One-shot Sempre olharei por ti. escrita por Marta13


Capítulo 1
Sempre olharei por ti.


Notas iniciais do capítulo

Oiii. Aqui estou eu de novo com uma nova one. Espero sinceramente que gostem.

Como já falei esta one é inspirada em várias coisas. Mas sobretudo em uma pessoa especial.
Mais especificamente em meu anjo da guarda sem asas.


Espero que gostem :)



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Sempre fui apologista de que temos de viver cada dia como se fosse o último. Mas cada vez que saía de casa para a escola, ou para uma saída nunca pensei realmente que um dia não fosse voltar. Bom, mas no entanto aqui estou eu olhando um paramédico bem gato, diga-se de passagem tentando reanimar meu corpo sem vida.

-Hora de óbito 22:34h. – o paramédico falou aquilo com um tom de voz sofrido.

-É realmente triste. Ela era tão jovem e bonita… - o outro paramédico que me lembrava vovô Masen passou a mão por meus cabelos.

-E tudo isto por culpa de um idiota bêbado… - assim que o homem falou aquilo me lembrei do que havia acontecido. Eu estava atravessando a rua quando um carro aparece completamente descontrolado na minha direção. Ainda tentei me desviar mas não tive como evitar o impacto. Saber que o idiota que dirigia o carro estava embriagado só incendiou mais a minha raiva. Eu havia morrido por nada! Por culpa de um babaca!

-Teremos de notificar a família… -senti meu corpo estremecer, me lembrando de Elizabeth e Peter. Meus pais iriam ficar de rastos.

Olhei para minhas mãos e analisei meu corpo e eu estava na mesma, tirando o facto de ninguém conseguir me enxergar. Olhei para o céu vendo as estrelas. Estava uma noite fantástica, tão fantástica que morrer certamente seria a ultima coisa a se esperar numa noite tão perfeita.

-Oi? Está aí Deus ou Mestre do universo ou outra coisa do tipo? – estava me sentindo uma idiota falando para o alto esperando uma resposta. Então morrer era isto? Ficar aqui vendo os outros viver e atravessar paredes que nem um fantasma? Ah não! E se eu vou para o inferno?

Assisti em um programa uma vez que eu teria de caminhar para a luz ou algo assim. Mas não esta aqui luz nenhuma. Ah porra.

-Claire Masen. – fui arrancada de minhas divagações por uma voz grave. Ofeguei assim que vi um homem alto loiro de olhos verdes com um terno branco.

-Sou eu! Pode me falar o que está acontecendo? – estava confusa ainda em choque com o que havia acontecido. Afinal, morta ou não era um pouco difícil de aceitar tudo isto.

- Me chamo Riley, e sou seu anjo da guarda. Vim buscar você. – o anjo fixou seus olhos verdes nos meus esperando uma reação minha.

O mais logico neste momento seria perguntar para ele se Deus existe, qual o sentido da vida ou se o lance de karma era mesmo verdade. Mas não. A única coisa que me passou pela cabeça foi xingar ele por sua incompetência. Soquei o ombro do anjo deixando meu temperamento forte se apoderar.

-Anjo da guarda!? Onde raios você estava quando um louco bêbado me matou?! Olhe para mim! Eu estou morta! Se sua missão era me proteger te falo já, que não está fazendo corretamente seu trabalho. – soquei o peito do homem musculado descarregando toda a raiva que estava sentindo.

-Seu incompetente! Exijo falar com o chefão deste troço! É muita injustiça morrer por culpa de sua incompetência! – o anjo revirou os olhos apenas estalando os dedos.

Me senti ser arrastada pelo tempo. Não sei ao certo descrever aquela sensação estranha, mas quando acordei do meu transe percebi que estava em um enorme corredor branco iluminado.

-Claire, para tudo existe um propósito, um motivo, uma razão. Você está aqui para cumprir o seu destino. Não fazemos questões apenas seguimos o destino. Se o Senhor decidiu que estava na sua hora, por algum motivo foi. As coisas são como são, e nem eu nem você teremos capacidade para as perceber. – Riley estava de costas para mim olhando para o enorme portão de ouro. Eu estava me sentindo em paz. Era como se algo estivesse me puxando para lá daqueles portões.

-Eu vou para o céu? – perguntei para o anjo que agora vestia apenas umas jeans. Umas enormes asas brancas apareceram em suas costas e me senti completamente deslumbrada pela beleza daquele ser. Eita, ok, agora sim eu estava no céu. Riley era o que eu chamava um homem gostoso. Neste caso um anjo gostoso.

-Ainda não. – franzi a testa meio confusa.

-Como assim? Já estou morta! – Riley se virou, me fazendo tremer da cabeça aos pés vendo seu peito perfeitamente malhado.

-Você tem uma missão a cumprir.

-Uma missão? Está me sacaneando né? Não tem nem 10 minutos que morri e já está querendo me pôr a trabalhar? Você fumou alguma coisa foi? – o anjo gargalhou.

-Sempre tão topetuda e teimosa. Clary eu conheço você desde que nasceu, sei bem como você é. E sei perfeitamente que não adianta ficar de papo furado com você. Vamos logo ao que interessa. – fiquei surpresa por Riley usar meu apelido, mas foi isso que me fez confiar nele e aceitar suas mãos quando ele as estendeu agarrando as minhas. Senti a palma de minhas mãos ferverem e fiquei deslumbrada quando as enormes asas brancas de Riley me abraçaram, me puxando contra o seu peito. Tive de novo aquela sensação acolhedora.

Quando abri meus olhos percebi que estávamos no que parecia uma escola. Riley estava ao meu lado com suas gloriosas asas me abraçando.

-Clary, você será um anjo da guarda. Você precisa de proteger uma pessoa muito especial. – eu estava confusa sem perceber o que pensar.

-Quem? – Riley não precisou de falar. Apenas olhou em direção à entrada da escola. Riley não precisava de falar nada. Senti meu coração bater descontroladamente sem saber o que raios era aquilo. Aquela… Aquela era eu! Não era bem eu… Afinal eu nunca me vestiria daquele jeito meio nerd. A garota que era eu caminhava rapidamente por entre a multidão sempre com a cabeça baixa escondendo seus olhos por trás de uns enormes óculos de grau.

