele falou e colocou as mãos na minha cintura. – Ela te adora, fala que é a nora que sempre sonhou. – ele falou e eu ri sem graça. – Você está linda. – ele falou aproximando nossos rostos.

– Você também não está nada mal. – provoquei e ele riu.

Ele se aproximou mais e acabou com a distância entre nós, me beijando. Eu sabia que tanto a minha família quanto a dele estava nos olhando, mas eu não me importava, eu o amava e era isso que importava. Nós paramos de nos beijar e nos olhamos nos olhos, Percy parecia que estava hipnotizado, sorri para ele e beijei sua bochecha e ele pareceu sair do transe.

Ele soltou minha cintura e olhou em volta, nossos pais estavam nos encarando de um jeito engraçado, Bob e Matthew olhavam para ele com raiva e Tyson e Malcom pareciam indiferentes quanto à “cena”.

– Que foi? – Percy perguntou. – Nós dois namoramos, é de se esperar que nós nos beijemos. – ele disse e nossos pais riram.

– Está tudo bem. – Poseidon falou e se sentou no sofá.

Meu pai se aproximou e estendeu a mão para Percy.

– Acho que nós nunca nos apresentamos devidamente Percy. – meu pai disse enquanto eles apertavam as mãos.

– Verdade Senhor Chase. – Percy falou um pouco sem graça e meu pai riu.

– Ora, não precisa me chamar de senhor Chase, pode me chamar só de Frederick mesmo. – meu pai disse sorrindo. – Vou ver se minha esposa precisa de algo, quem sabe outra hora nós aprofundamos essa conversa hein Percy. – ele disse sorrindo, deu umas palmadinhas do ombro de Percy e saiu.

– Uau! – Percy soltou assim que meu pai se afastou. – Quando você me falou que ele tinha mudado eu não imaginei que tivesse sido tanto assim.

– Ele teve uma epifania, é natural que esteja assim. – falei sorrindo. – Ele fica muito mais radiante assim.

– Concordo plenamente com você Annie. – Malcom falou e eu levei um susto, não tinha visto ele se aproximando.

– Que susto Malcom! – exclamei pondo a mão no peito. – Eu não te vi se aproximando. – Ele e Percy riram.

– Desculpa, não queria te assustar, foi sem intenção. – ele se desculpou se aproximando. – E você rapazinho. – ele se virou para Percy. – Acho bom você cuidar bem do meu anjinho se não te quebro a cara.

– Malcom! – repreendi-o e Percy segurou minha mão.

– Tudo bem Annie. – Percy falou sorrindo. – Pode deixar, não vou fazer nenhum mal para ela.

– Acho bom mesmo. – Malcom falou rindo.

– Pessoal. – Mary apareceu na porta da sala de jantar – O jantar de Natal já está na mesa, vamos comer?

Todos assentimos e fomos para a sala de jantar.

Meu pai sentou na ponta, pois era o anfitrião da casa, ao seu lado direito ficou minha madrasta e ao lado esquerdo Malcom, eu sentei ao lado dele e Percy ao meu lado e Bob e Matthew sentaram de frente para nós “para ficar de olho no que Percy poderia fazer” de acordo com eles. Tyson sentou ao lado deles dois e Poseidon ao seu lado, e Sally sentou do lado de Percy e Paul ao seu lado.

Cada um se serviu do que queria na mesa, Mary tinha sido bem generosa com a escolha das comidas, tinha Chester, Peru e Maminha temperada, tinha arroz branco e integral, algumas saladas com frutas e etc. A comida estava muito cheirosa e de dar água na boca, e ainda por cima ela deixou uma gama de escolha de bebidas, por exemplo, para os adultos ela tinha escolhido alguns vinhos e espumantes e para os menores de idade tinha suco, refrigerante e coquetel sem álcool.

– Mary, vou te dizer uma coisa. – Poseidon começou a falar. – Você é uma cozinheira de mão cheia! – ele terminou de dizer e nós rimos.

– Muito obrigada. – Mary falou impressionada.

– E então, Annabeth? – Poseidon falou para mim e eu congelei. – Como vão as notas no colégio? – aliviei um pouco.

