Still Not Over escrita por Akemihime


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Obrigada ao Janderson Rodrigues por recomendar a história, sério obrigada meeeeeeeeeesmo! Eu não esperava, surtei demais quando vi nas atualizações a recomendação *---* AMEI!

Bem agora o capítulo de hoje acho que foi um dos que eu mais gostei até agora. Ele é mais sério e o foco está mais voltado para o Shikamaru.
Espero que gostem.



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O dia estava escuro, nublado. Aquele céu acinzentado, sem nenhum sinal do sol aparecer e ameaçando constantemente chuva, embora ainda não tivesse caído um pingo d’água sequer até aquela tarde.

Mas apesar do dia não estar como era de seu agrado, isto não o impediu de subir no telhado de sua casa e ficar olhando para o céu, para aquelas nuvens escuras e tristes. No fim das contas, elas combinavam com o seu humor desde que acordou naquela manhã.

Afinal, aquele não era um dia como qualquer outro. Aquele era o dia que marcava a morte de seu pai na Quarta Guerra Mundial Ninja. Mesmo depois de tantos anos e de tantas coisas que aconteceram na sua vida, lembrar daquilo ainda o afetava.

Shikamaru suspirou, se sentando e olhando a sua volta. Ele podia ver ao longe Temari sair de casa com Shikadai em seus braços, ela havia dito ao marido que deixaria o pequeno na casa da avó, sabia que aquilo alegraria Yoshino, que também estava abalada naquele dia. Ela também sempre ficava, e Shikamaru queria poder fazer algo por sua mãe... mas como ajudá-la sendo que ele nem sabia como se ajudar em primeiro lugar?

A saudade do pai sempre se fazia mais presente no dia de sua morte.

Shikamaru se deitou novamente, olhando as nuvens negras que cobriam o céu.

A última lembrança que tinha de Shikaku não era nem ao menos real, era de seu sonho quando estava preso no Tsukuyomi na guerra. As imagens nunca saíram de sua mente, especialmente aquela em que via seu pai discutindo com sua mãe. Eles sempre faziam aquilo e Yoshino sempre ganhava. Embora Shikamaru duvidasse de que seu pai aceitava o que ela estava dizendo apenas para fazê-la parar de reclamar.

Ele esboçou um fraco sorriso com o pensamento.

Mulheres sempre tão problemáticas. Shikamaru sabia que havia puxado seu pai neste aspecto.

Esse tipo de coisa o fazia imaginar como tudo poderia ter sido caso Shikaku ainda estivesse vivo.

Queria tanto vê-lo presente em seu casamento com a mulher mais problemática do mundo... queria vê-lo sorrir e provocar o filho, dizendo que arranjara uma mulher pior que sua mãe. Shikamaru provavelmente desconversaria, envergonhado, mas nunca admitiria que o pai tivesse razão, que até a mulher mais assustadora mostrava o lado doce para quem ama. Shikaku dizia que Shikamaru entenderia quando fosse mais velho. Ele entendia isso agora.

O velho sempre teve razão sobre tudo, afinal.

Ah mas o que Shikamaru realmente queria não era somente a presença do pai em seu casamento. Queria que ele estivesse ali nos outros dias mais importantes de sua vida também, o que incluía principalmente o nascimento de seu filho. Desejava que Shikadai pudesse passar pela experiência de ter um avô. Shikaku sempre foi um excelente pai, certamente seria um excelente avô também.

Isso o fazia pensar... Será que seu pai, onde quer que esteja, estaria orgulhoso do filho que criou?

— Nunca entendi o que tem de tão interessante nessas nuvens que você observa. — A voz de Temari se fez presente ali perto, ele girou a cabeça, vendo sua esposa andar com cuidado sobre o telhado e deitar-se ao seu lado, aninhando sua cabeça no peito dele.

Shikamaru não respondeu, apenas voltou a olhar para o triste céu acima de si.

— Queria poder fazer alguma coisa para melhorar essa sua tristeza. — Ela disse de repente, sem encará-lo.

Shikamaru levou sua mão à face da esposa, erguendo-a até seus olhos se encontrarem.

— Você ficando ao meu lado já ajuda bastante. — Temari sorriu diante da resposta, mas logo ele completou. — Mesmo com esse jeito problemático e tudo.

Ela rolou os olhos, mas não respondeu de imediato, visto que Shikamaru puxou-lhe o rosto, depositando um beijo carinhoso em seus lábios.

— Shikadai estava preocupado com você. — Temari disse depois de um tempo em silencio. Era engraçado como o filho, mesmo bem novo, já era capaz de perceber quando seus pais não estavam bem.

— É bom ele ter ido ficar com minha mãe. Só assim para ela se animar um pouco. — Shikamaru disse, sabendo que era verdade. Dona Yoshino adorava paparicar o neto, e nada melhor para ela do que passar um dia inteirinho com Shikadai.

§

Horas mais tarde, quando o sol já estava se pondo, escondido por entre as nuvens negras, Shikamaru foi visitar o túmulo de seu pai. Não era bem um túmulo, na verdade, era apenas uma pedra que continha os nomes de todos que pereceram na Quarta Grande Guerra. Mas de qualquer forma, era ali que ele sempre ia naqueles dias... ou quando a saudade ficava mais forte.

Shikamaru viu algumas flores mais novas enfeitando o local, e soube de imediato que Ino passara ali mais cedo. O pai dela também havia morrido na guerra, afinal. Não devia estar sendo fácil para sua amiga também.

O Nara suspirou, olhando o monumento. Ele nunca foi bom em palavras, em simplesmente sentar em frente a um túmulo e conversar com quem não estava mais presente. Mas não é como se fosse preciso também. Shikamaru acreditava que seu pai, onde quer que esteja, sabia o que se passava em sua vida, e sabia o quanto o filho ainda sentia a sua falta.

Ele ouviu uma movimentação atrás de si, e se virou, apenas para ver um pequeno Shikadai correr a passos incertos em sua direção. O pequeno havia aprendido a andar somente há alguns dias e desde então não tinha feito outra coisa, dando certo trabalho para Shikamaru e Temari que tinham sempre que ficar atentos para onde o filho ia e tomar cuidado para o mesmo não cair e se machucar.

Shikamaru pegou Shikadai no colo quando este o alcançou, o pequeno bateu as palminhas, olhando para o pai.

Peguiçoso. — Ele disse de forma atrapalhada, o que fez Shikamaru arquear o cenho em direção a Temari que estava logo atrás deles.

Ela deu de ombros, sem se importar.

— Não me olhe desse jeito, foi você quem começou.

Shikamaru rolou os olhos.

— Problemática.

— Preguiçoso.

É, pelo visto certas coisas nunca mudariam mesmo.

Mas antes que eles pudessem continuar a troca de “elogios”, ouviram aquela gostosa gargalhada do bebê no colo do Nara. Shikadai riu e terminou com um longo bocejo, coçando os olhos de forma preguiçosa.

Shikamaru e Temari sorriram de leve, olhando para o filho.

Talvez as coisas não houvessem acontecido exatamente da forma como Shikamaru havia planejado. E por mais que ele sentisse falta dos que já haviam partido, ele sabia que tudo ficaria bem, que apesar de tudo, seria capaz de seguir em frente. Tudo isso graças àquelas duas pessoas mais importantes de sua vida que sempre estariam ali, bem ao seu lado.


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