-Mas que… Aquela ali sou eu! O que está havendo aqui! Isto é alguma piada?!-Riley negou com a cabeça me apertando mais contra si.

-Isa. Há uma coisa que você precisa de saber…. – Riley me olhava relutante, o que era compreensível se ele realmente me conhecia desde criança. Eu estava ponto de ter uma explosão de nervos e raiva, e se há uma coisa que ninguém irá querer ver é Claire Masen ter uma ataque de fúria.

-Fala logo! Porque aquela garota é igual a mim?! – Riley suspirou passando a mão por seus cabelos loiros.

-Aquela ali não é você. Na verdade é sua irmã gêmea. Se chama Isabella Swan. – olhei em choque para a garota que devia ser minha irmã.

Merda… Eu sempre soube que era adotada, mas nunca ninguém me falou de uma irmã gêmea. Eu não sabia o que sentir, não sabia como processar aquela informação.

-Quando os pais biológicos de vocês morreram vocês foram levadas para orfanatos diferentes. Você foi logo adotada pela família Masen com 2 anos. Mas Bella… Bom, sua irmã viveu muitos anos em um orfanato em Chicago, até que foi adotada pela família Swan que a trouxe para Washington. Os Swan eram uma família financeiramente estável e boa gente. Charlie é estéril então resolveram adotar uma criança. Mas Renee e Charlie Swan acabaram se divorciando. Bella ficou com Charlie e Renee está grávida de alguns meses em Chicago com o novo namorado. – meu cérebro tentava processar toda a informação que Riley estava me fornecendo mas tudo aquilo parecia tão irreal. Aquilo não podia ser verdade… Eu tinha uma irmã gêmea…

-Bella é uma garota doce e muito inteligente. Mas é bem insegura e isso a faz ser vulnerável perto dos outros. – não estava percebendo o que Riley queria dizer com vulnerável até perceber minha irmã sendo jogada no chão por uma loira oxigenada que estava rindo de minha irmã e lhe apontando o dedo.

Vi tudo vermelho e corri para junto da loira me preparando para arrancar os olhos daquela vaca quando meu punho atravessou a cabeça daquela puta.

-MERDA! RILEY DESLIGA ESTA MERDA DE FANTASMA! QUERO DAR UMAS PORRADAS NESTA VAGABUNDA! – eu estava batendo meus punhos no vazio querendo a todo o custo parar as palavras maldosas daquela vagabunda.

-Então Swan? Não vai falar nada sua idiota? – Bella apenas se contorceu no chão segurando seus livros com força contra o seu peito quase que como um bote salva vidas.

-Tanya, apenas me deixa passar ok? – aquela não podia ser minha irmã! Como assim ela está no chão sem reagir? Ela devia estar em pé espancando aquela vagabunda até à morte! Ok, pelo menos ela não estava chorando. Bella estava no chão sendo massacrada e humilhada aguentando em silêncio.

-Deixar você em paz? Mas está tão divertido Monstrinha! – Tanya começou a rir que nem uma idiota quando o sinal de inicio das aulas tocou e todos se afastaram deixando Bella sozinha no chão. Bella respirou fundo e apertou os punhos com força. Me ajoelhei junto da minha irmã a analisando.

Nós eramos muito parecidas fisicamente. Seus cabelos eram castanhos como os meus e o formato de seu rosto era uma cópia exata do meu. Seus olhos eram castanho chocolate ao contrário dos meus que eram verdes. Essa era a única grande diferença que eu conseguia enxergar para além dos enormes óculos e do gosto diferente por roupa. Bella vestia uma camiseta roxa e azul xadrez e uns jeans surrados. A roupa não era feia, apenas larga demais.

Bella fungou fazendo meu coração se amolecer. Por muita força que ela quisesse demonstrar era inevitável não sucumbir perante certas Eu nunca fui o tipo de garota sentimentalista, mas morrer e descobrir que tinha uma irmã gêmea que desconhecia e que sofria humilhações diárias, e tudo isso em apenas algumas horas estava mexendo comigo.

Estendi minha mão afagando suas bochechas rosadas sentindo meu coração se dilacerar. Eu podia sentir toda a sua dor e aquilo estava me matando.

Me ergui e olhei para Riley que estava ao meu lado.

-Eu estou pronta. Só me fala o que preciso de fazer. – Riley sorriu largamente abrindo de novo suas asas e me deixei ser abraçadas por elas.

Pov. Bella

A minha vida era um lixo. Vergonha, humilhação e idiotice são apenas algumas palavras que definem a minha vida. Ser a nerd de Forks Hight School não era fácil. Na verdade, eu não sou bem a nerd… Sou apenas a garota que o chefe da policia da cidade adotou e que segundo alguns provocou a separação dos Swan.

Mas isso eram apenas alguns pormenores de um conjunto enorme. O meu maior tormento eram Tanya, Jessica e Lauren que sem motivo algum me escolheram para ser o brinquedinho.

Não posso dramatizar ao ponto de falar que não tenho amigos. Eu tenho amigos. Bons amigos… Ângela, Tyler e Mike são ótimos sempre tentam me defender de Tanya e suas lacaias, mas infelizmente meus amigos não podem ficar me seguindo para todo, lado e para além disso eles também não são propriamente populares. Se intervirem demasiado acabam levando uma surra de Jacob e Paul, os namorados de Jessica e Lauren.

Suspirei completamente derrotada e cansada caminhando pela chuva tentando proteger meus livros já que Tanya destruiu meu guarda-chuva.

Assim que cheguei a casa corri para o meu quarto querendo evitar Charlie a todo o custo. Eu amava meu pai, mas não estava preparada para mais um interrogatório.

Joguei as roupas molhadas no cesto da roupa suja e tomei um banho quente tentando relaxar os músculos do meu corpo evitando olhar para as cicatrizes em meu pulso. Eu estava tão deprimida há algumas semanas depois de uma sessão de humilhação e espancamento que acabei me cortando quando cheguei a casa. Não sei ao certo como aconteceu. Apenas sei que quando parei de chorar desesperadamente já havia cortado meu pulso direito com uma gilete. Foi uma atitude impulsiva e boba. Mas eu não estava em mim… Enfaixei meu pulso escondendo as marcas de corte que ainda não estavam bem cicatrizadas e fui para o meu quarto perdida em pensamentos.

