Perseus: A guerra contra o Princípio escrita por Naylliw Freecs


Capítulo 11
O surgimento do treinador de heróis


Notas iniciais do capítulo

Certo, certo. Demorei demaisss. Mas agora que estou de férias os capítulos saíram mais frequentemente, talvez de 3 em 3 dias. Então, alguns comentários para a inspiração seriam bons, nos vemos nas notas finais. É importante!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/561701/chapter/11

POV Terceira Pessoa

O jovem centauro trotava vagarosamente por uma floresta, a copa das árvores eram incrivelmente altas, e suas folhas verdes cobriam totalmente sua vista do céu, assim como a terra abaixo de seus cascos. Sua aparência era ligeiramente diferente dos outros centauros, tinha curtos cabelos negros e ondulados e seu pelo era acizentado, como o céu num dia chuvoso, seus olhos eram dotados de inteligência nunca vista em centauro algum

Por mais alguns minutos, o filho de Cronos continuou sua tranquila caminhada. Não demorou muito e sons inconfundíveis de árvores sendo destruídas ou até mesmo arrancadas do solo foram ouvidos. Em seguida rugidos bestiais, o centauro tropeçou em seus próprios cascos enquanto levava as mãos as suas costas, de lá tirando um simples arco. Os sons se tornavam cada vez mais altos, quando por fim um tronco de um pinheiro foi atirado em sua direção, seus olhos brilharam em um dourado intenso por um segundo, o centauro se atirou no chão e escutou outro rugido e em seguida uma voz

—Droga irmão! Eu errei esse camundongo de novo!

—Vamos nos vingar irmão! Eles mataram a nossa companheira mulher-Galinha-voadora!- Um guincho estridente foi ouvido, seguido por uma voz feminina esganiçada

—Somos Harpias seus imbecis, monte de fezes ambulante de Minotauro!

—Irmão! A galinha malvada me cortou- choramingou uma das vozes, em seguida o som de algo se chocando contra uma das vozes pode ser ouvido

—Pegueeei! Peguei o maldito verme!- gritou a da voz esganiçada

—Malditos sejam vocês monstros! Arrrgh! Me largue sua galinha maldita!

A discução prosseguiu por algum tempo, ao mesmo tempo que mais uma voz surgia na conversa. Com certeza uma voz humana. Em breves segundos o jovem centauro tomou coragem e prosseguiu, alguns metros em direção às vozes. Seu primeiro pensamento foi "Como não os vi antes?". Ao total eram três criaturas, uma harpia, acompanhada de dois enormes ciclopes, esses tão altos quanto o tronco que voara na direção do filho de Cronos. A aparência dos ciclopes era no mínimo repulsiva, suas peles eram amareladas, e o único olho que ambos possuíam no centro de sua testa lacrimejava, o castanho de suas Iris praticamente inexistente, estavam vestidos com algo que parecia pele de ovelhas e em quanto um portava um enorme bastão, o outro segurava o tronco do que um dia fora uma árvore

A harpia tinha curtos cabelos negros, planava a cima da cabeça dos enormes ciclopes, em suas garras se encontrava um homem, um guerreiro e muito provavelmente, um semideus. A baixo de todos eles, quase imperceptível estava outro homem, todo seu corpo estava sujo e encoberto de arranhões, tinha curtos fios negros e portava uma lança, pouco suja de poeira dourada. Os dois enormes ciclopes atacaram o homem simultaneamente, o mesmo desviou do primeiro com uma cambalhota apressada e mal executada, o segundo tentou atingi-lo com seu bastão, ele rolou para o lado se escondendo atrás de uma pedra, o bastão a atingiu e ricocheteou, atingindo com tremenda velocidade o outro ciclope em seu rosto

—Ahhhh! Irmão mau! Você machucou meu olho!- choramingava o monstro pondo as duas mãos em seu rosto e largando o tronco que segurava

—Seus inúteis! Não conseguem acabar com um maldito filho de Hefestos?! Deixem-me acabar com essa escória do sol, irei ajudá-los- A harpia gritou com seus companheiros e em seguida enterrou seus dentes no peito do semideus. O filho de Apolo gritava e balançava seus braços e pernas inutilmente, golpe algum acertando o monstro que voava cada vez mais alto. Pronta para dar seu golpe final, ergueu a cabeça e abriu a boca, seus dentes sujos de sangue desceram mais uma vez, atingiria o pescoço do semideus, mas quando seus dentes encostaram o pescoço de sua vítima, uma dor insuportável brotou de seu peito

