Boruto ficou o restante da sua festa sentado diante da porta. Esperando Sarada. Mas ela não apareceu. Fez um bico triste, se perguntando se ela estaria magoada com ele. Coçou sua cabeça tirando os óculos do pai - que estavam amarrados de forma de uma bandana - da cabeça e suspirou, abaixando eu olhar para o chão. Sentiu alguém se sentar ao seu lado.

– Algum problema, Bolt? - Seu pai abaixou seu rosto para encara-lo. Bolt não respondeu, mas sua cara triste denunciava tudo. - O que foi, meu filho?

– Eu convidei uma pessoa, uma menina - Bolt levantou o olhar para a porta e depois fitou suas pequenas mãos, que seguravam os óculos.- Eu sem querer caí em cima dela e a machuquei. Acho que ela ficou brava e não quis mais vir a minha festa.

Naruto observou o filho por alguns instantes. O pegou no colo, fazendo o pequeno loirinho ficar abraçado com ele. Naruto beijou sua testa e confortou o filho.

– Ela, talvez, teve algum imprevisto. Não se pode julgar logo de cara, filho. - Naruto brincava com as mãos do filho. Observava o pequeno usando suas roupas, deu um sorriso. As roupas estavam meio surradas e amareladas, mas ainda tinham uma aparência boa. Boruto olhou para o pai. Seus olhos azuis e brilhantes pareciam entrar dentro da alma de Naruto.

– Será que ela se machucou? Será que ela ficou dodói? - A expressão preocupada de Boruto era fofa. Naruto fechou os olhos por alguns instantes, abrindo-os olho em seguida, dando um sorriso confiante.

– Tenho certeza que não. Acho que ela… Ficou com vergonha…. Não sei. Por que você não pergunta isso à ela, amanhã? Huh? Está na hora de assoprar as velas.- Naruto se levantou com Bolt no colo em um pulo. Seguiram em direção a sala e todos comemoraram o aniversário do pequeno Uzumaki. Isso, de alguma forma, ficou incompleto para Boruto.

...
Sasuke ainda estava abraçado com Sarada. Mas agora ambos estavam sentados no sofá da sala. Ele ouvia, com um sorriso discreto, tudo o que a sua filha falava.

– Eu li todos os livros sobre o nosso clã, achei muito interessante, por sinal. Ah, mas eu acho que seria bastante legal se o senhor pudesse me contar as histórias do nosso clã, papai. - Sarada alisava o rosto de Sasuke enquanto ela falava.- Eu, nesses dois dias de aula, consegui ser a melhor da classe. Só que nessas duas vezes, eu quase perdi para o Boruto, aquele shannaroo… Enfim, agora, papai, você poderá me levar à escola, não é? Isso será bastante divertido!

Sarada se sentou de joelhos, enquanto falava sorridente com seu pai. Era tão bom ter-lo em casa que não sabia por onde começar.

– Sim, minha princesa. Eu irei. - Sasuke se ajeitou e lançou um breve olhar à Sakura, que sorriu, e voltou a olhar seu pequeno tesouro.

– Sim, isso é ótimo - Ela ajeitou os óculos e Sasuke tocou em sua armação. Sarada abaixou o olhar. - Sinto muito pelos óculos, eu não enxergo bem…

– Não estou reclamando. Você ficou mais bonita com eles, filha. - Sasuke comentou. Sentiu algo estranho vindo de sua filha. - Isso te incomoda?

– Uma Uchiha que não enxerga direito….Meio irônico, não? - Sarada disse. Foi em tom baixo, mas foi perfeitamente possível ver a existência de tristeza em sua fala. - É por isso que me chamaram de quatro-olhos

– Do que você está falando, Sarada? - Sasuke se ajeitou no sofá. Fazendo uma expressão séria. - Estão implicando com você, é isso?

– Tudo bem, papai! - Sarada sorriu, passando confiança. - A partir de hoje, duvido eles me chamarem assim.

– Não deixe que comentários negativos te afetem, anjinho. - Sasuke deu um beijo em sua testa. - Logo você poderá mostrar à eles o verdadeiro poder dos Uchihas.

– Sim, papai! - Sarada chamou sua mãe para se sentar junto a eles. Sakura fez o que se era pedido e abraçou Sasuke por trás, assim ela observava sua filha falar em sua frente. - Continuando… Eu estou aprendendo a usar as armas ninjas, apesar de que ainda não esteja muito boa, mamãe vem me ensinando táticas médicas muito interessantes e eu estou ficando muito boa nisso, não é mamãe? Estou estudando para aprender como fazer um Bushin…
...
Himawari estava em pé, no sofá, enquanto pintava o rosto de seu pai, adormecido no mesmo. Boruto ajudava sua mãe a arrumar as poucas coisas que restaram da festa. Ele ainda estava chateado por Sarada não ter comparecido em sua festa. Mas sua mãe fazia questão em deixa-lo feliz.