Assim que abri a porta tomei um susto de morte sentindo o sangue fugir de meu rosto. O que… O que estava acontecendo?

Eu estava sentada, quer dizer, uma garota igual a mim estava sentada em cima da minha cama balançando as pernas sorrindo para mim. Esfreguei os olhos freneticamente tentando me acordar. Eu estava sonhando né?

-Bella. – a garota igual a mim estava sorrindo para mim e aquilo estava me assustando. Recuei automaticamente alguns passos. Merda. A minha vida já não estava bagunçada que chegue? Agora também estava tendo alucinações? Eu estava enlouquecendo, era essa a única justificação plausível para o que estava a acontecer.

-Eu… Quem é você? Merda… Eu estou em um sonho estranho né? - a garota franziu a testa sorrindo para mim.

-Bella, você não está sonhando, nem está tendo alucinações e também não está louca. Eu estou mesmo aqui. – aquilo era irreal. Aquilo era um sonho/pesadelos super estranho. Sim era isso.

-Se eu não estiver mesmo alucinando ou sonhando me explique quem você é?- a garota suspirou e se passou sua mão pelos cabelos se aproximando de mim. Agora que estava mais perto a podia analisar melhor. Nós eramos muito parecidas exceto pelos olhos dela que eram verdes e os meus castanhos. E ela parecia incrivelmente mais bonita do que eu tendo em conta que eramos quase iguais.

-Bom, isto vai realmente parecer loucura, mas eu sou sua irmã gêmea. Me chamo Claire. – ofeguei sentindo todos os pelinhos de meu corpo se erriçarem e meu estômago se revirar. Meu cérebro estava a mil. Eu era adotada, existia realmente a probabilidade de eu ter uma irmã…. Várias vezes desejei ter uma irmã e agora esse desejo estava se realizando. Uma onda de felicidade me atingiu e não consegui evitar as lágrimas de felicidade que se apoderaram de mim.

-Eu não acredito! Uma irmã… Gêmea! – a tentei abraças, mas no momento que a tentei agarrar a atravessei como se ela fosse um fantasma. Merda. Eu estava enlouquecendo. Aquilo era uma alucinação.

-Bella… - me sentei na cama tapando meu rosto com as mãos chorando compulsivamente. Eu era patética. Estava tão desesperada por afeto por esperança que estava imaginando uma irmã gêmea. Eu era louca. Meus níveis de insanidade haviam atingido níveis máximos.

-Bella…você não está louca eu juro… Eu sei que é difícil de acreditar mas você não está louca. Eu estou mesmo aqui.

-NÃO! Você não está! É apenas fruto da minha imaginação! – funguei já sufocando com minhas próprias lágrimas.

-Eu sou real… Eu apenas morri… - ri internamente. Uau. Eu realmente tinha uma mente criativa.

-Que conveniente. Então vai falar que eu tenho “o dom” e que consigo ver mortos? – a minha tal de irmã gêmea revirou os olhos.

-Deixa de ser babaca. Eu morri mesmo. ok? Se você quiser até te levaria até à minha sepultura mas infelizmente você é malditamente igual a mim e isso só deixaria meus pais pior do que já estão com a minha morte. – não sei porquê mas o jeito como minha “gêmea” falou dos pais me fez sentir uma verdadeira idiota.

-Ok, me desculpa por isso… Mas você tem de concordar comigo que isto é no mínimo insano. – minha gêmea revirou os olhos.

-Eu sei. Mas olha facto é que eu estou mesmo aqui e não posso ir embora enquanto não ajudar você. – Claire despiu sua jaqueta e se deitou na cama ao meu lado me ignorando. Mas que folgada…

-Como assim me ajudar? – analisei minha suposta irmã gêmea que vestia um top preto decotado. Nós eramos fisicamente muito parecidas, meus olhos se fixaram em uma tatuagem em seu antebraço e a curiosidade falou mais alto.

-Você tem tatuagens? – Claire pareceu ser arrancada de seus pensamentos e se sentou me olhando por um momento até me mostrar seu antebraço.

-Tenho algumas. Esta aqui, fiz com 16 anos. – li a frase mas não percebi nada.

- Ama et quod vis fac, é latim e significa: “Ame e faça o que quiser”. Digamos que sempre fui um espirito livre. – Claire sorriu e me estendeu seu pulso onde estava um símbolo do infinito muito discreto mas muito bonito.

-Esta aqui, fiz há alguns meses… - Claire pareceu perdida em seus pensamentos. Me calei tentando organizar meus pensamentos. O que raios eu estava a fazer? Ela não era real. Eu estava enlouquecendo…

-Mas o que estou eu a fazer? Você não é real. Estou me taxando de louca ficado aqui dialogando com você. – a atravessei achado meio estranho atravessar uma pessoa mesmo que ela não seja real. Mas aquilo era necessário para me lembrar que ela não era real, era apenas um fruto de minha imaginação e o melhor que eu tinha de fazer seria ignorar.

-Argh! Eu juro que se você não fosse minha irmã e se eu não ficasse te atravessando já teria te socado. – Claire resmungou mais algumas coisas mas a ignorei e me deixei se levada pelo sono esperando que na manhã seguinte aquele delírio tivesse finalmente sumido.

Mas, não foi isso que aconteceu. Se passou mais de um mês e Claire não sumia, sempre insistindo na história de que estava morta, que era minha irmã gêmea e que eu deveria aceitar a sua ajuda. Confesso que apesar de achar que estou enlouquecendo, me sinto segura e feliz com a proximidade de Clary. Clary me seguia o dia inteiro, me fazia rir, me apoiava quando eu ficava trancada no banheiro chorando por algo que Tanya fez ou falou.

Por muito que eu quisesse me esconder de Clary não conseguia. Afinal, minha “gêmea” atravessava paredes. Nada nem ninguém a impedia de me seguir e me consolar.

-Bella você já sabe quem vai convidar para o baile? – já era a quarta vez que Mike me perguntava aquilo esta semana. O baile de inverno era tradição em Forks, e o que o tornava tão diferente dos outros era que eram as meninas que convidava os meninos.

-“Se ela for não será com você seu babaca.” – revirei os olhos para Clary que fazia questão de frisar o seu odio por Mike.