– Melhores impossível. – falei um pouco sem graça e ele riu.

– Sendo nerd assim até eu... – Percy falou e eu bati no ombro dele e eu ri.

– Ei! Eu não sou nerd! – falei ofendida e olhou para mim divertido.

– Tá bom, só um pouquinho CDF demais. – ele falou se aproximando e me deu um selinho.

– Idiota! – falei rindo e ele e todos na mesa riram.

– Percy, você é muito bobo sabia? – sua mãe falou e eu ri.

– Não, não sou. – ele falou e cortou a carne no prato dele. – É só que eu fico assim de vez em quando. – ele falou e nós rimos.

– Sei... De vez em quando... – Malcom falou. – E com de vez em quando você quer dizer sempre que está perto da Annabeth. – nós rimos e Percy corou.

– Talvez... ­ ­– Percy falou baixou e colocou comida na boca para não ter que falar e nós rimos da sua atitude.

O jantar inteiro foi basicamente isso, eles pegavam no nosso pé e nós entrávamos na brincadeira, foi bem divertido, aliás, provavelmente foi o Natal mais divertido que eu já participei.

Depois que todos nós jantamos fomos para a sala jogar conversa fora, eu e Percy ficamos no sofá de dois lugares, nossos pais se sentaram no sofá de seis lugares, Poseidon se sentou em uma poltrona que tinha ao lado do sofá e meus três irmãos e Tyson se sentaram no chão.

Percy estava sentado com as pernas em cima do sofá e eu estava entre elas com as costas encostadas no outro encosto e minhas pernas estavam uma de cada lado do corpo dele. Nossos pais estavam conversando animadamente e meus irmãos e Tyson estavam tendo uma conversa “super” interessante sobre robôs de LEGO, mas eu e Percy estávamos quietos, apenas aproveitando a companhia um do outro.

Depois de um tempo em silêncio, Percy pediu licença a todos e me puxou pela mão até a varanda de trás da casa e nós nos sentamos no banco que tinha perto da piscina.

– Queria ficar um tempo às sós com você, se a gente ficasse lá dentro teria sempre alguém para atrapalhar. – ele falou um pouco constrangido e eu ri baixinho.

Ele pegou minha mão, me fez levantar para depois eu sentar em seu colo. Passei meu braço pelos seus ombros.

– Acho que esse foi o melhor Natal que eu já tive. – ele falou e eu levantei a sobrancelha.

– Posso saber por quê? – perguntei.

– Porque eu o passei com a melhor namorada do mundo. – ele falou e me beijou.

– E você com certeza também é o melhor namorado do mundo. – falei e ele sorriu.

– Eu tenho uma coisa para você. – ele falou e tirou uma pequena caixa de dentro do bolso e eu o olhei um pouco espantada. – Feliz Natal Sabidinha. – ele disse me entregando a caixinha.

Segurei-a um pouco insegura e mordi o lábio.

– Abre. – ele pediu e eu assenti.

Quando eu abri era um colar com uma coruja com grandes olhos azuis. Fiquei impressionada com a beleza do objeto.

– Oh Percy! – exclamei e olhei para ele. – É lindo.

– Sabia que você ia gostar. – ele falou sorrindo para mim.

– Você é um fofo! – falei e beijei-o. – Fica aí, eu já volto. – falei e ele me olhou confuso.

Fui correndo até o meu quarto e peguei o presente dele e voltei para onde Percy estava. Ele estava deitado no banco olhando as estrelas, então fiz questão de chegar bem silenciosamente, quando fiquei bem perto dele tampei seus olhos e ele se assustou, dei uma risadinha e fiquei com a cabeça por cima da dele e o beijei.

– Annie. – ele falou sorrindo quando deixei ele se levantar. – O que foi que você saiu assim do nada?

– Fui buscar isso. – falei para ele mostrando o presente que eu tinha comprado para ele. – Feliz Natal Cabeça de Algas.

Ele abriu o presente e ficou impressionado com o que era, ele me agradeceu e nós ficamos ali sentados no banco, conversando e namorando, aproveitando o tempo, já que no dia seguinte Percy ia viajar com o pai para a Grécia para visitar os avós.