– Bolt, o que você quer de presente de aniversário? - Sua mãe o pegou no colo e começou a beija-lo na bochecha. Bolt teve uma ataque de risos.

– Eu quero… Que a senhora me ensine… O…Passo Gentil dos Punhos dos Leões Gêmeos. - Hinata parou de beija-lo e encarou o filho surpresa. - Papai me disse que foi assim que você o salvou. Quero aprender esse Jutsu para eu também salvar alguém que eu ame.

Hinata corou e seus olhos se enxeram de lágrimas. Ela assentiu e abraçou o filho com força. De repente, ouviram um grito de criança e logo depois uma risada.

– Vem cá, anjinho. É vez do papai de desenhar. - Naruto ria. Ele estava com pequenas bolsas de olheiras debaixo dos olhos. Seu rosto estava desenhado um bigode e pequenas rodas e triângulos pintados de rosa. Boruto e Hinata apareceram na sala e se juntaram a eles. No final, todos estavam pintados.

Boruto estava pintando si mesmo quando Naruto chamou sua atenção.

– Você gostou da festa? - Naruto se jogou no sofá- já que ele havia se levantado -, colocando as mãos atrás da cabeça. Fazendo Himawari rir, pois o peso do pai fez ela “voar” alguns centímetros no sofá. Naruto sorriu para ela, mandando um beijinho no ar.

– Sim, papai. - Boruto ainda estava concentrado em fazer suas ‘tatuagens’. Naruto deu um leve cascudo em sua cabeça, fazendo-o prestar atenção nele. - O que foi, papai?

– Eu tenho um presente para você. - Naruto se levantou novamente e foi até a gaveta em uma cômoda da sala. Boruto havia parado de se pintar e olhava o pai com excitação. Naruto colocou o presente atrás de suas costas e foi ao encontro do filho. Se abaixou, apoiando-se no joelho. Boruto o olhava, à sua espera. - Eu quero que você use isso, a partir do momento em que você se tornar um genin.
Boruto pegou o presente do pai, com os olhos cheios de lágrimas e saiu correndo pela casa. Depois voltou e agradeceu, feliz.

O dia amanheceu. Naruto acordou e jogou o braço para o lado, no instinto de tocar em Hinata, mas sentiu a cama vazia e abriu os olhos. Coçou os mesmos e desceu para a cozinha. Seu estômago contou com o cheiro que entrava em suas narinas. Naruto abraçou a mulher e deu um beijo em sua bochecha. Assustando-a e fazendo-a corar. Ia tocar nos lábios da esposa mas sentiu alguém o empurrando. Boruto abraçou a cintura da mãe e fez uma cara feia para o pai.

– Se liga, velhote. Essa mulher é minha! - Após ter dito isso, Boruto abraçou mais ainda a mãe. Que lhe deu um beijo na cabeça dele e riu. Naruto ficou indignado e depois riu, levantando as mãos em forma de rendição. Himawari apareceu com as mãos cheias de terra e Naruto resolveu ajuda-la a se limpar.

....

Sasuke e Sarada estavam descendo as escadas do prédio. Sakura tinha um plantão no hospital e por isso, pediu para que Sasuke levasse Sarada para a academia. Sarada segurou na mão do pai e o puxou no meio pelo meio da rua. Havia se lembrado que não fora no aniversário de Boruto e, por isso, estava levando os dois presentes para ele. Sua perna não doía mais.

– Vamos, pai! - Boruto apareceu no meio da rua, de costas. Ele não havia percebido que ela se aproximara. Naruto apareceu e acenou para Sasuke, que contribuiu, fazendo, assim, Bolt perceber que os dois Uchihas haviam se aproximado. Boruto correu até Sarada, parando em sua frente. Fazendo-a recuar para trás e se esconder atrás de seu pai.

– Você está melhor? E o seu dodói? - Ele inclinou a cabeça para o lado, preocupado. Sarada corou e disse de forma séria.

– Estou melhor. Ahn. Obrigada. - Sarada apertou os dedos da mão do pai com mais força. Sasuke deu um sorriso de lado e deu um pequeno empurrão na filha, fazendo-a ficar perto de Boruto. Sasuke foi falar com Naruto. - Meu pai chegou de viagem, por isso eu não fui...
Boruto olhou para trás e se lembrou do homem do dia anterior. Abriu um sorriso e assentiu com a resposta de Sarada.

– Oi, moço-de-ontem! - Boruto acenou alegre e se virou, novamente, para falar com Sarada. Dessa vez, ele falou em um tom mais baixo. - Ele tem uma aparencia assustadora.