-Não vou ao baile. Vocês sabem perfeitamente que se eu fosse seria apenas mais uma oportunidade para Tanya, Jessica e Lauren ficarem me atormentando. – Ângela afagou suavemente minha mão com seus olhos banhados de compreensão.

-Bella, você não pode viver sua vida em função daquelas idiotas. Eu já te falei mais do que uma vez que você não pode apenas baixar a cabeça e deixar elas te humilharem.

-“Eu sempre falo isso para essa cabeçuda. Mas ela me escuta? Claro que não”- respirei fundo ignorando Clary que fazia questão de me atormentar. Clary vinha todos os dias me tentando convencer a enfrentar Tanya, dando ideias sobre como me vestir e xingar todo mundo.

Confesso que adoraria fazer algumas das coisas que Clary propunha, mas a coragem era algo que me faltava.

-Eu sei Angy. Mas… Não sei… Olha só, dentro de poucos meses estaremos nos formando e indo para a faculdade. Prefiro aguentar mais um tempo. – tanto Ângela como Ben e Mike suspiraram derrotados.

Continuámos nosso almoço quando minha atenção se cravou em Edward Cullen, mais conhecido como o meu amor platónico. Ok, Edward não era conhecido como sendo o amor platónico da nerd, mas sim por ser o garoto novo da cidade. Ele e suas irmãs Alice e Rosalie Cullen se mudaram para cá há alguns meses já que o pai deles Carlisle Cullen havia sido transferido do Hospital de Seattle para cá.

Edward era intrigante e me deixava completamente fascinada. Não apenas por ser extraordinariamente bonito, com seus olhos verdes e seus cabelos cor de cobre bagunçados, mas sobretudo por apesar de toda a popularidade que poderia ter por ser capitão do time de futebol e um aluno brilhante, ele prefere ficar sozinho com o seu restrito grupo de amigos que se resumia a Alice, Rosalie e seus respetivos namorados Jasper e Emmett Withlock. Nunca vi Edward se envolver em confusões nem humilhar ou xingar alguém. Na verdade, Edward fugia completamente dos padrões do que se espera de uma pessoa com todo o estatuto que ele tinha.

Fui arrancada de minha divagações pelo sinal de entrada. Falei mais um pouco com meus amigos até que caminhei até à sala sempre com Claire me seguindo.

-“Você está decidida a me ferrar né? Não pode apenas seguir alguns dos meus conselhos?” – Clary não desistia de jeito nenhum, mas eu não estava disposta a ceder.

Entrei na sala e me sentei na primeira fila como sempre fazia, querendo estar o mais próximo possível do professor. Meus amigos tinham praticamente todas as aulas em conjunto comigo exceto biologia o que me deixava sempre sem um parceiro nos trabalhos de grupo ou na pior das hipóteses me deixava com Tanya ou Lauren que se limitavam a escrever o nome na folha esperando que eu fizesse o trabalho todo. Não me importava de fazer o trabalho sozinho desde que me deixassem em paz e não ficassem me rebaixando.

Os alunos começaram a entrar na sala se sentando em seus respetivos lugares. Meu coração disparou assim que Edward entrou na sala com Tanya a reboque. Tanya grudava mais que chiclete e era de se esperar que Edward como capitão do time acabasse namorando com a líder da torcida, mas Edward parecia querer ser diferente em tudo e fugir à regra. Edward sempre parecia fugir de Tanya como o diabo foge da cruz, o que fez circularem alguns boatos desagradáveis que insinuavam que Edward era gay. Bom, não tenho nada contra os gays, mas se Edward for gay é realmente um desperdício.

-“Olha a baba maninha.” –Clary estava sentada sobre a mesa do professor como sempre se aproveitando de suas capacidades fantasma, ou no caso era apenas minha mente insanamente descontrolada. Devo confessar que tenho uma imaginação muito fértil para imaginar uma bobagem tão grande como ter uma irmã gêmea morta me assombrando.

-Vamos lá Ed. Você pode me levar a jantar e depois ao cinema e depois podemos… - revirei os olhos não conseguindo evitar escutar a conversa de Tanya com Edward. Aquela menina era muito sem noção. Tirei meu caderno da mochila e comecei a adiantar um pouco os trabalhos da próxima semana. Eu estava tão distraída que me assustei quando percebi que alguém se havia sentado ao meu lado. Não… Não era apenas alguém…Era Edward Cullen! Edward me olhava curiosamente com seus olhos verdes esmeralda me fazendo corar furiosamente. Meu Deus, eu iria morrer de vergonha.

-Oi. Você é Isabella Swan não é? – senti as borboletas em meu estômago se revirarem e meu coração disparar. Oh meu Deus!

-Eu… Ham… Eu… - meu cérebro parecia ter congelado. Minhas mãos estavam suando muito e meu coração batia descontroladamente.

-“Vai logo! Deixa de ser lerda! O cara mais gato está falando com você! Fala logo seu nome” –Clary olhava sobre o ombro de Edward para mim e de um jeito estranho aquilo me acalmou.

-“Responde logo. Sim, você é Isabella Swan.” -me limitei a seguir o que Clary falava.

-Sim. Eu sou Isabella Swan. – Edward sorriu levemente me estendendo a mão.

-Prazer, eu sou Edward Cullen. –aceitei o aperto de mão, meio trémula. Assim que nossas peles se tocaram senti uma estranha mas gostosa corrente elétrica percorrer cada centímetro do meu corpo.

-“Bella. Larga a mão do cara. Você está babando, maninha, ele vai achar você uma louca” – no momento que Clary falou aquilo larguei a mão de Edward sentindo imediatamente a ausência daquela sensação gostosa.

Nossa conversa terminou ali uma vez que o professor Barney entrou na sala e começou a aula. Não estava conseguindo prestar muita atenção. Meu coração estava martelando a uma velocidade fora do comum pela proximidade de Edward.

-Nas próximas duas semanas terão de fazer um trabalho em grupo e para não haver problemas desta vez eu que irei escolher os grupos. – o professor Barney começou a formar alguns grupos e senti meu corpo gelar quando vi Clary sussurrando alguma coisa ao ouvido do professor. O professor pareceu entrar em um transe estranho.

-Edward Cullen e Isabella Swan. – assim que o professor falou aquilo Clary começou a dançar vitoriosa.

