POV Percy

Eu e o pessoal fomos até a biblioteca estudar as matérias dos testes que teríamos na semana seguinte, Annabeth tentava inutilmente me explicar física, e vamos dizer assim: eu não estava muito a fim de estudar física...

– Percy! Para de bobeira... Não é tão difícil assim! – Annabeth falou batendo de leve no livro me olhando repreendedoramente.

– É difícil sim! Eu sou bom em Humanas, não em Exatas! – retruquei.

– Na verdade... Você não é bom nem em Humanas! – Grover replicou rindo e todo mundo riu junto.

Fiz cara de emburrado/chateado e cruzei os braços.

– Isso não vem ao caso... – falei fazendo biquinho e olhando para o chão.

– Owwwwwwn! Que gracinha! – Piper falou apertando minhas bochechas e me fazendo olhar para ela. – Como você fica fofinho emburrado! – as meninas riram.

Tirei a mão dela do meu rosto delicadamente rindo um pouco.

– Bestas... – falei revirando os olhos.

– Não, a gente não é você. – Leo falou sorrindo maliciosamente.

– Vai se ferrar Leo, você nem tá no segundo ano ainda seu pirralho. – falei estressado e virei para Annabeth. – Eu vou parar de estudar física e vou estudar para as outras matérias de Exatas, já que os testes são feitos no mesmo dia e caso alguma nota fique abaixo da média vai passar a nota mais baixa para ele... – falei fechando o livro de física e pegando biologia.

– Não Pers. – Annabeth falou me repreendendo. – Você não pode fazer isso o resto da sua vida inteira...

– Posso sim, tanto posso que faço isso desde a sexta série. – falei abrindo o livro na matéria que estávamos estudando.

Ela revirou os olhos, fechou meu livro de biologia, pegou meu livro de física e colocou na minha frente. Ela aproximou o rosto dela do meu.

– Eu. Vou. Te. Explicar. Física. – ela falou definitivamente. – E você vai aprender. – bufei e aproximei ainda mais nossos rostos.

– Então tá, mandona. – respondi e me afastei.

Ela revirou os olhos e ficou ereta. Abri meu livro na parte que ela estava me explicando e ela pegou um caderno que ela tinha para estudar e abriu em uma folha branca.

– Olha, você primeiro precisa ver o que o problema está pedindo... – Annabeth começou, mas alguém jogou uma bolinha na cabeça dela.

Fiquei ereto e olhei em volta, procurando quem fez aquilo. Vi Rachel, Nancy e Clarisse rindo em uma mesa igual a um bando de retardadas, não que elas não fossem, mas ok... Chris estava ao lado de Clarisse com fones de ouvido e lendo um livro tão atentamente que nem percebeu o que tinha acontecido. Semicerrei os olhos e balancei a cabeça em negação.

– Ai. – Annabeth falou passando a mão na cabeça e olhando a bolinha. – Deuses, qual o problema delas? Elas jogaram uma bolinha de borracha na minha cabeça, isso dói muito. – Annabeth ficou massageando onde a bolinha tinha batido.

– Você tá bem? Machucou? – perguntei olhando para ela.

– Estou, mas que isso vai me dar uma dor de cabeça vai... – ela colocou a bolinha em cima da mesa.

– Idiotas... – Thalia falou pegando a bolinha. – Elas vão ver o que dói de verdade...

– O que você vai fazer Thals? – Annabeth perguntou olhando preocupada para Thalia.

– Vou devolver na mesma moeda... – ela sorriu maleficamente e tirou um elástico de dentro da mochila. – Só que melhor...

– Thals... – Annabeth repreendeu.

– Olha Annie, não vem fazer a boa mocinha agora não, ninguém mexe com a minha melhor amiga. – Thalia falou irritada.

Thalia colocou uma das pontas do elástico no dedão e a outra ela colocou no indicador, então colocou a bolinha no meio e esticou até ficar no máximo e mirou nas três idiotas que ainda riam descontroladamente. Ela sorriu macabramente e soltou o elástico, fazendo com que a bolinha voasse em direção às garotas. A bolinha acertou exatamente a testa da Rachel e então foi a nossa vez de cair na gargalhada.

Ouvimos o grito de dor da Rachel e rimos mais ainda. Thalia ria tanto que estava quase caindo da cadeira e Leo estava debruçado sobre a mesa batendo a mão na mesa de tanto que ele ria.

– E o prêmio de melhor pontaria do ano vai paaaaaaara? – brinquei rindo. – Thalia Grace!!!!! – ela levantou-se e ficou de frente para a mesa.

– Obrigada, obrigada, amo muito todos vocês. – ela fez duas reverencias e fiz um movimento com as mãos como se estivesse segurando um troféu. – E eu dedico esse lindo troféu a minha amiga, Annabeth Chase! – nós começamos a rir loucamente depois disso.