—Im- Impos...sivel- sussurrou olhando para a flecha alojada em seu tronco, seus olhos se ergueram, olhando para alguns metros a sua frente, quando viu o centauro segurando seu arco-MALDITO- berrou a harpia explodindo em uma nuvem de poeira dourada, o semideus despencou a vários metros de altura, se chocando com força contra o chão, porém, ainda vivo

—NÃÃÃOO, CAVALO MAU!- urrou um dos ciclopes

—Irmão? O que aconteceu?- perguntou o que fora atingido no rosto, seu olho agora inchado e roxo lacrimejava mais do que nunca, suas pálpebras não se abriam mais que a metade

—O cavalo matou a nossa amiga mulher-galinha-voad...- antes mesmo que terminasse de falar, o monstro foi espetado pela lança do filho de Hesfestos. Areia dourada brotou do ferimento, o mesmo não fora profundo o suficiente para derrotar a criatura, apenas o deixou mais irritado

Rugindo e erguendo seu bastão, o ciclope atacou. O segundo parecera entender o que seu companheiro estava fazendo e começou a girar o tronco para todas as direções possíveis, logo o filho das forjas foi atingido e atirado contra uma árvore, a partindo ao meio. O centauro embora continuava atirando suas flechas, que apenas perfuravam alguns milímetros da dura pele dos ciclopes, os fazendo parecer enormes porcos espinhos

—Maldito cavalo! Arghhh! Fique quieto para que eu possa esmaga-lo, não vai doer muito e depois eu vou comê-lo, vai ser muito legal!- Gritava o monstro de olho saudável, erguendo seu enorme bastão e tentando acertar o centauro que se
desviava de todos os ataques. As árvores sendo arrancadas ou estraçalhadas e pequenas crateras se abrindo a cada batida. O outro ciclope tentava ajudar como podia, havia arremessado seu tronco e agora atirava pedras no sentido de onde vinha o barulho de cascos contra o solo

Rápido como um raio, o monstro que ainda possuía visão se atirou contra o centauro o agarrando pelo seu peito, chutes e socos iam em todas as direções, mas era inútil contra algo tão grande

—ISSO! HOJE VAMOS JANTAR SOPA DE CAVALO COM SEMIDEUS, OBA!- gritava o ciclope em quanto pulava fazendo o solo tremer, seu irmão agora dava um sorriso amarelo e torto, estava prestes a se levantar quando seu rosto se contorceu em uma careta de dor, lágrimas brotaram de seus olhos e uma lâmina surgiu de seu peito

—Ir...Irm...- Antes que pudesse concluir qualquer palavra, o enorme monstro explodiu em poeira dourada, no local onde estivera, o filho de Hefestos brandia uma espada de bronze, seus olhos queimavam em fúria quando atacou. Por um momento o último dos inimigos ficou em choque, apenas para em seguida girar seu braço com toda força e velocidade atingindo o semideus, seus pés desgrudaram do solo quando saiu voando e se chocou contra uma árvore a partindo ao meio

—Desagraçado- sussurrou o filho das forjas antes de sucumbir à escuridão

—Por que?- Foram as primeiras palavras que o centauro pronunciou desde que entrara na maldita floresta

—Isso é o que devemos fazer com semideuses cavalo tolo! Eles nos machucam e nós devemos machuca-los, matá-los, fazê-los sofrerem!- A cada palavra dita pelo monstro, seu rosto inchava e ficava vermelho, até que sua fala se tornou um berro- E VAMOS MATAR TODOS QUE SE JUNTAREM A ELES!