– O nome dele é Sasuke - Sarada revirou os olhos. - Ele era companheiro na equipe do seu pai, não sabia disso?

– Ah - Boruto exclamou. - Ele é o tio Sasuke, então? Ele tem o rinnegan? Posso ver? Será que ele deixa?

– Você fala demais. - Sarada o puxou pelo colarinho da blusa, fazendo ambos andarem na frente dos pais.

– Sasuke - Naruto sussurou, emocionado. - Olha, eles são amigos! Acho que eu vou chorar. - Terminou por fim. No fundo, era verdade. Mas os dois mais velhos resolveram levar na brincadeira.

– Idiota.

– Aqui está - Sarada abriu sua mochila e tirou os dois presentes. - Um é da mamãe e o outro é o meu. - Ela indicara com o dedo. Boruto abriu o pequeno. Era um cordão com os símbolos dos Hyuuga e Uzumaki unidos, e com um parafuso dourado no meio. Boruto sorriu. Sarada olhou para ele com expectativa para ele abrir seu presente. Ela segurou a risada quando viu a expressão de Boruto.

" Eu sou o filho do grande nanadaime mas sou um shannaroo" A blusa era branca e enorme, devia ser para uma criança de onze anos, e estava escrita à mão pro Sarada. Alguns desenhos eram parafusos e outros eram chaves de fenda. Boruto fez uma cara azeda mas depois tomou-se a rir.

– Obrigado! - Ele abraçou a blusa. Sarada franziu o cenho. - Esse foi um ótimo presente... Você é minha melhor amiga agora, Sara-chan.

Sarada corou, virando seu rosto para o lado.
...

Cinco anos se passaram. Sarada e Boruto estavam prestes a completar onze anos. A amizade deles era bastante intrigante. Eles fizeram bastantes amigos na academia. Sarada se deu bem com a ChouChou, enquanto vivia em pé de guerra com Boruto e Inojin. Já Bolt se dava bem com Shikadai Lee Jr e Inojin também. Em outras ocasiões, Boruto se divertia com as discussões de Inojin e Sarada. Mas depois da briga com Sarada, que já fazia-se um mês, ele não suportava ficar do lado dela. Mas depois de quase destruírem a sala com a briga, Shino colocou os dois para sentarem juntos. Eles haviam brigado, de novo, por causa do posto de melhor da turma. As ofensas foram trocadas e ambos estavam chateados.

– Mas essa testuda é muito chata - Inojin cantarolou e recebeu um soco de Sarada. Boruto estava com uma cara azeda no meio dos dois.

– Cale-se, menino-cinza! - Sarada mostrou a língua para Inojin, que mostrou o dedo do meio para ela. - Como ousa?

– Sarada-chan, Inojin é um idiota. - ChouChou apareceu e elas duas fizeram um aperto de mão típico delas.

– E por que se mete, gorducha? - Inojin deu um sorriso sínico. ChouChou deu nos ombros.

– Sou gorda porque eu tenho comida em casa para comer, idiota. - ChouChou puxou o cabelo de Inojin, fazendo-o esbarrar em Boruto, que esbarrou em Sarada. A mesma o empurrou de volta, resmungando alguma coisa. Aquilo foi o estopim para Boruto.

Ele se levantou e bateu as mãos na mesa. Olhou para Sarada, a fuzilando com o olhar.

– Não toque em mim - Boruto disse entre os dentes. Sarada ficou incrédula por alguns segundos mas depois fechou a cara. - Sua idiota!

– Então não encoste em mim - Sarada disse no mesmo tom. O olhar ameaçador dela nunca causara efeito em Boruto, porém ela nunca deixara de usa-lo. - Babaca!

– Se vocês não se acalmarem isso será problemático. - Shikadai apareceu no meio de ambos e puxou Boruto para fora da sala. - Vamos, Bolt. Vamos conversar.

– Tudo bem. - Boruto tirou o olhar fixo nos olhos de Sarada e olhou para o amigo. - É melhor do que ficar aqui ouvindo baboseiras.- Ambos desceram os degraus e saíram pela porta.

– O que deu em vocês, hein? Já estão assim a mais de um mês! - ChouChou reclamou - Tem hora que se amam e tem hora que querem se matar. Vocês são estranhos.

Sarada se limitou a ficar calada, enquanto observava a porta por onde seu amigo, irritadíssimo, acabara de sair. Por fim, ela disse:

– Ele é um idiota!
...

– Ela é uma idiota! - Boruto chutou a lata de lixo. - Esta sempre querendo ser a maioral e a melhor em tudo. Arght.

– A amizade de vocês é problemática - Shikadai suspirou, fazendo uma cara de tédio. - Acho melhor vocês se afastarem por enquanto. Vocês estão estranhos um com o outro. Seria ótimo se o sensei colocasse você e Sarada no mesmo time, vamos ver se assim vocês começam a se aceitar.