– Ai, obrigada Thals. – Annabeth falou brincando e a gente riu mais.

– Escutem aqui seus otários! – Clarisse falou chegando acompanhada das outras duas vadias. Levantei uma sobrancelha, e eu pessoal havíamos parado de rir e Thalia havia se sentado. – Quem vocês pensam que são pra tacar uma bolinha na gente?

– Eu só devolvi o que vocês jogaram para cá. – Thalia falou sorrindo cinicamente.

– Quem disse que fomos nós? – Rachel perguntou olhando para nós com uma pose de superior.

– Suas atitudes... – Nico falou fechando seu livro. – Galera, bora sair daqui, já, já o sinal bate. – ele colocou os livros dele dentro da mochila e a fechou.

– Verdade. – Jason colocou as coisas dele dentro da mochila e começou a ajudar Piper.

– Ridículos, nem se quer têm coragem de nos enfrentar... – Nancy falou revirando os olhos.

– Não é isso, é só que a gente prefere não gastar nossas energias discutindo com néscios¹... – Annabeth falou fechando meu livro de física e me entregando. – Mais tarde eu passo na sua casa e tento te explicar tá bom?

– Tá. – respondi sorrindo e coloquei minhas coisas dentro da minha mochila.

– Néscios? – Clarisse perguntou cética.

– Sim, néscios. – Annabeth falou colocando as coisas dela dentro da mochila. – Isso quer dizer uma coisa que você provavelmente não gosta de ser chamada. – eu me levantei e o pessoal se levantou também.

– Bem, vamos indo porque eu estou louco para ir para a aula de biologia. – Leo falou animadinho e todo mundo. – Ah qual é, não encham, a substituta do professor é muito legal.

– Sei... Legal... – Reyna falou revirando os olhos. – Vou indo porque o laboratório de química fica no outro pavilhão e eu não estou a fim de chegar atrasada. Tchau para vocês. – ela deu um beijo na bochecha de todo mundo menos de Leo.

Reyna olhou para as criaturas que insistiam em ficar nos encarando com a sobrancelha levantada, bufou e foi embora. Leo olhou para ela com cara de quem não estava entendendo.

– Quê que deu nela? – ele perguntou confuso. – Isso é sacanagem, porque ela beijou todo mundo menos eu? – ele perguntou sentido.

As meninas reviraram os olhos e eu e os garotos levantamos uma sobrancelha e olhamos para ele incrédulo. Ele nos olhou confuso.

– Que houve? Quê que eu perdi? – ele perguntou ainda confuso.

– Esquece cabeça de fogo. – Jason falou rindo e revirando os olhos. Ele passou o braço pelos ombros de Piper e nos olhou. – Então? Vamos?

– Vamos. – respondi sorrindo e coloquei a mochila no ombro. – Tchau, néscias. – falei olhando para as putéfias².

– Até mais... Coisas... – Thalia falou olhando esquisito para o Triozinho do Pesadelo

Saímos da biblioteca e fomos para a nossas aulas. Eu e Annabeth tínhamos Álgebra agora e o resto do pessoal eu não sei que aulas tinham. Nós fomos para nossas aulas e o resto do dia foi incrivelmente normal.

─●─

As semanas foram passando rapidamente, Annie passava na minha casa quase todos os dias para me explicar a matéria de física e eu realmente estava começando a entender a matéria. E a cada dia eu sentia como se estivesse gostando cada vez mais dela, o meu único problema era que eu não sabia se ela gostava de mim ou não. Se gostava não demonstrava.

Então, quando eu percebi já era o dia do baile, eu estava em casa terminando de colocar meu terno quando minha mãe abriu a porta e tirou uma foto.

– Mãe! – reclamei terminando de dar o nó.

– Você fica lindo de terno, tenho que aproveitar o momento e tirar uma foto ué. – ela falou rindo e eu ri junto. – Você quase nunca usa terno, tenho que aproveitar. – ela riu mais e eu me virei para ela.

– E aí? Como estou? – perguntei apertando o último botão e minha mãe tirou uma foto nesse momento, eu sorri.

– Lindo. – ela se aproximou. – Como sempre.

– Obrigado. – beijei a bochecha dela. – Você é a melhor mãe do mundo.

– Obrigada, agora pegue a chave do seu carro e vá buscar Annabeth porque você já está atrasado.

– Verdade. – falei pondo o relógio no braço. – Até mais tarde. – dei um beijo na bochecha dela.

