Algumas semanas depois

POV Annabeth

Acordei de manhã e olhei o despertador, eu havia acordado quase meia hora antes de despertar, sentei-me na cama e me espreguicei, levantei e fui até o banheiro. Liguei o chuveiro e deixei a água caindo para poder esquentar e fui escovar os dentes. Depois de escovar os dentes entrei de baixo do chuveiro e tomei um banho rápido, lavando o cabelo também para poder arrumá-lo depois.

Assim que sai do banho o despertador tocou e eu vesti um roupão, fui até lá e o desliguei. Vesti uma roupa confortável e peguei minha mochila, descendo para a cozinha em seguida, no caminho deixei minha mochila na sala.

– Oi Mary. – falei com minha madrasta ao entrar na cozinha.

– Oi Annabeth. – ela respondeu sorrindo. – Pode me ajudar a terminar de arrumar a mesa?

– Claro.

Enquanto eu a ajudava a arrumar a mesa meus dois meio-irmãos desceram e se sentaram à mesa esperando sua mãe colocar as panquecas nos pratos, quando terminei coloquei suco de laranja no meu copo e Mary colocou as panquecas no meu prato logo depois. Agradeci e terminei de comer. Logo depois meu pai desceu e tomou o café junto de nós.

─●─

Estacionei meu carro e sai dele, colocando o alarme logo depois. Vi o pessoal em frente à porta do colégio, parecia que tinha algo acontecendo. Fui até lá e comecei a ouvir gritos da Silena. Cheguei em Thalia e encostei em seu braço e ela olhou para mim.

– O que está acontecendo? – perguntei confusa.

– Silena está brigando com Percy. – ela me respondeu. – A gente tá tentando é entender o motivo. Já que ela não tá falando nada com nada.

– Até ontem os dois não estavam bem? – perguntei confusa.

– Bem, era o que parecia né... – ela falou e voltou sua atenção para eles.

Olhei para Silena e para Percy, ela estava gritando com ele e ele a olhava espantado, como se também não entendesse o motivo da briga.

– Perseu, acabou! Eu cansei desse seu desapego a mim! – Silena gritou para ele, e para mim, era como se fosse as palavras finais dela. – Vários garotos dão em cima de mim e você não faz nada! Você não dá bola para o que acontece comigo! Está sempre no mundo da lua Percy! Eu cansei disso! Acabou! – ela bufou, virou-se e foi embora.

Percy acompanhou com o olhar ela indo embora, ele estava com um olhar confuso no rosto, ainda tentando absorver o que tinha acabado de acontecer. Ele balançou a cabeça, olhou para o chão e piscou algumas vezes. As pessoas que estavam olhando em volta começaram a seguir seu rumo e quando percebemos só tinha restado nós.

Nico respirou fundo e foi até Percy, ele colocou a mão no ombro dele e Percy o olhou, dava pra ver que ele ainda estava meio atordoado.

– Você tá bem cara? – Nico perguntou meio apreensivo.

– Mais ou menos... – Percy falou tombando a cabeça de lado e passando a mão no cabelo.

– Você sabe explicar o que aconteceu aqui? – Leo perguntou se aproximando de Percy.

– Acho que sim. – Percy falou focando os olhos em Leo e depois olhou para nós. – Ela brigou comigo depois que um carinha veio aqui e começou a dar em cima dela e eu não fiz nada para fazer ele se afastar... – ele olhou para as garotas do grupo. – Vocês acham que isso é motivo para ela terminar comigo?

– Depende... – Reyna começou. – Isso já aconteceu muitas vezes?

– Não sei... Acho que sim... – ele coçou a cabeça. Ele realmente estava confuso.

– Você é um cabeça de vento hein! – Thalia falou e nós rimos. – Você nem presta atenção na própria namorada.

– Não, eu presto, quer dizer, eu prestava, já que agora ela terminou comigo. Mas assim, não tem motivo esse tipo de coisa, eu só vou fazer algo se o cara partir para cima dela, porque se ela realmente gosta, ou gostava, de mim, ela não se deixaria levar por outro cara. – ele falou olhando para o chão e depois olhou para todos. – Não é?