-Eu sou foda maninha. Não precisa de me agradecer baby. – eu estava completamente em choque. Como… O professor Barney nunca juntaria os seus dois melhores alunos. Nunca… Em um pequeno espaço da minha mente comecei a cogitar a possibilidade de Clary ser mesmo real, e de um jeito estranho estar mesmo ali para me ajudar.

-Bom, na minha casa ou na sua? – fui arrancada de minhas divagações e senti um bolo se formar em minha garganta. Edward sorria largamente e me perdi na perfeição de seus olhos.

-Hã… Eu… É que.. Hã.. – merda como se fala? Não… Como se respira mesmo?

-Ah pelo amor de Deus deixa de ser ridícula mulher. Fala que pode ser na dele. Já!

-Pode ser na sua… -sussurrei desviando meus olhos dos seus. Todo meu sangue estava se concentrando em meu rosto. Eu era ridícula. Completamente ridícula.

-Boa. Se quiser pode vir comigo. Eu vim de carro. – eu estava a ponto de ter um derrame cerebral.

-Ok.. – foi a única coisa que consegui falar. A aula prosseguiu com Clary me distraindo o tempo todo fazendo caretas ao lado do professor Barney. Me limitava a tentar ignorar aquilo mas não estava sendo fácil.

Assim que bateu o sinal de saída Edward se despediu e pediu para nos encontrarmos no portão da escola no final das aulas. Apenas assenti completamente anestesiada por aqueles olhos verdes.

Arrumei meus livros e fui até ao banheiro. Precisava de molhar minha cara com um pouco de água e ter a certeza que não estava dormindo, ou sonhando. Seria muita crueldade acordar e perceber que aquilo era apenas um sonho. Entrei no banheiro e logo joguei um pouco de água em minha cara respirando fundo. Voltei a colocar meus óculos e me olhei no espelho. Eu estava divagando. Afinal, eu e Edward faríamos apenas um trabalho de biologia. Não é como se fossemos ter um encontro ou nada do tipo.

Analisei meu reflexo no espelho me sentindo desapontada. Eu era demasiado monótona. Não havia nada em mim que pudesse atrair Edward Cullen. Continuei me analisando quando levei um susto de morta com Clary atravessando o espelho sorridente.

-“Hoje maninha você vai pegar Edward Cullen ou não me chamo Claire Masen”-Revirei os olhos tentando acalmar meu coração depois do susto.

-Primeiro, nunca mais faça uma coisa destas! Segundo, quem falou que eu quero “pegar” Edward Cullen? – Clary revirou os olhos sorrindo sacana.

-Não sei. Talvez o facto de você babar nele que nem uma retardada, ou talvez o facto de você não conseguir pronunciar uma palavra coerente junto dele, e ainda tem o facto de …

-Ok, pode parar. Eu tenho um tombo por ele. Mas olha para mim. –apontei para mim mesma. Clary me analisou cuidadosamente meio confusa.

-O que tem?

-Eu não tenho nada de atrativo. Edward Cullen nunca iria olha para mim desse jeito. Sou um desastre, uma idiota. – Clary revirou os olhos.

-E você acha isso porquê? Bella, só porque Tanya e seu bando de idiotas fala isso não significa que seja verdade. E convenhamos, você é uma cópia minha e eu sou gostosa para caramba. Todos os garotos queriam ficar comigo. Você não tem uma ideia clara que você mesma. Você é linda. Só precisa de um pouco de confiança. Um pouco de confiança nunca fez mal a ninguém.

-Você não entende! Você é confiante, é linda, é rebelde, é tudo o que eu não sou! – Clary pareceu trincar o maxilar fixando seus olhos furiosos nos meus.

-Não seja ridícula caralho. Você só não é tudo isso porque não quer. E para além disso, você não precisa de mudar nada para um cara gostar de você. Não precisa de usar roupas diferentes nem precisa de ser uma pessoa que você não é. Se ele gostar mesmo de você ele terá de aceitar você do jeito que você é. Ele não vai se importar se você é alta, baixa, gorda, magra, nerd ou sei lá o quê.

-As coisas não funcionam assim na vida real e…

-Olha, olha quem endoideceu e está falando sozinha. – meu sangue gelou assim que escutei a voz de Tanya. Merda… Peguei meus livros e marchei para a saída do banheiro rezando internamente para Tanya me deixar em paz.

Clary tentou impedir minha passagem mas a atravessei a ignorando.

-“Você não pode fugir! Não agora! Volta ali e enfrenta aquela loira idiota!” – me forcei a fechar os olhos e continuei marchando pelos corredores.

-Para quê? Eu prefiro ignorar Tanya. Por vezes o desprezo é o melhor jeito de…

-“O melhor jeito uma porra! Ela assim nunca vai deixar de atormentar você. Do que tem tanto medo? Você não precisa de ter medo. Tem de superar isso. Respirar fundo, mandar tudo para o espaço e dar uma surra naquela vagabunda!”-as palavras de Clary me faziam duvidar que ela pudesse realmente ser minha irmã. Afinal nós eramos completamente diferentes.

-Falar é fácil! – me encostei contra a parede respirando fundo segurando meus livros fortemente contra meu peito procurando algum tipo de proteção ou de força.

-Bella… - Clary afagou meus ombros me encarando carinhosamente. O fogo ardente que sempre banhava seus olhos não estava ali. Pela primeira vez Clary me olhava com algo que só podia definir como segurança, calma e sobretudo compreensão.

- Eu prometo. Não... Eu juro que tudo vai dar certo. Você só tem de acreditar um pouco mais em você.

-Você promete?

-Eu prometo.

(…)

Calor! Sim, era isso que eu estava sentindo sozinha na mesma sala que Edward Cullen. Meu coração estava palpitando e podia sentir o sangue percorrer cada centímetro de me corpo, se concentrando em meu rosto. Eu estava incrivelmente corada.

-Você fica realmente adorável corando desse jeito. – Edward sorriu afagando suavemente minha bochecha. Era a terceira vez esta semana que eu e Edward nos encontrávamos para fazer o trabalho de biologia. Contra todas as probabilidade eu e Edward começamos uma bela amizade.

-Sim claro senhor “casanova”. – revirei os olhos sorrindo, tentando disfarçar meu encanto por Edward.