Desci, peguei minhas chaves e conferi se eu tinha pegado minha carteira e meu celular, entrei no meu carro e fui em direção à casa de Annabeth. Estacionei em frente à casa dela e vi o carro de Nico estacionado na frente também. Thalia devia ter vindo para cá também, mas então eu vi o carro do Leo, do Jason e do Frank também parados aqui, o que significava que as meninas haviam vindo para a casa dela para se arrumarem. Toquei a campainha e fui esperei alguém abrir, então vi o pai de Annabeth abrir a porta, ele me olhou de cima a baixo com uma sobrancelha levantada.

– E você é? – ele perguntou escorando na porta.

– Percy Jackson. – falei meio envergonhado. – Sou o acompanhante de Annabeth para o baile. – falei engolindo seco.

Então um rapaz muito parecido com Annabeth apareceu atrás dele e me olhou meio travesso.

– Frederick, deixe o garoto entrar, ele não vai fazer nada. – ele falou sorrindo. Olhei bem para ele, seu cabelo era loiro e seus olhos eram meio acinzentados que nem o de Annabeth, ele parecia ter uns 20 anos e parecia um ator.

Frederick desescorou da porta e entrou na casa revirando os olhos, o rapaz riu e deu espaço para eu entrar.

– Obrigado. – falei meio sem graça passando pela porta e passando a mão no cabelo.

– Sem problema, o pai da Annabeth não bate muito bem da cabeça. – ele falou desacreditado. – Deixa pra lá, é só não confrontar. Prazer, Malcom, sou o meio-irmão mais velho da Annie. – ele me estendeu a mão.

– Prazer. – apertei a mão dela e olhei para a sala.

Nico, Leo, Jason e Frank estavam sentados no sofá me olhando engraçado. Todos eles estavam de terno. Olhei em volta procurando as meninas.

– As garotas ainda não terminaram de se arrumar? – perguntei indo sentar no sofá junto deles.

– Não. – Nico respondeu apoiando os braços no joelho. – Mulheres adoram enrolar... – ele suspirou.

– Pois é... – Frank falou e encostou as costas no encosto do sofá. – Tomara que elas estejam super produzidas, porque senão eu vou ficar p da vida com elas...

– Verdade, eu odeio esperar... – Leo falou mexendo nos cabelos.

– Quieto Faísca, parece que tem fogo no rabo... – Jason falou balançando a cabeça negativamente. – É natural que elas demorem, elas querem ficar bonitas, deixem que elas fiquem bonitas... Aliás, qual o problema nisso não? Elas merecem. – Jason abriu o único botão que estava posto no seu blazer e colocou os braços em cima do encosto.

– Concordo com o Jason... – falei sorrindo. – Fui criado pela minha mãe, sei que elas demoram a se produzir... Principalmente porque elas não se produzem apenas para nós, elas se produzem para as outras mulheres também, para mostrar o quão bonita elas são.

– Verdade. – Nico falou rindo um pouco.

Malcom saiu da cozinha e se sentou na poltrona que tinha ali na sala com uma latinha de refrigerante na mão. Ele nos olhou sorrindo divertido e se espojou na poltrona.

– Ansiosos? – perguntou.

– Um pouquinho. – Jason admitiu.

– Eu também. – Frank falou passando a mão no cabelo.

– Mais ou menos. – Nico admitiu.

– Não sei... – falei olhando para ele. – Quando minhas mãos começarem a suar eu te respondo. – falei brincando e os garotos riram.

– Sei. – ele falou e deu um gole no refri.

– No meu primeiro baile eu fiquei bem nervoso, eu ia com a minha namorada na época... – ele falou meio pensativo. – Duas semanas depois do baile ela me trocou pelo capitão do time de futebol alegando que eu era muito infantil para ela. – ele riu. – Eu era mais velho que o cara uns dois anos e ainda por cima ele era repetente. Acho que ela nunca havia sido tão traída na vida... O cara passou o rodo no colégio depois de começar a namorar ela...

– Caraca, serião? – perguntei rindo um pouquinho.

– Aham. – ele ia falar mais alguma coisa, mas então a gente ouviu passos de salto alto vindos do andar de cima.

Nós todos nos levantamos e vimos a primeira garota a descer. Era Thalia, bem, não posso negar, ela estava vestida para matar. Nico foi até o final da escada e esperou ela terminar de descer a escada, ela segurou a mão que ele levantou para ela e desceu o último andar.

– Uau! – ele exclamou olhando para ela. – Você está linda. – ela sorriu para ele.

– Obrigada Nico. – ela o olhou de cima a baixo. – Você também não está nada mal. – ela brincou piscando para ele.

E então ouvimos mais passos e vimos Piper começar a descer as escadas, ela também estava vestida para matar usando um vestido vermelho como aquele. Jason andou rapidamente até a escada e a ajudou a terminar de descer as escadas.