– Bem, se for ver por esse lado... – Pipes falou pensativa. – Até que você tem um pouco de razão... Mas ainda assim, acho que ela era um pouco insegura... Isso faz com que ela quisesse pelo menos um pouco mais de atenção sua.

– Pode ser. – Percy olhou para o chão e o sinal bateu, sinalizando que devíamos ir para nossas aulas. Ele respirou fundo e olhou para mim. – Filosofia né? – dei uma risadinha.

– Sim. – concordei e fui até ele. – Bora nessa se não nós chegaremos atrasados. – falei pegando sua mão e o puxando para a sala de Filosofia. – Tchau pessoal!

– Tchau! – eles responderam.

Nós entramos na sala e nos sentamos juntos. Percy colocou seus braços por cima da mesa e se debruçou sobre a mesa, meio que deitando na mesa. Passei minha mão no seu cabelo e ele virou a cabeça para olhar pra mim.

– Precisa ficar assim não Pers, não é o fim do mundo. – falei sorrindo e ele sorriu de volta.

– Eu sei, mas eu não sabia que ela era tão... Carente, por assim dizer. – ele falou e levantou a cabeça, ficando ereto de novo. – Eu sempre fui meio desapegado, até mesmo na época em que eu namorava a Rachel, sei lá, não sou muito de ficar grudento porque eu sei que vocês não gostam muito disso. – ele falou batucando os dedos na mesa.

– Sei como é, mas também não precisa ser tão desapegado né... – falei e ele deu uma risada fraca e respirou fundo. – Mas ainda assim, não precisa se preocupar muito com isso. Você provavelmente vai arranjar outra namorada daqui a alguns dias, semanas ou meses. – ele olhou para mim.

– Você acha? – ele perguntou com a sobrancelha levantada. – Depois que todo mundo que viu a cena sair espalhando pelo colégio eu não vou ficar muito bem falado... Vai levar certo tempo para todo mundo esquecer... A não ser algo mais chocante quanto isso aconteça. – ele falou colocando os braços atrás da cabeça e olhando para o teto.

– Você está se preocupando demais com sua popularidade não acha? – falei olhando para ele e ele arregalou os olhos e me encarou.

– Tá louca? Não tem coisa que eu me preocupe menos que a minha popularidade! – ri da reação dele.

– Tudo bem então, então você não precisa se preocupar com os boatos por aí. – falei apoiando minha cabeça na mão.

O professor entrou em sala e nós paramos de conversar, o professor começou a explicar a nova matéria que ele ia dar nesse período/bimestre. Quando a aula já estava quase acabando o diretor do colégio bateu na porta e Apolo falou para ele entrar.

– Bem gente, para quem não sabe, eu sou o diretor do colégio e me chamo Dionísio, mas prefiro que me chamem de Sr. D, e vim aqui dar um aviso bem rápido, mas que vocês, adolescentes insuportáveis, vão adorar: agora em dezembro vai acontecer o Baile de Inverno. – começaram uns murmúrios e o Sr. D levantou a voz. – Silêncio por favor. – sua voz autoritária fez com que todos ficassem em silêncio. – Nós não nos importamos quem vai pedir quem para o Baile, se vocês quiserem ir sem um par pode ir, mas é aconselhável ir com um par porque se não você vai ficar segurando vela pra seus amigos, e eu aposto que você não quer isso. – ele falou olhando para a turma. Para mais informações sobre o Baile, a coordenadora vai passar nas salas avisando e terão cartazes em todos os corredores contendo informações. Obrigado pela atenção. – ele virou-se para Apolo. – Desculpe ter atrapalhado sua aula Apolo. Até mais tarde.

– Está tudo bem Senhor D. – Apolo falou sorrindo.

O Sr. D saiu da sala e Apolo olhou para o relógio. Ele deu um sorriso, sentou-se na mesa, apoiando a perna direita na mesa e a perna esquerda dando apoio ao corpo no chão, ele pegou a caneca de café em sua mesa e deu um gole.