-É verdade! Você vive corada! Nunca sei se é por algo que falei ou se você está apenas com calor ou envergonhada. – estava prestes a responder quando Alice e Rosalie entraram na sala segurando várias sacolas. Alice saltitou até nós completamente entusiasmada me mostrando o vestido que iria usar no baile. Alice e Rosalie Cullen assim como Edward, eram simplesmente belas e encantadoras. Mas a maior qualidade era a indiferença para com o que acontecia na escola. Não tinham qualquer interesse nem faziam qualquer tipo de distinção entre “nerds”, lideres de torcida ou jogadores de futebol. Afinal, esse tipo de estereotipo era simplesmente ridículo.

-Então Bella? Você vai ao baile?

-SIM!

-Não. – eu e Clary falámos ao mesmo tempo. Mas felizmente apenas eu sabia da presença de minha gêmea.

-Porque não? – Alice parecia indignada, e Edward me olhava com curiosidade.

-Não sei. Acho que bailes não fazem o meu estilo. E para além disso nem teria com quem ir. – o rosto de Alice se iluminou e a baixinha olhou de mim para Edward com um olhar estranho.

-Ora essa! Claro que vai! Edward pode ir com você! – senti meu sangue gelar e me levantei rapidamente.

-Ammm… Eu preciso de ir. – peguei minha mochila sentindo todo meu corpo tremer.

-VOLTA AQUI! AH NÃO! –Clary tentou impedir minha passagem.

-VOCÊ NÃO VAI DESPERDIÇAR ESTA OPORTUIDADE! Está na cara que Edward gostoso Cullen gosta de você! –ignorei Clary me sentindo meio tonta e de pernas bambas.

-Clary… Por favor, não faz isso comigo. Não quero me iludir e… - murmurei entre dentes enquanto caminhava até à porta.

-Eu não vou deixar você perder esta oportunidade! – não sei como descrever o que senti naquele momento. Clary atravessou meu corpo e conseguiu se apoderar de mim. Estava tentando mover minhas pernas, mas Clary estava mantendo uma luta interna comigo pelo domínio do meu corpo. Clary era forte… muito forte. Perdi a batalha pelo domínio de minhas pernas, de meus braço e por fim acabei perdendo a guerra.

-Edward? Você gostaria de ir ao Baile comigo? – Assim que aquelas palavras saíram da minha boca Clary se projetou para fora de meu corpo. VADIA!

Meu coração batia descontroladamente, e meu estomago estava se revirando. Porque ela fez isto comigo? Não iria conseguir viver com a dor da rejeição. Não vindo de Edward, aquilo era demais para mim e…

-Claro! Será incrível! – o quê? Meu sangue gelou. Como assim?! Ele acabou de falar que sim?

-YES! EU SABIA! SOU FODA! –Clary estava xingando e festejando. Aquela boca suja até para festejar falava palavrão. E eu? Bom, eu estava apenas sem reação. Meu cérebro estava apenas conseguindo captar três coisas.

Primeiro, eu iria ao baile com Edward Cullen. Segundo, eu estava perdidamente apaixonada por aquele sorriso entusiasmado. E terceiro, eu estava incondicionalmente e como Clary diria “fodidamente” fodida. Sim, Tanya iria me matar.

(…) A noite do Baile.

-Você está linda maninha. Simplesmente deslumbrante. – Clary e Ângela haviam percorrido o shopping inteiro comigo até acharmos o vestido perfeito. Acabamos escolhendo um vestido azul longo com as costas decotadas. Clary ainda tentou me convencer a colocar lentes de contacto, mas eu acabei ganhando essa batalha. Infelizmente tive de calçar uns sapatos de salto. Clary tentou me ensinar a andar com eles, mas era quase uma missão impossível. Depois de tropeçar várias vezes e de quase quebrar meus pés e minha cara acabei tomando o jeito.

-Você acha que Edward vai gostar? – Clary revirou os olhos.

-Maninha, se eu fosse homem eu te pegava. Você está linda. Não precisa de toda essa insegurança. É claro que ele vai gostar. E se ele não gostar eu vou dar uma surra nele. – ri me sentindo feliz por escutar aquelas palavras. Com o passar do tempo eu e Clary temos construído uma grande amizade. Apesar de não poder partilhar o carinho e amor que sinto por minha gêmea com mais ninguém sem ser taxada de louca me sentia verdadeiramente feliz. Clary era o meu porto seguro, minha irmã, melhor amiga e confidente e eu a amava. Desde que Clary apareceu em minha vida me sinto mais segura e feliz. E eu vinha agradecendo a Deus todos os dias por ter colocado ela em meu caminho.

-Bella? Seu… Hummm, par para o baile chegou… - Charlie parecia feliz por saber que eu ia ao baile, mas por outro lado, meu pai super protetor estava meio aborrecido por isso significar ir com um garoto.

-Já vou pai. – me olhei de novo no espelho e pela primeira vez em anos me senti confiante, feliz e determinada. Eu iria ao baile com Edward. Eu não era popular, não era um exemplo de uma beleza estonteante nem era rica. Eu era apenas eu. Uma garota simples com medos, sonhos, desejos e ambições. Mas desta vez, meus sonhos estavam conseguindo superar os medos. Meus sonhos estavam se realizando e parte disso tenho de agradecer a Clary. Eu já não tinha medo do que viria. Eu sabia que seria aceite em pelo menos 4 das faculdades a que me candidatei. Todo o esforço que fiz por tanto tempo iriam compensar. Eu tinha bons amigos que sempre estariam comigo. Se bem eu Mike estava mais do que triste por não o ter convidado ao baile… Enfim.

Desci as escadas rezando internamente para não tropeçar.

Senti meu coração disparar assim que me deparei com Edward lindo e sorridente me esperando em um terno. Aquele era o tipo de coisas que não acontecia na vida real. Mas facto é que estava acontecendo, e a mim…

-Você está linda Bella. – Edward sorriu e me estendeu sua mão. A aceitei completamente corada sentindo minhas bochechas ferverem.

-Obrigada. Você também está muito bonito. – Edward me guiou até seu carro, mas não antes de receber vários olhares intimidadores de Charlie. Edward dirigiu até ao ginásio da escola onde iria se realizar o baile. Eu havia combinado com Ângela que nos encontraríamos lá já que ela iria acompanhada por Ben.

