Pit Girl Encapuzada escrita por AD Gomes


Capítulo 1
Pit Girl Encapuzada




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Na hora do recreio, se formou, no corredor, aquele aglomerado de meninos olhando alguma coisa.

— Nossa! Como ela é bonita! — dizia um.

— É assim que vai ser a minha mulher — dizia outro.

Os alunos do fundamental não se bicavam com os do ensino médio. Por isso, quando Toni Encrenca viu aquele vuco-vuco, achou que era uma boa hora para curtir com aqueles guris.

— Guarda a foto, maluco, que tá vindo o Toni Encrenca! — avisou um dos meninos.

A molecada debandou, mas Toni Encrenca conseguiu segurar o causador do reboliço.

— E aí, Cometa? O que é que tu tem aí, que tu tava mostrando pra aqueles moleques?

Cometa respondeu com uma grosseria a respeito da mãe de Toni que eu me recuso a repetir.

Toni era mais do que repetente e, portanto, muito mais velho do que Cometa. Tinha força o suficiente para virá-lo de cabeça para baixo e arrancar dele a foto que andava mostrando para os seus amigos.

Com a foto em mãos, Toni Encrenca reconheceu a garota que nela aparecia sentada em um vaso sanitário. Foi aí que os problemas de Cometa realmente começaram.

Toni passou a se expressar muito tranquilamente, sem precisar demonstrar o seu descontentamento, porque os dois garotos sabiam a gravidade do crime que Cometa tinha cometido.

— Quem mais tem essa foto, Cometa?

— Dois caras da minha sala.

— E quem são eles?

Nervoso por prever o que podia acontecer com ele e achando que isso poderia abrandar a sua pena, Cometa decidiu cooperar.

— Espinho e Torrada.

— Como vocês tiraram essa foto?

— O Espinho ganhou um celular do pai dele. E o fundo da casa dele é colado no fundo da tua. A gente prendeu o celular na ponta de um cabo de vassoura e tirou a foto pelo balancim do banheiro.

— Meus parabéns! Vocês são muito engenhosos... Me diz uma coisa: Vocês conseguem fazer isso de novo só mais três vezes?

— O que? Bater de tocaia?

— Eu vou te fazer uma proposta: Se vocês baterem as fotos de três meninas pra mim, eu não quebro vocês no soco.

— Já é! Quem são essas doidas?

— São as irmãs de vocês, seu otário!

— O que? Sai fora! Eu não vou tirar foto da minha irmã nua pra ti não, tá maluco?

— É um negócio justo, moleque! Vocês tem uma foto da minha irmã e eu quero uma fotos de cada irmã de vocês. E eu quero elas até amanhã, se não, eu e a minha galera vamos pegar vocês três e dar uma pisa, tá entendendo?

— Tá bom, tá bom, tá bom, tá bom, tá bom!

***

No começo foi fácil, As irmãs de Espinho e de Cometa eram tão gentis quanto eram bonitas, se algo desse errado, elas não lhes fariam tão mal quanto Toni Encrenca. Isso lhes dava coragem para seguir com o plano. Fizeram um acordo anti-incesto em que ficava estipulado que um tiraria a foto da irmã do outro.

E, assim, Torrada entrou no quarto da irmã de Espinho enquanto a garota tomava banho, ajustou o temporizador e deixou o celular em cima das roupas dela. Quando a jovem saiu do banheiro, foi até as roupas que estavam na cama e retirou a toalha que envolvia o seu corpo. Então foi 3, 2, 1 e Flash: o celular bateu a foto dos seios perfeitos da irmã de Espinho.

Inocentemente, a gatinha pegou o celular e devolveu para o Torrada, achando que ele o tinha perdido.

Então foi a vez da irmã de Cometa. Espinho escondeu o celular próximo do espelho onde a garota avaliava o seu look e o deixou filmando enquanto ela trocava várias vezes de roupa.

O problema foi quando Cometa, sem ideia do que estava fazendo, entrou no banheiro de supetão e bateu a foto da irmã pit girl do Torrada. As calças da garota estavam nos joelhos e o seu sangue estava todo na cabeça.

— Que ideia é essa, garoto? Você quer me ver nua? Por acaso você já tem idade pra esse tipo de coisa, seu safado?

Constrangido e quase chorando:

— Me desculpa. É que um cara na escola mandou eu fazer isso e disse que ia bater em min, no teu irmão e no Espinho se a gente não desse as fotos das nossas irmãs nuas pra ele.

Lavas incandescentes borbulhavam nos olhos da garota quando ela falou:

— Me diz quem é esse cara!

***

No dia seguinte, Quando os garotos foram para a escola, a irmã de Torrada estava com eles. Ela usava um par de tênis para poder correr bastante, calças de malhação para ter flexibilidade na abertura e um moletom com capuz para proteger os cabelos longos.

Toni Encrenca apareceu com o seu grupo de amigos delinquentes: cinco caras feios, cobertos de tatuagens e cicatrizes. Olhou para o trio de pestinhas e disse:

— Legaaal, molecada! Quer dizer que além de me trazerem as fotos, vocês trouxeram de quebra uma das irmãzinhas gostosas de vocês?

— É você que é o Toni Encrenca? — atalhou, a pit girl.

— Sou eu mesmo, gatinha. Tu vai me dar o teu Whatsapp?

Sem mais conversa, a garota encapuzada tirou as mãos do bolço do moletom e acertou um soco seguro no queixo de Toni Encrenca. Um dos amigos dele a atacou pelo lado e ela desviou o seu golpe, esmurrando seu nariz. Depois, o atirou no chão e deslocou o seu braço esquerdo com duas mãos e um pé. Um terceiro amigo de Toni também a atacou, desferindo uma sequencia de cocos dos quais a menina se esquivou sem problemas. Então ela o segurou pela camisa e lhe deu um pizão no lado do joelho. O osso ficou exposto e o sangue começou a jorrar.

Toni mandou os outros atacarem juntos. A pit girl era forte, mas não era quatro. Primeiro um deles tentou um abraço de tamanduá. A garota se saiu por de baixo de seus braços antes que ele os fechasse. Aí, lhe acertou uma cotovelada no cangote. Meteu o pé espalmado no estômago do outro que veio depois. Pôs o pé de volta no chão, fez um giro e sentou a sola do outro pé bem na lata do terceiro.

Vendo aquilo tudo, Toni borrou as calças e tentou se mandar. A pit girl encapuzada ficou olhando aonde ele ia, enquanto sentava nas costas de um dos delinquentes e torcia o seu braço para trás. Só depois de ouvir o estalo, ela se levantou e fez uso dos tênis de corrida. Toni achava que tinha escapado do perigo e até gargalhava que nem um cheira-cola, mas quando olhou para trás, viu a distancia entre ele a garota enfurecida se reduzindo muito depressa.

Quando se viu cansado demais, Toni parou, decidido a implorar perdão, mas já era tarde demais, a garota corria como uma bala. Chegando a quatro metros de Toni, a pit girl deu um bruto salto e cravou os dois pés no peito do rapaz. Toni Encrenca capotou 15 metros antes de bater em uma cerca de arame e ficar inconsciente.

FIM


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