– Bem, a aula já está para acabar e como nós perdemos o rumo de nossa aula, vocês podem conversar. – ele falou e deu mais um gole, ele saiu de cima de sua mesa e arrumou seu material de trabalho na mesa e sentou-se na cadeira, para em seguida começar a mexer no computador.

– Um baile de inverno... – Percy falou pensativo olhando para as mãos em cima da mesa.

– Acontece todo ano para os alunos do ensino médio. – falei olhando para ele. – O desejo de todos os alunos da sétima e oitava série do fundamental é ir nesse baile. – dei uma risadinha.

– Que foi? – Percy perguntou para mim, olhando em meus olhos.

– Ano passado um menino do primeiro ano me pediu para ir com ele. – Percy fechou a cara, provavelmente lembrando-se de que até alguns meses atrás eu era basicamente uma vadia. – Eu recusei e todas as meninas da minha série ficaram indignadas que eu recusei. – Percy arregalou os olhos, impressionado.

– E porque você recusou? – ele perguntou curioso.

– Não me lembro muito bem do motivo, mas não me arrependo de nada. - falei apoiando minha cabeça na minha mão esquerda, olhando para ele. – Ele está puto comigo até hoje porque eu nunca dei “uma oportunidade para ele”. – falei e Percy levantou a sobrancelha direita.

– Porque você nunca deu uma oportunidade para ele? – ele disse fechando a cara.

– Porque, naquela época, eu não queria nada sério e, bem, ele queria namorar, e não apenas ficar. – falei e olhei para minha mão. – Ele até que é um cara legal.

– E porque você não dá uma oportunidade para ele? – Percy perguntou colocando seu livro dentro da mochila.

– Porque eu estou gostando de outra pessoa. – falei sem pensar e depois me toquei do que eu fiz e arregalei os olhos. “Sua estúpida! Porque você falou?!” pensei me repreendendo.

– E quem seria essa pessoa? – ele perguntou sorrindo debochado.

O sinal tocou e eu suspirei aliviada. “Salva pelo gongo hein Annabeth!” pensei feliz e coloquei meu livro na mochila e fechei-a.

– Ninguém de importância demasiada. – falei me levantando.

– Ah qual é Annie! – ele colocou a mochila no ombro, me seguindo em seguida. – Se você está gostando de alguém é claro que é importante! – ele ficou lado a lado comigo no corredor.

– Pode até ser, mas eu não vou te falar quem é. – falei rindo. – Tenho que ir para a aula de Biologia. Tchau, até o almoço.

Dei um beijo na bochecha dele e saí andando, deixando um Percy com cara de bobo para trás.

POV Percy

Annabeth me deu um beijo na bochecha e saiu andando em direção à sala de Biologia e eu fiquei prostrado que nem um idiota no meio do corredor. Alguém parou ao meu lado e apoiou o braço no meu ombro.

– Você está gostando dela... – falou cantado e olhei quem era: Leo.

– Não, não estou... – falei na defensiva. – Isso é coisa da sua cabeça Valdez... – tirei o braço dele do meu ombro com minha mão e fui em direção à aula de Física.

– Calma, também tenho aula de Física agora. – ele foi andando junto de mim até a sala de Física. – Também não precisa ficar estressado por eu falar que você tá gostando da Annie... – ele falou pensativo. – Se você ver pelo lado positivo da coisa, gostar dela nem é tão mal assim, pensa só, ela é bonita, inteligente, legal, divertida, extrovertida, e um montão de outras coisas que várias meninas não têm, ela é um pacote completo cara. – ele deu uma risada.

– Deixa de ideia cara, eu não gosto dela. – falei olhando para ele. – E outra coisa, se você vê todos esses lados positivos, porque você não vai atrás dela.

– Ah, ela não faz meu tipo, eu gosto de meninas mais... – ele olhou para mim. – Calientes.

– Ok então né. – eu ri e entramos na sala. – Agora se senta aí porque o professor não vai gostar se a gente ficar em pé.