Assim que Edward estacionou o carro, saiu e abriu minha porta me ajudando a sair. Aquele era um gesto que eu nunca pensei ver alguém fazer ainda mais para mim. Era algo tão cavalheiresco e fora de época que senti vontade de me beliscar para ter a certeza de que aquilo não era apenas mais um sonho.

Edward me estendeu a mão, e assim que nossas peles se tocaram senti uma corrente elétrica percorrer todo meu corpo, e meu coração disparar como já era costume sempre que me encontrava na presença de Edward.

Caminhamos até ao interior do ginásio que estava completamente decorado cheio de fitas coloridas e um Dj estava passando umas musicas bem animadas. Percebi alguns olhares em minha direção. Algumas pessoas pareciam confusas e outras estavam de olhar franzido, quase como se quisessem verificar se estavam enxergando bem. Sim, porque Isabella Swan estava acompanhada por Edward Cullen. Edward percebeu meu desconforto e segurou firmemente minha mão tentando me passar alguma confiança.

Senti um arrepio percorrer todo meu corpo assim que Tanya marchou na minha direção. Tanya estava simplesmente deslumbrante em um vestido vermelho sangue. Era ela que devia estar ao lado de Edward, e saber disso me deixava novamente com medo e reticente.

-Não fique se auto rebaixando e destruindo. Você é forte. Não é menos que aquela vagabunda. – Clary passou sua mão por meu ombro me olhando firmemente.

-Me ajuda. Você pode me possuir de novo. – murmurei aquilo tão baixo de forma que Edward não percebesse que eu tecnicamente estava falando sozinha.

-Não. Eu não posso travar suas batalhas. Não posso ser forte pelas duas. Você consegue. – respirei fundo e procurei a força que precisava dentro de mim. Clary estava certa. Ela não poderia travar minhas batalhas por mim.

- Edward! Afinal você veio ao baile! – Tanya sorriu melancolicamente para Edward ignorando a minha presença. Tanya praticamente o arrastou com ela, mas Edward segurou minha mão firmemente e não se deixou ser arrastado.

-Tanya, eu estou acompanhado. – Tanya olhou de Edwrad para mim, e de mim para Edward.

-Isso é alguma piada?! – Tanya estava visivelmente irritada. Passou a mão por seus longos cachos dourados e trincou firmemente seus lábios borrando um pouco o batom bermelho.

-Não vejo qual a piada. – Edward estava serio me defendendo.

-Sua vagabunda! VocÊ fez isso de propósito não fez!?- Tanya se preparou para e dar um tapa no rosto. Não sei de onde veio a minha força e coragem , mas pela primeira vez não esperei pela força do impacto. Segurei o pulso de Tanya me protegendo do tapa que viria.

-Nem pense em tentar fazer isso de novo. – me surpreendi com a firmeza da minha voz. Tanya também pareceu surpresa. Apenas arrancou seu braço de meu aperto e se foi. Apenas virou costas e saiu sendo seguida por Jéssica e Lauren que a tentavam consolar.

Depois daquele episódio Edward me arrastou para dançar e todo mundo agiu naturalmente como se nada tivesse acontecido.

-Vou agora anunciar o rei e a rainha do baile. – o diretor e Felix estava no palco segurando um envelope. Todo mundo esperava em espectativa.

Eu havia votado em Angela e Ben com reis do baile. Mas nada me preparou para o que o diretor Felix falou.

-E o rei e a rainha do baile deste ano são… Edward Cullen e Isabella Swan. – todo mundo começou a bater palmas e Edward me arrastou até ao palco onde fomos coroados. Nem em meus melhores sonhos eu poderia ter imaginado algo assim. Mas era real. Estava mesmo acontecendo.

Edward e eu dançámos agarrados e me senti em paz. Olhei sobre o ombro de Edward e vi Clary. Clary não estava com seus jeans. Minha gêmea agora vestida um lindo vestido branco e sua tão conhecida jaqueta preta. Mas o mais surpreendente era as enormes asas brancas que estavam agora nas costas de minha gêmea. Clary era agora um anjo… Me soltei de Edward suavemente.

-Eu, vou só ali ver uma coisa. Volto logo. – Edward sorriu assentindo não me questionando. – fui até ao canto do palco onde Clary estava sorridente.

-Uau! Você está… UAU! – as asas de Clary eram simplesmente deslumbrantes e majestosas. Irradiavam luz, era impossível desviar meus olhos.

-Gosta? Branco não faz bem o meu estilo. Prefiro preto. Ainda perguntei se dava para ter umas asas pretas mas parece que só os anjos da morte e alguns arcanjos podem ter umas asas pretas. Mas mantive minha jaqueta. Mas é que nem fodendo que iriam ficar com minha jaqueta. – sorri com as palavras de minha irmã sempre tão topetuda e decidida.

-Então… Você agora é o meu anjo? – o sorriso de Clary desmoronou um pouco e senti que não iria gostar do que se seguiria.

-Bella… Eu vim me despedir.

-O Quê? NÃO! Você não pode! Eu preciso de você! – Clary negou suavemente.

-Não você não precisa. Você ainda não percebeu? Eu consegui cumprir minha missão. Você agora é uma mulher diferente. Consigo enxergar sua aura. Ela já não é negra. Está irradiando uma luz tão forte e intensa que é de causar inveja a qualquer mortal. Eu não pertenço aqui Bella.

-Mas, eu preciso de você. Você é minha irmã… Sem você eu não sei o que fazer… - senti as lágrimas se formarem em meus olhos. Meu coração estava se dilacerando. Clary revirou os olhos mas parecia tentar disfarçar suas lágrimas.

-Bella. Você não precisa. Você apenas precisa de ter um pouco mais de fé em você mesma.

-Eu queria tanto poder te abraçar. – senti as lágrimas correrem por minhas bochechas.

-Deixa de ser melosa sua babaca e vem cá. –Clary me puxou para um abraço e por incrível que pareça eu não a atravessei. Ela estava mesmo ali. A apertei fortemente querendo sentir e viver ao máximo aquele abraço.

-Eu vou sentir tanto a sua falta. – minhas lágrimas estavam manchando o casaco de minha irmã, mas ela não pareceu se importar. Posso jurar que senti algo molhado em meu ombro. Acho que Clary também estava chorando, mas ela nunca admitiria aquilo. E aquele pensamento me fez sorrir.