– Uau. – Jason exclamou e Leo soltou um assobio que deixou Piper corada. – Você tá linda. – ele falou quase babando e eu, Leo e Frank demos uma risadinha.

– Obrigada Jason, você também está lindo. – ela falou corada e Jason corou um pouco também.

E mais uma vez ouvimos passos no andar de cima e Hazel começou a descer as escadas e Frank foi até a escada para ajudá-la a terminar de descer. Ela estava vestindo um vestido cor creme que abria na perna.

– Deuses, elas estão vestidas para matar. – falei brincando e as meninas deram uma risadinha.

– Você não viu nada Perseu. – Thalia brincou sorrindo maldosamente para mim.

– Ui. – falei rindo.

Frank elogiou Hazel que o elogiou de volta, todo mundo achou bonitinho e então Reyna começou a descer as escadas e logo Leo foi até o final da escada para ajudá-la a terminar de descer. Reyna era a única que estava de vestido curto, pelo jeito não gostava longos. Leo assobiou, pegou a mão dela e a fez dar uma voltinha.

– Que isso meu Deus! – ele exclamou olhando-a de cima a baixo. – Assim eu gamo. – ele brincou a gente riu. – Agora, sem piadas a parte, você está linda Rey!

– Obrigada Leo, você não tá nada mal. – ela falou passando a mão no ombro dele.

– Querem um quarto? – brinquei com a sobrancelha levantada e todo mundo riu.

– Seu idiota. – Reyna falou rindo.

– Te amo também. – respondi de volta e ela me deu língua. – Nossa! Quanta maturidade. – falei me fingindo de ofendido.

Mas não deu tempo de ela responder por que Annabeth começou a descer a escada e eu arregalei meus olhos. Ela estava maravilhosa. O vestido que ela estava usando era longo e azul e abria na perna esquerda, seu cabelo estava solto nos mais perfeitos cachos e ela estava com uma maquiagem leve. Minhas mãos começaram a suar e meu coração palpitou mais rapidamente. Sai de onde estava e fui até o final da escada para ajudá-la a terminar de descer. Ela segurou minha mão que estendi e desceu os últimos degraus. Ela olhou para mim sorrindo timidamente e eu sorri de volta.

– Você está linda Annie. – falei sorrindo sinceramente e ela corou um pouco.

– Você também está muito bonito. – ela falou corando mais um pouco.

– Meus deuses! – Malcom exclamou vindo até nós. – Minha irmã é a mulher mais linda que eu já vi! – ele falou sorrindo e Annie corou mais.

– Obrigado Malcom. – ela falou um pouco constrangida e ele riu. Ele olhou para mim e levantou a sobrancelha.

– Acho bom você não encostar um dedo nela tá? – ele falou ameaçador e eu engoli seco.

– Cl-claro. – falei sem graça e ele riu.

– Boa festa para vocês ok. – ele disse sorrindo e começou a subir as escadas. – Espero ver vocês mais tarde. – ele riu.

– Vamos? – perguntei um pouco nervoso.

– Vamos. – todos responderam em uníssono.

─●─

Estacionei meu carro no estacionamento do colégio e eu e Annabeth saímos do carro e fomos em direção ginásio, que era onde estava acontecendo o baile. Dei meu braço para Annabeth e eu e ela paramos na porta do ginásio para esperarmos nossos amigos nos alcançarem.

Quando todo mundo ficou junto entramos juntos no ginásio, quase ninguém prestou atenção em nós, apenas o Triozinho do Pesadelo, que nos encarava com raiva. Nós nos sentamos em uma mesa e ficamos conversando por um tempo, até que começou a tocar uma música e as meninas nos puxaram para o centro da pista de dança e nós começamos a dançar.

Eu e Annabeth ficamos um bom tempo dançando, e sinceramente, mesmo com aquele vestido longo e os saltos altos, ela conseguia fazer passos bem legais.

Em um momento começou a tocar uma música muito sensual e nós começamos a dançar no ritmo da dança. Ela rebolou algumas vezes na minha frente e eu segurei sua cintura, dançamos um pouco assim. Ela passou a mão no meu peitoral e desabotoou meu blazer e então pegou minha gravata e me puxou para perto. Quando nossos rostos estavam bem próximos a música acabou e começou uma música bem lenta.

Ela percebeu o que tinha feito e corou. Eu sorri. Segurei sua cintura e colei nossos corpos enquanto dançávamos lentamente, cheguei perto de seu ouvido e sussurrei:

– Você fica linda corada.

Ela virou-se para responder e nossos rostos ficaram a apenas alguns poucos centímetros de distancia, eu podia sentir sua respiração batendo em meu rosto. Nós fomos aproximando nossos rostos até que nossos lábios roçaram...