Nós nos sentamos e o professor começou a dar a aula dele.

─●─

Bateu o sinal para o almoço e eu sai da aula de Álgebra. Não basta a aula ser chata, a professora tem que ser uma velha de oitenta e tantos anos com cara de tartaruga que fala tudo devagar. Não entendo o que ela ainda faz aqui nesse colégio, já deveria até ter se aposentado...

Entrei no refeitório e vi o pessoal sentado na mesa de costume, peguei minha comida e fui me sentar com eles. Leo olhou para mim e levantou a sobrancelha sorrindo maliciosamente. Encarei-o mortalmente e movi os lábios falando: “Se ficar enchendo o saco, te encho de porrada depois”. Sentei ao lado de Annabeth e ela sorriu para mim.

– E aí povão? Novidades? – perguntei cortando meu frango grelhado.

– Nada demais. – Nico respondeu e Thalia olhou para ele com a sobrancelha levantada. – Ah tá, ok, eu e a Thalia vamos ao baile de inverno juntos.

– Como já era de se esperar. – Jason falou colocando um pedaço de carne na boca.

– Vai se ferrar Jay. – Thals falou encarando o irmão e ele riu.

– E você Pers, já está pensando com quem vai? – Leo perguntou malicioso.

– Talvez Valdez. – falei encarando ele.

– Fiquei sabendo que Charles Beckendorf, um cara do segundo ano chamou a Silena para ir com ele... – ele falou se fazendo de desentendido. – E ao que parece ela aceitou.

– E...? – perguntei me fazendo desinteressado. – quem perguntou? – todo mundo riu. – Até onde eu saiba ela terminou comigo.

– Ela terminou com você hoje Pers. – Annie falou cortando a carne dela. – Você deveria demonstrar pelo menos um pouco de ciúmes não acha?

– Não... – bebi um gole de coca. – Se ela terminou comigo e logo depois um cara convida ela para um baile e ela aceita quer dizer que ela realmente não gostava de mim. – falei e depois olhei nos olhos dela. – E outra coisa, sou desapegado mesmo.

Ela riu e balançou a cabeça.

– Você era um péssimo namorado pelo jeito. – dei um leve empurrão nela com o ombro.

– Não era não. – falei me fingindo ofendido.

Ela riu e olhou para mim balançando a cabeça. Ela botou a ponta do dedo indicador dela no meu nariz e aproximou um pouco o rosto.

– Era sim. – falou e todo mundo riu.

Ela se afastou e eu olhei para Leo e ele ria incontrolavelmente.

Voltei a comer e comecei a prestar atenção em como eu ficava perto de Annabeth. Eu ficava nervoso e quando ela se aproximava mais de mim ou beijava minha bochecha eu ficava corado e meu coração começava a palpitar fortemente e minhas mãos ficavam suando frio. Eu ficava mais bobo e não conseguia responder as coisas direito, e quando nós nos abraçávamos eu ficava com uma vontade enorme de ficar mais tempo abraçado com ela. Engoli seco, eu estava sim gostando de Annabeth.

Só fui perceber que eu estava boiando quando Annabeth estalou os dedos em frente aos meus olhos. Balancei minha cabeça e olhei em volta, todo mundo na mesa estava rindo, principalmente Leo.

– Que foi? – perguntei confuso, Annabeth pegou um guardanapo.

– Você está babando. – ela falou passando o guardanapo na beirada da minha boca, ela estava tentando não rir também.

– Oh deuses, que vergonha. – falei tampando meu rosto com as mãos.

– Você é um retardado, Perseu. – Thalia falou rindo.

– Vai se ferrar. – falei sorrindo sem graça.

O sinal bateu e nós nos levantamos, eu aproveitei que basicamente todo mundo já tinha ido e só tinha restado eu e Annabeth porque ela estava colocando algo na mochila dela e eu me aproximei dela.

– Annie. – falei tocando seu braço e ela se virou para mim.

– Sim?

– Quer ir ao baile comigo? – perguntei sorrindo meio sem graça.