-Eu queria muito ter conhecido você em vida.

-E eu a você… Bella… Eu preciso de contar mais uma coisa para você. – Clary se afastou e a palma de sua mão começou a reluzir.

-Você não vai conseguir se lembrar de nada. Não vai lembrar que eu estive aqui. Não vai lembrar que eu estive aqui na terra. Tudo o que vivemos nos últimos meses será apagado de sua memória e criará lembranças alternativas. É como se eu nunca tivesse estado aqui. –Clary parecia não gostar daquilo tanto quanto eu.

-Mas eu quero lembrar de você! Isto é injusto! – senti de novo as lágrimas correrem abundantemente por meus olhos. Minha garganta estava doendo com a dor que estava sentindo.

-Bella, é assim que as coisas funcionam. Mas eu te prometo. Eu estarei sempre olhando por você. Esteja você onde estiver eu estarei sempre aqui. – Clary pousou sua mão sobre meu coração e a abracei de novo. Minha gêmea se afastou e despiu sua jaqueta que pareceu atravessar suas asas.

-Quero que fique com ela. Mesmo que não se lembre mais de mim, terá sempre uma parte de mim com você. – vesti a jaqueta me sentindo orgulhosa por me ser confiado algo que eu sabia que Clary tanto estimava.

-Agora chega de choradeiras e melosice. Vai ter com o Edward Gato Cullen. – Clary passou sua mão que ainda reluzia sobre seus lábios e beijou minha testa.

-Sempre olharei por ti. Eu te amo.

8 anos depois (pov. Narrador)

Oito anos se passaram e Isabella Cullen era agora uma grande e muito requisitada Diretora de Marketing. A vida lhe apresentou muitos obstáculos com o passar dos anos, mas ela sempre lutou por aquilo que acreditava. Bella e Edward se separaram quando foram para faculdades diferentes. Mas ninguém pode fazer nada quando o destino está traçado. Após 3 anos se reencontraram em uma ida de Bella ao hospital. Andar de saltos nunca havia sido uma tarefa fácil, o que rendia a Bella muitas torções nos pés e quedas.

O fogo que sempre havia ardido em seus corações se incendiou com ainda mais força. Namoraram por algum tempo até que Edward a pediu em casamento. Bella estava vivendo cada dia como se fosse o ultimo degustando as vitórias e felicidade que a vida lhe dava.

Após o seu terceiro ano na faculdade Bella descobriu que tinha uma irmã gêmea, que havia morrido há alguns anos vitima de um atropelamento. Seu coração se apertou e Bella chorou por semanas. Sentia um enorme vazio e uma saudade inexplicável. Ela nunca havia conhecido a irmã, mas isso não a impedia de a amar incondicionalmente. E por esse motivo quando sua primeira filha nasceu Bella e Edward a chamaram de Clary Carlie Swan Cullen.

-A princesinha vai agora dormir. – Edward beijava a testa de sua filha que não estava a fazer nenhuma birra para ficar acordada por mais algum tempo. Clary era um autentico furacão. Algo que ela certamente não havia herdado nem da mãe e muito menos do pai. Talvez da Tia Alice… Ou quem sabe da Tia Clary, mas Bella não teria como saber isso. Nunca havia realmente conhecido a irmã. Pelo menos era isso que ela achava.

-Mas papai eu não estou com sono. – a pequena Clary bocejou visivelmente cansada se aconchegando em seus cobertores.

-Claro que não está filha. – Edward sorriu e beijou a testa da filha.

-Nós te amamos filha. Mais que a nossa própria vida. – Bella beijou a testa da filha carinhosamente. Clary logo se deixou levar para o mundo dos sonhos e os pais foram para o quarto abraçados.

Bella e Edward se amavam mais do que tudo no mundo, e a prova disso era a filha de ambos. Eles dariam a vida pela pequena rebelde topetuda.

Mas eles não precisavam de se preocupar. Clary nunca estava sozinha.

No quarto escuro ainda havia outra pessoa velando a pequena Clary Carlie a protegendo de pesadelos e espíritos malignos. A sua tia Clary era o seu anjo da guarda. A velava dia e noite, a amava e protegia tal como ela havia feito com a irmã gêmea.

A pequena Clary não iria passar pelo mesmo que a mãe. Não iria cair na parte mais obscura da vida. Não iria deixar se rebaixar pelos outros.

Claro que iria ter vários obstáculos ao longo da vida. Iria ter várias vitórias mas também iria ter várias derrotas. Iria chorar, e sofrer. Mas também iria sorrir amar e ser muito amada.

Clary despertou de seu sono e olhou ao redor pelo quarto. Dizam que as crianças eram mais conscientes do mundo espirito e conseguiam enxergar seus anjos da guarda por algum tempo. Isso era apenas parcialmente verdade. Nem todas as crianças conseguiam fazer isso. Mas Clary sabia… Ela conseguia sentir a presença de seu anjo. Ela havia sentindo seu anjo cruzando suas asas sobre ela quando um menino na escola a tentava machucar. Ela podia jurar ter enxergado seu anjo. Seu anjinho da guarda era lindo, parecido com a sua mamãe. E Clary sabia que seu anjo era a sua Tia. Ela simplesmente sentia.

-Boa noite tia Clary. Eu te amo. – Clary sorriu ao escutar as palavras de sua sobrinha e a beijou suavemente. Mesmo que muitas das vezes a pequena Clary não tivesse a certeza de estar apenas sonhando, ela sempre rezava e pedia ajuda a papai do céu e à sua tia Clary que ela sabia que morava com as estrelas.

-Eu também te amo pequena. E eu sempre olharei por ti. - a pequena Clary caiu no mundo dos sonhos com um lindo sorriso nos lábios, sendo embalada pelo seu anjo, que guardava , velava e amava, guardando e protegendo a sua alma pura de noite e de dia.

FIM


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam?

Comentem e me deixem saber o que acharam pleees *---*

Será que merece uma recomendação? *---*



P.S- Quero deixar claro que eu realmente acredito em anjos da guarda. Acredito tanto nos anjos a nivel espiritual, mas acredito sobretudo naqueles anjos sem asas que Deus nos manda, mesmo que muitas das vezes eles estejam a centenas de km/s de distância.

E você? acredita no seu anjo da guarda? :)

bjs