– Mude de assunto, por favor. - Bolt olhou para cima. - O teste de graduação é hoje, não?

– Sim.

– Estou confiante.

– É... Vai ser um pouco problemático mas será legal.
...

Shino passou todas as instruções sobre como seria o exame. No final, todos foram bem e apenas cinco alunos não conseguiram passar na graduação. Boruto e Sarada não trocaram nenhuma palavra, e nenhum tipo de olhar durante esse tempo. Todos foram pegar suas bandanas e Boruto abriu sua mochila, mostrando a bandana de seu pai. Colocou na testa e ela reluziu, chamando a atenção de Inojin.

– Legal essa versão brega da bandana - Disse dando um sorriso sínico. Boruto o ignorou. - Falando sério, é bem bacana.

– Meu pai me deu quando eu tinha seis anos. Disse para eu usar quando eu me tornasse um genin. - Boruto olhou para Inojin, dando um sorriso orgulhoso.

– Tecnicamente, você ainda não é um genin completo. Tem que passar pelo teste do sensei jounin vai... - Boruto cortou o raciocínio de Sarada.

– Hm, e quando nosso sensei vai chegar? - Perguntou para Aburame, que olhou para o relógio. Sarada encarou ele por alguns segundos. Se sentiu magoada, mas resolveu ignorar tal sentimento e abaixou seu olhar. Fechou a mão em punho e não ousou em dizer mais nada.

– Logo após eu dizer o nome das equipes. - Shino pegou a prancheta. E começou dizendo os nomes dos times. - Time três : Uzumaki Boruto, Lee Jr e Uchiha Sarada. Time quatro : Yamanaka Inoji, Akimichi ChouChou e Nara Shikadai....

– Droga, mamãe vai pegar pegar pesado em relação a Ino-Shika-Cho - Inoji se lamentou e todos começaram a rir.

– Vai ser um problema bem.... Chato. - Shikadai bufou, fazendo mais uma cara tediosa.

– Não vejo problema nisso. - ChouChou contrapôs.

– E quem te chamou na conversa, gorducha? - Inojin levou uma "cadernada" de ChouChou.

No final, estavam apenas Sarada, Boruto e Lee Jr esperando o sensei. Boruto estava impaciente e Sarada estava irritada por ele ter que ficar andando de um lado para o outro.

– Vem cá, tem como você parar de andar? - Sarada reclamou. Cruzou os dedos em cima da mesa e encarou o loiro. Boruto lançou-lhe um olhar mais sério mas não disse nada, nem ao menos parou de andar. - Para com isso!

– E quem vai me obrigar? Você? - Boruto lançou um sorriso irônico. - Você não tem autoridade sobre mim, Sarada.

Era a primeira vez que Boruto a chamava pelo nome. De uma forma séria. Sarada se deixou abalar por alguns instantes e depois ela se levantou. Lee Jr a acompanhou com o olhar.

– Pessoal, acho melhor vocês se acalmarem... - Lee Jr se levantou e se pôs no meio dos colegas.

– Você é um moleque mimado, um estúpido, um idiota! - Sarada gritou. Boruto se virou e retrucou.

– E você é uma quatro-olhos ridícula, mandona e chata! - Ele gritou. Sarada empurrou Lee Jr para o lado e apontou o dedo na cara de Bolt. Ambos iam começar a gritar, quando a porta foi aberta.

– É realmente muito, muitíssimo, animador ver que minha equipe se dá tão bem. Sinto o trabalho de equipe estampado em suas testas. - Konohamaru apareceu. Boruto revirou os olhos.

– Konohamaru-sensei... Hun. - Boruto se afastou de Sarada e se sentou em cima da mesa. A Uchiha se recompôs e voltou a fitar o seu sensei. Lee Jr respirou aliviado e quaria abraçar o seu sensei por ter chegado em um momento tão crítico.
Konohamaru pareceu ignorar o clima tenso.

– Sou Sarutobi Konohamaru. Serei o sensei de vocês. Espero que sejam educados uns com os outros e se respeitem. - Ele lançou um olhar para os amigos brigões. - Amanhã, nove horas da manhã, no campo de treinamento cinco, vocês irão iniciar o teste. Não se atrasem. Estão dispensados.
Konohamaru desapareceu. Lee Jr olhou para os companheiros. Boruto pegou suas coisas e ia em direção a porta. Apenas se despediu de Lee Jr. Sarada saiu logo depois.

– Sarada-san, eu posso... Ahn... Acompanha-la até sua casa? - Lee Jr corou e Sarada o encarou por algum tempo. Deu nos ombros.

– Tudo bem, Lee. - Sarada olhava o semblante de Boruto atravessar o corredor, saindo de seu ponto de vista.