POV Annabeth

Eu e Percy estávamos no carro, ele estava me levando para a casa da Thalia. Nós estávamos quietos depois do que havia acontecido no cinema, ele tamborilava os dedos no volante e eu retirava o esmalte que estava nas minhas unhas com minhas unhas, eu estava nervosa, e ele também.

Ele estacionou em frente à casa da Thalia e virou-se para mim, retirei meu cinto de segurança, mas não sai do carro. Ele colocou a mão dele sobre a minha.

– Annabeth...? – falou enrubescendo. – Sobre o que aconteceu no cinema... – o interrompi.

– Não precisa falar nada... – falei corando. – Err... Obrigada pelo convite e pela carona.

– Ok, tudo bem, ahn... Depois nós podemos conversar sobre isso?

– Ahn, sim, claro, porque não? – falei sorrindo meio sem graça. – Bem, eu vou indo. Tchau, até amanhã.

– Até amanhã.

Peguei minha bolsa e beijei a bochecha dele, mas ele estava meio virado para mim, então acabei dando um beijo “meia-lua” nele, corei na hora, mas ele fingiu que nada aconteceu. Sai do carro e fui até a porta da casa e toquei a campainha, virei para Percy e fiz sinal para que ele pudesse ir embora, ele acenou se despedindo e se foi.

Ouvi a porta se abrindo e virei-me, vendo minha amiga virada de costas falando com alguém, assim que se virou e me viu ela deu um sorriso.

– Annie! Oi! – falou. – Entra.

Eu entrei e nos abraçamos.

– O que faz aqui há essa hora? – perguntou.

– Bem, meu pai resolveu dar uma “festinha” para ele e os amigos e, bem, você sabe o que pode acontecer quando eles estão lá. – falei meio apreensiva. – Eu queria saber se eu posso ficar aqui essa noite. Posso?

– Claro que pode! – falou e pegou minhas mãos. – Eu não vou deixar minha melhor amiga junto dos retardados dos amigos do seu pai bobão!

– Ah Thalia! Obrigada! – falei e a abracei.

– Amigo é para isso! – falou. – Vem, vamos para o meu quarto colocar a conversa em dia. – eu dei uma risadinha.

Ela pegou minha mão e nós subimos a escada e fomos para o seu quarto. Nós sentamos em sua cama e começamos a conversar, até que em um momento da conversa ela falou:

– Annie, eu percebi que você não veio no seu carro, você veio de táxi? – me perguntou.

– Bem, não, não vim de táxi... Vim com o Percy... – falei corando.

– Você veio com o Percy?! – perguntou exaltada.

– Thalia! Não grita! Que coisa! – falei repreendendo-a – E sim, eu vim com o Percy.

– E porque você veio com ele? – perguntou dando um sorrisinho malicioso.

– Porque ele me chamou para ir ao cinema e eu aceitei. A sessão acabou pouco tempo antes de eu chegar aqui. – falei corando mais ainda.

– Me conta TUDO! – falou com os olhos brilhando e ficando de joelhos na minha frente. Eu ri do que ela falou.

– Você falou que nem uma patricinha agora! – falei rindo.

– Affs! Só fala o que aconteceu logo de uma vez antes que eu te obrigue a falar. – falou ameaçadora e eu ri de novo.

– Ok, tá bom, eu falo! – falei ainda rindo da atitude dela.

Enquanto eu falava, ela não tentou me interromper, ela ouviu tudo sem da nenhum “pio”. No final, ela me olhou com os olhos brilhando, mas com uma cara indignada.

– Mas vocês vão conversar mesmo sobre isso depois né? – falou indignada. – Porque depois disso não é possível que vocês não se resolvam!

– Se resolver como? Nós não temos nada Thalia! Deixa de fantasiar coisas que não existem. – falei olhando para o chão.

– Não estou fantasiando nada Annabeth, - ela pegou meu queixo e me fez olhar em seus olhos. – eu tenho quase certeza que vocês têm chances de terem algo sério.

– Não sei... E se ele achar que eu ainda sou “aquela” Annabeth de antes, que eu só mudei para ficar com ele e depois partir seu coração? – falei apreensiva. – Toda vez que eu chego perto dele, ele fica ressentido de ficar perto de mim, ele ainda deve achar que eu não presto e que estou armando uma pra ele... – falei meio triste.

– Bem, nunca se sabe, mas não custa tentar, não é?

– Claro que custa! – falei exaltada. – Custa meu coração Thalia! E isso pode machucar muito!

– Ok então, mas quando vocês conversarem sobre isso, eu quero saber de tudo ok?! – falou mandona.

– Sim senhora! – falei brincando e fazendo uma continência e nós rimos.

– Vou pegar um pijama para você dormir. – falou se levantando e indo até o seu closet.

Levantei-me de sua cama e puxei o coxão debaixo, sua bicama é muito útil quando eu durmo em sua casa, nunca é preciso pedir para alguém pegar um colchão. Ela voltou com um pijama em mãos e colocou em cima da cama e foi colocar o pijama dela. Olhei o pijama e tive quase certeza que já tinha o visto em algum lugar. Então eu me lembrei.

– Thalia, esse é o pijama que eu esqueci quando eu vim aqui à última vez há quase dois anos... Achei que você o tivesse jogado fora! – falei olhando atônita para ela. Ele riu sem graça.

– Bem, eu nunca joguei fora porque eu achei que eu poderia guardar uma lembrança de você sem parecer uma... Como dizer... Érr... Uma...

– Vadia. – respondi meio rindo e com a sobrancelha direita levantada.

– Sim! – ela riu alto. – Sim, uma vadia. Então eu guardei o pijama. Toda vez que eu achava que ele estava ficando embolorado eu pedia para minha madrasta lavar ele.

– Owwn que fofo Thals!!! – falei indo até ela e abraçando-a.

Separamo-nos e eu fui ao banheiro colocar o pijama e tirar a maquiagem que eu estava usando. Coloquei o pijama e tirei a maquiagem e sai do banheiro, indo até minha bolsa, peguei minha escova de dentes sobressalente e voltei para escovar meus dentes. Depois eu voltei para cama, ela me deu um travesseiro e um cobertor e desligou a luz, se deitando na cama e dormindo menos de dois minutos depois.

– Dorminhoca... – resmunguei rindo baixinho.

Olhei para o teto e me lembrei do que aconteceu dentro do cinema:

“Quando estava mais ou menos no meio do filme, eu e Percy fomos falar algo e viramos nossos rostos ao mesmo tempo e nossos rostos ficaram muito próximos. Então eu fechei meus olhos e senti seus lábios encostando-se aos meus, e nós nos beijamos.

Quando o ar nos faltou nos paramos, eu continuei de olhos fechados, queria ter certeza que tudo aquilo havia acontecido de verdade. Senti sua mão encostando-se a meu rosto então eu abri os olhos, encarando seus lindos olhos verdes.

Então, do nada, ele enrubesceu, tirou sua mão de meu rosto e olhou para o outro lado.

– Me desculpe, eu não devia ter... – o interrompi.

– Está tudo bem. – falei sentindo meu rosto esquentar. – Vamos voltar a assistir o filme.

– Certo.

Respiramos fundo e voltamos a assistir o filme.”.

Toquei meus lábios com as pontas dos dedos. Queria poder sentir seus lábios nos meus novamente, eu nunca tinha sentido um beijo tão bom. Poucos minutos depois eu adormeci.