A floresta estava em profundo silêncio, nem o som do vento contra as árvores, nem mesmo o som do menor dos animais podia ser ouvido. O ciclope ergueu o centauro em uma de suas mãos, seu olho brilhava com a loucura, se preparou para arremessa-lo quando um baixo e delicado som foi ouvido. O pescoço quase que inexistente da criatura se virou vendo a origem do que ouvira; o filho de Apolo havia acordado e tocava com esforço uma flauta. O som antes delicado se tornava cada vez mais frenético e agudo, até chegar ao ponto de o centauro ser largado no solo, seu agressor levando as mãos para as orelhas tentando bloquear o barulho incessante, até que começou a gritar, sangue fluiu de dentro de suas orelhas, suas veias saltaram sobre a pele grossa e acizentada, e por fim, o último dos inimigos explodiu em poeira dourada

Algumas horas depois, os sobreviventes devidamente curados pelo descendente de Apolo, as perguntas tiveram início

—Quem é você?- sussurrou a cria de Hesfestos

—Eu sou Quiron- falou o centauro e de imediato os semideuses se puseram de pé, suas armas apostas e ambos prontos para o combate

—O filho de Cronos- cuspiu o descendente de Apolo, seus olhos dourados brilhando intensamente, a flecha já posta em seu arco, mirava a cabeça do centauro

—Abaixe as armas semideus!- A voz feminina penetrou os ouvidos de todos, autoritária e carregada de poder

As folhas das árvores a muito caídas no solo se ergueram num turbilhão entre terra e algumas plantas, de lá em passos curtos e calmos saiu Deméter, a senhora da agricultura, antiga rainha do Olimpo. Ambos os três ali presentes tombaram sobre seus joelhos, não seria sábio desafia-la. A deusa da agricultura ergueu uma das sobrancelhas para aqueles ali presentes, num claro sinal de repreensão e então suspirou pesadamente

—Minha lady acredita que devamos criar um local seguro para semideuses, besteira na minha opinião, vocês sempre se viraram bem sozinhos, mas ela insiste que vocês devem ter um porto seguro. Falei com o idiota do meu irmão Zeus...- um raio atingiu a árvore mais próxima, a dividindo em duas partes e queimando o que restou- O meu ilustre irmão Zeus e o convenci de um local apropriado para isso, após muita discursão ele concordou comigo e também decidimos que o filho de Cronos será seu professor

—Mas Lady Deméter!- protestou a prole de Hefestos- Ele é um filho de Cronos!

—Ele é um desertor, foi este centauro que ajudou Zeus a nos resgatar da barriga de meu pai, conhecendo Cronos melhor que muitos, foi fácil engana-lo, agora, anda nas sombras, se escondendo dos remanescentes do senhor meu pai

Em questão de segundos as folhas e a terra do local se ergueram, tornando impossível ver qualquer coisa, Deméter brilhou em luz verde e por fim, tudo acabou. A terra e as folhas baixaram, quando perceberam que estavam em uma colina, o maior Pinheiro já visto por todos estava naquele local, sua magia o protegia contra qualquer ataque de monstros, um enorme campo aberto se estendia atrás do Pinheiro, enorme floresta se erguia ao redor do local, uma parece fumegante de lava entrava em pequenas erupções a todo momento é algumas plantações de frutas se estendiam por todo local

—Hoje os semideuses encontram um local seguro para se viver, construam moradias, pavilhões, campos de treinamentos, acendam uma fogueira e a cada vez que forem se alimentar, queimem oferenda aos deuses. Irão receber missões que lhes fortalecerá ao longo dos anos, espero que este local prospere, pois monstro algum há de lhes alcançar. Seus parentes divinos irão lhes reclamar como seus filhos, e devem se orgulhar disso, pois mais que mortais, são filhos dos olimpianos. Hoje, não será mais conhecido como filho de Cronos, nobre centauro. Favorecido pelo meu rei Zeus, será conhecido a partir de hoje, como o Treinador de Heróis- por um momento, após o discurso de Deméter, a árvore brilhou em luz verde, um martelo em chamas surgiu acima da cabeça de um dos heróis, assim como um arco e uma lira surgiram acima da cabeça do outro. Finalmente, os heróis conseguiram um local para chamar de lar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, talvez tenhamos mais 2 ou 3 capítulos na Grécia antiga, antes de pularmos pra idade moderna, não sei se vocês perceberam, mas estou meio que alterando parte da história da mitologia grega, por isso às vezes tenho uns bloqueios e demoro a postar. Espero que tenham gostado do capítulo, e vou retomar as votações para o par de Perseus, as candidatas serão
—Ártemis
—Nyx
—Calipso
—Hestia
Logo de já aviso que não escrevo Percabeth. Se tiverem algum outro par em mente, podem avisas, ah sim, Perlia também não, já tenho outra fic com esse casal. Então, é apenas isso. O que acharam do capítulo??