Shikadai estava sentando em frente à Shikamaru, o menino estava sério e parecendo concentrado em algo, enquanto o mais velho já parecia mais tranquilo e despreocupado. O motivo daquilo tudo era apenas o enorme tabuleiro de shogi que estava entre os dois.

Era evidente a vantagem que Shikamaru levava em cima de Shikadai, que parecia estar suando cada vez mais para fazer suas jogadas.

E ele continuaria assim por um longo tempo se não fosse uma Temari entrando em casa de modo espalhafatoso e barulhento, como um enorme tornado.

— Shikadai, você por acaso já fez os seus deveres de casa? — O menino apenas bufou um “problemática”, mas a falta de um “sim” fez Temari se voltar para Shikamaru, olhando feio para o marido. — Você não deveria deixá-lo ficar jogando enquanto não fizesse os deveres!

Shikamaru pareceu ponderar por uns segundos sobre discutir ou não com a loira, mas por fim apenas suspirou e se virou para Shikadai.

— Continuamos isso depois, obedeça a sua mãe.

Temari pareceu satisfeita com a atitude do marido, se afastando deles, dizendo que precisava sair e comprar algumas coisas para o jantar.

Shikadai olhou para Shikamaru com o cenho franzido, como se tentasse decifrar algo, embora relutasse em abrir a boca e perguntar o que estava se questionando em sua cabeça.

— “Por que você se apaixonou por uma mulher tão problemática?” é o que você está querendo perguntar. — Shikamaru disse para o pequeno, que tentou esconder o olhar de surpresa pelo pai descobrir exatamente o que ele estava pensando.

Shikadai fez uma expressão emburrada e desviou o olhar.

— Talvez.

— É o sorriso dela. — Foi o que Shikamaru respondeu depois de um tempo em silêncio, com um ar nostálgico.

— Você se apaixonou pela minha mãe só por causa do sorriso dela? — Shikadai perguntou com um ar descrente. Ao olhar do pequeno, aquele motivo era bastante idiota.

— Ela é a mulher mais problemática que já conheci. Mas ainda assim, é capaz de dar o sorriso mais doce do mundo.

Shikadai fez uma careta.

— Isso é estranho.

Shikamaru não pôde evitar sorrir ao ver a expressão do filho. Aquilo lembrava tanto ele mesmo quando mais novo. Havia tido exatamente os mesmos questionamentos que Shikadai, e seu pai lhe dera uma resposta ainda mais enigmática.

Ele se levantou, tocando no topo da cabeça de Shikadai, enquanto se afastava.

— Bem, eu suponho que você vá entender isso quando for mais velho.